#002 - Welcome to the Jungle

Off:

Dria após pensar um pouco na situação atual e observar o ambiente ao redor, demonstrava-se preparada, e desta forma perguntava a Hook sobre isto - se ele estava preparado - o gladiador afirmou com certo ânimo. Enfim, saíram das grandes paredes brancas próximas, em direção ao destino que lhes aguardava, a missão.

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Enfim, ambos estavam em frente a um pequeno bosque, que ia se interligando ao Monte Craig, conforme um pouco de grama ia tomando a paisagem até a caverna. Contudo, a uma parte mais ao lado, era visível um pequeno bosque, já do outro, pequeninas casas que não demonstravam muito interesse.

Uma garotinha do outro lado era puxada brutalmente pela mãe, parecendo querer fugir. Um Vibrava estava ao lado, vibrando suas asas em uma tentativa de chamar a garotinha logo, contudo, ela parecia não gostar de se retirar dali. Era um tanto estranho, se o pedido que tivesse sido feito na missão não tivesse completamente tudo haver. Pelo fato das crianças estarem sumindo, a mulher provavelmente estava fugindo daquela cidade, procurando uma forma de ficar com sua filha.

Mas a garotinha não parecia querer ir, lutando para ficar, enquanto os olhos grandes sempre se mantinham tensos e parados, ao olhar para Dria e Hook, mandou um sorriso alternativo, enquanto cantarolou alto o suficiente para eles ouvirem:


Como se eles fossem as crianças, um sorriso sádico cresceu no rosto da criança, antes dela bater sobre o braço da mãe e correr para dentro de casa, fechando a porta e, pela janela, observar Hook e Dria, os olhos grandes e ardentes olhando-os, a espreita. Enquanto a boca parecia continuar a cantarolar, apesar de inaudível.

Off:

Hook demonstrava-se totalmente estático. Era uma situação desconfortável suficiente para que ele nem ligasse pros detalhes da missão e só olhasse o nada.

Apenas esperando por Dria, enquanto olhava para o horizonte, sem saber ao certo o que fazer. O que era um fator também incômodo para Dria, por mais que ele não percebesse efetivamente.

Dria demonstrava saber já um pouco do caso, sobre os alertas dos que viviam lá - os adultos - que sempre diziam à eles para não ficarem sozinhos a noite.

Dria tomou inicio, indo contra a mulher e perguntando o que havia acontecido. Está, em prantos, dizia coisas sem sentidos e com a chegada da Cadete, alarmou:

- Eu não sei... E quem é você?! - ela perguntou. Pelo fato de Dria não usar das vestes de Cadete, não estavam deixando a prova que se tratava de uma importante missão para a garota, ou para Hook, mas no segundo caso ele não estava mais se importando tanto.

Off:

Dria mostrava a tatuagem no braço que comprovava o que era. Os detalhes eram únicos e por mais que fossem tentados por bandidos, nunca dariam certo, já que era sim uma coisa quase que impossível de ser feita sem ser pelos Cadetes.

Hook seguia-a fielmente, como um parceiro Cadete e estivessem em um nível mais alto. A mulher engoliu as lágrimas, enquanto dizia:

- M-Me desculpe... Ela vem agindo assim à um tempo... Mas piorou, quando ela sumiu de casa e apareceu de novo, ficou um dia fora. Ela tentou atacar à todos, com duas facas. Mas ela não fala nada, apenas canta aquela música... Estranha. - A mulher respondeu, enquanto limpava as lágrimas que ainda insistiram em rolar. - Aproposito, meu nome é Thalia e o nome de minha filha é Mary... Desculpem, podem entrar. Só espero que nada de ruim aconteça... Estão querendo tirá-la de mim para estudos psicológicos. E ainda tem que ela tenta fugir... Está cada vez mais difícil! E eu tenho tentado fugir dessa cidade, mas ela também não deixa, foge de mim... E o governo tem feito formas para não deixar que eu saia, pois quer estudá-la. Eu não quero isso! - ela exclamou, enquanto tremia. Apontava para a velha casa, como se dissesse para entrarem.

Off:

Hook estava um tanto confuso com aquilo, e ainda amedrontado com a situação, afinal, não era algo comum de se ver. Contudo, ao mesmo tempo que confuso e amedrontado, estava preocupado. Não consigo mesmo, mas sim com a Cadete.

Dria demonstrava-se apesar de tudo imparcial. Pensativa, a garota pedia tempo para que pensasse. E assim o fez. Tinha uma estrategia de não irritá-la e assim, se sair bem em sua missão.

Porém, a preocupação com seus pulsos e consigo mesma ainda era evidente. Assim, perguntava já se havia algo pontiagudo.    

- Felizmente, não... - Thalia afirmou, convicta de que lá não havia nada de ruim. As preocupações da Cadete foram rapidamente esvaídas, enquanto Dria novamente se perdia em seus pensamentos, procurando mais pistas do que se tratava aquilo, afirmando para Hook - que até então havia feito uma pergunta, à pouquíssimo tempo - que não havia nem mesmo como ela tentar fazer algo assim, por culpa de seus pulsos.

Bastava eles adentrarem agora a casa.

