Uma Armagedon, Seu Time e Uma Intrusa Caçando Mega Stones em Silent City! Uhu - e nenhuma pra mim ç.ç

Silent City, definitivamente, não é um ponto turístico interessante. É muita ruína e muito tédio... Cara, qual é a graça de vir pra cá? Embora eu deva admitir, a falta de cadetes torna o lugar mais encantador, mas a falta de um barzinho é lastimável... Porém, não vim pra este fim de mundo de férias. Não se dizer se felizmente ou infelizmente, já que por um lado: não estou de férias, estou em missão, e portanto, não posso beber... Já por outro lado: eu teria que estar realmente miserável pra, em plenas férias, visitar um monte de pedra e poeira empilhada, e pior: vir a pé ver esse monte de pedra e poeira...

Pensamentos à parte, olhei para meu querido saco de pulgas, minha patricinha mimada e folgada, e a galinha (inacreditavelmente selvagem, apesar de parecer que seja minha) abusada e que segue estranhos em troca de doces. Era hora de todo mundo trabalhar.

-Bom, vocês já devem saber a competição. Um saquinho de doces pra quem achar mais itens úteis.

Digo. Confesso que não faço ideia de que tipo de itens existem por aqui... Não sou muito de me preocupar em saber de objetos perdidos (que não sejam carteiras) perdidos em ruínas...

A cidade silenciosa recepcionava a adolescente, seus pokémons e a ave que estava disposta a ajudá-la em troca de doces. Os prédios desertos erguiam-se como sombras de um passado glorioso. As ruínas se acumulavam pelo caminho, lembrando que a glória havia acabado. Um vento fraco, carregado de poeira, corria pelas pedras, uivando em salas abandonadas e arrancando arrepios de Amore. Kate, no entanto, se virava para os três monstrinhos e reforçava a oferta, ganhando a atenção do trio com facilidade e desviando a mente deles do lugar tenebroso que frequentavam.

Cada um se dirigia a uma pilha de pedras distinta. Kate deixava sua mochila no chão e procurava por perto, para não deixar o objeto sozinho. As mãos logo ficavam cinzas de poeira e arranhões surgiam ao tentar erguer uma pedra. Espirros eram constantes, devido ao pó que se erguia, porém logo eram esquecidos ao ver Poochyena retornando para perto da mochila com o primeiro item: 1 TM Safeguard. Deixando o item próximo da mochila, o cão retornava para a busca.

Antes de se afastar por completo, no entanto, via Spearow chegando com o seu primeiro item: 1 TM Bubblebeam. Ambos se miraram rapidamente, antes de se ignorarem e retomarem sua busca. A ave deixou seu item próximo à mochila também, porém longe da TM encontrada pelo cão. Obviamente eles queriam deixar claro o que cada um havia achado a fim de garantir seu saquinho de doces.

Amore, mais distante, parecia ter um ataque estérico após ser coberta pelo pó que foi erguido por uma parede que desmoronou. O ataque certamente pioraria quando percebesse que Poochyena já parecia desenterrar um segundo item. O cão escavava rápido, parecendo um profissional e Kate comemorava o primeiro achado um pouco cedo demais: outra TM Bubblebeam.

Tem pedra demais aqui... Ninguém pensou em contratar algumas faxineiras e dar uma geral aqui? Talvez reconstruir a cidade, quem sabe? Ou fazer uma vaquinha e comprar um aspirador de pó, coisa que esse lugar ta precisando urgentemente. Já prevejo que vou ter crise de espirros sem fim...

A busca começava e eu tentava não me afastar de minha mochila, por razões mais do que óbvias. Não sei o que encontrar por aqui. Minha pele logo ficava cinza de pó, e é claro que tive crise de espirros... Bom, Poochyena já encontrou alguma coisa, o que era muito bom! Mas não era a mega Stone... O mesmo ocorria com Spearow e cada um montava sua pilha. Bom, vou guardar os itens assim que a estadia terminar, mas acredito que essas TMs serão muito úteis no futuro.

Amore tinha um ataque após ficar cinza de pó, e meu outro Pokémon achava mais uma TM... Igual a de Spearow... Espero não acabar com mais ou menos uns 30 discos de cada TM...

-Hey, Amore, vai poder tomar banho quando voltarmos para Chermont, mas isso só vai acontecer depois de acharmos os itens da missão, então melhor ajudar se quiser voltar para a cidade rápido...

