Vs. Kuwabara Desert

Ridícula. Só isso.

A coitada tinha a boca língua maior que os dentes. Falou demais e não conseguiu prever nem mesmo uma estratégia simples de enganar com o primeiro golpe para surpreender no segundo. Não precisei responder as provocações que fizeram a derrota da rival. Simplesmente eu era melhor.

- Não vou perder meu tempo com gentalha. - finalizei.

Afinal, quantos mais tempo eu gastava com a rainha de nadinha significa menos lixo pros humanos e menos lixo queria dizer menos sorvete pro reino de Gunter e isso era inadimicivel! Dando mais um chuta na coisinha só de raiva, seguia meu caminho com o peito estufado e assoviando minha música.

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Eu sou Gunter, rei do sorvete e conquistador de desertos! Mané Patracia u.u

Deixando de lado a roedora, minha aventura pelo deserto devia ser repleta de emoção e desafios, mas acima de tudo, cheio de riquezas que me garantiriam a melhor das recompensas. Até então só encontrei uma medalha e algo mais a frente. Correndo até ela, via que não era tão especial quanto os outros que encontrei ao lado de Nico.

- Pedra, você não serve. - dizia ignorando o rochedo.

Eu falei mesmo com algo inanimado? Bem, de qualquer forma, minha tarefa ainda não fora cumprida. Tentando manter o foco, virava o quadrante e continuava a caminhar no desconhecido que já queria se esconder nas sombras da noite.

A noite chegou de mansinho e trouxe o sono consigo. Não pude pensar em muito mais que comer e arrumar meu canto para descansar. Pensei em Gunter e houve um momento de vislumbre onde imaginei tê-lo visto. Erro meu não ir conferir? De qualquer forma, o perigo não era ele estar só. Quem devia temer ser esquecido e abandonado era eu.

E assim caía em sonho, contanto ondas e imergindo no mar.


O breu era algo totalmente normal como a claridade. A diferença entre os dois era que poucos aproveitavam para explorar ao máximo o tempo do primeiro. Reclamar de frio era para os fracos. Se calor eu suportei, não seriam brisas geladas que me fariam desistir da caçada.

Bocejei e olhei para trás tentando me guiar pela luz da fogueira que parecia mais fraca. No instante em que olhava para ela, sua luz diminuiu rápido até que não existia mais. Suspirei, jogando o corpo junto com a medalha e o cálice recém encontrado para frente, dizendo:

- O garoto já deve ter ido dormir...

Eu também estava me arrastando me sono só que não me permitiria o luxo. Ainda não!

A odisseia continuava pelo frio escuro e desértico. Mantinha-me atento à possíveis objetos úteis ou a ameaças que poderiam ser obstáculos no meu caminho. Com sorte, encontrava algo bem útil, para mim e para o garoto. Olhei para a vareta que usava e para a arma em minhas mãos. Com certeza seria bem mais efetiva numa briga.

- Sinto muito amigo, mas você foi substituído.

Com menos tralha e mais lixo, avançava na exploração, desta vez tentando voltar para o acampamento de Nicolas.

Quando dizerem que o deserto era traiçoeiro, acreditem!

Estava eu, um bravo conquistador a procura de lixos preciosos para meu humano, quando de repente sou encarado pela mais bela visão de minha vida! Um taça suadinha com cerca de QUINZE bolas de sorvete!!! E mais, uma linda Piplup estava ao lado, quase se jogando no meu colo. Não tive reação diferente se não me apaixonar.


Fui correndo o mais rápido que pude me jogar nos braços daquela delícia gelada. E da Piplup também. Imaginei nosso futuro não tão distante. Seria lindo! Teríamos filhos e todos seriam bravos guerreiros e lutariam pela honra da família. Claro, primeiro eu teria que matar o humano para ganhar minha liberdade, mas um sacrifício por outro.

Chegando na minha nova vida, ao abraça-la sentia-me vivo.


Era como se eu estivesse cheio de... areia?

- POR QUÊ?! - gritava para o deserto maldito.

Meio de bicho, meio bolado, voltava para o acampamento do humano olhando para baixo, pensando ter sido uma péssima aventura pelo deserto. Estava com as nadadeira cruzadas debaixo dos braços, tentando disfarçar o choro.

Piplups não choram! - me repreendia, não prestando atenção no caminho enquanto isso, esbarrando assim em algo grande.

Ao ver, tirava algo enorme da areia. Era uma jarra do meu tamanho e estava cheia de pedras brilhantes. Ao menos ganharia meu sorvete. Arrastando aquilo, continuei meu caminho.

Ao chegar, colocava as minhas descobertas num lugar longe das dele e deitava-me ao lado dele e bocejava, fechando os olhos pensando: Espero que você cumpra com a sua promessa.


Então acordava de um belo sono onde era o melhor nadador do mundo e não havia ninguém próximo de mim com habilidades parecidas. Por sorte, o sonho viraria realidade, um dia.

Ao olhar para o lado, Gunter tinha bolsas debaixo dos olhos. Que horas ele chegou que não vi? Foi então que descobria a quantidade de coisas legais que ele tinha conseguido. Sozinho! O que motivação não fazia? O bichinho até desistiu do sono por sorvete!

Ri e o retornei para a esfera, dando-lhe mais tempo para descansar e guardava suas coisas na bolsa junto com os outros itens.

Bebendo água e jogando os restos mortais do jantar fora, desmontava a barraca e seguia rumo ao final do deserto, onde terminaria o evento. Me guiando pelo mapa, não devia estar tão longe.

Certo de que estava na direção correta, me dirigia ao destino final prestando atenção nos perigos, mas também nas joias que ali deviam estar pedindo para serem encontradas.

Algo em mim dizia que estava faltando alguma coisa naquela aventura toda. Mas, o que poderia ser?

Ignorava aquilo que já estava acostumado a confundir com peças fossilizadas. Era notório o lugar com amplas pedras. Simplesmente me pus a correr e tentava alcançar os outros antes do prazo final, mas sem relógio ficava difícil de saber o horário.

Já sem mantimentos, apenas um resto da comida enlatada, eu não conseguiria passar uma noite a mais ali.