Cap 2 - Primeiros passos como um Gladiador!

Depois de um momento de alta pressão na academia, Lilthief Hanner resolvia retornar para casa, ou ao menos para a casa onde estava ficando quando não tinha ninguém. O rapaz que agora era um gladiador tinha muito o que fazer até alcançar o Gran Ministro, e o mais importante era vencer o medo de Charmander ao fogo. Jafar, o Pokémon Fire, demorou para se recuperar, mas quando o rapaz deu por si, ele estava forte e confiante de novo, mas não queria comentar nada sobre suas fobias, o que era normal.

No dia seguinte, quando o rapaz colocou a mochila nas costas, trancou a porta e colocou a chave no assoalho da porta, o mundo parecia uma nova oportunidade para ser explorado. Não tinha muitos itens em sua bolsa, mas sabia que poderia conseguir mais durante o seu percurso na cidade. Hanner caminhava pelas ruas não muito movimentadas de seu bairro e suspirava sobre a necessidade de um desafio. A capital estava bem ensolarada naquela manhã romântica, onde o frio do vento se misturava no calor dos raios solares, deixando a situação bem agradável.

O menino percebia a existência de várias pessoas se declarando pelas ruas, na medida em que se aproximava até o centro da cidade. O dia dos namorados era comemorado em Shinki pelo visto. As pessoas conversavam sobre a possibilidade de irem para Erobing, participar de um festival que estava acontecendo ali. Hanner ouvia de relance. Como sabia bem, os habitantes de Shinki não eram os mais gentis que conhecia.

Na rua do recomeço, passando de frente da academia, indo em direção do centro, o grande prédio da biblioteca central aparecia. Lilthief já se deparava diversas vezes com o prédio, mas dessa vez perdia a atenção e acabava se esbarrando em uma menina. Era magra, menor do que o gladiador e por isso acabava caindo no chão, derrubando os livros. O chapéu dela voava para a rua e ela se desculpava.

- Desculpe-me, sou uma desastrada... – a menina mal terminava de falar e olhava para Hanner. Em primeira vista, seus olhos enchiam de lágrimas e o vigarista pensava que ela ia chorar, mas assim não aconteceu. – Oi... – ela dizia, como quem visse um anjo, mas Hanner era tudo, menos anjo.

A beautiful woman

A cena era típica de filmes de romance, daqueles em que a garota encontra o seu príncipe na primeira virada de esquina. Só que o príncipe em questão estava mais para ogro. Hanner era um garoto de personalidade muito forte fria, embora sua parte sarcástica o deixasse menos sério. A menina não via isso, apenas uma possibilidade de não passar o dia dos namorados sozinha. Uma doce pessoa. As belas roupas insinuavam que era de uma classe alta da cidade. Ficava levemente corada perante o rapaz em sua frente. Em seus braços, abraçavam os livros.

Lilthief resolvia tirar proveito e puxava a menina para perto de si. Vermelha, ela arregalava os seus olhos e começava a se aproximar mais, só que o vigarista deixava ela no ar, indo pegar o seu chapéu e devolvendo para a dona. A menina ouvia o nome do rapaz, mas estava tão delirante que Hanner teve que perguntar outra vez.

- So-so-sayaka – como se não soubesse o próprio nome, a menina de longos cabelos caminhava pelas ruas junto do gladiador. Quando deu por si, ela já estava de braços dados com o rapaz e seguia pelo caminho. As pessoas não estranharam, devido a data comemorativa. – E-estou indo para a biblioteca da cidade... Tenho que devolver esses livros.

Fugindo de sua personalidade egocêntrica, Lilthief tinha uma perfeita caminhada pela cidade, indo para a biblioteca central. Entrando no local, uma ou duas pessoas estavam ali, fora o atendente de sobretudo e cabelos alvos. O casal entrava e enquanto Sayaka entregava os livros, o menino observava alguns dos modelos de lançamentos. No fim, ela estava de volta e não pegava nenhum livro e só ficava parada, admirando Hanner, com suas mãos dadas e um olhar apaixonado. Aquilo poderia ser constrangedor, se Hanner não quisesse se aproveitar da situação.

Fall in Love

Hanner não sabia se era ideal aproveitar da menina, pelo menos, não muito. A biblioteca central era um pouco populosa e por conta disso acabava deixando claro que o movimento de ida e saída de livros era propício para a menina ficar observando o gladiador com sua cara um tanto quanto boba. O bibliotecário até oferecia um novo livro para a morena, mas essa estava encantada com Lilthief, ignorando o homem que saia de perto do casal.