Comendo, tentando estimular mais minha Pachirisu. Me surpreendo ao ver ela buscar por outros monstrinhos, mas imagino que ela vá usar Attract, criar uma horda de escravos que irão se sujar e achar itens por ela... Acabo sorrindo, me perguntando se eu era a única que gostava desse lado de Amore. Pensamentos de lado, volto a busca.

Após motivar Amore e rezando para não encontrar 30X as mesmas TMs, Kate retornava a sua busca, desenterrando uma TM Shadow Claw de suas pedras. Após espirrar mais algumas vezes, a Armagedon mirava o disco e o colocava perto das outras pilhas, na mesma hora em que Poochyena terminava de desenterrar mais um item que, por sinal, era exatamente igual a TM encontrada pela adolescente.

Sem se importar com o fato de ter achado o mesmo item que sua dona, o cão corria para escavar no próximo lugar, a fim de encontrar o próximo item. Nesse meio tempo, Spearow brigava com um Purrloin, levando a melhor, e adicionando mais uma TM Bubblebeam a sua pilha, para tristeza de Kate que começava a notar a repetição de itens.

Cansada de ser passada para trás, Amore começava a caçar Pokémons que pudessem ser vítimas de seu Attract. Para a felicidade da esquila, um grupo de Purrloins machos se mostrou muito satisfeito em ajudá-la após serem atingidos com os corações rosados. Satisfeita, a esquila sentou-se próxima da mochila e, ao ver Poochyena se aproximando com mais um item, mais uma TM Saffeguard dessa vez, usou Attract no mesmo e este passou a ser o primeiro item na pilha de Amore.

Kate mirava mais gatos do que conseguia contar e seu Poochyena entregando itens para a esquila na tentativa de ganhar sua atenção. A adolescente não pode evitar sorrir para a cena. Onze itens se somavam na pilha de Amore rapidamente, dentre os encontrados pelos felinos e por Poochyena. A Armagedon, no entanto, logo tinha de fugir de seu ponto de busca após irritar um Voltorb que ameaçou se explodir, ameaça cumprida pouco depois... Prédios desmoronavam ao redor da explosão e Kate, mais coberta de pó ainda, espirrava e reclamava ao mesmo tempo.

Já comentei que odeio Voltorbs? Não? Pois bem... Eu ODEIO Voltorbs!

Estava lá, bem de boa, achando mais uma TM, por sorte diferente das outras duas, tendo um ataque de espirros e começando a minha própria pilha. Não que isso fosse fazer diferença, a dona do dinheiro sou eu, logo eu teria direito a um saquinho de doces próprio, caso dinheiro desse.

Poochyena encontrava uma TM idêntica a que eu encontrei, o que me fez começar a pensar se podia vendê-las no mercado... Manteria apenas um disco de cada comigo, para caso fosse útil, as outras poderiam render algum dinheiro. Bom, era algo a se pensar. Spearow encontrava mais uma TM, o que reforçava a minha ideia de vender o excesso.

Amore foi mais esperta e começou a usar um bando de Purrloins para atender suas vontades. Como se não bastassem os felinos, Poochyena foi “convidado” a se juntar ao grupo de escravos. Não conseguia não sorrir, esse jeitinho de Amore era realmente divertido. Infelizmente, um protótipo de Pokébola defeituosa resolver fazer um Kabum pertinho de mim.

Amaldiçoei aquele Voltorb e todos os antepassados dele. Uma ofensa, um espirro, uma praga, outro espirro, e assim vai. Tentei limpar o pó do meu rosto, mas acho que não havia um único centímetro de pele que não estivesse cinzenta depois de tanta poeira... Fazer o que? Só podia continuar a busca, rezar para terminar rápido aquilo, e finalmente voltar para Chermont e tomar um bom banho.

Kate seguia limpando o rosto do pó e espirrando de forma incessante enquanto amaldiçoava o Voltorb que se explodiu por razão nenhuma. As pokébolas defeituosas pareciam só precisar acordar de mau humor para se explodirem, o que acontecia todo dia... Após o som da primeira explosão, pode-se ouvir mais duas distante. Aparentemente ouvir um pokémon se explodindo também era motivo para outros se explodirem...

