Nova Nyender: O Que Está Por Vir?

A Gladiadora abria os olhos, piscando um pouco enquanto tentava focar o que acontecia ao seu redor, ou onde estava. Lembrava-se do barco sendo atacado por Dragalges gigantes, até que um deles tentou atingir um ataque nela. Ninjask se colocou na frente e tentou protegê-la, mas ainda assim não foi o bastante e a jovem ficou desmaiada. Fleur se sentava rapidamente, preocupada com os meninos, mas o gesto acarretou numa careta de dor.

Os orbes róseos passeavam pelo local, encontrando o Quilava a observando, com clara preocupação. Depois finalmente focavam Croconaw, Kiba e Helena, os trigêmeos com eles. Com alguma dificuldade, Fleur se erguia, acariciando a cabeça de Quilava e se aproximando do pequeno grupo. Um suspiro de alivio sendo audível ao visualizar as crianças sem ferimentos.

-Estão todos bem? – Fleur perguntava, observando o Gladiador e a Stylist, antes de sorrir para os trigêmeos, respondendo a pergunta muda deles em relação as suas condições.

A rosada tomava algum cuidado com cada movimento feito, mas nada podia superar a sensação de alivio que sentia. Tudo havia terminado bem. Um esboço de um sorriso surgia enquanto a rosada assistia os trigêmeos pularem em cima do crocodilo. Não pode evitar se preocupar com o que aconteceria no futuro, em uma terra que nunca foi explorada. Também se entristecia com a despedida, mas focava sua mente no que estava fazendo no momento.

Ainda no porto, a Gladiadora pegava seus itens, guardando dois destes e esticando outro para Kiba. Um Luck Insence em troca de um Lucky Egg. Também anotava seu número num papel, alcançando para o Gladiador.

-Digo o mesmo, e muito obrigada por tudo. Fiquem bem.

Fleur se despedia, abraçando a dupla e não evitando um pequeno rubor. Não eram comuns para ela demonstrações de carinho.

-Se precisarem de alguma coisa, só ligar que vou chegar o mais rápido possível.

Após se despedir, Fleur pegou a mão de um dos trigêmeos e seguiu por outra direção. Queria depositar alguns Pokémon no Storage e preparar sua equipe para explorar as novas terras. Também precisaria de suprimentos. Também precisava recuperar sua equipe. Eram muitas coisas a serem feitas.

Fleur andava mais lentamente, sentindo as costas doloridas e machucadas após as dificuldades da Rota Y. A sua frente, os trigêmeos corriam, rodeando as estavas que delimitavam o que se tornariam quadras com o passar do tempo. A rosada deixava os olhos correrem pelo ambiente, mantendo parte de sua atenção nos meninos e parte em pensamentos diversos. Na mente, a saudade que já sentia de Kiba e Helena, o constrangimento por ter demonstrado algum sentimento, a felicidade por terem sobrevivido à Rota Y e o medo pelo futuro incerto, além das diversas preocupações sobre o que tinha de fazer.

Três tauros passavam pelo grupo, sendo montados por cadetes que avançavam pro navio em que Fleur chegada. A embarcação claramente correndo riscos de afundar enquanto todos tentavam removê-la do mar para iniciar os reparos. Quando eles já não estavam ao alcance de seus olhos, a Gladiadora passou a olhar em volta, reparando que haviam muitos touros na região, todos ajudando de alguma forma. Intrigada, ela seguiu adiante até poder perguntar para uma mulher que varria a entrada de casa sobre onde poderia curar seus pokémons, adquirir alguns suprimentos e manipular seu storage.

- Bem, ouvi dizer que o PEVOAK está cuidando dos pokémons e também vendendo os itens de outras lojas, enquanto elas não terminam a reforma. O storage você atualiza na delegacia. E não tem erro. Se virar na próxima esquina e seguir reto, vai chegar na Delegacia, depois é só avançar mais algumas quadras e vai ver duas casas lado a lado, com prédios mais avançados na construção. São o mercado e o PEVOAK. - A senhora dizia indicando a direção com as mãos.

Os meninos rolavam no chão, se sujando com a poeira, mas claramente felizes por estarem em contato com a terra novamente. Após agradecer, Fleur retomou seu caminho, seguindo a direção indicada e pensando como faria para dar banho agora nos meninos.

O caminhar era um tanto lento, mas a dor nas costas era algo totalmente novo para a rosada. Nunca havia sido atacada e nunca alguém sequer tentou erguer um dedo para contrariá-la, os que tentavam sumiam misteriosamente. Aquela era uma experiência que a Gladiadora gostaria de ter evitado, mas não havia tempo para pensar nas dores, tinha que vigiar os trigêmeos.

Os pensamentos de Fleur divagavam, enquanto os olhos hora passeavam na paisagem, e hora nos trigêmeos. Eram muitas coisas rodeando seus pensamentos. Permitiu-se demonstrar afeto com os exploradores que acompanhou por um longo tempo, o que antes era algo totalmente inviável, mas estavam longe de Shinki, então ela podia, não é? Estava de algum modo livre, não estava? Os três meninos eram seu maior pecado, mas ainda estavam ali, sem traumas e feridas, então estava tudo bem.

