Dead And The City.

Amor, um sentimento poderoso, capaz de mudar as pessoas drasticamente, mas nem sempre para melhor. Lindo, doentio, harmônico, fatal, acolhedor, sofrido e, principalmente, irracional. Milagres e mortes ocorrem diariamente em nome deste sentimento. Com a morena, nãofoi diferente.

Finalmente curada, aparentemente, da loucura avassaladora que o amor e a raiva pelo seu ex-marido causara, afastou-se de sua antiga cidade. Era hora de um novo começo, começando sua jornada pelas ruas da cidade rosada.

A beleza da cidade encantava Charlotte. A brisa suave e fresca carregava algumas pétalas rosadas consigo. As árvores grandes e bem cuidadas, estando floridas e coloridas. Tudo ali era lindo, sendo difícil imaginar que era naquela mesma cidade, onde eram recrutados novos Gangsteres de ambas as organizações. Era exatamente uma das bases que a jovem buscava, mais especificamente, a base da Apocalipse. A organização de terroristas, ladrões, assassinos, que não se preocupavam em matar quem estivesse em seu caminho.

A mulher buscava algum Pokémon típico da organização desejada, não pretendendo desistir facilmente. A caminhada longa a levou até um templo em estado precário. Em seus dias de glória, devia ter sido um local belíssimo, mas agora, era consumido pelo tempo e esquecimento.

Embora o local em ruínas não tivesse muitos atrativos, o vislumbre de um Pokémon despertou a atenção de Charlotte. Um geodude que ajudava um monge a limpar a estátua pichada. Se aproximava do homem com um sorriso sarcástico, pronunciando-se de forma direta.

-Acho melhor ser mais discreta...

O monge continuava limpando a estátua, o olhar focado em algo mais afastado. Um cadete caminhando e observando aos seus arredores.

Ahh. Cadetes, porque esse tipo de pessoa nasce ? Minha vontade agora era de pular sobre ele e arrancar sua cabeça, mas infelizmente eu não poderia fazer isso, tinha que ser discreta por enquanto. Com as mãos em minha cintura, esperava o cadete sair de perto, porque sem duvida eu não quero é ser presa antes mesmo de começar a fazer o “caos”. Mas será o que leva uma pessoa a querer ser cadete, isso eu sempre me pergunto, ser humilhado e comandado por uma mulher, que por seu mal-amada, e mãe solteira, quer jogar toda a sua frustração sobre as pessoas que não tem culpa, com o pretexto de estar fazendo um mundo melhor, para sua filha morar? Me poupe. E mesmo se fosse, isso seria tão egoísta da parte dela, que em alguns momentos eu fico até com nojo. Ainda não entendo, como meu pai foi um desses.

Eu tenho filhos, gêmeos ainda, e não é por isso que eu saio acabando com a vida de todo mundo para eles viverem bem.
De uma arma para eles que eles se viram no mundo, ensina a lutar Karatê, contata um guarda-costas, qualquer coisa, só toma um pouco de vergonha na cara e para de ser tão hipócrita. Em alguns momentos em penso que deveria entrar para os Armagedons, mas em outros eu penso, como deve ser chato, vagar pelo continente com a bandeirinha de paz e liberdade, prefiro ser uma Apocalipse, que desse jeito eu simplesmente posso me livrar de qualquer um que tente-me impedir de meu objetivo, que ainda é desconhecido.

- Me desculpe, a partir de agora eu vou ser super discreta. Dizia com um leve sorriso no rosto, e com as mãos para trás segurando em meu vestido, com um olhar meigo mexendo no cabelo do monge, que por sinal era muito sedoso. -  Bom... Como  aquele cadete, esta nos atrapalhando eu posso ajudar a limpar aqui ok ? Apontava de leve para o Cadete, enquanto falava tirando minhas mãos dos cabelos do monge, e logo me abaixando pegando o lixo que se encontrava no chão, e os colocando em um lugar reservado para o mesmo, enquanto estava abaixada via um pequeno jardim que precisava urgentemente de um tratamento. Ia praticamente correndo em direção ao mesmo fazendo assim eu tropeçar e quase cair de cara algumas vezes.

