Apenas negócios

off: sorry a demora x.x problemas de saúde na família acabaram me atrasando para construir os códigos de batalha das duas rotas que tinha antes da sua x.x mas agora acho q consigo manter um ritmo melhor ^^
off2: adicionando dia e hora o/

---

Perante as palavras de Shiro, Charles pareceu perder toda a cor de seu rosto. O olhar era apavorado e mais de uma vez ele abriu a boca como se tensionasse falar algo, desistindo logo em seguida. Naquele instante, qualquer dúvida de que fosse tudo um grande mal entendido foi colocada de lado.

- A... A avó de Ana... Ela foi enterrada há três dias...

O homem gaguejava de forma fraca e baixa, exigindo toda a atenção de Shiro para que as palavras fossem ouvidas, mas nem por isso facilmente compreendidas. Enterrada? Para onde então a mãe de Ana a estava levando? Repentinamente a albina se lembrava da criança informando que não tinha mais pai e da mãe da menina confirmando que o homem já não estava mais entre elas. Porém ali estava ele... Seria tudo mentira para manipular a criança e não entregá-la para o pai ou a mulher teria realmente algum problema mais sério?

O som de uma lata de lixo caindo chamou a atenção de Shiro e, pela visão periférica ela avistou a cauda roxa de  um Purrloin sumindo no final da rua. O filhote de Aux? Seria o mesmo felino que lhe conduzira até aquela confusão?

- O que está acontecendo aqui? - O cadete perguntava impaciente, obviamente querendo encerrar aquela questão toda.

- Ela.. Ela vai matar minha filha! - O pai de Ana começava a falar, primeiro de forma tremida, ainda tentando assimilar tudo, porém aos poucos sua voz ganhava força e a mesma frase começava a ser repetida, cada vez mais alto que a anterior, até ele estar aos berros, fora de controle e agarrado nos braços do cadete, em busca de respostas.

Shiro tentava chamar pelo felino, porém o gato não reduzia sua corrida, forçando a Stylist a segui-lo. As intenções do felino eram claras: siga-me. Nunca sumindo de vista, mas nunca ficando próximo para ser pego.

Um dos cadetes se pôs a seguir Shiro, logo liberando um Houndour para auxiliar na perseguição do felino. Um Taillow, de um dos cadetes que permaneceu junto ao pai na casa incendiada, passou voando pela dupla, indicando as melhores rotas para seguirem. Com tanto apoio, Purrloin pareceu acelerar seus passos, sumindo frequentemente dos olhos de Shiro, mas nunca do faro de Houndour.

A albina refletia nas inúmeras possibilidades, se lembrando de que não tinha nada a ver com aquele problema, entretanto corria. Estava determinada a ajudar a criança. Após inúmeras pontes, o grupo se afastava da região central e bonita da cidade, se aproximando de um cemitério.

- Gladiadora ou Stylist? - O cadete perguntava sem nem ao menos mirar Shiro nos olhos, desligando a lanterna que usava até então e se preparando para avançar a passos lentos e cautelosos. Taillow pousou no ombro do oficial e Houndour exibia os dentes para a escuridão, sem emitir qualquer som. Purrloin agora estava sentado sobre uma lápide, mirando o interior do cemitério e o cadete, obviamente, avaliava a utilidade de Shiro para o provável resgate que fariam.

off: sorry a demora x.x lidar com hospital é sempre complicado x.x

---

O cadete mirou Shiro antes de aceitar a ajuda da Amanhecer. Durante a noite, a Albina deveria se sentir mais a vontade, sem a luz do sol lhe perturbando a pele e os olhos, no entanto seu coração batia rápido pelo que estaria prestes a enfrentar.

- Siga pela direita e tente não ser vista. Vamos tentar cercar o que quer que estejam fazendo aqui dentro. Houndour irá te ajudar.

Sem mais explicações, o cadete seguiu Taillow pelo lado esquerdo, enquanto Houndour começava a seguir pelo lado direito, farejando o caminho de concreto rodeado pela grama bem cortada. Purrloin se manteve em sua pedra, mirando algo mais no interior do cemitério, quase como se não percebesse que a dupla se afastava.

