I do not think that's bad.

A surpresa do jovem foi tamanha quando ouviu o monge inclinar-se para dá uma chance ao aspirante. O olhar do homem do templo era tenso sobre o local, não mudara muito desde que a cadete estivesse ali. Talvez fosse sempre ranzinza e de mal humor. O rapaz a sua frente não intimidava em nada. Geodude para acostumado com o mestre daquele jeito. Mas agora Zak aceitava a missão do monge, na qual nem sabia o que era.

- A cadete pegou algo que me pertence. O bracelete de Lugia. Não faça perguntas sobre o que é, só saiba que quero de volta. Vá até ela e pegue o bracelete e aproveite para fazer uma baderna no arquivo cadete da cidade. Tenha em mente que estará no covil cadete e qualquer coisa, você será pego. Leve Geodude como auxiliar, mas saiba que você não tem licença, então cuidado para que ele não seja um peso, ao invés de um auxílio. Você estará entre cadetes, seja pego e Geodude saberá se sair sozinho de lá, deixando-o a mercê dos persianos...

A missão parecia simples, mas, perigosíssima. Zak teria que ir ao departamento dos cadetes, na onde estava guardado o bracelete, retirar o objeto de lá e ainda fazer uma baderna sem ninguém vê. Talvez o problema fosse a última parte: sem ninguém. Geodude já se aproximava do jovem. Daria o seu apoio, mas como um Pokémon inteligente, ele daria no pé se algo desse errado...

OFF: Uma perguntinha: eu tenho que causar uma bagunça no arquivo de algum cadete específico ou todos que estiverem lá?

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Com a missão entregue, Zak permanecia incrédulo sobre a eficiência que teria na missão. Era perigosa, de fato, mas isso não era o suficiente para espantar o jovem aspirante. Geodude começava o seguir e o monge despedia-se de seu parceiro apenas com o acenar da cabeça. Os dois saiam do templo das memórias ao ponto que Geodude apenas flutuava centímetros do solo, seguindo o rapaz. Os dois desciam a ladeira da rua. A noite engolia os dois. Dois homens tentaram se aproximar de Zak, certamente com más intenções, mas ao verem o Geodude ao lado, desistiram.

Zak passava pelas sombras das ruas. Depois de deixar a parte mais pobre da cidade, mal iluminada, chegava a Nyender City - Centro, toda coberta de luzes de pisca-pisca, árvores bem cuidadas, chão limpo. Apenas do horário, alguns românticos passeavam na praça de frente da Igreja. Evitando ser visto, o moreno seguia pelas ruas e becos, alguns dando sem saída e tendo que retornar. Depois de uma boa caminhada, logo à frente estava a Academia de polícia. O grande prédio bege cobria boa parte do bairro com sua sombra. O grande Persian sobre o globo parecia rugir para Zak que se aproximava. Poucas luzes estavam acesas no local...

O aspirante parecia estar um pouco preocupado com o que se seguiria dali para frente. Talvez por estar diante do local mais protegido de Nyender e talvez de Shinki. Talvez por estar caminhando para o fundo da boca do leão. Talvez por estar diante da morte eminente antes de concretizar a sua missão. O jovem erguia-se diante de todo o mundo da cidade e Geodude encarava-o com sua cara neutra, como se aquela missão fosse comum para o Rock. Depois de olhar para os lados, Geodude suspirava e assim o rapaz começava a acumular lágrimas em seus olhos, o que os deixou um pouco vermelho.

Sem temer nada, o jovem entrava na Academia e Geodude esgueirava-se para o lado. No prédio, poucos cadetes estavam ali, talvez seguranças do local, nada que rendesse maiores atenções. O prédio parecia bem solitário naquela noite e no balcão estava uma mulher de peso bem relevante, nariz quebrado e um coque na altura do cabelo, digitando sem parar em um computador detrás do balcão. Os olhos dela demoraram em encontrar os olhos que escorriam lágrimas de Zak, até que ela o notou.

- Você está bem, garoto? Aconteceu algo?

Geodude permanecia na porta. Não poderia se arriscar entrar até que o local estivesse seguro. Um cadete que estava como guarda aparecia com um copo de água para Zak, que tomou a atenção da atendente e do cadete ali. Geodude esgueirava-se rolando por ali e entrava no prédio em seguida, passando por ali sem ser notado.

