[Capter 1] - Teste para o futuro!

Após o engano o jovem desce novamente as escadas retornando ao primeiro andar. O recruta passa novamente à frente do escritório de sua capitã, vendo a mesma ocupada demais para notar sua presença, segundo em frente rumo ao fim do corredor onde infelizmente não havia guichês de atendimento e muito menos alguma central de informações. Enquanto fazia seu percurso o jovem notava que lá no fundo, alguém o espiava, parado diante de uma porta, conforme ele se aproximava, as feições do tal estranho iam ficando mais claras e menos atraentes, culminando com a desagradável visão de um velho com cara de louco.


Ao chegar diante do estranho ser o mesmo solta uma gargalhada tão esquisita quanto sua aparência. -CHECHECHECHECHECHE!!! É você mesmo que eu queria! Venha!!! Dizia o velho, puxando violentamente o jovem para dentro da sala a qual num rápido olhar Gus pôde ler o anúncio da placa:


O velho empurra o recruta na cadeira e passa a acariciá-lo de forma maliciosa, enquanto perguntava o lugar que deveria fazer a tatoo. -CHECHECHE! Que pele macia! Onde quer que eu faça sua marca, jovem?

Gus se deixava levar pelo estranho homem que o puxara para dentro do ambulatório, dando início ao procedimento. Cada detalhe era cuidadosamente marcado sobre a mão do cadete. O velho era realmente talentoso, salvo pelo fato dele não parar de falar nem por um instante de suas aventuras com outros candidatos e suas peles, umas macias e outras nem tanto, e também pelo fato do homem mostrar-se sádico, pois era notório que se esforçava para tornar o já doloroso processo algo beirando à tortura.

Terminada mais essa etapa, o homem tira o jovem de sua sala com a mesma "delicadeza" que o trouxe, lançando-o no corredor e batendo a porta, talvez formando sua armadilha para mais um candidato desavisado. Com a mão latejando e ainda vertendo certa quantidade de sangue Gus segue de volta para o andar térreo a fim de retirar seus iniciais.
Chegando no local, o mesmo era de uma organização exemplar: Livros, pokebolas, itens, tudo disposto em seus devidos lugares nas prateleiras, respeitando distâncias exatas entre os mesmos, era tão organizado que era uma pena ter que mexer em algo.

O recruta olha por uns instantes, um tanto admirado com tamanha destreza e paciência daquele que organizou o recinto, ele passeia contemplando os utensílios quando ouve um forte barulho, parecendo que algo pesado fora derrubado no chão. O som parece ter vindo de uma sala ao fundo do laboratório, há uma porta que separa os dois recintos, sendo a mesma possuidora de um grande painel de acrílico transparente, sendo possível observar um tipo de jardim através dela.

Repentinamente ocorre mais uma batida, a porta é aberta comum estrondo e pokemons saem daquele jardim interno, invadindo e transformando toda aquela organização num pandemônio. As prateleiras caiam com o peso dos Meowth que iam subindo enquanto fugiam dos Houndour, derrubando os itens e as pokebal, documentos eram espalhados com o vento das asas dos Taillow que executavam incessantes rasantes e os Mienfoo iam golpeando tudo aquilo que se mexia. O cadete olhava atônito aquela cena e o mais impressionante é que os pokemon parecem estar se divertindo, pelo visto sem ninguém para supervisioná-los.

Gus olhava espantado aquela sala perfeitamente organizada se tornar o inferno, os pokemons corriam brincando uns com os outros, sem ligar para a algazarra que estavam fazendo, em poucos segundos tudo estava um caos e o recruta estava bem no centro daquela "festa".

O rapaz considera que aquilo poderia ser outra parte do teste e tenta controlar a situação. Subindo em uma das únicas cadeiras que permaneciam inteiras e chamava a atenção de todos.
Os iniciais demoram um pouco para voltar sua atenção ao recruta em virtude da barulheira que produziam, alguns Meowth olhavam curiosos para o rapaz desconhecido observando à distância segura e Taillow's posam no que antes era uma das prateleiras também a observar. O silêncio lentamente ia tomando conta da sala que agora não passava de um monte de entulho, papéis e objetos aos pedaços.