Enquanto o som de prédios desabando substituía o som das explosões, Kate finalmente era capaz de respirar melhor. Os olhos ainda ardiam e assumiam uma cor avermelhada após tantas partículas de pó resolverem se instalar neles, mas a adolescente conseguia vislumbrar muitas coisas, como por exemplo: a pilha de itens de Amore incrivelmente maior, os protestos de Spearow, que deixou a busca para brigar com a esquila, Poochyena que rosnava para Spearow, com o olhar ainda apaixonado, Purrloins indo e vindo com cada vez mais itens para sua adorada esquila que, aliás, usava a escova de cabelo de Kate para escovar a longa cauda e, para finalizar, a Armagedon também via o Haunter que vasculhava sua mochila em busca de algo interessante e era totalmente ignorado por todos os outros pokémons...

Mais uma explosão ao fundo acontecia e mais um prédio desabava, porém Kate seguia analisando o pokémon fantasma que agora analisava uma das lingerie que a adolescente tinha na mochila. Seus dois pokémons e o pokémon folgado que a seguia pareciam não dar a mínima para o fantasma, como se o fato dele violar a privacidade da garota e brincar com as roupas íntimas da mesma não tivesse importância. Contudo, o que mais irritou Kate, foi quando o fantasma pegou uma de suas garrafinhas de bebida e a esvaziou em um só gole, soluçando logo depois e ficando um pouco avermelhado. A embriaguez no pokémon parecia ser rápida e, para ficar com as mãos livres e mexer nas outras garrafinhas, Haunter simplesmente colocava a calcinha com a qual brincava em sua cabeça.

Já vi gente estressada, mas Voltorbs levam o premio de ouro. Acordar de mal humor: cabum! Teve um dia ruim: cabum! Comeu e não gostou: cabum! Espirro: cabum! Ouviu um cabum: cabum! Tudo termina em cabum! Eu devia jogar um desses pro Zangadinho... Acho que combinam perfeitamente.

Não sei o que é pior... Trilha sonora explosiva, ou trilha sonora de coisas caindo... Não importa de qualquer forma, estou respirando um pouco melhor agora, embora meus olhos ainda estivessem ardendo, e provavelmente tão vermelhos que devem dar medo só de encarar. Pelo menos, não estou cega, mas acho que até um cego seria capaz de vez a pilha de Amore crescendo... Spearow resolveu bater boca com Amore, Hellhound ainda é o escravo do amor dela, e esses Purloin também... E Amore usava minha escova de cabelo para escovar seu pelo... E agora tinha um Haunter que nem sei de onde saiu, mas era totalmente ignorado...

Suspiro desanimada, sem vontade de entender e fico mirando o fantasma brincar com peças de roupas intimas, infelizmente eram as minhas... Não era agradável, mas quando ele ousou roubar minha bebida, foi longe demais! Me aproximo do mesmo e tento golpeá-lo na cabeça, enquanto recupero minha mochila.

-Procura a sua seu folgado!

Digo furiosa, aproveitando para tentar recuperar a peça de roupa roubada. Enquanto os escravos de Amore trabalhassem, acho que não faria mal nenhum me distrair um pouco e garantir meus drinques.

Amore mirou Kate brigar com o Haunter e, dando de ombros, retomou a escovação de seu pelo. Spearow se enfurecia e gritava cada vez mais alto, provavelmente falando em linguagem pokémon que era trapaça escravizar outros pokémons para vencer e ganhar os doces, ato que a Pachirisu seguia ignorando. Porém, por precaução, a pokémon Enamorada optava por manter Poochyena sentado ao seu lado, garantindo assim qualquer proteção caso a ave resolvesse deixar de reclamar e partir para o ataque, afinal o pelo ainda não estava totalmente limpo e arrumado, então não poderia lutar por si.

A adolescente tentou acertar um soco na cabeça de Haunter, porém sua mão passou pelo interior do corpo do pokémon que, após ter a mochila retirada de seu alcance, não parecia nada feliz. Ainda meio avermelhado e mantendo a calcinha de Kate longe de seu alcance, o fantasma tentava alcançar a mochila para procurar mais bebida, sem muito sucesso. A armagedon parecia estar vencendo o embate, até que o fantasma se aproximou preparando um Lick para ela e, no entanto, arrotou perto de seu rosto. Kate acreditava que o Lick seria menos destrutivo...

