Um novo passo rumo a vingança

Ainda em suas flexões no saco de areia, o jovem parecia estar disposto a dá tudo de si no treino, assim como Trapinch. O barulho dos tiros chamava a atenção do jovem Brian, que observava a morena atirando como uma profissional, ou algo do tipo. A morena parecia ter praticado por muito tempo e assim que finalizou, soprou a ponta da arma, vangloriando-se sem palavras pela mira que tangenciava a perfeição. Brian, por sua vez, logo saia de cabeça para baixo do saco e voltava a sua posição normal. Trapinch parava o treinamento ao ver o seu mestre parando o seu, mas com um simples sinal do Arruaceiro, a Ground voltava a correr pelos lados com o peso na boca.

Brian se aproximava da morena, que terminava o seu treino de mira. O grandalhão pegava uma arma e fazia o mesmo, mirando no boneco. Três tiros eram ouvidos. Brian nem se importou muito de colocar os fones, tendo que ouvir um zumbido agudo após os tiros, e vendo que dos três, acertou apenas um, não no alvo central, mas em uma faixa preta ao redor do central. Parecia que mira não era bem a maior habilidade de Brian, que ao seu ver, parecia melhor em luta.

- Bem, parece que alguém aqui precisa de uma aula de mira. Vamos! Aponte a arma para mim. – dizia a morena.

Brian não sabia muito o que aquilo significava, mas quando ele pensou em reagir, rapidamente a morena pegava a arma, torcia na mão do Arruaceiro, o fazendo soltar, e mirava a arma para o Gangster. A morena era habilidosa, o que lhe faltava em força física, compensava em agilidade.

- Viu?! Não precisa ter tantos músculos quanto você para provar que é um bom Gangster! – dizia em um sorriso. – Vamos lá, não é tão difícil. – a mulher jogava a arma de volta para Brian e assim o homem voltava a mirar.

A morena parecia observar a postura do rapaz, que aparentava-se um pouco corcunda. Com o pé dela, começava a espaçar melhor o pé do rapaz e assim o mesmo ia consertando a postura. Ela elevava a arma dele mais alto e assim segurava o grande braço de Brian em direção ao alvo, ficando atrás do mesmo, em uma posição não tão confortável.


- Agora mire. Mire primeiro e depois atire.

- Eu não treino e me fortaleço para ser um bom bons gangster, eu faço isto para sobreviver, pois só por meio de força que eu consegui o que precisava para viver! _ o homem fala de maneira ríspida e fria, para então respirar fundo e seguir os comandos da jovem, primeiramente mirando na cabeça no lado esquerdo do peito do tórax do alvo, onde fica o pulmão esquerdo, e depois atirando. Brian não tinha o interesse de dar um tiro na cabeça e causar ao alvo uma morte rápida e indolor, queria atingir justamente no pulmão para fazer a pessoa morrer agonizando de dor.

Depois do primeiro tiro, Brian ainda tenta dar mais três tiros, para ver se assim sua pontaria ruim melhora ao menos um pouco. Enquanto isto, Tormenta continua correndo pela arena com a barra de aço na boca, já tendo completado a suas duas voltas que Brian ordenara. Contudo, vendo que seu querido treinador até está atirando e também por estar com um pouco de ciúmes da jovem morena, Tormenta coloca a barra no chão e depois procura um pequeno peso, não mais do que quatro kilos, para colocar nas suas costas e sair andando com ele, cada passo seu ficou mais difícil e forçado, fato que já a fazia suar precocemente, mas ela sabe que Brian terá muito orgulho quando ela ficar ainda mais forte.

Brian tratava a morena, que nem sabia o nome, de forma em ríspida. A mulher, que só queria ensinar o Arruaceiro a se sair melhor, parecia olhar com um sorriso apático no rosto, deixando transparecer que ela estava ajudando e Brian não estava reconhecendo. Mesmo diante da forma grosseira do Gangster, a morena continuava orientando Brian a não morrer cedo, coisa que o gangster estava lutando para não conseguir. O mesmo fazia tudo o que a mulher falava e embora não acertasse o alvo central, todos os tiros acertava o boneco de madeira, que já lançava lascas para fora. Parecia que aquela posição era melhor mesmo para atirar, mas ainda assim o gangster precisava melhorar muito.

