3 - O festival...

Após pagar pelos itens, Ulisses guia o grupo para as barracas dos Move Tutores. A caminhada não demorou muito, pois as barracas ficavam próximas do mercado. Passando de barraca em barraca, o musculoso ensinou golpes novos para Glameow e Murkrow. As fêmeas ficaram felizes e se sentiram valorizadas. Estavam ansiosas para lacrar no Tiro ao Alvo Pokémon.

Por um momento, Perriraz lembrou que Drifloon não se beneficiara em nada com o festival. O homem decide oferecer um golpe novo para o pokémon balão. Apesar de Sao discordar, Drifloon aceitava a gentileza. Ele não desperdiçaria uma oportunidade de ficar mais forte para proteger o garoto. Ulisses se dirigia para a barraca do Move Tutor de Pugil e pagava para que Drifloon aprendesse um novo golpe.

Ulisses voltava para a barraca do Tiro ao Alvo Pokémon e perguntava sobre a participação das duas fêmeas. O atendente ouvia intrigado sobre os golpes que seriam usados, mas assentia com a cabeça dizendo que o stylist poderia tentar. Mudkip era o primeiro a jogar e começava a lançar as bolas de lama. Os resultados não foram os dos melhores, mas o pequeno aquático apenas se importava com a diversão.

Ulisses gostava de ver que o clima de diversão tocava a todos. Mesmo Sao estando sério, o homem percebia que o garoto estava conhecendo coisas novas. Murkrow e Glameow se posicionavam para brincar. As duas faziam pose e indicavam que iriam ser as melhores daquele lugar. As fêmeas se saíam bem e ficavam satisfeitas com os resultados.

Ulisses parabenizava as fêmeas, mas as mesmas já sabiam do resultado. Mudkip fazia uma expressão estranha e Perriraz deduzia que o aquático fazia birra para poder brincar novamente. O inicial sorriu e pulou animado para a bancada. O stylist também falava para Drifloon participar. Sao ficou um pouco envergonhado, mas Ulisses fazia sinal para que o garoto se sentisse confortável. O pokémon balão levitou até o balcão, ficou lado a lado com Mudkip e parecia muito animado com a brincadeira.

Drifloon usava Air Cutter para acertar os alvos. Devido ser a primeira vez que estava jogando aquele jogo, ou talvez a primeira vez que jogasse algum jogo, o fantasma teve um resultado bem mediano. Mudkip usava sua lama novamente e atingia resultados quase similares ao de Drifloon. Os dois pokémons comemoraram os resultados. Drifloon voou para Sao e sorriu para o garoto enquanto Mudkip começou a brilhar com uma luz azulada. O pokémon aquático aumentava de tamanho e mudava de forma. Um Marshtomp sorridente aparecia diante do grupo. Glameow e Murkrow ficavam indignadas por Mudkip ter evoluído primeiro do que elas.

O grupo comemorava a evolução e voltava para o albergue. Todos estavam cansados. O dia seguinte seria o encerramento do festival.

Off: Já fui em todo canto que eu queria ^^. Devo mudar sim, mas com o tempo eu penso nas modificações.

 Era interessante ver a felicidade de Drifloon na brincadeira, mas pelo seu número de acerto, Ulisses concluiu o que era óbvio: o fantasma não brincava muito, mas a diversão era o que valia e isso a expressão do balão mostrava que estava acertando dez de dez pinos.

Ulisses levava Marshtomp nos braços. O novo peso do pokémon não permitiria que ele ficasse mais na cabeça do stylist. Sao bocejava e carregava as pelúcias. Em pouco tempo o grupo estava no albergue. O garoto se jogou na cama e dormiu. Cada pokémon procurou um lugar no quarto e se acomodou. Perriraz foi para a cama e dormiu profundamente.