Enquanto Kate tentava recuperar o oxigênio, Amore seguia admirando sua pilha de itens que crescia mais rapidamente após a aquisição de mais alguns escravos, enquanto Poochyena tentava morder Spearow por sua tentativa falha de atacar a esquila. A Armagedon nem ao menos observava mais os itens que iam para as pilhas, já que sua atenção estava por completo no fantasma, ladrão de bebidas e calcinhas que arrotara perto demais de seu nariz...

Esse fantasma folgado está realmente me irritando... Porque tinha que ser tão gasoso? Fica difícil acertar ele assim! E ele realmente havia se irritado por eu ter pegado a MINHA mochila de volta?! E ainda estava mantendo minha roupa fora de meu alcance... Isso não é divertido... Mas esse jogo é pra dois, pois eu também fazia questão de manter minhas preciosas bebidas e outras vestes longe desse Pokémon esquisito!

Ele avançou e pensei que ia levar um Lick, mas no final de contas, eu bem que queria ter levado esse ataque... Seja lá o que esta criatura andou comendo, tem o pior halito que fui obrigada a sentir... Acho que meu sentido de olfato foi danificado.

Nem sei como anda a situação dos itens, mas queria me livrar urgentemente do Haunter, encarando Poochyena.

-Amore, vou precisar do Hellhound de volta! – A elétrica protestou e eu revirei os olhos. – Usa esse bando de gatos que você escravizou pra fazer sei lá o que ele está fazendo, mas preciso do Poochyena pra agora!

A esquila revirou os olhos e chamou alguns escravos pra ficarem no lugar de Poochyena. Aproveitei para retorná-lo para a Pokébola e liberar o cão novamente, agora livre da paixão. Ele encarou Amore e rosnou, mas continuou ao meu lado.

-Hellhound, pelo amor de Arceus, use Thief em Haunter duas vezes! Vai ser difícil não ver onde ele tá... – Comento, olhando a peça de roupa branca que ainda estava com o fantasma com irritação. – Se ele atacar, evada.

Começo a ditar os comandos para o canino, esperando derrotar Haunter depressa. Ele vai me distrair muito e estou numa corrida contra tempo, vai ser difícil me concentrar na busca enquanto protejo minha bebida!

Amore não parecia satisfeita em liberar seu cão de guarda escravizado para Kate, mas mesmo assim o fazia. No entanto isso a forçou a ter menos escravos na caça pelos itens, já que alguns precisaram ser desviados para sua guarda pessoal, pois Spearow continuava tentando atacar a esquila. Dessa forma, a Pachirisu fez a única coisa a ser feita: providenciou mais escravos. Felinos corriam por todo lado, inclusive pelo campo de batalha que se formara, mas pareciam não se importar com isso. Kate nem ao menos notava quais itens estavam arrecadando. Tudo o que a Armagedon queria era sua calcinha de volta e se livrar do fantasma inoportuno.

Poochyena mirava o fantasma e deixava um rosnado escapar. Estava pronto para a batalha. Erguendo-se nas patas traseiras, o cão avançava com o Thief contra o pokémon avermelhado por causa da bebida. No entanto, para grande tristeza de Kate, Haunter se tornava um guerreiro melhor quando bêbado do que quando sóbrio. Sua evasiva e sua mira pareciam exponenciadas ao máximo, em vez de reduzidas. Uma condição estranha e peculiar... Quando Poochyena se aproximou com o Thief, Haunter ergueu a mão e inclinou-se levemente para o lado, evadindo do golpe e, facilmente, com a outra mão segurou a cauda do cão, interrompendo o ataque do mesmo e o fazendo dar de cara no chão. Ainda por cima, o fantasma se afastou rindo da brincadeira, enquanto soluçava vez ou outra.

Kate assistia tudo sem acreditar. Poochyena tentava mais uma vez, dessa vez mirando as costas do ousado fantasma, e mais uma vez falhava. Haunter soluçava e, durante o ato, subiu alguns centímetros, fazendo com que Poochyena passasse por baixo de si. Em seguida o fantasma se aproximava e abraçava o cão, girando no ar com o mesmo, até soluçar mais uma vez e deixá-lo cair de volta ao chão. A calcinha era ajeitada sobre sua cabeça e a adolescente era mirada. O desejo de Haunter era claro: bebida.