Trapinch, enciumada, procurava impressionar o seu mestre, até porque tinha uma outra fêmea perto do gangster que não era ela. A Ground, então, abandonava a barra no solo e tentava colocar um peso em suas costas. Demorou um pouco, afinal a forma do seu corpo não permitia muitos movimentos e a sua grande cabeça só piorava. Mas no fim Tormenta conseguia colocar o peso nas costas e já estava correndo, se cansando bem mais do que quando estava levando na boca. As mandíbulas da Pokémon eram poderosas e por isso conseguia levar mais peso do que nas costas. No entanto, quanto pior o treinamento, melhor o resultado.

- hum.. Acho que um bom gangster é o melhor sobrevivente, fortão! Se você batalhar para ser o melhor gangster, consequentemente acabará sendo o melhor para sobreviver. – dizia a mulher e em seguida pegava outra arma e dava três tiros no boneco de madeira. Todos no centro. – Entendeu? – dizia em um sorriso torno, deixando a arma e os fones ali e saindo do local. – Trabalhe firme. O ranzinza ai parece que vai precisa muito de você para livrar o pescoço dele. – dizia a mulher para a Pokémon e no mesmo momento continuava seguindo para a saída da ala de treinamento.

É visível o resultado proporcionado pela postura que Brian está no momento, conseguindo acertar os tiros no alvo de madeira, mesmo ainda não tendo uma boa precisão. Então, com um o sorriso apático, a jovem da uma últimas explicações ao gangster e depois vai se retirando da sala, soltando uma piada meio sem graça para a trapich, que não gostou muito porque confia plenamente na força do seu mestre.

Porém, algo estava errado com Brian, o que é este sentimento que ele está sentindo neste momento? Será... Gratidão? O rapaz não sabe dizer ao certo pois nunca ninguém, nesses 21 anos nas ruas, alguma vez demonstrou alguma espécie de preocupação com ele. Então, ainda sem entender o que está fazendo, Brian coloca a pistola de volta sobre a mesa e vai caminhando na direção da jovem, de forma a se posicionar na frente dela.

- Escuta, por que você está querendo me ajudar? Desde que passei a morar nas ruas eu só recebi ódio e menosprezo das pessoas ao meu redor. Então, me diga, por que ajudar um qualquer como eu? _ suas palavras são carregadas de dúvidas e sinceridade, realmente ele não está habituado com gestos como este.

A morena parecia misteriosa, mas no fim liberava no gigante um sentimento que ele não sentia há um bom tempo. Brian estava confuso sobre o que aprendera com a vida e no meio em que viveu. Shinki não era um pedaço de terra muito amistoso. A arrogância, individualismo e sede de poder das pessoas fizeram com que o jovem crescesse duvidando de tudo e de todos. Não compreendia o porquê de uma mulher como aquela o estava ajudando. Brian tinha certas duvidas para com ela, mas ao que parece, a moça parecia ter os seus motivos.

Enquanto a morena saia, Trapinch parecia ranger os dentes para morena. De fato a Pokémon Ground acreditava em tudo o que o seu mestre tinha e não acreditava que Brian seria um fraco. Brian não conseguia evitar e corria até a morena, se posicionando na frente dela, impedindo-a de seguir para fora. A morena se espantava ao ver o grandão falar diretamente com ela, na verdade, quase que a interrogando. A mulher ficava boquiaberta, mas depois sorria balançando a cabeça.

- Deveríamos ser como os Pokémon. Pokémon preferem a cooperação às lutas. Mas enquanto tiver um governo que dita o que deve fazer ou seja lá o quê, não haverá cooperação. Acho que os Apocalipses devem se unir para derrubar o governo. E se for necessário um pouco de caos e explosões, que seja... O que importa é o fim, não é? – o sorriso final da morena foi mais diabólico que o normal.

O raciocínio da morena tinha lógica: se todos vivessem cooperativamente sem um governo para ditar regras, as coisas seriam bem diferentes. Mas essa utopia só se realizaria no momento em que nenhum governo, seja de ordem cadete ou Armagedon, pudesse controlar o povo. Era esse o ideal da morena.

- Me chamo Kamila. – dizia a mulher estendendo a mão.

Tal situação realmente é estranha, a jovem fala se um jeito meio louco, de fato, parede que para ela os fins justificam os meios. Então, seria isto que eles chamam de cooperação, o ato de ajudar o outro quem tem um objetivo comum?

Ainda não entendo bem, Brian estende sua grande mão direita e aperta a mão da jovem, que parece ser bem delicada, algo bem diferente da mão áspera e calejada do gangster.

- Olá, meu nome é Brian, Brian Boundurant! _ o homenzarrão fala com sinceridade, não tendo qualquer receio em falar seu nome, mesmo sabendo que sua cabeça está a prêmio.