Tudo estava escuro. Sao estava parado no meio do quarto chorando. Era estranho ver o garoto demonstrar sentimentos. Repentinamente várias sombras em formato de mãos surgiam e agarravam o garoto. Sao gritava por Ulisses, mas só agora o stylist percebeu que estava preso em uma cadeira. Sao desaparecia e Perriraz ficava sozinho. Uma mão feminina deslizava pelo ombro do homem e Marie se revelava frente a frente com ele. Os olhos dela estavam vermelhos e ela somente ria. A giratinista abria a boca e de dentro saía uma Ekans que pulava em direção a Ulisses.

O stylist acordava suado e assustado. Ele olhava rapidamente para baixo e via o garoto dormindo tranquilamente abraçado a Drifloon e a uma pelúcia. Foi só um pesadelo. O homem se levantou e foi para o banho. Este era o último dia do festival e ainda havia um evento para participarem. Assim que o stylist saiu do banheiro, Sao, que já estava acordado, se dirigia para lá com uma toalha em mãos.

Com todos prontos, eles desceram e tomaram o café oferecido para o albergue. Era um café simples: café com leite, pão com queijo e presunto. Todos ficaram satisfeitos. Mais uma vez o grupo estava de volta às ruas e Ulisses seguiu um grupo de pessoas que iam para o Templo das Memórias.

Assim que chegaram, uma jovem passou pela dupla e entregou duas lanternas flutuantes ainda apagadas. Dentro de cada lanterna, eles poderiam fixar seus desejos para que Arceus o trouxesse junto com o sol. Logo depois, era só colocar fogo com um fósforo no anel central da lanterna e deixá-la flutuar em direção às estrelas. Ulisses ficou curioso sobre que desejo Sao faria.

Ulisses estava se sentindo com muita sorte: conseguiu participar do festival de Erobring e havia ganhado uma boa quantia em dinheiro. A cerimônia de encerramento estava muito bela. O stylist conversava com Sao sobre o que ele desejaria. Paz... era interessante ouvir isso do garoto. Era difícil imaginar como era o interior da criança, já que ele repreendia todo o tipo de sentimento. Talvez houvesse uma guerra interna. Os dois soltavam as lanternas e admiravam o caminho delas para o Arceus. O céu estava iluminado e colorido pelas lanternas.

Ulisses admirava as lanternas se perderem no céu. O clima era tão mágico, que conseguiu arrancar um leve sorriso de Sao. Se Perriraz queria ajudar o garoto a demonstrar seus sentimentos, ele estava no caminho certo. A única coisa que não se encaixava no cenário era um estranho homem que ocasionalmente observava Ulisses e Sao. O stylist procurou não se preocupar muito com o homem, talvez ele fosse somente um curioso. Mas o fato dele se parecer com Sao era estranho.

O garoto insistiu para que eles ficassem até o fim da cerimônia. A última lanterna desaparecia no céu e o templo estava quase vazio. O musculoso percebeu que o homem estranho já havia ido embora. Os dois deixaram o templo e seguiram pelas ruas. A noite já havia dominado o céu. Sao caminhava abraçado com as pelúcias, enquanto Ulisses pensava para onde iria agora.

Quando estavam quase chegando ao albergue, Ulisses percebeu que o homem estranho vinha na direção deles. Apesar de ser muita coincidência, o homem não olhava para os dois, mas apenas seguia em frente. Entretanto, ao passar por Ulisses e Sao, o homem parou.

─ A noite é escura e cheia de terrores.

Ulisses se virou para ver do que se tratava, mas o homem já seguia seu caminho. Aquilo havia sido estranho, mas poderia ter sido engano. Sao não se importou com o que aconteceu e apenas seguia caminhando.

Ulisses estava preparado para um combate corpo-a-corpo, mas apenas recebia uma frase enigmática. Era difícil saber o que era pior: ter uma briga e resolver logo aquilo ou ouvir algo misterioso e aparentemente sem sentido. Isso deixava o stylist nervoso, mas ele não demonstraria isso para Sao.