Um pouco mais afastada, Amore admirava sua pilha de itens crescer, enquanto Spearow era feita prisioneira pelos felinos. Trancafiada em uma caixa, a ave berrava de forma enfurecida, contudo não conseguia se libertar, já que três gatos estavam sentados sobre a caixa.

Pela quantidade de gato correndo, incluindo no campo de batalha, acho que Amore está escravizando mais felinos. Nunca pensei que Attract podia ser usado desta forma, e confesso que me agrada muito, mas no momento, minha atenção ainda era para Haunter. Ainda preciso da minha calcinha de volta e proteger minha bebida!

Tive uma surpresa desagradável, quando descobri que esse fantasma era muito bom em combate quando embriagado. Ele ficava com a evasiva e a precisão ao máximo, sendo muito interessante e, no momento, altamente problemático. Era difícil de acreditar que ele era capaz de desviar de qualquer movimento naquelas condições...

Ele me encarava e não era preciso ser um gênio para saber o que queria, mas a bebida é minha e ponto final! Mas também preciso arrumar uma forma para Poochyena acertar esse fantasma folgado e abusado. Pego outra garrafa de bebida e a agito levemente diante do Haunter.

-Você quer?...

Pergunto, esperando poder distraí-lo tempo o suficiente para que Hellhound possa atingir pelo menos um Thief em Haunter. Se ele errar e eu perder uma bebida, vou usá-lo como apoio pra pé e esse cão pulguento não vai poder reclamar!

Kate, apesar de desconfiar sobre o que Amore aprontava, a julgar pela quantidade de gatos correndo de um lado para o outro, não desviava sua atenção do Haunter folgado. O fato das habilidades do pokémon estarem superiores e, ao mesmo tempo, inferiores devido a bebida, a intrigava e preocupava. O fantasma conseguia se esquivar de Poochyena como se o cão não representasse nenhum desafio.

Tentando distrair o pokémon, a Armagedon balançou uma garrafinha de bebida a sua frente, oferecendo o liquido que o venenoso parecia tanto querer. Com os olhos brilhando, Haunter se aproximou e pegou a garrafinha, virando seu conteúdo por completo na boca. No entanto, a distração com a bebida, fez o pokémon baixar a guarda e Poochyena o acertava com o Thief, fazendo um grande estrago a julgar pela diferença de nível e a fraqueza do adversário ao tipo do ataque. A garrafinha caía no chão, quebrando-se e derramando o resto da bebida.

Indignado, Haunter se virou e tentou acertar Poochyena, que estava incrivelmente perto, com seu Lick. No entanto mais uma vez as coisas não aconteciam como o esperado e, assim como a adolescente, Poochyena era algo do arroto mais fedorento que poderia ter sido lançado em seu faro aguçado. Enquanto o fantasma colocava a mão sobre a boca, tentando entender o que houve com seu ataque, Poochyena tossia e começava a ficar levemente esverdeado. Quando Haunter tentou se aproximar para usar o Lick uma segunda vez, Poochyena contra atacou com o segundo Thief, nocauteando o fantasma que, ao invés de desmaiar como qualquer pokémon normal, parecia ter apagado e começava a roncar.

Minha “oferta” parece conseguir funcionar perfeitamente contra o fantasminha. Ele realmente gosta de beber... Foi com muita dor no coração que eu o vi pegar a garrafa e beber tudo num só gole. Hellhound conseguia atingir o Thief, graças a Arceus! Mas a garrafa com o resto da bebida caia no chão e quebrava... Porque Arceus?! Isso é tão triste... Como esse saco de pulgas não foi mais rápido e atingiu Haunter antes dele pegar a minha bebida?

Bom, fui vingada pouco depois. Ele também foi alvo do arroto do Haunter, e a julgar que o faro dos cães são mais sensíveis, acho que foi pior pra ele do que pra mim. Okay, confesso, comecei a ter pena de Poochyena quando ele começou a ficar verde. Mas Haunter era nocauteado, eu acho... Ou só está apagado... Da na mesma.

Fico em duvida sobre o que fazer com Haunter, mas a primeira coisa que faço é pegar minha roupa de volta e olhar a pilha de tamanho assombroso dos escravos de Amore. Fico em choque ao encontrar cinco Mega Stones, mas infelizmente, tinha que ter uma terceira diferente, então uma ficaria de fora.

