Por Arceus, com Arceus e para Arceus.

Era mais um dia comum na cidade de Nyender, com as ruas sempre movimentadas, comerciantes, moradores comuns e Cadetes dividiam a rua, e eu tentava passar despercebido diante daquilo tudo, principalmente para os Cadetes, quando via algum, procurava desviar meu caminho.

Outras coisas passavam em minha cabeça quando eu via um Cadete, com a sua típica farda, um filme passava em minha mente, lembrando toda a opressão que sofria de minha família, particularmente de meu pai, um Cadete experiente e por vezes severo, por vezes quer dizer, que apenas comigo ele mostrava esse lado truculento.

Meus passos eram vagarosos, sempre em direção a igreja da cidade e segurando o meu inseparável crucifixo, eu me sentia nu sem ele, a minha insegurança, que já não era pouca, aumenta ainda mais, por isso ele é devidamente guardado no bolso de minha jaqueta, que também já poderia ser considerada parte de minha pele, era difícil eu sair sem ela me protegendo do frio, isso até mesmo nos mais quentes dos verões.

Perdido em meus pensamentos, nem percebi que já estava na porta da igreja, fiz o sinal da cruz, levantei a cabeça, e entrei na mesma. Não podia negar que tinha certo anseio com aquilo tudo, seria loucura mudar minha vida assim? Seria melhor eu dar meia volta e me tornar Cadete como todos em minha família? Era uma decisão difícil, mas era tarde demais para desistir.

A cada passo que dava por aquele templo, ficava mais admirado, com todas as pinturas e estatuas em adoração ao meu Senhor maior, era lindo. Não demorou muito, e eu já estava de frente para o Padre, que viu toda a minha distração e perguntou de um jeito até um pouco indelicado.

- Irmão, o que você quer aqui?

Eu logo me toquei que não estava em uma exposição de arte, e sim em algo serio, estava decidindo o futuro da minha vida naquele momento, assim, respirei fundo, coloquei a mão no bolso segurando o meu crucifixo, e falei seguramente para o senhor que estava em minha frente.

- Bom dia Padre, eu vim aqui para servir o nosso Senhor, quero ser um Seguidor de Arceus!

Off: Estarei assumindo a sua rota! Espero que possamos nos divertir ^^

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Lukaz Rodriguez, nascido em Ragnarök City, estava em Nyender City em busca de seu sonho. O jovem fora atordoado por muito tempo, mas agora, nem sua insegurança iria tirar o que era dele por direito. Lukaz fora ali para tomar posse da dor de ser um seguidor daquele que rege o cosmo com o seu poder, protege a Terra e os seus com muito amor. Ele almejava se tornar um seguidor de Arceus.

Já era fim de tarde, beirando a noite, quando o jovem surgia pelas ruas limpas e bem conservada de Nyender City, onde poucas pessoas ali estavam, prontas irem para as suas respectivas casas e se aconchegarem do frio. Além do mais, ele era o que se chamava de um exilado da família, o que poderia ser? Bem, Lukaz desafio a própria autoridade do pai, cadete, para se tornar um seguidor do Grande.

Fora a sua escolha e não poderia voltar a atrás. Desviando dos cadetes que ali estavam, ele tentava fugir dos pensamentos que o militar progenitor insistia em colocar na cabeça dele.

O jovem seguia pela rua e logo via uma construção bela, que se erguia no bairro nobre de Nyender City. Verdadeiramente era belo aquilo, um tanto quanto majestoso. Uma arquitetura árcade, misturado com barroco e um leve toque de modernismo. Era a Igreja Universal De Arceus.

Dentro era ainda mais belo que fora e assim o jovem pode ver toda aquela arquitetura que era banhada na luz do luar. Era lindo ver aquilo, mais do que lindo, era estonteante. Era como se o jovem pudesse ver cada traço feito pelo arquiteto, que fora abençoado pelo Digno.

Mas o jovem não estava ali para ver e admirar a construção arquitetônica, mas sim, para ingressar em seu sonho. O padre, que ali via o jovem adentrar o santuário, se aproximava do jovem.

Este demonstrava a sua vontade de se tornar um seguidor. O padre, em sua infinita sabedora e calma, sorria, aconchegando o jovem mais.


- Certamente quer, meu amado! Mas realmente deseja assumir este ato de fé. Caso sim, terás que passar por alguns testes, para finalmente confirmar essa vocação. Estás preparado?

Off: Também espero que possamos nos divertir :)

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A voz do padre era calma e aconchegante. Era sábia, mas séria, intimidador. Dava para se notar que o sumo sacerdote levava consigo grande conhecimento e o seu olhar era de amor, compaixão e de benevolência.