A jovem balançou a cabeça, tentando afastar os pensamentos e lembranças de quando era jovem, dos momentos que a fizeram se tornar o que era e a tornaram tão insegura. Voltou os orbes róseos para os Tauros que iam em direção ao navio, ou ao que havia restado dele. Haviam diversos touros na região, seria comum ali? Depois descobriria, devia agora passar por alguns lugares.

Agradecia a mulher que lhe informava as localizações, pensando em passar primeiro na delegacia e começar a montar sua equipe. Depois restauraria seus companheiros e começaria a verificar os suprimentos. Os meninos logo davam novamente a preocupação de locais onde poderia tomar um banho... Talvez houvesse alguma cabana que disponibilizasse banhos, quem sabe? No entanto, primeiro a delegacia, depois P.E.V.O.A.K, depois descobriria mais daquele cidade.

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Off: thanks ^^

Após agradecer à senhora que lhe indicara a direção da delegacia, Fleur retomava seu caminho. A dor nas costas ainda sendo uma novidade, a mente preocupada com muitas coisas diferentes e a curiosidade se fazendo presente sobre a peculiar cidade em construção. Os meninos imediatamente acrescentavam à lista da Gladiadora a busca por um lugar para banhos.

Achar a delegacia não foi difícil, tendo vista esta ser a primeira cabana realmente construída e o brasão cadete exposto no campo de construção atrás dela. No interior, no entanto, não havia nenhum Kibato, ou mesmo um computador. Uma oficial fazia os registros em cadernos e, mais ao fundo, uma cela improvisada e vigiada por alguns Houndours.

Os trigêmeos logo pulavam, puxando a roupa de Fleur e apontando para uma árvore com um pneu pendurado, envolta da qual outras crianças brincavam. A rosada mirou o lugar, acreditando aquelas serem os filhos dos que construíam a cidade e, assim, permitindo aos meninos um tempo de brincadeiras. No interior, a rosada se aproximava da mulher que registrava dados no caderno, informando que gostaria de mexer em seu Storage.

- Infelizmente não temos um computador para consulta, então escreva nessa ficha seu nome, o número de sua licença, quem vai retirar e quem vai depositar. Depois é só colocar o dedão aqui e depois marcar a digital aqui. - A mulher dizia entregando uma ficha, uma caneta, um potinho com algo que parecia ser uma tinta preta e indicando onde a marca da digital deveria ficar. Um Alakazam ao lado se revelava, possivelmente preparando-se para algum trabalho. - Quando terminar, entre os pokémons que for depositar e a ficha pro Alakazam. Ele voltará logo com os seus Pokémons. - Ela encerrava antes de voltar ao caderno.

A delegacia se mostrou relativamente fácil de encontrar, sendo uma das poucas cabanas construídas e inteiras, além do brasão da força policial ser uma indicação visível do que era o lugar. Todavia, Fleur se surpreendia pela falta de um Kibato e de algum computador, causando estranhamento e um pouco de confusão. Os orbes róseos se focaram na oficial e na aparente cela.

Antes que a rosada entrasse totalmente na cabana, os trigêmeos logo roubavam toda a atenção da jovem para si, apontando para uma árvore com um balanço de pneu que era rodeada por outras crianças. Fleur materializou Quilava, permitindo que as crianças fossem brincar e dando a ordem para que o Pokémon os vigiasse, garantindo que eles não se metessem em encrencas. A Gladiadora sorria com a imagem, faria bem aquele tempo de brincadeiras, mas agora tinha que cuidar de outras coisas.

Adentrou na cabana e falou com a oficial, preenchendo a ficha com as informações. Materializava Smeargle, pegando o item da canina de volta e acariciando a cabeça da mesma. Não obteve qualquer reação como resposta, o que já era esperado, mas a Pokémon já entendia a mensagem de agradecimento. Ela, Ninjask e Shedinja trabalharam arduamente, era mais do que merecido um tempo para descanso.

As três esferas eram entregues para o psíquico. Na ficha a informação de que Smeargle, Ninjask e Shedinja seriam depositados, Alomomola seria retirado.

Estranhando as condições da delegacia, Fleur preenchia a ficha e a entregava, juntamente com as esferas, para Alakazam. O psíquico, de posse de todos os itens, usava o Teleport, desaparecendo da vista da rosada, sem surpreendê-la no entanto. Após Abra usar tantas vezes, o movimento já lhe era bem familiar. O que a Gladiadora estranhava era a demora em reaparecer.

O relógio na parede indicava o passar de segundos, que logo se tornavam minutos e em pouco tempo se transformariam em horas. Já cogitando procurar uma cadeira para se sentar ou, talvez, questionar a cadete sobre seus pokémons, uma Alakazam surgia. Dessa vez era claro que era uma fêmea e não o macho que partira. Possivelmente ele ficara cansado demais com a distância cruzada. Nas mãos da pokémon, a esfera de Alomomola.