Mesmo achando estranho e com um pouco de ciúme, Tormenta vem caminhando com o peso nas suas costas e fica do lado de Brian, não para protege-lo, mas para tentar entender a razão sondei mestre estar dando uma chance de dialogo sincero com a jovem Kamila.

Finalmente Kamila se apresentava ao jovem Brian, e esse se identificava. Se ela era uma Apocalipse, ela não o entregaria aos cadetes. Tormenta se enciumava da comunicação que o seu mestre tinha com a morena e se aproximava para poder ver melhor. Os dentes da Ground continuavam rangendo um ao outro. A grande mão de Brian apertava a mão delicada da morena. Kamila fazia uma careta ao ver que Brian apertava a sua mão firme e assim o homem soltava. A morena puxava a sua mão para si e massageava como quem tivesse a mão presa em uma porta. Mas agora, ela sorria para o grandão.

- Muito bem, grandão. Mas é hora de continuar com o treinamento. Vamos fundo! – dizia Kamila chamando Brian.

A morena ia para um local mais afastado daqueles equipamentos. Lá, ela via uma esfera metálica densa, com uma corrente presa em cima, ligando a um suporte. Parecia muito pesada e quando Brian aproximou, via o peso que chegava a 100Kg.

- Vamos lá. Mostre a sua força. Arremesse. Vá até onde arremessou e arremesse de volta. Faça isso até aguentar, ok? – dizia a morena.

Ela ainda ia até a Pokémon de Brian e ali ela pegava um peso menor e ia arrastando para Tormenta.

- Agora esse é com ela. A mesma coisa. Lança de um lado. Vai buscar. Lança de outro. – explicava a Apocalipse.

Mesmo achando estranho, ficou certo para o homem que a jovem estava realmente tentando ajuda-lo. Assim, Brian resolve dar uma chance a ela de tentar ajuda-lo, sendo então guiado para uma nova área de treino, o qual o objetivo dele era arremessar uma bola de ferro de 100KG na distância máxima que ele conseguisse.

Então, o Homem segura o suporte da bola de ferra, realmente ela é ridiculamente pesada, assim, o homem levanta o suporte e depois começa a girar o corpo para ganhar velocidade e depois solta o suporte, fazendo a bola de ferro voar para longe.

Seguindo o exemplo do seu mestre, Tormenta se segura o surporte seu peso com a boca e depois começa a girar, embora com um velocidade menor devido ao seu corpo pequeno. Então, ao julgar que ja ganhou velocidade o suficiente a pequena trapinch solta o peso, o projetando para frente do mesmo jeito que seu dono.

Brian continuava desconfiado da morena, Kamila, mas se ela só queria ajudar, não faria mal algum ganhar alguma potencia em seu treino. A morena instruía o gangster a arremessar o peso, e assim o Arruaceiro pegava, apoiava-se no chão e lançava o peso. De fato os 100kg que Brian segurava tinha um peso descomunal. Parecia até que o jovem era um fraco, mas ao pegar impulso e começar a girar ele começava a ganhar mais força e assim o peso voava pela grande câmara de treino e assim o barulho do contato com o peso no solo era ouvido de longe. A distancia que o peso avançou fora enorme e por isso o barulho fora ensurdecedor.

Tormenta não queria ser deixada para trás e por isso pegava o seu peso que tinha apenas um suporte preso diretamente na esfera e segurava com a sua boca. A formiga escavadora começava a girar e assim ganhava força, até que sentia que já tinha acumulado forma suficiente e lançava a esfera para longe, na qual saia batendo no chão fazendo um pouco de barulho abafado e logo a formiga via que não tinha avançado muito, em comparação ao Gangster. Mas era de se esperar algo assim, levando em consideração o tamanho e forma da Pokémon. Embora fosse uma distancia curta, Kamilla parabenizou a Pokémon, que não gostou nada de ser elogiada pela morena.

O treino continuava. Brian e Tormenta lançavam o seu peso e ia girando-o e lançando pelo campo, de um lado para o outro. O Gangster gastava mais tempo indo até o peso do que lançando, o que dava chance de Trapinch lançar pelo menos duas vezes o seu peso. O treinamento continuava e o suor escorria nos dois Pokémon, até que os músculos de ambos ficavam fadigados. Era terrível aquele tipo de treino, mas era perceptível que a força que ambos ganhavam seria bem requerida em um futuro próximo.

