Tape - VI - The Union Of Two Hearts Against Fear...

Luna lutava mais uma vez contra o invasor em sua mente. A dor no pulso estava intensa. Era como se o desenho formado quisesse se abrir e rasgar ainda mais a pele. Apesar de estar marcada, a jovem tentava se manter no controle e impedir que o intruso invadisse seu coração. Kirah intervia e ajudava a expulsar mais uma vez o intruso deixando a gladiadora livre por ora.

De onde estava, Luna podia ver a jovem de cabelos azulados caminhando para o hospital. Durante o caminho, Noa parou para ajudar um Purrloin que parecia estar com a pata machucada. A gladiadora podia perceber que o coração de Noa era muito grande e sensível. A stylist adentrou o hospital e desapareceu. Luna sabia que os sentimentos de Noa por Nolan também era fortes, apesar da stylist ser mais tímida em manifestá-los.

Enquanto observava Noa, um novo pensamento passava pela mente de Luna: deixar Nolan e seguir em frente. Não seria uma decisão fácil deixar o objeto de seu amor para trás, mas ela não queria mais causar sofrimentos aos stylists. Voltando para a frente do hospital, a gladiadora seguiu para a sala onde o stylist estava internado. Assim que Noa a viu, um sorriso aliviado surgiu em seu rosto.

— Pensei que não te veria mais hoje! Ainda bem que você veio. Confesso que fico com um pouco de medo por ficar aqui sozinha — a jovem olhava para o chão e enrubescia — tenho medo que algo aconteça e eu não tenha força para vencer — uma tímida lágrima tentou sair, mas logo foi abafada.

Perante as palavras da stylist, Luna se rendia a permanecer com os jovens stylists. Sentando-se ao lado de Noa, a jovem confirmou que prometera que voltaria. A stylist sorriu e enrubesceu ao ouvir as palavras de motivação para que ela encontrasse sua força interior.

— Você está certa — olhou para baixo e em seguida mirou o quarto de Nolan. — Eu preciso ficar mais forte — a jovem cerrou os punhos que estavam apoiados nos joelhos.

A gladiadora pegou cuidadosamente o ovo que estava na mochila e o mostrou para Noa. A stylist acariciou e parabenizou Luna brincando que em breve ela seria mamãe. Mas, dentre os sorridos e a simpatia, a preocupação permanecia direcionada ao stylist que adormecia no quarto em frente.

— O último enfermeiro que veio checar seus sinais vitais disse que ele está estável, mas ainda não sabemos que danos cerebrais ele terá — Noa não sabia se ficava feliz ou triste ao dar tal notícia. — Mas tenho certeza que ele ficará bem...

Mal terminara de falar, uma luz vermelha era acesa sobre a porta do quarto de Nolan. Uma enfermeira chegava apressadamente e entrava no quarto. Noa e Luna levantaram preocupadas e observavam pelo vidro a mulher trabalhando. Em poucos minutos, a enfermeira abria a porta do quarto e se voltava para as duas jovens.

— Ele acordou!

Noa quase não conseguia se conter ao ouvir as palavras da enfermeira. A stylist correu para dentro do quarto enquanto Luna permaneceu um pouco mais do lado de fora. A gladiadora guardou o ovo em sua mochila e aguardou um breve momento para que os stylists tivessem um momento a sós.

A gladiadora adentrou o quarto e viu Noa sentada à beira da cama e Nolan falando com um pouco de dificuldade. Vê-lo acordado eliminava qualquer possibilidade de perdê-lo. Agora finalmente ele estava bem. A jovem se aproximou e o stylist olhou para ela fixamente.

— Noa, quem é ela? — a voz do jovem era fraca e confusa. Nolan olhava de Luna para Noa. A stylist também estava surpresa e sem palavras.

Ao ouvir as palavras confusas do jovem, o coração de Luna recebeu um golpe terrível. Apesar de estar sofrendo por dentro, ela não poderia deixar esse sentimento trasnparecer para Nolan. Se apresentando meramente como uma amiga de Noa, a glafiadora saudou o stylist e deixou o quarto. Era difícil descrever a dor de não ser lembrado pelo objeto de seu amor.

Entre as lágrimas que deixavam o abrigo dos olhos, alguns pensamentos começaram a surgir na mente da jovem como se eles fossem colocados lá. Apesar dos irmãos apocalipse não terem conseguido retirar a vida de Nolan, eles conseguiram tirar o jovem de Luna. Certamente o Haunter acessar a a mente do jovem enquanto estava na possessão...

"Obviamente aquele fantasma estúpido não fizera isso sozinho" - mais uma vez a voz intrusa invadia a mente da jovem enquanto a marca no pulso voltava a doer - "Às vezes, precisamos ajudar o destino. Eu a avisei. Você amará aquilo que eu quiser que ame!"

A voz desaparecia e o pulso parava de doer. Noa surgia em frente à jovem com uma expressão preocupada no rosto.

- Sinto muito, Luna. Não sei o que poderia ter acontecido para deixá-lo assim. Irei me informar com o médico se isso tem a ver com a sequela que ele mencionara antes.

Ao ouvir a resposta da jovem, o homem abriu um leve sorriso. A gladiadora confiava nas palavras de Kirah e por isso aceitava desviar um pouco o foco. O atendente pegou uma pasta e retirou uma foto mostrando-a para Luna.