Fleur agradecia, se retirando da Delegacia e voltando para as ruas empoeiradas. Sentiria saudades dos monstrinhos e nem ao menos agradecera a Ninjask por ter se arriscado para protegê-la, mas não tinha tempo. Uma ilha inteira aguardava para ser explorada. Determinada, a rosada se aproximou de onde as crianças brincavam, parando ao lado de Quilava. O fogo estava deitado, porém atento a tudo. Já os meninos pareciam se divertir com as crianças locais, uma cena que a rosada não se lembrava de ter presenciado em outra cidade.

Após permitir mais alguns minutos de brincadeiras, Fleur chamou o trio e a caminhada se seguiu até o P.E.V.O.A.K. Encontrar a atendente do Mercado e da loja de produtos naturais brigando sobre a localização de uma lata de lixo (que cada uma dizia ter de ficar mais perto da loja da outra) teve um efeito mais impressionante do que as condições da delegacia.

Os meninos protestavam de cansaço, visto que as lojas ficavam relativamente longe da Delegacia e, após ficarem pulando e brincando, o trecho se tornou longo demais para os três. Quilava não protestava, somente mirava Fleur, como se perguntasse se iriam comprar algo ou se só iriam recuperar os monstrinhos. No interior do PEVOAK, inúmeras caixas das outras lojas, tornando a opção de comprar ainda mais atrativo. Por outro lado, havia uma questão mais intrigante... Como carregar tudo o que precisariam? A mochila nas costas já era pesada (fato que fazia as costas protestarem mais ainda)...

- O que vai querer? - A atendente do PEVOAK perguntava de forma gentil, enquanto da rua se ouviam os gritos e protestos da atendente do Mercado.

A rosada não se surpreendia com o Teleport do psíquico, já era algo comum para seus olhos. No entanto, a demora foi o que a preocupou. Os segundos se tornavam minutos, que logo se tornavam horas. Talvez devesse procurar uma cadeira, ou questionar sobre seus Pokémon para a oficial, mas não foi necessário no final das contas. Outro Alakazam surgia, entregando a esfera de Alomomola.

Fleur agradecia, e embora não tivesse agradecido ao Ninjask, e também fosse sentir saudades dos três seres que agora iam para o Storage, sabia que todos ficariam bem. Com tais pensamentos, se retirou da delegacia e foi ao lado de Quilava, permitindo-se assistir por alguns momentos os meninos brincarem. Era algo que a Gladiadora ainda não havia presenciado.

Após alguns minutos, o chamado da rosada se fez presente, o que fez o trio de meninos ruivos voltarem para perto dela. A caminhada agora seguindo até a loja de produtos naturais. A briga entre a atendente do mercado e a atendente do PEVOAK era curiosa, uma colocando a lata de lixo mais perto da loja da outra.

As crianças protestavam, estando cansadas. As costas doloridas reclamavam do peso da mochila. Quilava perguntando se iriam fazer compras ou apenas restaurar os companheiros. As caixas diversas tornando tudo tentador, mas não havia como carregar tudo que precisavam. Era difícil decidir o que fazer e em que ordem... Os orbes róseos se fixavam na atendente, os ouvidos ignorando os protestos da responsável pelo mercado.

-Gostaria de restaurar alguns Pokémon. – Fleur dizia, entregando as esferas de Liepard e Kadabra. – E também gostaria de saber se existem Tauros para capturar. Notei que eles parecem ser comuns na região. – Pedia a informação. Talvez um daqueles touros pudesse auxiliar a carregar parte do peso, além de poder carregar os meninos também.

A atendente logo pegava as esferas de Liepard e Kadabra, dizendo que cuidaria muito bem dos dois pokémons. Logo após ouvir a pergunta sobre os touros e antes de se retirar com os dos monstrinhos, a mulher entregou para Fleur um panfleto, sobre uma Fazenda Tauros.

- Eles não são selvagens, são treinados e vendidos na Fazenda.

A mulher dizia rapidamente antes de se retirar para os fundos da cabana. Fleur lia o panfleto com claro interesse. A imagem de dois touros empinando lado a lado e os dizeres "adquira logo o seu" mais abaixo. Cobrindo toda a parte inferior do panfleto, um pequeno mapa de New Nyender e suas poucas cabanas, além de uma seta indicando a localização da Fazenda. Por sinal esta não era muito longe e a Gladiadora chegaria no lugar em poucos minutos, caso os meninos colaborassem na caminhada.

Quilava, por sua vez, tentava manter os pequenos afastados das prateleiras, evitando produtos quebrados. O fogo, contudo, era somente um e os meninos eram três. O cansaço parecia tê-los abandonado e explorar as diversas caixas era mais importante. Um deles, inclusive, saía de uma das caixas com uma frigideira em mãos, empunhando-a como uma espada.

Vários minutos depois, a atendente retornava com os dois monstrinhos recuperados, perguntando se havia algo mais que pudesse fazer para ajudar Fleur, obviamente já mostrando diversas listas de produtos a venda, tanto seus quanto de outros estabelecimentos. A atendente do mercado espiando pela janela, possivelmente sondando o que seria comprado no lugar.