Chegou um momento em que Brian tentou puxar o peso pela corrente, mas não conseguiu. Os seus músculos estavam tão fadigados que agora seria a hora de descansar. Kamila aproximava-se dos dois, com água em copos separados e entregava para ambos. O treino já era difícil e os braços do gangster estavam destruídos, quentes, como se algo tivesse passado por cima. Trapinch não ficava atrás. A Pokémon mal conseguia fechar a boca, de tantos objetos metálicos que ela já havia mordido.

- Vocês dois estão péssimos, hein? – dizia a morena, para logo em seguida pegar um peso e colocar ao lado de Trapinch. – Chega de usar a boca. Mande sua Pokémon potencializar as pernas. E você chega de usar os braços. Tem que treinar tudo! Assim que conseguirem, corrida pela área. Até vocês ficarem exaustos. Eu vou também. – dizia a morena piscando o olho esquerdo.

Com os braços do corpo totalmente desgastados devido ao grande esforço físico, Brian por muito pouco não deixa o copo com água cair no chão, tendo que fazer um grande esforço para poder fechar a mão direita e levar aquele líquido refrescante até sua boca seca. Depois de se refrescar, Brian pega o segundo copo e leva até a boca de Tormenta, que também parece estar bem cansada.

Então, depois de alguns minutos de descanso, Brian apoia e mão no chão e se levanta com certa dificuldade. Vendo a força do vontade do seu querido mestre, Tormenta junta forças e também se levanta, para que assim os três possam ir até um determinado ponto do local para poderem dar início a corrida deles, de forma a fortalecer as pernas.

Assim, Brian começa a correr, jogando sua força restante para suas pernas e dando uma pernada de cada vez, se movendo numa velocidade considerável mas não muito rápida, pois Tormenta tem pernas pequenas e não poderia acompanhar Brian totalmente, o que motivou o Bondurant a corre no ritmo dela até que sua pokemon já tenha desenvolvido mais as suas pernas.

- Vamos, Tormenta! Precisamos ficar mais fortes! _ o homem fala para sua pokemon, que ao ouvir a voz dele começa a ficar ainda mais feliz e começa a correr com ainda mais velocidade.

Brian se erguia para a corrida. O jovem gangster sabia que a sua Pokémon não era muito adequada para ganhar tanta velocidade assim. Assim, a Pokémon começava a correr, junto do mestre. Quanto mais Brian motivava, mais Tormenta se tornava mais veloz, fazendo com que a Pokémon desse vários saltos para poder acompanhar o seu treinador. Enquanto os dois já corriam na frente, Kamilla começava se alugar e parecia fazer uma série de alongamento que provava a sua elasticidade. Quando terminava de escalonar, a morena se preparava e partia na corrida, acompanhando em pouco tempo a dupla.

- Vamos grandão! Acha que esses músculos servem para correr também? Vamos ver quem cai primeiro. – a morena desafiava o grande e sem perceber, Brian já estava correndo tentando acompanhar Kamilla.

Os dois começavam uma corrida, deixando Trapinch para trás, que animada tentava acompanhar os dois. Os dois corriam pela arena de treino e assim Brian estava a poucos centímetros da morena, que se mostrava bem veloz. Quando o Gangster parecia acompanhar, Kamila fazia um esforço e andava mais depressa ainda. Corriam velozmente pelo campo, como se fossem depender de tudo. Os dois pareciam em uma competição arriscada, sempre com Kamilla a frente, mas seria que a Gangster era resistente como Brian?

A corrida continuava do mesmo jeito e agora não só os braços e abdômen de Brian, mas também as pernas do Arruaceiro estavam acabadas. Ele olhava, respirando ofegante e com o suor escorrendo, para a morena, que parecia na mesma posição dele. Sua boca secava e tentava puxar a pouca saliva tinha para se refrescar. Atrás, Trapinch se exercitava mais ainda, tentando acompanhar o casal. Parecia passar um bom tempo de corrida, e nenhum dos dois queriam desistir.

Quando Brian conseguia passar Kamilla, a corrida continuava, mas não por muito tempo. Uma dor de facão atingia o gangster, e ele acabava diminuindo a velocidade e parando. Kamilla corria mais um pouco e parava na frente. Respirava tanto que parecia que faltava tanto ar nela, que poderia cair ali a qualquer momento. Brain se curvava colocando as mãos nos joelhos. Kamilla caia de lado e começava a sorrir bobamente. O corpo de Brian estava acabado.

- Eu nunca corri tanto quanto hoje. Nossa! Só um banho agora para me restaurar.

Trapinch finalmente chegava perto de Brian e logo caia do lado do Gangster. A Pokémon estava tão destruída quanto o seu treinador. Respirava e só via a sua barriga inchando e voltando ao normal. Parecia que esse era o limite dos três.