Finalmente o grupo chegava no albergue e Sao se dirigia para o banho. Ulisses aproveitou o momento para passar instruções para seus pokémons. Todos sabiam o que fazer para garantir a proteção do lugar. Sao saía do banho e percebia o comportamento estranho de todos. O garoto assentia com a cabeça ao ouvir a explicação de Ulisses e se deitava na cama debaixo abraçado à pelúcia. O stylist observava o pequeno adormecido. O sorriso no rosto do musculoso era quase parecido com o de Marshtomp. Sao se assemelhava a um anjo dormindo. Ninguém diria que ele não fosse como as outras crianças. Durante sua vigília, Ulisses podia jurar que viu o garoto sorrir enquanto dormia.

A noite passou rápido e a luz do Sol já invadia o quarto através da janela. O sono começava a pesar os olhos de Ulisses. Ele precisaria pensar no que faria dali para frente.

Depois de ter feito uma vigília para garantir a segurança de Sao, Ulisses terminava por cair no sono. Mas ele só se permitiu dormir ao ver que todos os pokémons se mantinham em alerta, principalmente Drifloon. Sao ainda permanecia abraçado à pelúcia e dormia como um anjo.

Talvez por bondade de Arceus, o stylist conseguiu descansar se nenhum pesadelo com Marie & Cia. O homem abriu os olhos e fitou o teto por um tempo. Checou o horário no celular e percebeu que já era hora do almoço. Ele imediatamente olhou para a cama de baixo, mas Sao, Drifloon e Caterpie não se encontravam lá. O homem procurou no banheiro, mas o garoto não estava por ali. Ele fez um olhar interrogativo para seus pokémons, mas os coitados haviam caído no sono após a noite em claro. Um prato coberto com um guardanapo e um bilhete chamaram a atenção do musculoso.

Ulisses não podia acreditar que Sao havia saído sozinho. Poderia ser perigoso uma criança de 9 anos andando sozinha nas ruas de Erobring. Mas talvez ele não devesse se preocupar tanto já que Drifloon estava com ele.

O terror dominava o corpo de Ulisses ao ver que Sao não se encontrava no quarto. Engolindo os pães apressadamente e retornando seus pokémons com uma expressão descontente, o stylist rumou para a recepção somente usando um samba canção.

As pessoas olhavam para o homem musculoso munido somente com sua roupa de baixo. Os homens viravam o rosto, algumas mulheres se impressionavam com o corpo do stylist enquanto algumas funcionárias se assustavam com um homem seminu no corredor e deixavam cair bandejas e equipamentos de limpeza. Ulisses não se preocupava com esses detalhes. Ele estava preocupado com a segurança do garoto.

Perriraz chegou à área da recepção e se sentiu um pouco mais aliviado com o que viu. Sao estava parado diante da recepção conversando com o atendente. A mão direita do garoto estava dada à Drifloon e a esquerda segurava uma sacola com duas quentinhas de almoço. O atendente parecia bem concentrado na conversa.

Sao e o atendente perceberam a grande estátua grega que se aproximava deles e olharam confusos para Ulisses.

─ Você está com calor? ─ a pergunta do garoto era inocente. Ele não percebia que havia deixado o stylist preocupado com sua breve saída.

Apesar de estar muito preocupado em encontrar Sao, Ulisses gostava da atenção e dos olhares que recebia. Ao ver o garoto conversando com o atendente, o stylist sentia irritação e alívio ao mesmo tempo. Mas ao ouvir a pergunta do garoto, o musculoso não conseguiu conter uma boa gargalhada.

Perriraz se abaixava e explicava a preocupação que ele estava tendo. Sao afirmava com a cabeça em sinal de que entendia e mostrava a sacola com a comida. Sao era erguido por Ulisses (ele já estava se acostumando a ser carregado como um Ferra) e era conduzido de volta ao quarto.

Ao chegarem no quarto, o garoto era abaixado e abria as quentinhas. Sao havia escolhido salada (alface e couve), alguns legumes (beterraba e cenoura), arroz e filé de peixe grelhado. O garoto sabia que Ulisses se preocupava com a alimentação.