 "Come little children, come with me..."

Off:

Dria tinha perdido certo tempo pensando, tentando relembrar-se sobre o que seria aquilo. O sentimento de não saber o que era, de fato, incômodo. Se já era ruim estar preocupada com seu gato, imagine com sua preocupação em dois campos diferentes!

Dria alertava Hook e a mãe, Thalia assentiu, pensando sobre o ocorrido anterior. Agora começava a guardar algumas coisas em caixas, convicta de que conseguiria ir embora daquela cidade, juntamente de sua filha, claro.

Além disso, a Cadete empunhava um tom autoritário, dando ordens para que Hook já retirasse seu cardaço, caso fosse necessário, seria usado como uma algema. O Gladiador fazia-o da forma mais leve possível, tentando demonstrar à mulher que nada mais era do que amarrar os sapatos.

Dria colocava suas mãos dentro dos bolsos do casaco, seguindo em direção a casa. Não antes de alertar a mulher que estava tudo bem, contudo, Thalia nem mesmo viu, apenas estava guardando as coisas dentro das caixas, para que tudo ficasse pronto quando partisse.

Hook mantinha-se ao lado da Cadete, temendo pelo que for que fosse. Por fim, ambos abriram a porta. O lado de dentro estava com poucas móveis, muitas caixas espalhadas pela casa, contudo, era normal um ambiente assim durante uma mudança. Não havia nada de errado, a garotinha não estava ali, contudo, parecia estar cantando:


A grande pista havia sido dada em meio da letra que era cantada, lentamente, parecia que alguém estava apreciando-a ao máximo.

Off:

Hook achava tudo estranho de mais, e desconfiava de tudo e de todos - exceto de Dria - e isto era um tanto ruim para a equipe, contudo, ele se mantinha quieto e sem falar o que sentia.

O Gladiador ia percebendo lentamente do que se tratava tudo aquilo, e assim, ia interligando cada coisa. Por fim, ele sabia pelo menos metade do que tudo se tratava ali, a letra da música havia ajudado - e muito - a dupla olhava os arredores da casa, Hook dizia à Dria sobre a parte da música assombrosa.

A Cadete demonstrava-se bastante atenta aos fatos que ocorriam, tanto é que, assim que Hook perguntava, a garota respondia. Sabendo já que era Hypnos o mandante de tudo aquilo. Estava mais segura do sucesso da missão, já que agora sabia quem era o causador.

A jovem dava passos por entre a casa, segura. Contudo, nada era demonstrado de errado, exceto a cantoria que ainda continuava.

Off:

A jovem se perguntava sobre como resolver tudo aquilo, e observando atentamente o recinto, não percebia marca alguma. Era apenas a mesma sala normal, contudo, sem móveis.

Dria agora puxava seu celular, enquanto sorria, pensando no que fazer. A estrategia pensada pela garota era até então desconhecida por Hook, que apenas observou os movimentos da garota. Poderia considerá-la um tanto louca, já que o fazia com velocidade e, conseqüentemente, traria certas dores aos braços recentemente machucados.

Em seguida, perguntava para Hook se ele gostava de música alta. O Gladiador achara a pergunta um tanto estranha, juntamente do barulho do celular apitando. E respondeu, esperando apenas por mais movimentos da Cadete.

A apreensão era grande, Dria percorria o ambiente em busca da garota ou do pokemon, mas todo esforço aparentava ser supérfluo. Enquanto isso Hook continuava perplexo com a ocorrência, o rapaz não conseguia entender bem o que se passava, muito menos pensar em alguma atitude a se tomar.

A iluminação era precária no recinto, penumbras espalhadas por diversas partes dificultavam a visualização. Subitamente a música parou, assim como o celular de Dria parou de funcionar, o ambiente agora era envolto por um silêncio desconcertante, a respiração dos jovens aparentava se tornar mais alta e ofegante, misteriosamente a mulher que se identificara como mãe da criança havia desaparecido. Dria e Hook agora estavam sozinhos em meio à escuridão.

A cada instante a densidade do breu parecia se intensificar, a única fonte de iluminação vinha da porta que eles deixaram entreaberta; a mesma que permitia a entrada de uma brisa fria, que corria pelo ambiente subindo pelas espinhas dos investigadores. Hook então sentiu um forte calafrio, forte o suficiente para ouriçar os pelos de todo o corpo, era como se uma energia maligna houvesse o atravessado, nesse mesmo instante, passos leves começaram a ser ouvidos, eles se intensificavam enquanto se aproximavam da porta.

À medida que o barulho ia de encontro à saída da casa, a imagem da garota ia se revelando em meio a vultos. Hook permanecia em estado de choque, mesmo que quisesse ele não conseguiria tomar nenhuma atitude, já Dria estava longe demais para impedir qualquer fuga, Mary parecia correr em velocidade desproporcional para sua idade, sem cerimônias, ela rapidamente passara pela porta, expondo um reflexo em cada uma de suas mãos.

Após a saída da jovem, Hook finalmente recobrava sua consciência e aos poucos o ambiente turvo voltava a adquirir uma iluminação normal, ainda que sombria. Thalia ainda estava desaparecida.