O jovem Fonseca já começava a respirar aliviado, quando nota, num dos cantos da sala, o pior acontecendo, o pesadelo sai dos sonhos tomando forma real: Dois Houndour brincavam animadamente em seu lugar, o porte deles, a julgar pelo temperamento, era de filhotes. Um deles acaba por lançar Ember em seu amigo que desvia e consequentemente as brasas atingem alguns papéis, livros mais precisamente. O incêndio toma conta rapidamente daquela pilha de papéis que se espalhava, a fumaça subia, deixando aqueles iniciais em pânico, correndo e voando de um lado para outro desesperados, o que agravava a situação, visto que o vento produzido elas asas dos pássaros espalhava fagulhas que produziam outros focos de incêndio no lugar onde caíam.

Gus se via, já com tendo dificuldade de respirar devido a fumaça que se acumulava no ambiente fechado, na urgência de fazer algo antes que perca os sentidos.

O incêndio começava a tomar proporções alarmantes e os pokemons entravam em pânico, correndo e voando de um lado para o outro sem saber o que fazer. A fumaça começava a acumular no teto, obrigando os Taillow a voarem baixo ou permanecerem no piso enquanto os cães e gatos estavam acuados, fugindo do fogo e se espremendo em um canto da sala.

O caos estava instaurado, pouco a pouco o carpete ia sendo consumido juntamente com alguns papeis que foram espalhados. O jovem também estava confuso, mas aquela não era a hora de entrar em desespero, ele deveria fazer algo, ou ao menos tentar...
Gus sobe novamente em uma das cadeiras, dessa vez assoviando fortemente, em meio à fumaça que começava a sufocá-lo. Os pokemons põem se em estado de alerta, aproximando-se dele, e escutando suas ordens, o garoto passava segurança através de seu olhar e os iniciais identificavam o sentimento e a urgência de uma ação imediata procedendo  de acordo com a vontade dele.

Os pássaros esforçavam-se em sobrevoar o fogo, tentando impedir seu avanço com o vento produzido por suas asas, porém o efeito foi contrário: O deslocamento de ar apenas contribuía para atiçar o fogo ainda mais. Houndour Começavam a uivar cada vez mais alto, a fim de chamar a atenção de alguém. Os Mienfoo usavam Pound no chão com a intenção de criar uma vala que impedisse o avanço das chamas. No entanto seus golpes ainda não eram fortes o suficiente afim de quebrar o forte piso e alicerces que sustentavam o prédio da academia, da mesma maneira que os Meowth encontravam dificuldade para encontrar o encanamento embutido nas paredes de tijolos, todavia os pokemons persistiam em seus ataques, mesmo causando pouco ou nenhum efeito.

As chamas vorazes começavam então a devorar as cortinas do laboratório liberando grossa cortina de fumaça. Quando o grupo desesperado ouve um estrondo vindo da porta, seguido de forte som e dois jatos de água surgiam dentre a cortina de fumaça, indo diretamente ao foco do incêndio. A visão prejudicada de Gus observava apenas de se tratar de uma figura feminina a julgar pelo uso de um longo vestido. O fogo estava contido.
Demorou algum tempo até que o jovem estivesse totalmente recuperado, após a fumaça ser dissipada pelo vento dos Taillow. Uma mulher dirigia-se a ele muito sorridente: Tratava-se da doutora responsável pelo laboratório.


-Obrigado, Recruta. Foi muito corajoso em cuidar dos pokemons nessa hora tão difícil! Dizia a sorridente cadete, parecia que ela não havia se importado com os estragos que o fogo causou no laboratório. -Quando estiver pronto me diga que pokemons vai querer. Já mudava de assunto a doutora, talvez a mulher tenha cópias de segurança de todos os documentos, por isso ela está tão despreocupada.