Off: Deduzi que é noite de natal por culpa do evento e tudo mais...

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O choro de Zak era bem convincente, ao ponto que ele mesmo acreditava e se continha para não rir da cara dos oficiais. A lorota contada parecia um tanto quanto exagerada, mas talvez pelo clima natalino, o jovem poderia conseguir alguma coisa... ou não! Geodude foi o mais esperto. Enquanto o jovem disfarçava com o casal de agentes, o Rock infiltrava-se entre os corredores do prédio, sumindo de vista, sem deixar pistas. O olhar do cadete parecia bem mais motivacional do que da mulher mais velha que parecia bem dura e ríspida.

- Meu pai também está em missão especial ... – dizia o oficial já enchendo os olhos de lágrimas, mas logo se conteve e disfarçou. A mulher da recepção suspirava e revirava os olhos, claramente mostrando que não era tão sensível assim.

- Ok... Joshua, vá ao arquivo chamar a mãe do rapaz. É natal... Talvez comandante Dantas não se importe com um intervalo... Mas você fica aqui. – dizia a mulher, claramente desconfiada.

- Não se importe? – Joshua dizia com sarcasmo – Desde que Thompson saiu, isso aqui virou uma... sei lá... mas não está legal não. – dizia mais baixinho, embora todos pudessem escutar. – E se ele aparecer?

- Não seja tolo. Ele está trancado em sua sala o dia todo...

O cadete, entre protesto, se retirava receoso para a sala do arquivo, procurando a mãe do garoto, o que não daria nada certo pois Zak não tinha nenhuma família que trabalhasse ali e além disso Geodude estava perambulando pelo prédio e se o cadete vesse não seria nada conveniente.

OFF: Acho que agora sim é hora do Zak morrer -q

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Parecia que o jovem não tinha calculado tal ação. O mesmo quase engoliu o nada quando viu o cadete se retirando lentamente para ir atrás da “mãe” do moreno. A mulher da recepção não estava nada a fim de encarar os problemas ditos por Zak, mas pelo o que parece, o espírito do natal fez com que ela burlasse um pouco as regras. Embora estivesse feito do jeito que o aspirante a Apocalipse não esperava. Em prol de sua missão, Zak encenou mais um pouco diante do rapaz que iria atrás da mãe que não existia. O mesmo tentou fazer o possível para que o cadete se sensibilizasse mais do que a mulher, mas pelo visto, tudo dependia do doce e mero espírito do natal.

- Ora, Carla. Deixe o rapaz entrar. Não parece nada de mal. Você não tem amor com os seus pais? – o cadete pedia para a mulher deixar. Parecia que quem mandava naquela noite era a mulher.

- Tenho. Todo ano vou visita-los em seus túmulos. Você sabe que os Comandantes acham sobre isso, não é? – Carla retrucava.

- Só hoje. Para quem abriu uma exceção para intervalo pode abrir uma exceção para a família, não acha? – dizia Joshua

- Aff... Ok! Mas fique na porta! – o olhar da mulher pairava sobre o cadete e o menino.

Depois da vitória em convencer a recepcionista mandona, Zak e Joshua avançavam pelos corredores sombrios do departamento. Naquela noite, o moreno pouco via uma ou duas pessoas trabalhando. No meio do corredor, um homem já velho, baixinho e de bigodes grisalhos limpavam o corredor. Os passos dos rapazes faziam certo barulho e depois, no final do corredor, lá estava o arquivo e nem sinal de Geodude.

- Vá lá! Vou bater um papo com o Frank – dizia apontando para o velho faxineiro. – mas não demore. Nosso pescoço está em jogo.

OFF: É tanta mentira que até eu estou ficando confuso. -qqq

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Depois de conseguir entrar na sala, sozinho e sem vista para Geodude, Zak tratou de se recompor e criar uma nova mentira. A sala escura, com uma pequena luz e fraca no centro da mesma, era visto que era uma das maiores salas da academia. O jovem começava a caminhar pela sala até encontra a oficial responsável. Baixinhinha, loira e grandes óculos vermelhos chamativos. Seus cabelos curtos, volumosos e ondulados só não eram mais perceptíveis do que os seus trajes de civil. Possivelmente não era uma cadete.