Depois da longa corrida, Brian, Kamila e Tormenta estão completamente exaustos, caindo os três no chão e respirando com grande dificuldade, pois parece que finalmente aqueles três chegaram no seu limite. Então, depois de alguns minutos de descanso, Brian se levanta com dificuldade e segura Tormenta em seu braço, pois ela por ser menor teve que fazer o dobro do esforço e está bem acabada.

- Você parece conhecer bem este local, onde é que eu e Tormenta podemos tomar uma ducha fria? _ o homem pergunta, olhando nos olhos de Kamila com seu rosto sério.

Exausto, Brian se levantava e pegava Trapinch em seus braços. O jovem se movia lento, pois depois de tanto esforço, pouco sobrou dele com energia. Kamilla ainda ficava no chão, respirando ofegantemente e foi ai que o jovem Arruaceiro dizia o seu desejo de relaxar em um banho. Kamilla se posicionava em pé, esticando os seus músculos. Torcia as costas e assim sorria, como se nada tivesse acontecido. Parecia que a jovem morena se recuperava rápido.

- Também estou exausta. Sabe a chave que te dei? Pois ela te leva para o seu quarto. Venha!- dizia a morena.

Os dois saiam da área de treinamento e ia para de volta as escadas encaracoladas, subindo e voltando para o corredor que inicialmente Brian entrou. Ali, as várias portas distribuíam entre os corredores e algumas pessoas mal encaradas passavam. Pareciam olhar o casal com nojo e desprezo.

- Liga não! São armagedons, querendo arrumar confusão. Esqueci que essa função é nossa. – dizia Kamilla se gabando.

Logo ela chegava diante de uma porta de número 164, mesmo da chave que deu para o Arruaceiro. Ela abria pegava de volta a chave, abria a porta e colocava a chave na mão do jovem. Ali um quarto, pequeno, mas super arrumado esperava Brian. Uma cama de casal enorme, com lenções brancos, uma poltrona acolchoada ao lado e uma tubulação de ventilação, já que o local não tinha janelas. Na cama, toalhas brancas.

- Bem-vindo ao seu paraíso. No fim do corredor fica o banheiro. Não esqueci de dá a chave ao Santiago quando sair. – dizia a morena deixando Brian ali e seguindo para outra direção.

245 de EXP para Trapinch/Tormenta pelo treino
:: Ficha Atualizada ::

Off: Sério, não aumentar de nível por causa de 5 de exp é muito triste...


Depois de um árduo treino, Brian é guiado por Kamila até o o seu novo quarto, um lugar seguro em que ele não precisaria ter medo se represálias. Porém, no caminho Brian encontra aqueles que ele mais odeia, os famigerados membros da guangue Armagedon. Ao contrário de Kamila, Brian não vira a cabeça e olha com um olhar fulminante para aqueles idiotas, mostrando toda sua vontade sanguinária de querer arrancar a pele da garganta daqueles bastardos com suas próprias mãos. Como se sentisse o desejo assassino do seu dono, Tormenta olha para os outros gangsters e lambe os lábios com sua língua, como se desejasse muito poder beber o sangue deles e arrancar suas pernas.

Então, ao chegar naquele lugar que Kamila chamou de pedaço do paraíso, Brian sente um grande conforto percorrer seu eu interior, parecia que finalmente ele estava em casa. Assim, depois de pegar aquela limpa e cheirosa toalha branca, o homem e sua pokemon vão tomar uma ducha gelada para recuperar suas forças.

Assim, depois de alguns minutos no banho, Brian e Tormenta vão para o quarto e depois se jogam na cama para poderem dormir um pouco. Mas, antes de cair em sono profundo, um pensamento se sobressai na mente do criminoso.

"Quando será que vão me mandar uma missão? Será que eu posso pedir uma? Bah... Depois que eu acordar eu penso nisto!"

Depois de um árduo treinamento, nada tão bom quanto um bom banho e uma noite de descanso. Brian seguia Kamila até o seu quarto, que era construído de forma que deixasse o rapaz bem mais acomodado. Nele, Brian percebeu o tamanho conforto que tinha ali, que não se espelhava a nada que ele já teve em sua vida. O arruaceiro adentrava ali e pegava as toalhas e logo seguia para o banheiro no fim do corredor. Kamila já ia para o seu possível quarto, pois assim como o rapaz, estava destruída com o treinamento. Dos braços às pernas Brian sentia a dor. Agora no banheiro, o rapaz percebeu que era unissex, mas nada que impedisse o rapaz de tomar um bom banho, que relaxou todos os músculos.