O cão seguia a frente, conduzindo Shiro com seu faro apurado e tentando se aproximar o máximo possível. Até mesmo a respiração era vigiada, para não ser mais alta que o necessário. No avanço, a Amanhecer percebeu algumas luzes provenientes de velas. Houndour exibia os dentes, mas não emitia qualquer ruído. Acompanhando o cão, Shiro se sentou atrás de uma lápide e passou a ouvir.

- Vocês garantem mesmo que ficaremos juntas? Para sempre? - Era a voz de Isabela. Espiando por cima da pedra mortuária, Shiro avistou quando uma outra mulher pegou Ana dos braços da mãe, sem despertar a criança. Essa mulher parecia cantar algo para a menina, acariciando-lhe as costas e os cabelos, antes de deitá-la sobre uma lápide com uma estatueta de Giratina.

- O Grande Giratina ouve as preces que lhes fazemos. Ele nunca afastaria duas almas que buscam permanecer unidas pela eternidade sob seu abraço. Tenha fé.

Primeiro dia na cidade
Quarta-feira, 23h00min

Shiro não podia evitar o pensamento irônico perante sua "sorte". Aquele dia estava se revelando muito atípico pra albina. Às 23h, Houndour ergueu as orelhas, olhando para o alto. Shiro teve de forçar a visão até ver o escuro Taillow voando silenciosamente entre as nuvens. Seria aquele o sinal?

Perto da lápide, Isabela se desfazia de parte de suas roupas, permanecendo quase semi-nua e dizendo que também estava pronta para se entregar a Giratina, aceitando a promessa de permanecer a eternidade com sua filha. Como se aceitasse essa realidade, a mulher se deitou sobre a lápide, abraçando sua filha.

Para desgosto de Shiro, mais um Giratinista surgia, ficando do lado oposto e cobrindo a visão da Amanhecer para o que ocorria. Aquelas capas escuras não ajudavam em nada também, pelo menos para os perseguidores.

Quando Shiro estava acreditando que o cadete não faria nada e se preparava para avançar com a esfera em mãos, ouviu um grito. O giratinista que avistou primeiro se sacudiu e lançou para o lado o que parecia ser um Meowth que rosnava ferozmente. A adaga caiu no chão e o ombro do felino sangrava. Houndour saltou, pronto para avançar no outro Giratinista, mas um Liepard se colocou entre eles. O pequeno Purrloin surgia correndo e tentava morder a pata de seu pai, porém era facilmente derrubado pelo experiente felino.

- Esse é um sacrifício voluntário cadete! Não estamos interferindo na lei! - Um dos Giratinistas dizia, tentando recobrar o domínio da situação, enquanto o outro já erguia uma esfera, pronto para lutar. Houndour rosnava para Liepard, enquanto Purrloin tentava se erguer. Meowth também rosnava para a dupla e Taillow pousava sobre o peito de Ana, como se desafiasse alguém a tocar na criança, isso incluía a mãe, que agora gritava para a ave que ela não lhe tiraria a filha.

A situação no cemitério estava um caos. Como preverá, a stylist conseguiu seu jackpot quando o terceiro cultista surgiu. A vantagem era que ela ainda não fora notada por nenhum deles. O único problema era o fato da pequena garota estar próxima ao fogo cruzado. Os cultitas já comandavam seus pokémon para interceptar os invasores que atrapalhavam o sacrifício. O cadete já surgia do outro lado comandando seu meowth. O giratinista que havia surgido por último se afastou e liberou logo a esfera que estava em mãos. Uma ekans surgiu e começou uma batalha contra o felino.

A mãe da garotinha tentava se aproximar de forma desesperada da filha, mas taillow agitava as asas de forma ameaçadora e tentava afastá-la com bicadas. A ave se continha em usar algum ataque mais danoso para não colocar a vida da mulher em risco. Talvez fosse o procedimento dos cadetes, ou daquele em específico.

Perona flutuou alto e desceu bem no centro de onde tudo acontecia. Como havia vindo do céu, ainda mantinha a localização de Shiro em segredo. A Drifloon rodopiou e liberou diversas chamas de colocação azulada que logo se espalharam ao redor dela. As chamas foram se distanciando até repousarem ao redor de todo o campo. Taillow precisou ativar o protect para que as chamas não atingissem a menina adormecida. Uma das giratinistas conseguira escapar, abandonando os companheiros. Enquanto que o giratinista e o cadete ficaram de fora do círculo.