- Comandante?! Oh, querido! Isso é brincadeira desses cadetes. É difícil ser uma das poucas cadetes... Mas na noite de natal? Que estranho... É, depois da guerra o espírito do natal enfraqueceu mesmo... – dava uma risadinha fina e até agonizante. – Você poderia catalogar alguns itens de investigações que chegou aqui hoje. Estão na mesa. Coloque tudo que a ficha pede. – dizia entregando uma prancheta com várias fichas. – Ah! Chamo-me Magnólia Dantas. Mas pode me chamar de Maggie.

A loira logo saia dali, dizendo que ia pegar café e com isso o jovem percebeu a falta de janelas no local, apenas uma pequena no extremo da sala. Havia apenas o sistema de refrigeração, protegido por algumas grandes e foi só o passo do jovem chegar até uma grande mesa, analisar vários itens e perceber que o bracelete não estava ali...

Com Dantas fora de vistas, o jovem começava a sua missão. Achar o bracelete no meio daquele amontoado de anotações e objetos não seria fácil, mas se tornar um Apocalipse não é uma missão fácil. O jovem começava a vasculhar as coisas ao redor da sala, danificando o que encontrava e colocando no lugar. Quando tudo terminasse, ninguém saberia e só notaria quando pegasse a evidência – se pegarem. O jovem tentava fazer de tudo para poder ser o mais rápido possível, mas embora estivesse realizando essa tarefa em uma velocidade absurda, ainda não tinha achado o pertence do monge.

O mais surpreendente era os mais variados objetos que estavam ali, que iam de uma simples borracha até uma tampa de sanitário... As perguntas viam na cabeça do rapaz sobre para que servissem alguns objetos, mas no fim, todo o esforço se resumiu em saber como acharia o bracelete, que naquele lugar não estava. Foi ai que o jovem ouviu um barulho em um dos corredores formados pelo arquivo e amontoado de itens. Como o seu plano fora traçado, se jogou na cadeira e começou a fingir estar trabalhando, mas surpresa foi do jovem ao perceber que ninguém aparecia.

Os olhos de Zak pairavam sobre a forma imaginária da mulher gordinha, procurando-a no meio da grande sala. Mas nada! Foi ai que os olhos do rapaz abaixaram mais um pouco e ele pôde ver Geodude no chão, encarando-o com os olhos tortos e com o bracelete nas mãos...

Com a vitória proporcionada parcialmente por Geodude, o jovem aspirante estava com o bracelete pedido pelo monge. O Rock parecia satisfeito com o trabalho, mas retirar o bracelete de Geodude o deixou um pouco com raiva. Ele olhava para Zak com a cara fechada e depois de ouvir o jovem, se retirava. Com suas mãos, tirava as grades do tubo de ventilação e entrava, fechando novamente. Assim, Geodude saiu da sala como se nunca tivesse entrado. O jovem Zak, por sua vez, foi para a mesa, continuar o trabalho que lhe foi proposto.

Com os olhos sobre os itens, ele começava a preencher as perguntas da prancheta. Eram perguntas variadas, que iam de perguntas se era sólido, líquido e até gasoso, até perguntas sobre particularidades. Eram cerca de sete perguntas para marcar e duas para escrever. O jovem fazia o trabalho como um verdadeiro cadete e não demorou em a senhora/senhorita Dantas chegar com dois cafés expressos.

- Aqui está, amorzinho. Sabe o que mais? Descobrir que o meu filho vai vim me visitar, pelo menos foi isso que Carla disse. Ela estava um pouco estranha.... Na verdade, até Joshua que o mais legal daqui está estranho. Ele disse que o seu tempo acabou... O que isso significa?

Tendo em visto a sua farsa na corporação dos cadetes, o rapaz erguia-se de modo triunfante e continuando a sua mentira, saia da sala. Maggie apenas acenava para o indivíduo e desejava sorte no teste que não existia. Era estranho como ela não sabia que havia um teste, mas era mais estranho ainda todas as mentiras se entrelaçarem de modo que favorecesse o aspirante. Geodude estava no sistema de ventilação e assim o rapaz caminhava para fora, onde encontrava Joshua com o faxineiro. Ele logo declarou o seu desejo e falou de boca para fora como os cadetes eram os melhores.