A rosada pegava o panfleto e o analisava, demonstrando interesse e curiosidade em relação a fazenda. Um local que vendia Tauros treinados, podia ser muito útil a carregar o peso extra. O pequeno mapa era memorizado pela Gladiadora, que ficava satisfeita com a localização. Poderia chegar lá em poucos minutos, se os meninos colaborassem claro.

Fleur se distraia com o panfleto, não reparando no Pokémon que tentava controlar os trigêmeos, falhando miseravelmente por causa da desvantagem numérica. Não via os garotos explorando as caixas e usando alguns artigos para brincar.

Quando a atendente voltou, Fleur guardava o panfleto e recolhia as esferas e agradecendo pelo tempo. As diversas listas de itens a venda eram tentadoras, ainda mais quando a rosada nunca teve que se preocupar com gastos, afinal, era só passar o cartão de crédito da família ou assinar o cheque, mas não podia fazer mais isso. O excesso de peso era outro fator a ser levado em consideração.

-Vou comprar alguns Tauros primeiro, para ajudar com o peso. Depois vou voltar e analisar com mais calma os itens.

Fleur respondia, agradecendo mais uma vez a mulher antes de chamar os trigêmeos e Quilava, começando a se dirigir para a fazenda e verificar melhor o que o local oferecia.

Após se despedir, prometendo voltar, Fleur rumou para o lado de fora do estabelecimento, passando por uma atendente do mercado que alegava ter produtos melhores e que, na volta, a rosada deveria conhecer seus itens. A gladiadora, no entanto, não parava para observar a outra, seguindo o caminho memorizado do panfleto e determinada a conhecer a Fazenda Tauros.

Os meninos começavam a protestar de cansaço e, de vez em quando, miravam Quilava, como se cogitassem usar o Pokémon de transporte. Sempre que isso ocorria, o fire acendia suas chamas, desestimulando o trio. Estes suspiravam desanimados, voltando a seguir caminhando.

Após passar por três campos de construção, Fleur ouviu um som que não poderia ser ignorado. Olhando para trás, a rosada viu um prédio, por sinal o que estava ao lado do PEVOAK, desabar, perdendo toda sua estrutura consideravelmente construída. A nuvem de poeira a impediu de ver melhor o que acontecia, porém uma sombra surgia, logo a rodeando e escalando.

Quilava logo acendia suas chamas, claramente indignado e mirando a cabeça de Fleur. Com dificuldades, a rosada conseguiu identificar o que parecia ser parte de um pokémon amarelo que, provavelmente, era elétrico, já que estava soltando faíscas e se divertindo enquanto seu cabelo subia. Quando um dos meninos viu o pokémon desconhecido, bateu palmas de forma audível e outro esticou uma pokébola para Fleur, pedindo para que esta pegasse o monstrinho para eles. O pokémon, contudo, ao ver os meninos, saltou da cabeça da mulher e passou a correr pelo corpo deles, brincando com os mesmos, até ser pego e abraçado por dois. O terceiro largava a pokébola na mão de Fleur e voltava para abraçar o ratinho.


- Eu vou matar aquele rato! - Uma voz estranha gritava ao longe e, somente neste momento, Fleur reparava no prego que o rato segurava na boca. Certamente o pokémon que seus meninos abraçavam e desejavam era o causador do desmoronamento da construção. Como ele fizera isso? Não tinha ideia... Quilava seguia rosnando e o cabelo da mulher seguia incrivelmente armado.

A rosada se retirava da pequena cabana, passando pela atendente do mercado que tentava vender algumas coisas. Tinha duvidas sobre os itens que eram vendidos no local, mas seu interesse era em objetos diversos para ajudar na exploração. No entanto, não pensava neste assunto no momento, seguindo o caminho memorizado.

As crianças voltavam a protestar, arrancando um suspiro desanimado da Gladiadora. Assim que obtivesse os touros, eles poderiam ir montando, então descansariam bem. Enquanto isso, Quilava teria que dar um jeito de não servir de montaria, embora estivesse tendo sucesso na tarefa.

O caminho seguia tranquilo, sem grandes acontecimentos, mas o som de um prédio desabando não podia ser ignorado. A nuvem de poeira crescia e impedia ver mais detalhes, mas logo era esquecida pela rosada, que ficou confusa quando sentiu alguma coisa a escalando.

Quilava parecia pronto para avançar, rosnando e suas brasas brilhando. Fleur só via pouca coisa de um ser amarelo, com certeza pequeno e provavelmente elétrico, visto que ele soltava faíscas e armava os fios rosados. Um dos meninos aplaudia, enquanto o outro esticava a Pokébola, deixando claro que o queria. O Pokémon desconhecido saia da cabeça da Gladiadora e começava a brincar com os trigêmeos.

Fleur sorriu com a imagem, enquanto arrumava o cabelo rapidamente com um pente de madeira. A voz ao longe, jurando vingança, fazia Delacour reparar no prego que o roedor carregava. Depois pensaria em como ele fizera isso, primeiro terminar de arrumar o cabelo e bater uma foto do roedor, aproveitando que ele estava parado e sendo abraçado.