Lukaz recebia a sua primeira prova, sem perceber que já havia começado o teste, sem ao menos ser oficial. A pergunta rondava na vontade. A vontade que o garoto tinha em se converter. Possuía apenas dezoito anos e tinha muito tempo pela frente para se divertir.

Seria sensato deixar uma vida de luxuria e vaidade para trás em prol de um ser que não é visto por ninguém? Sim! Apesar da dúvida ter pairado pela cabeça do jovem, ele sabia a resposta correta. O jovem lutou com todos, passou pela ditadura de seu pai para estar ali.

Lukaz respondia positivamente ao padre que com um sorriso conduzia o jovem pela Igreja belamente construída. Quando padre se moveu, o jovem pode ver no altar uma taça que parecia ser de cristal e tinha alguma coisa dentro, além de uma água, mas o jovem não pode identificar o que era.

O aspirante seguia pelo templo e logo ficava diante de uma estrutura de madeira, que tinha grades que mostrava o que era lá dentro: o confessionário. Ali o padre deixou Lukaz na porta e entrava para dentro.

- Meu filho?

A voz do padre surgia dentro da estrutura de madeira. Continuava a ser cheia de amor e de esperança.

- A primeira fase do seu teste para ingressar na irmandade é a Confissão. Saiba que Arceus estará disposto a te perdoar se você assim fizer. Então, conte-me o que lhe aflige. O mal que você esconde de todos, que nem mesmo a sua família sabe. Mostre-se perante ao Todo Piedoso.

O padre convidava o jovem para a primeira parte do teste. Era a Confissão! Julgado ser severa para uns e a parte mais difícil do teste para outros, Lukaz teria que se submeter a expor os seus pecados.

O jovem percebia do que se tratava o primeiro teste. A confissão era um teste bem delicado. Poucos estavam dispostos a proferir os seus pecados em praça pública, com medo de serem julgados, mas ali era diferente. O padre não faria isso, muito pelo contrário, estaria ali pronto para ajudá-lo.

O rapaz começava. Contava sobre a opressão que vivia quando era mais jovem, do que teve que passar. Contou a sua pequena desobediência ao seu pai, a ponto de ajudar fugitivos. O padre ouvia com cuidado e atenção. Não emitia nenhuma reação até o fim da confissão.

- Não te acanhe meu jovem. Arceus é todo poderoso e ama aquele que ama o próximo. Se você sentiu no coração a inocência daqueles que você ajudou, pode ter certeza que Arceus também acredita na inocência desses. O julgamento de Arceus é diferente do julgamento dos homens. Sobre o seu patriarca, as vezes os pensamentos divergem, mas bem-aventurado tu és por seguir o caminho do Pai.

O padre falava enquanto se movia um pouco mais para frente do confessionário, podendo mostrar ali a sua face. Ele fazia um sinal com a mão e perdoava os pecados do jovem.

- Que Arceus, na sua infinita bondade e fidelidade para com o homem pecador, o perdoe pelas suas iniquidades. Receba o amor do Grande, amado!

Dizia o padre, com um sorriso confortante, uma voz calma, sem julgamento, e uma sabedoria admirável.

- Estás pronto para a segunda fase, irmão?

A confissão chegava ao final e as palavras do sumo sacerdote confortava o garoto que estava indo para o caminho certo da graça do Grandíssimo. Ele temia, tinha medo e tudo, mas com a ordem Daquele que tudo é, nada poderia acontecer de ruim.

Provações? Passará por muitas, mas se seguisse com fé, com certeza tudo seria resolvido. O padre, ainda dentro do confessionário, olhava com ternura para o aspirante e assim se inclinava para perto do jovem.

- Vejo que estar realmente preparado para o segundo teste. Agora, essa prática não será dentro das quatro paredes desse templo e sim, fora, onde algumas alma ferida precisará de seus auxílios. Fora daqui, há almas que necessitam do amor de Arceus e espero que Ele possa lhe guiar para a sua prova de fé.

O padre explicava a próxima etapa. O jovem teria que sair pelas ruas de Nyender City e perante aos sons de Arceus, encontrar aqueles que precisam de sua ajuda. Era de suma importância essa parte do teste.

- Para lhe auxiliar, eu lhe ofereço a ajuda de Natu.

Nesse momento, uma luz multicolorida assumia a forma no ombro do jovem e assim o Pokémon verdinho estava ao lado do jovem aspirante. Ele parecia feliz por estar ali e saltitante.

Natu
Lv. 09
Moveset: Peck - Leer - Night Shade - Teleport

O caro aspirante recebia a sua primeira prova de fé, na verdade, não recebia, pois tem que encontrar sozinho. O que também poderia ser um obstáculo na grande cidade, de pessoas mesquinhas que tinham os seus corações petrificados.