Outro will-o-wisp era preparado, mas desta vez contra o homem cultista. Mais chamas sinistras surgiam e partiram para cima do alvo. O homem gritou ao ser atingido pelas chamas. O capuz destruido caiu revelando a grande queimadura no rosto. Ele olhou com fúria para a Drifloon e já ia pegar outra esfera em seu bolso quando notou a presença de Izumi com a adaga em mãos. A pequena elétrica saltou contra ele com seu spark preparado e o usou como impulso para saltar de volta para a direção em que Shiro estava. Outro grito de dor fora ouvido. O giratinista retirou outra pokébola do bolso e liberou um onix. A grande serpente de pedra surgiu dando um poderoso rugido contra Perona. Enquanto isso, Shiro recebia da pequena Izumi a adaga.

As chamas do primeiro will-o-wisp, mas pareciam que não durariam muito. Purrloin tentava ajudar Houndour na batalha contar o pai, mas não tinha sucesso.

Ao que tudo indicava, os mortos daquele cemitério teriam alguma diversão para acompanhar pela noite que se estendia cada vez mais para a Stylist que se envolveu em algo totalmente fora de seu departamento.

O cadete tratava de desestabilizar o Ekans com seu Meowth enquanto Shiro tentava controlar um pedaço de todo confronto ali, inclusive da menina, cuja mãe ainda a tentava reaver do Taillow. Para a infelicidade do Giratinista, ele agora estava só, pois o parceiro tinha desaparecido nas sombras da noite silenciosa. Os únicos ruídos vinham dali, dos gritos e ameaças.

- Onix, prenda esse balão com Bind e estoure-o com Rock Throw. Fique atento e não deixem que se aproximem mais.

Ao mesmo momento que a serpente de pedra se aproximava do voador, este utilizava da técnica de fogo, que incendiava pouco do corpo daquele que num golpe circular prendeu o Pokémon de Shiro e atacou com múltiplas pedras, fazendo Perona urrar de dor. O que Onix não esperava era ver o balão desaparecer do nada ao brilhar numa aura esbranquiçada. Na verdade, Perona tinha diminuído drasticamente de tamanho, conseguindo se livrar do aperto do grandão. Ao final, este sentia as chamas arderem em alguma dobras.

Ao fim do turno, era possível ver o ódio no semblante do giratinista à luz das chamas no chão. Interromper o sacrifício deveria ser sagrado para ele.

- Daqui você não passa, garota. - proclamou o oponente com arrogância. - Liepard, derrote todos usando Double Team e Fury Swipes!

O cadete, atento aos dois combates que participava, dava a devida atenção ao felino e já destinava as ordens ao cão: Bite e Flamethrower. Simples, mas brutal. Ele provavelmente se aproveitou do Will-o-Wisp ao redor do Growlithe e montou de forma veloz aquele combo. O Purrlion estava preparado para lutar contra o pai, mesmo rolando algumas tretas na linguagem deles, que Shiro não era capaz de compreender. O Combusken surgia por cima do fogo e dava o início que aquela batalha precisava.

Liepard não deixou que fossem mais veloz que ele. O gatuno experiente se multiplicou usando um truque com sombras. Aquilo funcionava muito, tanto que deixou Karako e Purrlion confusos, mas não com um cão treinado como o do cadete que sentia o cheiro do original. Ele logo aproveitou e deu uma mordida seguido da explosão de fogo. Aquilo deu chance para o Combusken e Purrlion atacar com Fury Swipes. Em revolta, o evoluído contra atacou como se estivesse louco, sobrando para todos ali.

As pequenas chamas ao redor do campo que se concentrava a batalha entre os túmulos começava a se esvair, permitindo que o Liepard visse Shiro tentando se aproximar da mulher e a criança. Com a cauda, ele avisou para a Stylist não se aproximar mais. O rosnado avisava que era um aviso sério.

- Continue atacando Liepard. Onix, Smack Down e Earthquake!