-Meninos, preciso que soltem ele para poder capturá-lo. – A rosada dizia para as crianças, carregando um sorriso suave, antes de mirar o pequeno roedor. – Se importa se batalharmos? – A pergunta direcionada ao estranho Pokémon, ainda de nome desconhecido por ela, mas a batalha seria algo atrativo para testar do que o roedor era capaz.

Após a foto e ainda intrigada com o pokémon desconhecido, Fleur pedia para uma batalha com o rato, a fim de descobrir mais sobre o mesmo. Quilava já se adiantando e os meninos aparentemente esquecendo o cansaço e prontos para assistir ao duelo. No entanto, ao ser colocado no chão, o ratinho começou a correr em círculos, aparentemente esquecendo a pergunta da gladiadora.

Os meninos, notando que a batalha não aconteceria por livre e espontânea vontade, começaram a tentar tomar providências. Dois tentaram parar o rato, pulando em cima dele e errando o alvo. O terceiro estava atrás de Quilava, empurrando o fire para o suposto campo de batalha.

Fleur ficou um pouco perdida, sem saber para onde olhar primeiro, pelo menos até sentir sua mochila se mexendo e ver o rato sair do interior com sua carteira e seu dinheiro. Tinha muito pouco para se arriscar a perder o que possuía. Contudo a rosada também era lenta demais para pegar o hiperativo ratinho.

- Dede... - O rato gritava, revelando parte de seu nome e escalando mais um prédio em construção. Distraído, o rato começava a olhar a carteira, ficando entediado rapidamente. Logo depois, ele farejava mais um prego, começando a roer a cabeça e a mexer no mesmo, talvez querendo soltá-lo.

Enquanto Fleur pensava nos problemas que teria com um pokémon tão energético, os meninos reafirmavam o pedido, com a pokébola em mãos e apontando para o ratinho.

Os meninos largavam o Pokémon e Quilava se adiantava, dando um passo a frente, os ruivos se preparando para assistir ao combate. No entanto o ratinho parecia ter esquecido a pergunta. A batalha não aconteceria por livre e espontânea vontade. Os trigêmeos tentavam ajudar, Fleur ficava perdida e sem saber para aonde olhar.

A rosada buscava o roedor energético, quando sentiu algo se mexer em sua mochila, vendo o rato sair com sua carteira. A Gladiadora franzia de leve a fronte, não gostando daquilo, mas infelizmente, era lenta demais para conseguir agarrar o roedor.

Parte do nome do roedor era revelado, ao mesmo tempo em que ele escalava mais um prédio e fuçava no item roubado, antes de deixar a carteira de lado e roer outro prego. Os meninos refaziam o pedido, desejando o roedor. Fleur colocava uma das mãos sobre a cabeça de um deles, enquanto mirava o roedor distraído, liberando Kadabra da esfera.

-Psychic no Dede. Traga-o para cá junto com minha carteira.

O psíquico acenou de forma positiva, tentando atingir o golpe no estranho roedor que era indicado pela rosada.

Com Kadabra em campo, não havia muito o que o ratinho pudesse fazer para escapar. No entanto Fleur notava que ele não estava preocupado, a julgar pelo fato de ter se virado de costas e agora estava completamente concentrado no prego. Um dos ruivinhos segurava a mão de Fleur, claramente ansioso, e os outros dois pulavam no mesmo lugar, igualmente ansiosos.

Kadabra ergueu sua colher e, quando viu o pokémon lhe virando as costas, franziu as sobrancelhas. logo os olhos brilharam em azul, assim como o corpo do ratinho que começava a protestar tentando se agarrar ao prego. O nome Dedenne era gritado, enquanto a energia se esvaia. Com cuidado, o psíquico colocou o elétrico nocauteado e a carteira no chão.

Os meninos começaram pular ainda mais animados e Fleur imaginava o nível do pokémon, a julgar pela facilidade com a qual fora nocauteado. Novamente refletia sobre os problemas que teria com aquele pequeno ao seu lado e os sons dos trabalhadores o procurando lhe alertavam para ser rápida. Os meninos a miravam, o olhar brilhando em expectativa. Eles queriam aquele pokémon, para sua tristeza...

Kadabra recebeu 42 de Exp.

Embora Kadabra estivesse em campo, Fleur notava que o Pokémon não parecia preocupado. Estava de costas e parecendo ignorar por completo o pequeno grupo, mais preocupado com o prego do que com o Kadabra. Os trigêmeos, no entanto, permaneciam ansiosos.

Psychic surgia e erguia o roedor, que gritava seu nome em protesto. A energia dele acabava rapidamente e o Pokémon nocauteado era depositado no chão, junto com o dinheiro da rosada. A rosada imagina o nível daquele pequeno Pokémon, afinal foi preciso apenas um único ataque. O som dos trabalhadores a alertando, enquanto os meninos a observavam ansiosos. Realmente desejavam aquele Pokémon.