- Esta flor é chamada de Lágrima de Cresselia. A sua cor negra simboliza a tentativa de Darkray em causar a maldição do pesadelo nas pessoas, mas seu miolo claro representa a proteção de Cresselia. Por isso, esta flor é usada como amuleto para afastar os sonhos maus. Infelizmente, devido ao descuido das pessoas, esta espécie está ficando cada vez mais rara. Há algum tempo a senhorita Maxine já pensava em realizar algo para a preservação, mas o festival acabou tomando muito o tempo dela. O meu desafio é o seguinte: queto que vá ao cemitério da cidade e me traga três mudas da Lágrima de Cresselia. Tenho certeza que você conseguirá muitos pontos com a senhorita Maxine caso consiga completar o desafio. Mas aconselho esperar o tempo abrir - o homem olhou para o céu por alguns segundos e depois voltou-se novamente para Luna.

O céu mostrava seus próprios flashes. Pouco a pouco a chuva ficava cada vez mais forte e várias pessoas corriam para se abrigar nos estabelecimentos próximos.

Kirah ficou mais animada quando soube que iriam comer e descansar. Luna abriu a porta e saudou o serviçal do hotel. O homem usava um uniforme preto e branco. Ao seu lado, um carrinho com vários alimentos estava parado.

- Boa tarde senhorita Yum. Fomos avisados que a senhorita havia voltado para o quarto e, como passou o dia fora, imaginamos que estaria com fome. Trouxe um pequeno lanche da tarde. Aceita?

A gladiadora aceitou e recebeu uma bandeja de prata com algumas guloseimas (torradas, croissants, geleia de oran berry, mel de Combee, suco de morango silvestre e leite de Miltank). O atendente se despediu deixando novamente a garota sozinha com a psíquica. O som dos trovões estava se distanciando o que indicava que em breve a chuva passaria. Depois de comer e descansar, Luna iria se prepara para o pequeno desafio do atendente da Arena.

Os primeiros raios de sol invadiram o quarto através da janela aberta. A luz acariciava o rosto da gladiadora e anunciava que o dia dia amanhecera. A jovem imediatamente se lembrou de sua tarefa no cemitério. O corpo se espreguiçou e um bocejo fez as despedidas com a cama. Luna se levantou e se dirigiu ao banheiro para sua higiene pessoal. A água quente do chuveiro espalhava o vapor e restaurava as energias. A jovem saiu de toalha e viu, Kirah, já despertada, olhando pela janela. A chuva havia passado. As ruas molhadas não dificultariam seu trajeto. O relógio acusava 6h.

Luna desceu acompanhada pela psíquica e deixou o hotel. Poucas pessoas transitavam àquela hora. Se ontem haviam resquícios do festival, hoje não havia nem sinal. A vigarista caminhava pela rua Lapras sempre desviando das poças d'água. Não foi difícil encontrar o cemitério, pois somente bastou virar na rua das lágrimas e caminhar um pouco mais.

O silêncio reinava soberano. Se Erobring era assustadora, seu cemitério era mais. Os túmulos eram organizados quase que metodicamente. Uma pequena névoa permanecia à altura do calcanhar. Uma ou duas pessoas passavam para vir prestar seu respeito ao mortos. Fora isso, o lugar estava deserto. Era possível ver que as flores cresciam próximas aos túmulos. Se a flor Lágrima de Cresselia era tão rara, daria um pouco de trabalho para encontrá-la.

Logo Luna e Kirah se viram diante do cemitério de Erobring, no entanto, para alguém que passou por Kuroi Mori aquele lugar não tinha nada de tão assustador assim, pelo menos na visão da Vigarista. As duas andavam por entre os túmulos calmamente, afinal ainda era bem cedo, mas já podia-se ver algumas pessoas trazendo seus cumprimentos aos que já não estão mais nesse plano.

Kirah parecia bem melhor que na noite anterior, sem olheiras, sem sinais de cansaço físico e mental, assim como também Luna parecia bem melhor também, apesar do pesares elas precisavam seguir em frente. Sempre!

Mais uma vez a voz de Luna se sobressaia por entre o silêncio do cemitério. Em sua bolsa um raio escarlate surgiu trazendo Violeta que pousara, como sempre, graciosamente no chão. - Preciso que nos ajude, Vi! - Luna explicava a situação para a felina e logo começavam as buscas.

Depois do que vivera em Kuroi Mori, um simples cemitério não era nada. Luna caminhava pelos túmulos juntamente com Kirah. A psíquica aparentava estar bem disposta após a noite de sono. Ambas estavam preparadas para mais uma dose de aventuras e desventuras.

O silêncio seguia soberano, mas foi brevemente quebrado pelo canto da gladiadora. A luz escarlate surgia e Violeta pousava levemente no chão. A felina ouviu com atenção toda a história apresentada por Luna e compreendia o motivo por estarem ali. Um miado melodioso afirmava que estava disposta a ajudar. O trio voltava a caminhar pelos túmulos com olhos atentos a qualquer flor de tons negros.

O cemitério não era enorme mas, depois de mais ou menos 20 minutos, o grupo não havia encontrado nenhum sinal da lágrima de Cresselia. Ainda faltava metade do lugar para procurar. Violeta, que se mantinha animada por estar ajudando depois de ter ficado um bom tempinho na pokébola, ergueu a cabeça e começou a farejar como se reconhecesse alguém nas proximidades. A felina começou a correr em uma direção sendo logo seguida por Luna e Kirah.

Túmulos e catacumbas depois, o grupo chegou a um lugar um pouco mais isolado. Violeta apontava em uma direção balançando a cauda de um lado para o outro. Luna levantou o olhar e avistou ao longe uma jovem de cabelos azuis agachada pegando alguma coisa. A jovem, que estava bem entretida com um pirulito e com o que achara, se levantou e avistou a gladiadora parada.