Voltando para o quarto, com o corpo e com Tormenta limpos, o gangster caia na cama com sua Pokémon. A mente dele girava em torno de sua próxima missão, seja lá para onde seja mandado. Não sabia ao certo se deveria pedir ou esperar, mas isso eram questões para o próximo dia. A noite caia sobre o grande homem de forma pesada, levando-o a cair em sono profundo, causado pelo cansaço do treinamento. Logo o rapaz colheria os frutos deste...

...

Brian despertava com um bater na porta. Instintivamente levantava para poder se defender, mas logo percebia que estava em segurança no Hotel, ou melhor, no subterrâneo do hotel. O homem abria a porta e lá vinha Kamila novamente com uma bandeja nas mãos, nela, torradas, uma xícara de café que estava emitindo uma fumaça e tinha até um tipo de pasta salgada e um pote de geleia de frutas, fora um prato de ovos com bacon. Era um café da manhã bem reforçado!

- Bom dia, hora de comer para ver se consegue viver mais um pouco. Como você mesmo diz, luta para sobreviver. – dizia a morena colocando a bandeja sobre a cama, despertando Tormenta. – Já vou falando que o meu café é doce. Mas bem, vou indo. Tenho uma missão, fortão! Nos esbarramos por ai. – dizia a morena.

Depois de ter dormido muio bem, algo que Brian não tinha se dado ao luxo a muito tempo, o homem é acordado com uma batida na porta do seu quarto e ao abri-la o Boundurant percebe que se trata de Kamila, trazendo consigo uma bandeja contendo um café da manhã reforçado. Mas, antes que pudesse se deliciar com esta refeição, Kamila diz que vai fazer uma missão, algo que Brian está bem interessado.

- Missão? Eu posso ir junto? Já faz um tempo que eu quero causar alguns problemas aos malditos cadetes! _ o homem fala, enquanto pega uma torrada com a mão direita e depois a leva a boca, para mastiga-la.

Enquanto espera uma reposta, Tormenta, ainda sonolenta, boceja abrindo sua grande boca e depois vai até a bandeja, abocanhando um dos pedaços e o engolindo por inteiro, esboça do depois um sorriso de satisfação.

O Gangster mal acordava e era surpreendido com a bandeja que a mulher havia levado para ela. Assim, a morena parecia bem atenciosa para com o rapaz, mesmo assim não era comum Brian receber tanta atenção. Disposta a sair dali para a sua missão, Brian perguntava se poderia ir com ela, enquanto comia as torradas e bebia – o muito doce – café. Trapinch, que havia acabado de acordar, já ia andando até a bolsa e começava a comer junto do seu treinador. A Pokémon comia, ou melhor, engolia quase que inteiro o alimento, embora fosse visto que ela poderia comer a vontade.

Kamila parava e dava meia volta, escorando-se na porta e sorrindo para o menino. Ela parecia pensar se o mesmo poderia ir, mas ao que parece, nada via em vista.

- Acho que as missões são individuais... Mas não sei... Mas você pode tentar pedir uma missão ao Santiago. Ou pedir para negociar com uma mulher no Nokori Hotel. Ela deve estar tomando um café, algo do tipo. É só falar a senha “pachirisus são fofos né?” – dizia a morena. – Até lá, já estou atrasada, grandão. Espero te vê e novo. – piscava o olho e saia, deixando Brian e Tormenta.

Vendo que não tinha mesmo jeito, Brian espera Kamila e ir embora e depois fecha a porta, indo em seguida se sentar na cama para poder comer seu café da manhã completo, que por sinal está delicioso, até mesmo o café muito doce também está muito bom.

Assim, depois de ter se deliciado com a ótima refeição, o homem coloca um novo short, coloca sua botas e por fim uma blusa de cor azul, para em seguida chamar Tormenta de volta para a pokebola e seguir para o andar superior, onde Brian procura Santiago para lhe entregar a chave do seu quarto. Feito isto, o Boundurant vai caminhando pelas ruas de Kalled pois agora ele tinha um plano, conseguir dinheiro e um pokemon para usar como barganha com esta tal comerciante e o homem já sabe exatamente qual pokemon procurar.

Nas ruas desérticas daquele cidade, os grandes pássaros metálicos conhecidos como Skarmorys vivem em sintonia com a população, uma raridade só existente nesta cidade. Então, por conhecer a cidade como a palma de sua mão, Brian vai caminhando pelas áreas mais desérticas e com prédios abandonados, lugares perfeitos para um skarmory fazer um ninho.