Fleur sorriu para os trigêmeos, erguendo a esfera que haviam alcançado para ela e encostando-a em Dedenne, tentando capturá-lo. Kadabra pegava a carteira, verificando se todo o dinheiro estava ali, antes de guardar na mochila de sua senhora.

Com o rato ainda desconhecido capturado, Fleur retomou a caminhada para a fazenda Tauros. Kadabra guardava no interior da mochila o dinheiro recuperado, após verificar que nada estava faltando. Os meninos seguiam mais a frente, felizes demais com a captura, os meninos abraçavam a Pokébolam seguindo mais a frente, esquecendo-se por completo do cansaço. Do lugar de onde partiam, os cidadãos começavam a procurar pelo rato, possivelmente querendo fazer o pokémon pagar pelos estragos, sem, no entanto, encontrá-lo.

Com Kadabra e Quilava a seu lado e os meninos mais a frente, Fleur logo se deparava com a Fazenda Tauros. Diversos dos pokémons normas pastavam por trás da cerca, todos muito calmos e tranquilos. Contudo, mais ao fundo, alguns se desafiavam, claramente medindo suas forças.

- Hey! Estou aqui! - Um homem acenava de meio de um agrupamento de Tauros, claramente tendo dificuldades para sair do meio dos pokémons, porém conseguindo após um tempo. - Então, interessada em um Tauros? - O homem perguntava, ainda arfando um pouco após os esforços para se aproximar o mais rapidamente possível.

O roedor havia sido capturado com sucesso, permitindo ao grupo seguir sua caminhada de forma sossegada até a Fazenda Tauros. A alegria dos trigêmeos fazia com que o esboço de um sorriso surgisse na face da rosada, estando também aliviada por eles terem esquecido o cansaço. Ignorava as pessoas que procuravam pelo roedor, deixando-as para trás.

Os orbes róseos observavam a fazenda com curiosidade, analisando os diversos touros que pastavam e mediam forças. Sua atenção se voltava para um homem, que saia do meio de um grupo de Tauros, arfando após se apressar para se aproximar.

-Dois Tauros mansos para montaria e auxiliar a carregar peso. Se tiver algum item que auxilie, vou querer também.

A garota respondia, vendo os trigêmeos encarando os touros e imaginando que seria bom um desses Pokémon para eles. A possibilidade de caminharem muito era incrivelmente alta e eles se cansariam rapidamente.

Considerando os monstros e a possibilidade de andarem muito, Fleur pedia por dois Tauros ao invés de um, assim os meninos poderiam ser carregados com tranquilidade. O homem logo acenava com a cabeça, abrindo o portão para que a Gladiadora entrasse enquanto fazia gestos para um assistente.

- Separe dois dos mais calmos. Temos crianças envolvidas. - Ele gritava para o atendente que rapidamente pegava duas rédeas e começava a circular entre os pokémons, em busca dos adequados. - A senhora, por favor, me acompanhe.

Fleur achava estranho o tratamento, porém seguia o dono da fazenda até uma pequena casa que parecia ser a loja propriamente dita. No interior, viu diversas celas, rédeas e bolsas. Uma mesa com uma cadeira de um lado e duas do outro dominavam uma das paredes. O homem indicava as duas cadeiras para a gladiadora e logo sentava-se do outro lado.

- Este é nosso guia de preços. Temos carroças, bolsas, selas, rédeas... Tudo o que você pode precisar. Nossos pokémons são treinados para aceitar tanto puxar a carroça quanto serem montados. Porém não recomendo que monte direto no pelo, uma sela pelo menos é necessário, por questões de segurança.

Sentada, Fleur escutava o homem e folheava o guia. Selas e rédeas coloridas, bolsas para serem fixadas na sela e diversos modelos de carroça. Os preços ao lado de cada item, desmotivando um pouco a garota e a fazendo se lembrar da carteira não muito cheia. No entanto seriam itens necessários para a viagem. Do lado de fora, o atendente chamava, indicando já ter separado os Pokémons. Fleur, sem se erguer, mirou os dois touros alinhados e pastando, ambos com o olhar calmo enquanto os meninos corriam entre suas patas e, inclusive, puxavam suas caudas.

- Esses dois merecem prêmio por paciência. São os dois mais calmos que posso lhe oferecer. Pode ter certeza que eles não apresentaram ameaça para seus filhos. - O atendente informava confiante.

Após informar o que queria, Fleur passava pelo portão e seguia o homem após este falar com um atendente, solicitando dois touros mansos e alertando que haviam crianças. O tratamento era estranho para a rosada, mas ela não se pronunciou, apenas acompanhou o homem até uma casa, que servia como a loja propriamente dita.

Os orbes róseos miraram o interior com curiosidade, observando as celas e rédeas, além das bolsas. A Gladiadora ocupava um dos lugares indicados, escutando tudo o que o homem dizia e analisando os itens e seus preços. Por mais que os objetos pudessem ser úteis, sairia muito caro. A carteira não estava muito cheia.

Calculava o preço dos dois touros, mais a carroça, duas celas, duas rédeas e quatro bolsas. Muito caro... Por um momento, pensou em deixar tais itens de lado, mas a visão que teve conseguiu fazê-la sorrir. Os dois Tauros tinham um olhar calmo, não reagindo mesmo com os trigêmeos correndo entre suas patas e brincando com suas caudas.