Procurando se aproveitar, o vigarista encostava perto da menina para beijá-la. Essa virava o rosto, fazendo com que o gladiador beijasse a bochecha. Um tom rubro tomava conta da pele alva da menina. Seus olhos esbugalhavam enquanto Hanner encenava para a menina. Ajudar o moreno era tudo o que Sayaka queria agora. Foram para fora da biblioteca, Hanner liderando a saída e Sayaka vermelha ainda, de olhos esbugalhados e sonhadora.

Ao lado do prédio, o vento continuava e a menina angelical deixava que apenas Hanner falasse, até que Jafar aparecia. O Pokémon acenava para a menina e essa apenas olhava de forma boba para os dois. Mais um beijo no rosto era dada. Sayaka era muito tímida para permitir uma intimidade maior do que isso. Jafar ficou confuso, já que mesmo a menina prometendo ajudar, os olhos dela não desviaram de Hanner, que apenas queria ajuda.

O gladiador estava pronto para falar, até uma loira de cabelos cacheados bater no ombro dele, sem querer, e pedir desculpas. A face apaixonada de Sayaka mudava de apaixonada para irritada. Ela fechava a cara e o anjo parecia se tornar um demônio. Antes que a loira saísse, a morena puxava o braço dela e começava a gritar.

- Você não tem vergonha?! Não está vendo ele no caminho e que está acompanhado! – a voz da menina assustava até o Pokémon de fogo, que se afastava de uma possível briga que se formava, possivelmente provida de um ataque ciumento possessivo da morena.

Surpreso pela personalidade escondida da menina, Hanner pensava onde estava pisando, uma vez que a menina parecia muito agitada e possessiva. O gladiador tentou amenizar a briga que se instaurava, enquanto a loira procurava saber onde foi que ela tinha errado, uma vez que pediu desculpas a Lilthief. Com um sinal de desculpas, o vigarista afastava a morena do campo de guerra, enquanto ela continuava a ameaçar de longe a loira que se recolhia e entrava na biblioteca.

Após o fim do barraco, Sayaka suspirava e mudava completamente, abrindo um sorriso largo e encarando o seu amado, com eu olhar bobo/apaixonado. Jafar suspirava aliviado por voltar a conhecer a menina meiga de chapéu em sua frente. O Pokémon de fogo se animava com a proposta de encontrar um oponente, tanto que batia no peito estufado e parecia se gabar de suas habilidades, que Hanner sabia que tinha.

- Claro, tudo para te ver em ação...

O suspiro após a fala deixava a cena mais extasiada. O grupo começava a andar pelas ruas da capital, na qual o amor estava no ar. Os bancos das praças sempre tinham um casal. Sayaka apenas intensificava seu olhar apaixonado por Hanner, no entanto, recatado. Alguns passos pelas ruas, entrando e saindo de becos. Assim que a dupla entrava em um beco, um Glameow fugia, ou uma Skitty. A menina continuava encarando o gladiador, que acabava tendo dificuldades para poder procurar algum Pokémon. Jafar suspirava mais uma vez, decepcionado pela menina.

Depois de um tempo, olhos postos nos becos e nada. Era quase meio dia e a única coisa que o gladiador pode ver, ou ouvir, era os gritos de uma mulher de cabelos castanhos, cacheados. Ao lado dela, um homem alto, moreno escuro, olhos grandes e negros. Ele puxava a bolsa dela e ela gritava puxando a bolsa de vez, simples reação ao perigo.

Diante da tentativa de assalto, o vigarista reagia. Sayaka continuava olhando de forma inspiradora para o jovem, como quem visse um herói, no entanto, Jafar assumia a frente, ameaçando o bandido, mesmo o pequeno Pokémon não ameaçando ninguém de fato, por conta do seu tamanho. A mulher aproveitava a distração do assaltante e puxava a bolsa de vez. O homem não hesitou, muito pelo contrário encarou e apontou para o gladiador e antes que pudesse falar algo, a morena possessiva ao lado de Hanner segurava o braço dele, impulsava seus pés que de algum modo envolvia no pescoço do grande homem.

Não demorou segundos e o grande homem estava no chão, choramingando e pedindo para que tirassem a louca de cima dele. Parecia que Saraya tinha algumas habilidades com judô e havia nocauteado o bandido em um único golpe. O braço do rapaz estava nas costas e a pequena não tinha força, mas parecia estar fazendo o grandalhão chorar ali mesmo..

- Ela é boa... – comentava a mulher que acabara de se livrar de ser assaltada.

Enquanto o grande homem continuava choramingando, um gato roxo aparecia perto da situação vigente. A purrloin parecia achar graça do jeito que Sayaka derrubou o grande homem e sorria de perto. Foi só o tempo de Jafar avistar a gatuna e apontar, puxando a barra da calça do gladiador para poder mostrar a Pokémon. O fire nem esperava ordens, saia correndo atrás do alvo. Purrloin, por sua vez, não ficou parada, saia correndo entre os becos da cidade, tendo Jafar a perseguir.

Wild Purrloin!

Sayaka mostrava uma habilidade incomum para uma garota como ela. Temendo ser o próximo na lista do jovem, Hanner pensava como sair dali. Com a aparição do Purrloin, o gladiador tinha o escape perfeito e assim partia correndo atrás do gato, atrás de seu lagarto de fogo. A mulher salva afastava-se aos poucos, deixando Sayaka cuidar do homem, que literalmente chorava pedindo para a menina o soltar. De longe Hanner ouvia a menina pedir para ele a esperar, mas já era tarde demais.

O vigarista avançava mais na cidade, entrando nos becos e indo para as ruas. Um carro buzinava e desviava do grupo formado por um gato, um lagarto e um homem, e quase batia no poste. O motorista colocava a cabeça para fora e dizia palavras um tanto quanto ofensivas para o grupo, enquanto um engarrafamento se estendia, em plena manhã de Nyender. Purrloin era veloz, Charmander estava seguindo a gatuna um pouco atrás. Lilthief, por ter sido o último a começar a correr, estava no encalce dos Pokémons.

Depois de um tempo correndo entre os becos e as ruas, Purrloin entrava em um prédio velho, onde a janela estava quebrada. Jafar fez o mesmo, mas não com tanta habilidade quanto a gata. Atrás vinha o gladiador, que ao tocar na janela, a mesma caia para o lado de dentro do prédio e abria uma cortina de fumaça, mas mesmo assim o moreno entrava.

O prédio era velho, aberto, sem nada a não ser poeira. Os passos do gladiador eram leves. A maioria das janelas eram cobertas por panos. Lilthief só passou por ali uma ou duas vezes, mesmo andando tanto pelas ruas da capital. Ao longe, Charmander, com sua chama fazendo uma iluminação ao seu redor. O Pokémon olhava de um lado para o outro, procurando a gata. Entre as sombras da construção, uma sombra grande aparecia, assustando um pouco o rapaz, mas logo em seguida percebia que a sombra diminuía e diminuía até aparecer Soraya e o Pokémon fada, Snubull.

- Ah! Ai está você querido... – a menina sorria e dava leves pulinhos até chegar perto do gladiador- Você estava procurando alguma coisa? – o Snubull era um Pokémon de cara fechada, mas o que chamava mais atenção nele não era a cara, mas as cores singulares, pois era shiny.

Sayaka era uma garota misteriosa e diante de si só tinha uma aura de amor, quando a possessiva menina não estava atacando alguém. Jafar ficava estranho diante da menina, temendo que a mesma desse algum golpe especial em Hanner, enquanto Snubull parecia mais raivoso que o normal de sua espécie e foi só Lilthief levantar a voz para a apaixonada garota e o canino rangia para o gladiador, mostrando que não estava nada a fim de cooperar para que algum romance surgisse dali (se já não tinha surgido).

Hanner pedia ajuda para a morena, que ao ouvir percebia que um pedido de seu amado era uma ordem obrigatória. O rapaz logo começava a caminhar no meio da construção empoeirada. Sayaka encarava com a cara boba para o rapaz, mostrando-se que tinha grande possibilidade de atrapalhar mais a busca pelo gato, do que ajudar, afinal, a menina só reagia mesmo sob base de ciúmes.

Depois de um tempo andando no primeiro andar, um silêncio constrangedor começava. Snubbul encarava o gladiador de forma ofensiva, enquanto a menina de forma apaixonada. Jafar passava os seus olhos entre a menina, o Pokémon fada e o seu mestre, tentando saber quando foi que ele entrou naquela situação constrangedora. Depois de alguns passos, o silêncio dava espaço para uma canção. A música era murmurada por uma voz humana e depois de alguns passos, eles viram entre uma porta entreaberta uma Ekans enrolada na Purrloin, que tanto Lilthief perseguiu.

No chão, um pentagrama feito de tinta vermelha (assim se esperava ser) e um homem, jovem usando um casaco verde, cabelos exóticos e olhos cinzentos. Ele sussurrava a canção macabra e em sua mão havia uma adaga negra. Ekans parecia consciente de que se o seu possível mestre não matar a gatuna, ela mesma mataria enforcando a presa. Era claramente um ritual giratinista...