- Adoro jardins, eu te disse que quando eu era casada eu ti...  E novamente Charlotte se via em transe, mas agora não era um transe de beleza e sim de ódio, seus olhos praticamente congelaram no tempo, e em sua mente vinha imagens de seu ex-marido, dançando com outras mulheres, oque certamente era coisa de sua cabeça, porque mesmo que ele tenha a traída esse tipo de lembrança não eram assim totalmente verdadeiras. - Eu estou bem, eu estou bem. Repedia exageradamente, enquanto colocava minhas mãos sobre meu rosto, e as mexia suavemente, aquilo me acalmava e tudo que eu precisava agora era de calma. - Então continuando, quando eu era casada eu tinha um jardim de rosas e gardênias, você deve estar perguntando, porque Rosas e Gardênias, é que essas eram as flores favoritas dos meu filhos. E não eles não se chamam Rosa e Gardênia, e sim Peter e Miranda... Não parava de falar, estava tão feliz, por ter alguém que me ouvisse, acho que me empolguei.

Ainda limpando aquela jardim, que não recebia um bom tratamento a anos, séculos e milênios, olhava para o monge com um sorriso, e logo em seguida pegava um cantil que tinha em minha bolsa e despejava a águas sobre a terra, seca e maltratada. Afofava ela com os dedos, e logo em seguida me levantando limpando o meu joelho e a barra de meu vestido, que estava realmente muito suja. - Então, eu não sei se o cadete já foi mas mesmo assim, nós poderíamos começar a fazer essa coisa né? Ao terminar a frase, colocava meus ombros e sobrancelhas para cima como um gesto de duvida e mexia em meus cabelos com meu dedo mindinho.

Enquanto esperava a resposta do monge, fiquei pensando em qual Pokémon pegar, a grande maioria deles eram tão inúteis que até desanimava um pouco. Tudo bem que tem Drowzee, que poderia ser bem útil, mas ele só faz as pessoas dormirem, qual a graça de torturar alguém enquanto ela dorme, tem também Trapinch que em suas evoluções é ótimo, mais antes de evoluir é deprimente e fraco, outro é Venipede que seria de uma grande ajuda, já que seu veneno pode ser usado tão bem que posso subir no respeito dos outros membros da gangue mais rápido, que eu imaginava.

- Então monge, pode ser? Dava uma leve risada, enquanto esperava a resposta do mesmo.

OFF: Mil desculpas a demora/post fraco, estou gripada e não pude narrá-la nesses dias. Ah, sim, oi!! o/ Serei sua nova narradora :P Espero que se divirta :D

Ao colocar os olhos naquele Cadete, a jovem começava a refletir do por que de algumas pessoas se tornarem um polícial de Shinki, sendo humilhados pela comandante Angélica Thompson. Mas logo ela tirava aqueles pensamentos da mente, desculpando-se com o monge logo em seguida. Charlotte então apontava para o Cadete e isso pareceu chamar-lhe a atenção, pois o homem aproximou-se dos dois.

- Ei, monge, não acha injusto deixar uma bela dama limpar essa estátua idiota? Além do mais, pode ir explicando o que está acontecendo.

Com meus olhos arregalados e um olhar firme, encarava o monge, por alguns segundo as palavras pareciam se formar dentro de sua boca mas todas as palavras foram substituídas por um “Ahh”, que ainda foi interrompido deixando um ar quente que saia de sua boca rondando o local. O silencio reinava naquela momento, se você prestar um pouco mais de atenção conseguiria ouvir conversar a milhares de quilômetros de distancia. Mas a poucos quilômetros daqui conseguia ouvir pequenos passos que com o tempo, iam aumento de volume. Era o cadete, que certamente veio reclamar de alguma coisa, já que isso era a única coisa que essa raça sabia fazer.

-Oh, eu fico lisonjeada, mas isso é jeito de se falar, senhor Cadete. Com um sorriso no rosto, tentava ao Maximo disfarçar meu ódio. Mas irrelevante de ódio ou não, estava ciente do grande influencia que tal pessoa tinha no continente, então o atacar ou coisa do tipo, não era a coisa mais inteligente a se fazer neste momento. - Então, sabe aqui é um bairro distante do resto da cidade, muito mal tratado e “velho”, sem contar que também é muito perigoso, então estava conversando com o monge sobre isso, dizendo que muitas pessoas deixavam de vir aqui por medo, e só cadetes como você passavam por essas redondezas. Por isso apontei para o senhor

Minha mentira era muito superficial, estava difícil de eu acreditar nela, imagina então outra pessoa. O bairro era separado do mundo? Sim ele era, mas acho que na hora de esquematizar a resposta não pensei direito e falei a primeira coisa que veio em minha cabeça, o que poderia ser um grande erro meu. Apenas uma pessoa com muito pouco Q.I acreditaria nisso, mas se pensar bem, os alienados da Angelica, não iam muito bem nesse quesito. E é nesses pequenos momento, que eu glorifico de pé por Arceus ter colocado um idiota desses na minha frente.