-Muito obrigada. Vou querer uma carroça com cobertura, duas celas, duas rédeas e quatro bolsas.

Fleur nem ao menos se preocupou em corrigir o homem e informar que não era mãe, apenas solicitava os itens e começava a contar o dinheiro.

Imagem da carroça

Por um momento Fleur pensou em não realizar a compra, mas ver os pokémons tão serenos apesar dos meninos brincando sob si cativou a Gladiadiora e, ciente de que boa parte de seu dinheiro seria consumido, a rosada solicitou mais itens. O vendedor sorriu e logo passou a providenciar os itens. Sem nem ao menos perguntar, começou a atrelar os dois touros na carroça, de forma alinhada, bem como colocar as rédeas nos dois pokémons. Fleur observava agradecida.

Após preparar os dois Tauros e colocar as selas, as rédeas e as bolsas no interior da carroça, o atendente aproximou-se da Gladiadora com as duas pokébolas, informando o preço de 3,200Pk$
Fleur contou seu dinheiro e entregou ao vendedor, contando as poucas notas que sobraram na carteira. Quilava já farejava o focinho de um dos Tauros, mais precisamente o que tinha do joelho para baixo da pata esquerda traseira em marrom escuro, do mesmo tom da pelagem sobre o pescoço.

Kadabra vigiava os meninos que, por sinal, já estavam na carroça. Um deles saindo de dentro e escalando a armação até ficar em cima do touro, pulando sobre o mesmo e tentando fazê-lo andar. O pokémon, no entanto, manteve-se quieto. Sua rédeas ainda nas mãos do auxiliar do atendente.

Quando Fleur se aproximou, o atendente lhe entregou as rédeas, lhe desejando boa sorte e cumprimentando pela aquisição. As portas da Fazenda eram abertas e a Gladiadora poderia voltar para as ruas, dessa vez andando ao lado dos Tauros ou sobre a carroça conduzindo-os pelas estradas.

-3,200Pk$

+2 Tauros
+1 Carroça coberta
+2 rédeas
+2 selas
+4 bolsas Tauros

ficha sendo atualizada

Fleur assistia o homem atrelar os touros na carroça, colocando as rédeas e selas nos mesmos, ficando agradecida pelo ato. Não saberia como colocar os itens nos Tauros. Pegava as duas esferas e entregava a quantia que devia, contando as poucas notas restantes, esperando conseguir mais naquela região.

Quilava farejava um dos Tauros, enquanto Kadabra vigiava os trigêmeos que já exploravam a carroça, um deles inclusive tentando fazer um dos Pokémon normais andar. Quando não obteve sucesso, continuou sentado em cima do touro.

Fleur pegava as rédeas, agradecendo novamente a dupla, antes de se retirar e caminhar ao lado dos Tauros. Um dos meninos ainda dentro da carroça, os outros dois em cima de cada touro. Liepard saia da Pokébola, pegando a mochila da rosada e entrando na carroça também, aproveitando a folga, embora Quilava não parecesse aprovar muito.

A rosada pegava a Pokébola do Tauros que não tinha a mancha na pata para o menino que estava mais próximo dela. Agora voltariam para o PEVOAK, curariam o roedor e Fleur listaria os itens que precisaria. Algo lhe dizia que precisaria de muito mais dinheiro do que realmente tinha...

O menino pegou a esfera e ergueu para os outros dois. Os três logo comemoravam juntos, dentro da cabana e, logo depois, subiram todos ao mesmo tempo no touro que agora lhes pertencia. O pokémon, no entanto, seguia acompanhando o ritmo de Fleur, sem se alterar com os três que lhe escalavam.

Liepard, dentro da carroça, aproveitava a folga para roer a mochila descansado. Kadabra ficava sentado no lugar que pertenceria à Gladiadora. Quilava optava por andar ao lado de sua dona. Após tanto tempo em alto mar, o fire gostava de sentir a terra sob suas patas. A rosada sentia o couro das rédeas sob seus dedos e achava fantástico o treinamento dos pokémons que, sem um puxão ou um comando, começaram a andar e a segui-la no exato momento em que ela passou a se mexer.

Do lado de fora, os passos eram calmos em direção mais uma vez ao PEVOAK. O som das rodas e dos cascos sobre a terra trazia certa felicidade. A morena observava constantemente aos dois pokémons, acreditando ter sido uma boa compra. Os meninos não reclamavam e, se conseguisse dinheiro, teria como levar todos os suprimentos necessários.

- Hey, você! - Um adolescente chamava a atenção da rosada. Ele estava claramente empoeirado e claramente irritado. - Eu a vi pegando o Dedenne mais cedo! Me passa ele! Esse rato precisa aprender a se comportar! Ele arruinou três meses do meu trabalho, destruindo tudo o que construí com meu pai! - O menino seguia protestando, deixando pistas que levavam Fleur a acreditar que ele se referia ao prédio que desabou há pouco tempo.