O jovem saia nas ruas, acompanhado pelo seu fiel companheiro momentâneo: Natu. O passarinho saia voando pela noite escura de Nyender City, parecendo muito feliz por estar ajudando o jovem.

Estava frio e as escadarias da catedral estavam bastante enrijecida, como se o frio retratasse os degraus. Natu saia voando e agora ambos teriam que encontrar o sinal de Arceus para poder seguir o caminho que o Grande preparava.

Estava silêncio. Ninguém nas ruas daquele nobre bairro. O chão estava limpo, com exceção de alguns flores que estavam caídas ali. Natu parava no meio da rua, olhava de um lado para o outro no meio do asfalto.

Um grito. Era um grito de dor e cortava tudo ali. O que parecia ser naquele momento se tornava um completo terror, já que a harmonia que reinava pelas ruas fora tomado pelo caos de um grito.

Caos era algo que Arceus detestava e uma das principais missões dos seguidores era restaurar a harmonia que teria fugido dando lugar ao caos. O jovem teria que se apressar, afinal, onde o caos reina por muito tempo, almas são destroçadas.

O grito seguia pelo bairro ao lado, que era conhecido por ser fonte constante de perigo. O que o jovem fará? Responderá ao chamado de socorro?

Rodriguez compreendia que onde há caos, o amor de Arceus não poderia reinar. Era uma questão de cumprir a sua missão. Arceus não permitiria que o aspirante saísse nas frias ruas de Nyender City se não fosse para cumprir o seu propósito.

Lukaz logo percebia a direção do grito. Vinha e um local ali próximo, mais conhecido por ser um bairro desértico e poderia ser por isso, pela negligência dos cadetes, que ali acontecia mais ações criminosas.

O jovem logo chamava Natu para ser o seu guia e a ave logo erguia-se em voo e saia pela cidade, voando e teletransportando-se de um lado para o outro no ar. Ele parecia bem animado, mas na realidade estava sério.

O jovem seguia e assim começava-se a se afastar do bairro nobre onde a Igreja estava construída e parecia adentrar um bairro que carecia de iluminação pública. Estava escuro, frio e o grito se silenciava.

O jovem seguia pelas ruas desertas, acompanhando a ave Psychic, onde passava de frente do Templo das Memórias, onde uma estátua do grande Arceus estava rasurada de grafite, e seguia pela beira da calçada.

Ali, Natu pairava no chão e olhava de um lado para o outro. Ele parecia frustrado por perder a direção do caminho. O jovem parava do lado de um beco que levava a mais profunda trevas. O que o jovem fará agora que perdia o sinal do grito?

Ele teria que pensar em algo agora, mas o que seria? Um vento forte ecoava ao seu lado. Apareceu de repente e era bastante forte, quase o empurrando para dentro do beco. O que seria isso? Apenas o poder da natureza, ou a força do Santo Arceus agindo na vida do jovem?

O jovem aspirante estava a procura pelo caos. Algo que era um tanto estranho, pois ninguém procura caos, apenas coisas boas. Mas um seguidor, sim, procura o caos, para combate-lo e transforma-lo em alegria.

O jovem estava em um escuro bairro, precário em pessoas e iluminação. Talvez uma falta justificava a outra. Assim, o jovem seguia pelas ruas em busca do grito que ele ouvira a pouco tempo. Não demorava muito e ele se perdia da fonte.

Mas parecia que alguém queria que o jovem achasse a fonte do caos. Tanto que o vento ajudou por ordem desse ser. Uma forte rajada de vento, inesperada, pairava sobre o jovem e o empurrava, quase, para dentro de um beco.

Ele sabia que era um sinal e assim pôs a correr pelo beco em busca do que procurava. Natu seguia atrás, tentando alcançar dando saltos, voando e se teleportando para perto do aspirante, mas era um esforço tremendo.

O jovem corria pelo beco a dentro e logo parava se súbito. Natu batia nas costas do jovem e assim caia no chão e presenciava a cena com Lukaz. Diante do rapaz, uma mulher estava encolhida no chão. Portava um casaco aparentemente caro, de pele e volumoso. Ela estava abraçada com uma bolsa branca e na frente dela, um garoto, parecia ser de rua, com roupas em mil pedaços e um choro na cara, estava apontando uma faca, que parecia bastante perigosa, para a mulher.

- Vamos, entregue a bolsa!

O garoto ordenava. Seu olhar era trêmulo. Parecia que era a primeira vez que estava fazendo isso. Ele não parava de gritar para tentar pegar a bolsa. A mulher, não mexia, nem reagia.
 

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