Diante daquela situação, estava confiante mas também estava com medo e nervosa, meus lábios ressecaram em questões de segundos e por algum motivo minha testa se encheu de cotas de Suor, que começavam a escorregar sobre a mesma, mas não chegavam a fazer o trajeto completo parando no meio de minha bochecha, pelo meu uso exagerado de cremes e maquiagens. Com minha mão aberta a passava sobre as gotículas, que se formavam em minha bochecha as tirando de La, elas estavam com uma coloração diferente meio esbranquiçadas e mais consistente, certamente por ter pego a essenciais dos cremes e maquiagens.  Limpava meu rosto esperava a respostas do Cadete.

OFF: Obrigada ^^ E desculpe a demora novamente e pelo post sem criatividade também x.x Estou em semana de provas, então é bem provável que eu demore para narrar >.<

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A jovem tentava "enrolar" o Cadete, falando desculpas esfarrapadas que lhe pareceram um tanto idiotas depois que Charlotte as disse. O policial olhou para os lados, suspirou, como se já tivesse ouvido aquilo várias fezes e então colocou-se a encará-la. Ele ficou assim durante alguns minutos, a tensão no ar, Charlotte esperando alguma resposta.

- Muito bem, essa foi a resposta mais esfarrapada e besta que eu já ouvi. Vou perguntar de novo, o que está acontecendo aqui?

Esse jeito persistente lembrava tanto Harry. O jeito que ele olhava para os lados. O jeito dele me encarar. Tudo isso lembrava Harry, e mesmo que isso não seja certo acho que estou apaixonada... Por um cadete! Antes mesmo de o responder, colocava minhas mãos sobre minha orelha e logo em seguida me aproximando dele, com um leve sorriso de canto de boca. Tirando levemente minha mão de minha orelha as coloco em seu peitoral e coloco a cabeça sobre eles, logo rolando meus olhos para cima com um olhar apaixonado para o mesmo.

Ok. Você me pegou! Eu estava falando para o monge como você era lindo. E realmente você é muito lindo. Lindo ´demais para um cadete até. Estava mentindo. Novamente. Mas em certas partes era verdade por algum motivo eu estava mesmo apaixonada por ele. Estava me sentindo uma adolescente. Meu coração quase pulava da minha boca nesses minutos que estava perto dele.  Quando ele me olhava eu sempre corava, e quando não, fazia de tudo para ele me notar. Eu era quase uma trintona, não podia me deixar levar por pequenas paixonites, eu tinha filhos, tinha uma carreira e tinha um destino. E sem duvida esse destino não era ser a mulher de um Cadete, que certamente esta acostumado com tudo do bom e o melhor.

Mas eu não conseguia. O fervor que estava dentro de minha mente e coração era maior que a logica. E certamente o amor é assim, um fogo que esquenta mas que ao mesmo tempo pode te queimar, que faz você ir contra as sua própria regras, que faz você reivindicar um trono, que faz você fazer loucuras, para simplesmente se sentir amada, sentir que alguém se preocupa com você, que alguém sentira sua falta e para sentir em um abraço o mundo todo a seu favor. Esses eram os únicos motivos que as pessoas amam e querem ser amadas, para ter um final feliz como em conto de fadas. Era arriscado, mas uma pergunta realmente não saia de minha cabeça, seria ele meu príncipe encantado ? 

"Eu sou Casado" C-A-S-A-D-O. Essas letras como um furacão emocional, ficavam rondando minha cabeça. Meu olhar apaixonada não era mais visto em minha face, e sim um olhar serio e um pouco doentio. Logo mascarando tudo aquilo com um sorriso. Levemente pegava sobre o cotovelo dele, e com delicadeza ia passando meus dedos sobre sua pele a procura do ponto vago, entre as veias. O ponto vago, era onde por algum motivo ao apertar por 10 segundos a pessoa desmaiava por tempo não distinguido, podendo ser horas, dias, meses, minutos ou segundos. Tudo era questão de sorte.

