Cap 3 - Gotas de Sangue na Areia

O sangue pulsou levemente, mas a delicadeza das mãos da jovem evitaram que o sangue espirra-se na mesa e sujasse suas vestimentas, Skarmory em compaixão ao seu inimigo derrotado, curvou a cabeça ao lado de Galatea.

Aos poucos o corpo do roedor endureceu, sem vida e sem fluxo, permaneceu ali o corpo, imóvel, morto, desfalecido e sua alma caminhou para os braços de Girantina a fim de alcançar Arceus e adiantar seu retorno sob os pobres mortais que viviam no mundo mergulhado em maldade.

A jovem Giratinista seguiu em frente, seu trabalho naquele lugar havia sido feito em meio ao deserto escaldante, após caminhar se distanciar do local de seu abate, Galatea se depara com alguns pilares esculpidos pelo vento e pela areia daquele lugar. Pilares vermelhos, alguns meio alaranjados chegando a parecer que eram feitos de bronze.

A jovem se aproximou de um deles e se pôs ali para descansar um pouco, fugir do calor exaustivo do deserto... Rellis se colocava ao lado da jovem observando tomar o folêgo e vendo um lágrima que estou de seu rosto, efeito das lembranças que tomaram sua mente enquanto acariciou o peito ainda pulsante de Patrat, então Skarmory e cutucou.

A jovem se afastou do Patrat deixando com que o sangue do animal escorresse manchando as areias do deserto, os passos calmos de Galatea continuaram por algum tempo, avistando os Pilares avermelhados a Giratinista apressou seus passos em busca de uma fonte de sombra.

Já abrigada entre os pilares de pedras Galatea toma mais um gole e água oferecendo o resto do conteúdo a Rellis, a grande ave que por sua vez seguira a jovem até ali aceitou de bom grado a água oferecida, para então cutucar sua mestra.

Olhando para ave Galatea sorri de forma calma enxugando o que restou da lagrima seca e perguntou:

- O que foi Rellis? Algo lhe incomoda?

Dizia a Giratinista olhando a sua volta.

OFF: Box Editada!

As duas se puseram a descansar sob a sombra dos pilares avermelhados, Galatea enxugava o rosto e molhava a boca com goles d'água e finalizando a garrafa ofereceu ao seu pokémon que terminou de beber o líquido. Rellis arrumou-se como um pássaro no ninho, deitando ao pés de sua dona e erguendo seu pescoço, balançando, indicando que estava tudo bem, porém a levantou novamente andando na direção da jovem e acariciando seu rosto tentando indicar que não gostaria de ver ela chorar novamente.

Galatea sorri e retorna a caricia sobre as penas do pássaro metálico que piava baixo e calmo, as duas mantiveram-se ali por mais algum tempo, o Sol passou do meio do céu, indicando que já era de tarde, ao fundo uma grande poeira avermelhada se levantava por entre fortes ventos, a Giratinista não teve dúvidas, era um tempestade de areia que se aproximava rapidamente.

A caricia de Rellis fez com que a jovem Giratinista quase chorasse, em muito tempo aquele pequeno sinal de carinho significava muito para Galatea, por isso esta abraçou forte o pescoço da grande ave sentindo em sua pele a o frio toque do corpo metálico de Rellis esquentar aos poucos.

- Obrigada minha amiga... Você não sabe o quanto isso é importante pra mim!

O descanso sobre os pilares de pedra fizeram com que a energia de Galatea se renovasse enquanto o calor do sol abaixava, porem a iminência de uma tempestade de areia fez com que a jovem tomasse uma medida que realmente queria evitar, pelo menos até Rellis se tornar mais forte.

Olhando a ave e acariciando os pescoço desta Galatea falava em um tom baixo e calmo explicando a situação para a Skarmory:

- Uma tempestade se aproxima, e temos que voltar a Kalled... Vou montar em suas costas para irmos mais rápido e fugirmos desse deserto interminável.

Assim que a ave assentiu com a cabeça batendo as assas Galatea montou em suas costas agarrando com força no pescoço de Rellis enquanto dava as ultimas ordens:

- Voe em volta da tempestade e o mais alto que puder, temos que evita-la ao máximo garota.

Mestra e Pokémon mostravam a harmonia que compartilhavam desde o nascimento, desde a primeira lasca que o ovo se Skarmory demonstrou, ambas precisava sair dali, voltar para Kalled e tendo sem suas costas uma grande tempestade de areia ou melhor dizendo, bem diante de seus olhos.

Galatea montou sob o corpo metálico e brilhante de Rellis, agarrando firmemente seu pescoço enquanto o pássaro assentiu sua vontade em carregar a jovem batendo suas asas e levantando voo. O animal partiu em alta velocidade para o céus observando junto com a Giratinista a formação de tufões entre areia e ventos.

Rellis balançou um pouco no começo no voo, mas pegou prática e driblava as tufões, mostrando mais fortes e mais resistente que eles, contornando a tempestade por inteiro rumo a entrada da rota que dava acesso a Kalled City.

No começo do voo a Galatea manteve seus olhos fechados, mas o bater do vento em seu rosto a fez abrir seus olhos avermelhados e encara a fúria dos tufões juntamente com o bater de assas de Rellis.

Contornar a tempestade encheu o coração da Giratinista de alegria, pela primeira vez Galatea se sentia viva uma lembrança que ficaria marcada para sempre em sua memória, sentir os músculos de Rellis impulsiona-las por entre o vento era com sentir o sopro da vida em sua alma:

- Eu queria ter assas como as suas Rellis!

Gritou a jovem por entre o vento, ao ver a entrada da rota a jovem acariciou o pescoço da ave gritando para esta:

- Vamos descer! Posso fazer o resto do caminho a pé!

A grande ave por sua vez piou alto quando começou a perder altura pousando a uma pequena distancia da entrada de Kalled.

Em perfeita harmonia Galatea e Rellis penetraram os tufões por entra a forte tempestade de areia que ocorreu inusitadamente em meio ao deserto escaldante, Skarmory manteve-se forte levando sua mestra em seguração para longe da tempestade e para a entrada da rota.

Elas pousaram suavemente a poucos metros da entrada do deserto respirando fundo, seguras das nuvens de areia que ficaram para traz e rumando para sair dali, do calor, da vermelhidão, do ar seco para a cidade de Kalled, descansar, se restabelecer, se renovar. Rellis piou alto abrindo suas asas e agradecendo a si e a Galatea pelo primeiro e bem acompanhado voo para iniciantes.

Descendo das costas da grande ave Galatea sentiu a areia por de baixo de seus pés com pesar, voar era magnifico mas a jovem sabia que não poderia forçar Rellis mais do que o necessário, afinal esta ainda era jovem e sua força aumentaria com o tempo.

Recolhendo a ave para sua pokebola Galatea usa o capuz para esconder seu cabelo azulado adentrando em Kalled.

" Se eu pegar o trem para Chermont não precisarei a travesar o deserto todo!"

Pensou a jovem ao rumar em direção a estação de trem de Kalled.