- Olha, é melhor sair daqui logo, podemos nos encrencar por isso.

Assim, o jovem seguia pelo prédio só, enquanto o cadete ficava de papo com o funcionário do local, ao passar pela recepção, a atendente logo ergueu a mão e o chamou para perto dela, momento em que Zak bateu um sofá e fez um barulho, camuflando o barulho de Geodude passando pelo tubo de ventilação.

- Venha aqui, mocinho.

Nem tudo parecia um mar de rosas. Zak gelava ao ser chamado pela recepcionista. Embora ela fosse durona, era esperta e por ter tal condição, seria possível que apenas o espírito de natal fosse o suficiente para dobrar a oficial? Mesmo assim, Zak se aproximou com sua lábia na ponta da língua. O mesmo pareceu satisfeito com o ocorrido e apenas encarou a com os olhos de menino pidão.

- Mesmo sendo natal, tem que assinar a ata de visita. Com o número de seu documento de identidade.

Dizia a mulher entregando um prancheta para que o rapaz preenchesse com os dados.

OFF: Sem problemas. xD

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Depois de ser convocado pela recepcionista, que depois de todos os cadetes ali, parecia ser aquela que estava mandando naquela noite, Zak não viu outra saída a não ser realmente assinar o seu nome ali. Talvez não saísse ileso do local, afinal, depois de ter os documentos como sinal de identificação, o jovem seria responsabilizado por qualquer coisa que acontecesse ali. Mas ainda tinha a chance deles nunca descobrissem o que havia acontecido naquela estranha noite de natal. Os dois se entreolhavam e Zak começava a preencher os dados no papel.

De começo, o rapaz até pensou em diversas desculpas para poder sair dali, mas todas nem foram precisar. Apesar da desconfiança, a mulher restringiu-se apenas a um olhar ameaçador, de cão que sério. Ela não deixaria ninguém sair dali sem ao mínimo ter a certeza que estava fazendo o seu trabalho corretamente. Não demorou muito e logo Zak estava deixando o grande prédio sob uma “boa noite” da mulher, que antes de tudo, estava rezando para que nunca mais visse o jovem.

Do lado de fora do prédio, com o bracelete do monge guardado, o rapaz logo pensou no Pokémon, que aparecia misteriosamente ao seu lado. Geodude era um Pokémon inteligente e não era a toa que nunca tivesse sido pego até hoje, depois de trabalhar com tantos aspirantes, uns cuja índole era discutível. O Pokémon mantinha-se sério, flutuando centímetros do chão, esperando os próximos passos de Zak.

A missão foi um sucesso, mas embora o jovem já se considerasse um Apocalipse, ainda tinha a parte final, que era reportar o ocorrido para o monge. Geodude, por sua vez, mantinha-se bem arisco, talvez Zak tivesse ferido os sentimentos dele. Mas mesmo assim, o aspirante tentou manter tudo de modo profissional, deixando Geodude menos sentimental, no qual apenas decidiu seguir os passos do jovem pelas ruas da cidade das flores.

As ruas desertas, de centro aos bairros periféricos, deixava a graça da noite de natal. O céu estrelado assistia os passos do jovem que partia pelas ruas, bem confiante. Aos poucos ele deixava a área mais iluminada da cidade, até o centro onde o monge estava. Nem os moleques de ruas estavam ali perto, já que era bem tarde da noite. Geodude não se intimidava mais em andar ao lado de Zak, afinal, ninguém viria lhe incomodar. O jovem tentou ir pelo caminho mais curto e assim o templo das memórias surgia na frente.

A porta estava empurrada, mas o jovem sabia que estava aberta. O arame ao redor do muro deixava claro que o templo estava protegido, mas ao redor do muro os rabiscos de linhas de spray eram o destaque, como um sinal que o interior poderia estar intacto, mas a parede ao redor sofreria sete vezes mais.

OFF: Minha mãe non me deixa comprar bala ç.ç

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