-Casado? Me desculpe por isso, pensei que você fosse solteiro. Mas novamente, não esta acontecendo nada por aqui. E como esta difícil achar bons partidos hoje em dia em monge, a maioria é casado ou gay, é uma tragédia. Haha Tentava aos poucos ir mudando de assunto, mas continuava a mexer em seu cotovelo, como se fosse um pequeno pedido de desculpas.

Ao achar tão ponto, pressionava com minha unha por 12 segundos exatos. Estava torcendo para dar certo. Tudo bem que ao achar o ponto vago, a chances de dar certo era 101%, mas nem sempre tudo sai como planejado, e como a vida é cheia de surpresas, não poderia contar apenas com isso. Então, tinha um plano, tinha uma corda. Poderia enforcado com ela. Enforcamento e afogamento sempre foram minhas torturas favoritas, não vejo a hora de faze-las novamente.

Ao ver a arma em minha frente, o cano dela fez com que inúmeras imagens de mortes e assassinatos vieram em minha mente, o mais estranho era a imagens de eu matando uma doce mulher que estava com um casaco verde. Logo em seguida mudava para uma outra mulher que usava um lindo vestido azul de renda, estava com o cano da arma em sua boca enquanto ela pedia perdão, apertava o gatilho e a única coisa que era possível ver naquele lugar, era sangue. Após esses pequenos 2 flashbacks, ficava um pouco tonta, e ao voltar a consciência não lembrava mais disso, e com um olhar confuso era levada para algum lugar, algemada.

Como? O mundo estava contra mim. Tudo que eu tentava fazer dava errado. Não tinha ideia do que fazer. O monge era tão... Sonso, ficava sem fazer nada com tanta coisa acontecendo. Era tão irritante, tinha vontade de dar um soco nele, mas era impossível, já que estava praticamente imobilizada. Com um olhar calmo em minha face, colocava minha cabeça para baixo, e logo em seguida chacoalhava a mesma, deixando meu cabelo bagunçado, mordia meus lábios fortemente fazendo com que eles até sangrassem um pouco, prosseguindo abaixava minha cabeça deixando algumas gotas de sangue cair sobre meu vestido

-SOCORRO! ESTE HOMEM FALOU QUE SE EU NÃO FOR PARA A CAMA COM ELE, ELE IRIA ME TORTURAR NA CADEIA. ELE ATÉ ME BATEU, SOCORRO! Estava gritando desesperadamente, meus olhos se enchiam de lagrimas. Não estava sofrendo em nada, queria apenas me livrar dele. Mais meu ódio pelo mesmo era tão grande, que não podia pensar em ver o mesmo morto. Com meus olhos com lagrimas escorrendo, e com meu lábio inferior esquerdo sangrando, minha raiva esta em seu auge, e ninguém, nem nada conseguiria pará-la.  
 

Com um sorriso no rosto, olhava para o "cadete" que no final era apenas um ladrão arruaceiro, que certamente tentou se dar bem na vida e foi pego. Coitado. Enquanto os cadetes arrastavam o mesmo para longe, senti um grande alivio planar no ar, estava me sentindo leve, e mesmo com os lábios doendo parecia que tudo era apenas um pesadelo que, estava prestes a chegar ao fim. Com um olhar despreocupado no rosto pegava meu celular, e com o seu reflexo ia me arrumando. Tentando conter o sangue com um dos babados de meu vestido, e arrumando meu cabelo o penteando suavemente com meus dedos.

Ainda arrumando meu cabelo, vejo a mulher que me ajudou chegando perto de mim, mas parecia que aquela "amiga" iria virar uma inimiga, porque mesmo sem eu ter meu nome sujo, eu tenho um pequeno antepassado. Antes mesmo de responder a moça, virava minha cabeça para o local onde estava o homem a procura da arma que ele estava portando.

- Eu adoraria ir para a delegacia. Mas tenho que pegar meus filhos que estão com a tia. Talvez eu possa ligar para la e responder as perguntas por telefone mesmo.

Sim, estava me arriscando muito. Mas infelizmente esse  era o único jeito de me livrar dela, rapidamente e sem mais complicações.