Infelizmente o jovem Brian teria que esperar por Kamila, pois ela estava em uma missão individual. Agora o jovem poderia pelo menos ter que decidir o que faria de sua vida, pois afinal, ficar ali preso sem ao menos ter a necessidade de colocar a sua vida nos eixos não fazia parte dos planos do Arruaceiro. Mas antes que Kamila saísse em sua missão secreta, a jovem ia para perto do rapaz e pegava o celular. A morena era habilidosa com roubos e com isso ela acabava o celular do rapaz, não para si, mas para anotar o número dela.

- Precisando de ajuda, me ligue, bonitão! – dizia a morena entregando o celular para Brian, antes de dá um toque no celular dela, para registrar o número do Gangster.

A morena deixava o quarto e assim o gangster terminava e se fartava com o café-da-manhã caprichado. Trapinch degustava junto de seu mestre e parecia adorar o doce do café e a geleia. A Pokémon logo se fartava, assim como o seu treinador, que ao ver que não tinha mais nada para fazer ali, trocava de roupa e recolhia a sua parceira através do raio vermelho da Pokéball. O jovem erguia-se e saia do quarto, voltando para o elevador secreto que levaria para o andar do térreo.

O jovem encontrava ali Santiago analisando um livro, possivelmente de hospedes. Entregava a chave ao anfitrião do prédio e deixava o local, sendo saudado com um acenar de cabeça para o jovem, além de um sorriso tímido e nobre do homem. Nas ruas, Brian já estava decidido o que queria fazer: capturar um Pokémon para poder trocar em Nokori Hotel, local que Kamila o indicou. O jovem saia pelas ruas desérticas, que apesar de se encontrar no meio do mais seco deserto de Shinki, encontrava-se bem fresco naquela manhã, possivelmente por conta da frente fria que cobria Shinki no último mês.

Brian andava e andava pela cidade, tendo cuidado com o que procurava. O gangster já era procurado pelos cadetes, mas não demoraria em encontrar o que queria. Andando pela área mais deserta da cidade, o jovem olhava para os locais, procurando a ave metálica. Na área mais pobre de Kalled city, Brian tentava localizar a sua espécime de troca, mas parecia que não seria fácil. Passava de frente do templo das memórias e logo se deparava em um poste um cartaz com uma figura que o rapaz conhecia bem: ele mesmo.


Estavam oferecendo uma boa grana pela cabeça do Gangster, mas felizmente aquela rua estava bem deserta. O gangster seguia andando pelas ruas a procura da sua ave, mas nada encontrava ali, a não ser um mendigo jogado ali no chão, batendo em uma panela como se quisesse chamar a atenção de alguém por alguns trocados. O mesmo era cego...

Enquanto segue procurando por um Skarmory, Brian passa por uma área bem pobre de Kalled, próxima do templo das memórias e acaba passado de lado para um mendigo cego e que parecia não seu muito inteligente por pedir esmola justamente numa área REALMENTE deserta daquela cidade.

Tendo pena do pobre bastardo, que devido a cegueira nem mesmo poderia roubar, Brian coloca 15P$ na pequena panela, fato que parece deixar o pobre coitado feliz.

- Ei, não seja idiota, se quiser pedir dinheiro vá para a parte norte de kalled, lá tem poucos cadetes e passam mais pessoas com dinheiro! _ o Boundurant fala de uma forma um tanto ignorante, mas ainda assim sincera.

Então, o homem segue caminho por aquelas rua desoladas, atrás do skarmory que vai lhe ser muito útil.

Brian reparava no mendigo que estava ali, na área deserta de Kalled City, em que uma alma sequer era vista. Por pena, o Arruaceiro depositava uma quantia para o mendigo, que parecia carregar em seu rosto a sua mais sofredora jornada da vida. Não tinha como o mendigo trabalhar, nem ao menos roubar para poder viver, mas o que ele poderia fazer, segundo o gangster, era se deslocar para a área mais rica ou pelo menos mais movimentada da cidade para poder ganhar mais do que ali onde só passava um gangster à procura de um Pokémon para trocar...

- Ora, meu filho, não sou um velho burro. – dizia o mendigo dando alguma risadinha. – Já fui para o centro, para parte nobre e até residencial da cidade, mas o povo não quer saber de velhos como eu perto do comércio ou de suas residências. Só me mantenho vivo até hoje graças às boas obras da igreja. Mas por falar em lugares desertos, o que trás um jovem como você tão forte? – dizia o mendigo, que mesmo sem ver reconhecia que Brian era forte. – Qual a sua história? – perguntava o mendigo, debaixo daquele Sol, que apesar de intenso, era superado pela brisa fresca que passava na cidade.

