Vs. Kuwabara Desert

Após a cansativa viagem, finalmente o ônibus parava na entrada do deserto Kuwabara. A parada brusca acordou a maioria das pessoas que ainda aproveitavam o sono. Nicola já havia acordado apesar do sonho estranho que tivera. Ainda era umas cinco horas da manhã e muitos esfregavam os olhos de sono. Mas, apesar do cansaço, todos estavam entusiasmados. Os participantes pegaram suas mochilas e desceram do ônibus. Um responsável pelo evento foi à frente e se apresentou a todos dando a largada da corrida logo em seguida. A maioria dos participantes saíram correndo animados enquanto outros esperavam um pouco para se prepararem melhor.

Depois de ter trocado suas vestes, o jovem desceu e se juntou aos demais. O instrutor do evento agradeceu a presença de todos e fez uma breve explicação sobre a importância das escavações. Depois das apresentações, era dada a largada. O segundo ônibus não parava, apenas seguia deserto adentro em direção a Twister. O jovem stylist não demorava para agir, iria aproveitar o horário para começar seus trabalhos. Portando o mapa do deserto, o jovem seguia pela mesma trilha do ônibus. À sua frente, a imensidão de areia se estendia como se não houvesse fim.

Nico já sentia o peso do deserto. Apesar do Sol não estar em sua potência, o clima seco também era desconfortável e exigia muito do corpo. O jovem caminhava sozinho pela areia. Ao longe, alguns pequenos pontos mostravam os competidores que haviam se dividido. Gunter até que poderia ser uma companhia, mas o pinguim não iria ficar nem um pouco feliz se fosse acordado para andar na areia.

Enquanto resmungava sozinho, o jovem pegou a pá e começou a cavar. Areia após areia, Nicolas sentiu a pá bater em algo sólido. Pegando os pincéis de escavação, o stylist começou a limpar o objeto e revelou ser uma das preciosas relíquias do deserto. E uma das grandes! Realmente as dunas trouxeram sorte ao jovem.

O jovem sorriu satisfeito ao ver o achado. Estava indo bem na corrida. Após guardar a relíquia na mochila, Nicolas voltou a caminhar pelas dunas. Ao horizonte, o Sol já revelava seu rosto e seu raios. O arrebol inundava o céu em seus tons degradê.

Nico desejava encontrar um lugar para descansar em breve, mas até agora o deserto se mostrara pouco receptivo a isso. Próximo a umas dunas, o stylist se abaixou para continuar suas buscas. Enquanto usava seus pincéis, o jovem encontrou uma rocha. E uma das grandes! Talvez a sorte estava sorrindo para ele novamente. Continuando a limpara para ver se tal pedra continha valor, o jovem sentiu a duna tremer. Parecia uma espécie de terremoto que o fez desequilibrar e cair de bunda no chão. A rocha que estava limpando antes começara a se mexer. Em pouco tempo, toda a duna parecia ganhar vida e a se desfazer. Por debaixo da areia, um gigante Onix surgia. Seus doze metros de altura eram de assustar qualquer um. Praticamente um colosso. A serpente de pedra mirava para o stylist com uma expressão de ódio. Nicolas era apenas uma formiga diante aquela monstruosidade.

Nicolas tentava pedir paciência à grande serpente que soltava um grunhido alto. Querendo ou não, agora era a hora para o pinguim acordar. Tomando à mão a pokébola, Gunter surgia em meio à areia. Os comandos eram dados rapidamente para não darem chance para o Onix atacar. Apesar da falta de experiência em uma situação como aquela, o jovem stylist precisava se virar para garantir a sobrevivência.

Gunter lançava o grande canhão d’água diretamente contra o gigante de pedra. Onix ficava encharcado e parecia não se importar com a água. Logo em seguida, uma rajada de bolhas o atingia novamente. A água escorria pelo corpo da serpente e caía na areia quase simulando uma chuva. Quando Nico prestou atenção à feição do gigante, percebeu que mudara completamente. O Onix sorria alegremente. Preso à cauda dele, havia um pequeno vaso com um pequeno coqueiro plantado nele. O vaso estava molhado o que talvez poderia justificar a súbita mudança de humor no grandalhão.

Onix pegou Gunter com a cauda e o balançou agradecendo pelo “serviço”. O pinguim era chacoalhado de cima a baixo e logo caiu de cara na areia. A serpente de pedra acenou com a cauda e “mergulhou” na areia sumindo de novo. Um pequeno tremor ocorreu, mas logo tudo se normalizava novamente.

Gunter levantou da areia com uma cara não muito contente. Foi retirado da pokébola para regar um planta e tomar banho de areia quente.

Apesar do susto com o colossal Onix, tudo acabava bem. Ninguém imaginaria que houvesse um pokémon tão sentimental e tão assustador caminhando pelo deserto. Gunter cuspia um pouco de areia e inflava o peito. A explicação do stylist não o convencia muito.

Nicolas checou o mapa para certificar-se se ainda estava na direção certa. Apesar de não estar enxergando o ônibus e do vento ter coberto as marcas dos pneus, o jovem percebia que estava indo para o caminho certo. Gunter era retornado e os trabalhos eram recomeçados.

Deixando as dunas, Nico desceu para uma região mais plana. Ao longe, alguns cactos se estendiam elegantemente. Tomando a pá à mão, o jovem começou a cavar. Não demorou muito até achar um pedaço de pedra com algumas inscrições. Talvez fosse parte de um monumento de alguma civilização antiga.

A caminhada exaustiva já fazia com que o corpo exigisse um pouco de água.

Nicolas não se importava muito com a reação do pinguim. Ele era o treinador e precisava de seu pokémon naquele momento. Não havia motivos para cara feia. O jovem guardou a tábua de pedra e se hidratou um pouco.

Suportar o calor do deserto não era fácil ainda mais quando se estava fazendo esforço físico com escavações e tendo que carregar uma mochila repleta de objetos. O cansaço nos braços começava a aparecer, além disso, o estômago começava a reclamar por alimento. O jovem parou por um momento e levou a mão à testa. Olhava para cima e via que o Sol já estava em seu ponto mais alto. O calor era infernal. A própria brisa trazia consigo uma sensação abafada. Ao continuar o trabalho, o stylist viu algo brilhar entre a areia. Se abaixando e já portando um dos pincéis, o jovem achou uma espécie de bracelete de ouro. O objeto era muito lindo e estava bem conservado.

Nicolas já havia encontrado três objetos de valor e imagina que histórias poderiam haver por detrás deles. As escavações estavam indo bem, mas o jovem também precisava se atentar às necessidades do próprio corpo.

O stylist seguiu caminhando à procura de um bom lugar para descansar e parou diante um grande cacto. Os espinhos eram imponentes, mas a sombra era muito boa. Gunter era liberado mais uma vez para tomar seu remédio e fazer uma breve limpeza no jovem. O pinguim parecia estar mais tranquilo e descansado. Nico checou seus mantimentos e percebeu que não havia o suficiente para duas semanas o que indicava que ele precisaria conseguir os recursos no próprio deserto.

A barraca não era muito fácil de ser montada sozinho. Demorou alguns minutos para conseguir levantar todas as hastes e deixá-la em pé. A sombra do cacto não cobria toda a barraca, mas já era um alívio para diminuir as ações dos raios solares. O almoço era servido e Nico descobria que comida enlatada não era uma das melhores. Não tinha um sabor ruim, mas também não era muito bem receptiva ao paladar. Dadas as circunstâncias, o mais importante é a subsistência. Após comer, o jovem deitou um pouco para descansar um pouco.

O Sol já fora ao seu ocaso. O crepúsculo cobria o céu brincando com os tons azuis, laranjas e vermelhos. A areia ainda estava quente, mas em pouco tempo esfriaria. O deserto não era só conhecido por seu calor, mas também pelo seu frio severo durante a noite. Nicolas se levantou e guardou a barraca assim que se espreguiçou bem. O corpo estava descansado e o Sol não estava mais com seus raios torturadores. Tomando a pá novamente, o stylist voltou a trabalhar.

Um pouco distante do cacto, Nicolas começou a cavar. O trabalho árduo parecia não dar em nada. O buraco já estava na altura dos joelhos do jovem quando encontrou algo que parecia de valor. Usando os pincéis, Nico foi limpando e logo revelou um grande vaso de barro. O objeto era bem modelado e possuía uma inscrição em sua base, mas em uma língua desconhecida.

O jovem se sentia satisfeito com seus achados. Apesar da noite fria chegando, Nico se mantinha ativo trabalhando. O suor caía pelo rosto, mas era refrescado pela brisa da noite. Se mantinha focado e animado com as escavações. Continuava no mesmo buraco. Talvez houvesse mais peças como aquela por ali.

O stylist não precisou cavar muito para logo encontrar outro objeto. Outro vaso de barro. Possuía um formato diferente, mas era feito com o mesmo esmero. No fundo, a mesma inscrição que havia no outro. Talvez foram feitos pela mesma pessoa, ou pertenciam a algum conjunto especial.