Olho para uma das Gengarites e olho para Haunter, porque não? Me aproximo e encosto uma Pokébola no Haunter, para capturá-lo. Por quê? Vai saber, né? Seria legal ter um companheiro na hora de beber, e acho que ele vai dar tanto trabalho quanto Amore, com sorte até menos... Começo a notar uma tendência a monstrinhos de personalidades complexas na equipe... E já que tenho uma Gengarite sobrando, um Mega Ring, parece até um recado de Arceus dizendo “capture-o”. Ele vai ser de grande ajuda, ou vou pagar por meus pecados.

Kate não sabia se sentia pena de Hellhound ou se estava feliz por ter sua bebida vingada, mas quando o cão começou a esverdear, a pena aparentemente venceu. Haunter caia nocauteado e, enquanto pensava sobre o que fazer com o pokémon roncador, a adolescente mirou a pilha homérica de itens arrecadados pelos escravos de Amore.

Os gatos seguiam correndo de um lado para o outro e Kate ficava tonta sempre que tentava contá-los, desistindo da tarefa com velocidade. Ao se aproximar da pilha, Kate constatou que haviam 3 gengarites e, somando ao seu mega ring e ao fato de ter de levar 3 mega stones diferentes, uma gengarite poderia ficar consigo... O universo parecia dizer com isso que ela devia capturar aquele Haunter. Ou Arceus queria ajudar Kate com este pokémon, ou queria fazer com que a adolescente pagasse por seus pecados... Ela descobriria com o tempo.

Haunter não demonstrou nenhuma resistência perante a pokébola que lhe confinava, mas, por alguns segundos, Kate poderia jurar que ainda ouvia o ronco do pokémon fantasma, mesmo através da pokébola. Ao longe, Spearow ainda gritava dentro da caixa e, para manter a ave presa, agora haviam sete purrloins sobre seu confinamento. Os felinos rastreadores retornavam com mais itens, quase dobrando o tamanho da pilha original e, para felicidade da adolescente, trazendo uma megastone diferente. Ela finalmente conseguirá todos os itens. Amore, por sua vez, seguia lixando suas unhas e montada em um Liepard que achara. Aparentemente o maior trabalho de Kate seria tirar a esquila mimada de seu reinado.

Meus Deus, como esse fantasma ronca! Vou depois passar na farmácia e ver se tem algo para fantasmas com problemas de ronco, se é que algo do gênero exista... E olha que estou ouvindo o ronco através da Pokébola! Será que minha audição está se desenvolvendo para compensar meu faro? Depois penso nisso, tem coisas mais importantes para fazer agora.

Hora de avaliar a pilha absurda de itens que Amore havia adquirido com a ajuda de seus escravos, de Hellhound e Spearow. Spearow estava presa numa caixa? Me pergunto desde quando... Bem que a pilha dela estava muito estagnada, e como não estava atacando minha Pachirisu, faria sentido...

Bom, tenho mais do que itens de sobra, espero que de pra vender essa quantidade absurda de TMs. Recolho tudo e guardo tudo na mochila, sentido o peso da mesma. Seria um longo caminho de volta para Chermont... E agora eu tinha que tirar Amore de seu reinado...

-Bom, Amore ganho. Vamos voltar para Chermont, terminar a missão, e você vai ganhar um saquinho de doces assim que eu ganhar o dinheiro da missão, certo Amore? Ou você prefere ficar num lugar coberto de poeira e sem doces?

Digo para ela. Apesar dela querer ser adorada, foi fácil convencê-la a vir comigo. Mas é claro que a senhorita mimada não iria querer se sujar, então subiu no meu ombro... Termino de verificar se não esqueci nada. Consigo convencer Amore a liberar Spearow e a ave pousa na mochila pesada, me fazendo carregar mais peso... Me arrependo de convencer Amore a liberá-la... Hellhound caminha um pouco mais a frente e começamos a nos afastar da cidade destruída.

Sentindo o peso da mochila, com Spearow sobre a mesma e claramente de mau humor, mais Pachirisu, Kate avançava rumo a rota 18 mais uma vez. Seu tempo corria e o caminho para Chermont seria lento a julgar pela quantidade de itens adquiridas. O ronco de Haunter não era a melhor trilha sonora para o "passeio", mas estava presente. Poochyena seguia mais a frente, guiando o grupo de volta e os felinos pareciam choramingar o fato de Amore estar indo embora. Ao fundo, mais algumas explosões indicavam voltorbs insatisfeitos com alguma coisa...