Os meninos comemoravam o seu novo Pokémon, montando no touro que agora era deles. Ambos os Tauros acompanhavam o ritmo da rosada, mesmo com um deles servindo de montaria para os trigêmeos. Liepard roia a mochila, aproveitando que não precisaria andar, enquanto Kadabra ocupava o lugar que pertenceria à Gladiadora, vigiando os meninos. A rosada e o Fire andavam, o segundo aproveitando a terra firme, enquanto a mulher se admirava com o treinamento dos dois novos Pokémon.

O som da carroça e dos cascos trazia a sensação de felicidade e leveza. Com certeza havia sido uma boa compra, só teria que conseguir algum dinheiro para conseguir os outros itens que estavam a venda. Talvez fosse bom analisar as tabelas e fazer uma lista de tudo que iria precisar...

Os pensamentos eram interrompidos por um adolescente empoeirado e irritado, exigindo o Dedenne capturado. A rosada apenas arqueou uma sobrancelha, erguendo apenas o dedo indicador.

-Capturei o Dedenne de forma limpa, visto que ele não possuía treinador, então não vou tirar ele dos meus meninos. – Agora erguia mais um dedo, formando um V. – Você aparentemente não possui a autoridade para fazer exigências. – Mais um dedo era erguido. – O que me pede acarretará em perda de tempo para mim e nenhuma recompensa significativa, além de deixar meus meninos tristes, o que não quero que ocorra. – Mais um dedo, já sendo quatro erguidos. – Se tem tanto trabalho atrasado, não seria melhor voltar à ele e tentar adiantar, invés de atrasar ainda mais perseguindo um Pokémon? – Fleur abaixava sua mão, fazendo uma pequena reverencia. – Tenha uma boa tarde.

Após sua ultima frase, voltou a caminhar puxando os touros. Não precisava perder tempo com um rapaz que não tinha nada para oferecer.

O adolescente claramente se irritava por ter sua exigência simplesmente negada e, ainda por cima, ridicularizada. Enfurecido, ele começava a gaguejar, tentando formular uma resposta para os quatro pontos apresentados por Fleur, sem sucesso no entanto. A rosada havia sido lógica e racional demais e alguém movido por fúria não conseguiria contra argumentar.

Sem perder tempo, a Gladiadora seguiu andando, guiando os Tauros. Sempre se impressionava com a facilidade que era conduzi-los, já que a fama da espécie era de selvageria. Realmente a fazenda os criava muito bem. Pensando em passar no PEVOAK para listar os itens que necessitava e fazer as contas de quanto dinheiro precisaria, Delacour foi obrigada a parar quando um Tropius e um Kangaskhan se materializaram a sua frente.

- Você não entendeu! Eu quero esse Dedenne e quero agora! Então ou me entrega ele ou vou tomar a força! Fui claro agora? - O adolescente ameaçava, acreditando ter mais poder de fogo do que a mulher a sua frente. Quilava já acendia suas chamas, preparando-se para o combate que certamente se iniciaria, mas aguardando a ordem de sua dona.

A rosada ignorava o rapaz que agora gaguejava, não dando qualquer tipo de importância para ele. A seu ver, ele não possuía nenhuma de qualquer forma. Fleur apenas continuou caminhando, maravilhada com o treinamento que estes receberam, afinal, eles eram conhecidos por sua selvageria. O dono da fazenda fizera um excelente trabalho.

Infelizmente, a Gladiadora não conseguiu retomar sua caminhada, olhando para a dupla de Pokémon que surgia diante de seus olhos. Sua mente buscando informações sobre os dois monstrinhos de bolso, que devem ter sido capturados no Holy Garden. Os orbes róseos voltaram a se focar no rapaz, que não usava de argumentos lógicos e movia-se apenas por desejo.

-Seu argumento é ilógico e infundado. Usar mero desejo de vingança como motivo para roubar um Pokémon é inviável, além de acarretar em possível prisão já que estamos cercados de cadetes. Repito meus quatro argumentos anteriores: Luta justa e captura válida. Falta de autoridade em fazer exigências. Nenhuma recompensa significativa para o tempo que perderei com você. Você está atrasando ainda mais seu trabalho perdendo tempo comigo. Agora acrescento o quinto argumento: se sua Kangaskhan estiver com filhote, é covardia forçá-la a batalhar, a julgar pela natureza protetora desta espécie que prefere dormir sentada a arriscar ferir seu bebê. Poderia retornar seus Pokémon? Ainda tenho um sexto argumento, se os outros não forem o suficiente, mas este é mais de meu interesse e não possui bases tão lógicas, apenas meu desejo pessoal.

Novamente Fleur argumentava, aguardando a resposta para sua pergunta e imaginando se seus argumentos seriam fáceis de compreender. Esperava que a capacidade de raciocinar de alguém daquela idade fosse, no mínimo, razoável. Talvez estivesse esperando demais dele...

- Todavia, se estiver com dificuldades de dar argumentos válidos e ainda exigir uma batalha, só reforço meu argumento de que é apenas perda de tempo para mim, bem como a falta recompensas em troca.