Antes que desse muitos passos, o velho dirige a palavra para Brian, algo que faz o gangster parar para escutar o que o pobre bastardo tem a dizer.

- Eu não sou ninguém, sou um filho do inferno que é esta cidade e quero me vingar de todo lixo deste lugar! _ o Boundurant fala de uma maneira fria e com ódio. - Agora eu tenho mais o fazer, preciso arrumar um skarmory para fazer um acordo! _ o homem termina, para depois voltar para sua busca.

O velho mendigo parecia bem simpático para ser um morador de rua. Poderia ser um senhor que apesar da idade e do sofrimento que a vida lhe dera, responde com um sorriso desdentado no rosto e bom ânimo para viver. O Gangster não estava muito acostumado com isso. Mais do que isso, parecia ser um senhor que gosta de conversar e de ouvir histórias, mas o jovem Arruaceiro não estava interessado no momento em contar nenhuma história, apenas em poder capturar um espécime Steel para poder usar na troca. Dava as costas ao velhote, mas este elevava a voz e se erguia do chão, pegando ao lado uma vara de madeira que o ajudava a mover-se e a identificar os objetos próximos.

- Skarmoy, hein? É um Pokémon poderoso e de grande resistência. Vai conseguir um ótimo acordo por ele, mas não vai encontrar nenhum por aqui, meu jovem. – dizia o homem que andava descalço. – Mas eu posso lhe indicar onde pode encontrar, se você me permitir presenciar o combate. – Brian ficava calado, pois não entendia com um velho cego poderia presenciar o combate e diante a ausência de som o velho acabava aceitando o silêncio como consentimento. – Ótimo! Vamos, por aqui. – dizia o velho retornando o caminho para o centro da cidade. – Você vem ou não? Skarmories vivem em prédios altos, em ninhos feitos de espinhos. Não vai encontrar nada nessa área aonde os edifícios não chegam ao 3º andar.

Dizia o velho seguindo o caminho para o centro da cidade. O velho comportava-se mais como uma pessoa que enxergava do que um deficiente áudio visual. Parecia que os outros sentidos do senhor haviam se desenvolvido com o tempo.

Mesmo sem entender bem a situação, que é bastante estranha e peculiar, Brian vai seguindo o senhor até o centro da cidade, porém, o homem sempre procura andar pelas áreas escuras, de forma a não ser visto pelos cadetes, pois no momento, sua prioridade é apenas encontrar o seu skarmory.

Contudo, é realmente curioso um senhor cego querer assistir ao combate, quase surreal. Talvez seus outro sentidos sejam mais aguçados agora ou ele é simplesmente louco. Mas, se ele vai levar o gangster aos skarmorys, Brian não tem do que reclamar.

- Ei, não ande muito rápido, eu causei vários problemas aos cadetes e quero evitar ser visto por um, pois não estou com paciência para acabar com eles neste momento! _ Brian fala de maneira direta, sem medo de dizer que é um homem perigoso.

Brian ainda ficava pensativo sobre como um velho cego poderia assistir um combate e isso poderia significar duas coisas: insanidade ou capacitação de sentidos. Embora saber de que o velhote sofria não era importante, o gangster estava interessado em encontrar um Skarmory para a negociação e assim seguia o velho que, com a sua vara, verificava o caminho, para não pisar em falso e cair. Embora os passos do velhote fossem curtos, eram bem frequentes e rápidos. Era difícil para o velhote parar e quando Brian deu por si já estava bem longe quando o gangster resolver o seguir, advertindo que era um procurado pelos cadetes.

- Causou problemas, é? Gostaria de ver a cara daqueles felinos famintos de poder.. – dava algumas gargalhadas.

O velho descia pela calçada à rua, enquanto o Gangster o seguia pelas sombras. Não demorava e a dupla já estava no centro da cidade, mais movimentado do que a rua inóspita que o mendigo estava. Ali o velho continuou seguindo, como se conhecesse tudo. Algumas pessoas passavam perto do mendigo, que cumprimentava, mas ninguém respondia. Típico. A dupla seguia até o mendigo parar ali.

- Mais ou menos para ali tem um prédio alto. Lá em cima se não acharmos um Skarmory, pelo menos poderemos ver onde ele vive. – dizia o velhote apontando para frente.

O Olhar de Brian dirigia-se para o extremo da rua empoeirada. Ali, um grande prédio cinzento e enorme mostrava-se um dos maiores da cidade. Era a Biblioteca central.

Velho: