[Coleção Drabble/Shortfic] E Se...

Angélica tivesse casado com Gregory enquanto estava grávida da Yasmin?

- Tá bom Gregory, eu já entendi... Sua vida pessoal é um inferno e vocês se casaram só por causa da Yasmin... - Sentados frente a frente há mais de uma hora no café do hospital, o médico Jonh Cambridge escutava o doutor Haltz reclamar da vida de casado e da suposta crise dos sete anos que se aproximava. - Mas, posso fazer uma pergunta?

- Pergunte. - O outro dizia desinteressado.

- Como então tiveram mais três filhos em seis anos?

O silêncio reinou na mesa que ocupavam e o ranzinza médico encarava seu colega em busca de alguma resposta. Sem sucesso, ele somente se erguia e começava a se afastar ainda em silêncio, enquanto o outro ria alto.

- Ah! Consegui aquela cabana com lareira em Sekisetsu que você pediu pro aniversário de vocês. - Ele gritava antes que Gregory sumisse e se divertindo às custas do colega que, apesar de reclamar da vida de casado, sempre surpreendia sua esposa nos aniversários de casamento.

Angélica não fosse uma cadete?

O uniforme de Comandante reluzia sempre impecável, delineando bem o corpo treinado para matar do Capitão Darbas. Pela primeira vez na vestimenta, o agora responsável pela Academia se preparava para enfrentar um problema maior do que prender criminosos perigosos ou simples civis com ideias contrarias ao governo. Ao lado do homem, um Cadete ainda Patrulheiro, ao lado de uma Persian com uma marca de estrela no ombro, recebia informações do criminoso que teria de recapturar de forma "legal".

- Estou falando sério minha filha... Se continuar soltando os prisioneiros do Cornélios, ele vai ficar mais do que bravo com você... - O pai de Angélica comentava com a morena.
- Enquanto ele não fizer o trabalho dele direito e seguir contaminando as cenas dos crimes, não terei escolhas. - A mulher dizia sem desviar o olhar da pasta que arrumava.

O antigo Comandante suspirou com pesar. Sabia que sua filha não gostava de soltar criminosos, mas como promotora ela fazia questão do julgamento justo, enquanto Cornélios optava pela praticidade. Ambos pareciam trabalhar bem quando o acusado era um gangster reconhecido, porém quando o homem prendia civis acusados de conspiração, a mulher sempre percebia que as provas pareciam ter sido adulteradas e, assim, acabava por frustrar as intenções do Capitão Darbas.

- Ah! Avise mamãe que não poderei comparecer no jantar. - Angélica dizia antes de sumir pelo corredor, retomando o trabalho. O Comandante aposentado suspirava uma vez mais, ciente de que falar com a esposa sobre o tal jantar seria ainda pior do que falar com a filha sobre o trabalho. Há meses sua mulher tentava apresentar à filha possíveis pretendentes, alegando querer ter netos antes de estar velha demais para poder participar do crescimento deles.

Mina ganhasse a guerra?

Após tantos anos abandonada à própria sorte, não se houvia mais falar na cidade de Kalled. As areias do deserto, o vento feroz e o sol castigaram os prédios sem cuidados, transformando-os em ruínas inabitáveis em pouquíssimo tempo. Como uma cópia de Silent City, a cidade que lutava para manter alguma civilização próxima às montanhas se erguia desértica e como uma sombra dos inúmeros desafios vencidos no passado. No entanto, lutando contra as dificuldades ampliadas, uma pequena família fazia da abandonada cidade seu lar, vivendo quase como uma tribo antiga e mantendo-se escondida ao ver qualquer forasteiro.

Enquanto Twister se perdia nos mais diversos pecados, Nyender assistia à Academia arder em chamas. O antigo símbolo de poder ruindo, bem como a mansão presidencial. A estátua do Persian com suas garras sobre o globo, no entanto, quase intacta, não fosse pela ausência da cabeça do felino. O corpo de concreto seria mantido intocado como uma lembrança a quem tentasse qualquer atentado contra à liberdade conquistada.

Grung ruía, andar por andar, enquanto criminosos recém libertos por todo o continente derrubavam as árvores da floresta que a rodeava a fim de construírem sua casa. Não haviam regras, não havia uma estrutura a ser seguida. Um homem caía sob a arma de outro, o vivo deixando claro que o mesmo aconteceria a quem tentasse construir algo na área que considerava sua. O corpo do outro sendo ignorado pelos que seguiam vivos.

Em Mengun, uma pequena resistência se mantinha oculta, enviando civis fracos demais para competir por um pedaço de terra ao continente misterioso. Os barcos não mais atracavam no porto, cientes de que afundariam se chegassem muito perto, porém fortes pokémons aquáticos auxiliavam os humanos em sua fuga desenfreada. Às suas costas, o continente se dobrava para a lei do mais forte, onde o valor de um homem ou pokémon era medido por sua força para conquistar o que desejava.