Correndo contra o tempo

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Com a cerimônia feita, Pichu ainda prestava sua homenagem para os falecido roedores. Snivy não viu problema em pegar uma das inúmeras flores de Torchic e deixar ali e assim Naomi terminava cerimônia, embora a Pokémon sentisse fraca. As pernas da dark tremiam e logo Lucia achou necessário retorná-la. O grupo pareceu incrivelmente abalado e Piplup tomava um banho no rio, até Anthony retorná-lo. Pichu ainda soluçava quando Lucia tentava consolá-lo, o que pareceu não ser muito, mas já era alguma coisa. O Pokémon subia no colo da menina exilada e assim ficava ali, enquanto Gligar e Erick dividiam o ombro da morena.

O grupo do exílio prosseguia a viagem pela floresta. Seimei continuava quieta após o ataque da seguidora de Giratina, parecendo estar de luto junto do Pichu. Na estrada toda, o Pokémon passou soluçando e até mesmo chorando quando ninguém via, mas ai era hora de Gligar consolá-lo, já que era o único que poderia ficar perto quando isso acontecia. Diversas vezes o cabelo da exilada inchava, mas ela não ficava brava, apenas tentava deixar Pichu mais à vontade. Anthony até parou de reclamar por conta do pequeno elétrico e continuava a viagem.

O sol se pôs e com ele o grupo foi se deitar no debaixo de uma árvore, em seus sacos de dormir. Comeram oran berries, aproveitando para deixar a bolsa de Anthony menos lotada. Naomi se sentia melhor após algumas, mas seu corpo continuava fraco, talvez ainda efeito de Destiny Bond. Pichu dava algumas mordidas na berrie, mas logo percebia que sua fome se ia. Apertada entre o saco de dormir e seus Pokémons, Lucia se espremia ali mesmo.

No novo dia que amanheceu, o grupo continuava a sua caminhada em torno do local que era Seimei Forest. A dor nos pés de ambos não passavam e apesar de Lucia sentir mais, por conta dos Pokémons que levava, Anthony reclamava para os dois. Ambos seguiam caminhando pelo local e seguiam pela floresta. Anthony jurava que estavam andando em círculos e embora Lucia desconfiasse, continuava caminhando e seguindo seus instintos.

O dia foi normal, com grande caminhada e ainda dores por todo o corpo, mas nada se comparava com as reclamações de Anthony. O grupo parava para fazer pequenos lanches e o ex-gladiador até achava novas frutinhas, mas não sanava a vontade de querer comida de sal. Lucia achava uma nova TM, mesma que tinha negociada com Yanma. Pichu continuava sério, apenas observava a briga entre os exilados e a brincadeira de Chinchou e gligar, embora até risse quando trocava faíscas com Chinchou em um abraço energético.

Mais uma noite apertada entre Pokémons e roncos de Anthony, e no terceiro dia de caminhada, enquanto Anthony reclamava que estavam perdidos, Lucia percebia que estava mais perto do que longe e já era possível ver os primeiros prédios mais altos de Grung ao longe, entre algumas folhagens, fazendo Anthony engolir em seco.

Deixando uma das flores de Torchic no túmulo improvisado dos pokemon elétricos, fiquei feliz quando Pichu mostrou que não queria ficar feliz, então mesmo com Anthony reclamando que já tínhamos elétricos demais para o gosto dele, peguei o pokemon no colo e segui para onde esperava ser a saída da floresta. Gligar continuava a encara Erick, que agora já estava acostumado, então só ignorava, mas assim que o Pichu começou a chorar de novo, Gligar deixou esse hábito de lado para ir consolar o elétrico.

Já tinham me falado e também já tinha lido sobre vários acidentes com Pichus destruindo celulares, pequenos aparelhos e dando choques sem querer por não conseguirem controlar sua eletricidade, mas só naquele momento eu via como isso era frequente, ainda mais com ele tão triste. De tempos em tempos eu sentia choques fracos, que foram o bastante para Erick querer caminhar com seus próprios pés. Eu sentia meu cabelo arrepiando em alguns momentos, mas decidi fingir que nada estava acontecendo, já que não era culpa dele e nem era tão incomodo quanto Anthony fazia parecer.

Anthony reclamava sem parar, cada vez de alguma coisa diferente ou de alguma parte diferente do corpo dele que estava dolorido de tanto andar naquela floresta sem fim, mas as únicas reclamações que eu dava um pouco de atenção era a de que estávamos perdidos. Eu não podia negar que estava me sentindo perdida de novo, mas em vez de admitir, decidi continuar confiando na minha intuição e andando no que esperava ser uma linha reta.

Antes que eu percebesse, o sol já estava se pondo, então decidimos parar para descansar e comer alguma coisa, o que fez Anthony finalmente parar de reclamar tanto que estava cansado. Deixei Erick, Gligar, Pichu e Chinchou, que apareceu assim que ficou cansado de ficar na pokeball, em um canto e fui arrumar alguns galhos para fazer uma fogueira. Anthony chutou um pouco da sujeira e folhas para longe, parando assim que viu o quanto tinha sujado seu sapato, então no fim, tive que ascender a fogueira e preparar o resto sozinha.

Só precisei de três fósforos e um pouco de folhas mais secas para conseguir ascender a fogueira, então logo pude me deitar em cima do saco de dormir para descansar e ficar vendo Chinchou e Gligar brincando um pouco, tentando a todo custo chamar Pichu para a brincadeira também, sem sucesso. O jantar para nós foi apenas algumas orans berrys, que fizeram Anthony reclamar que queria alguma coisa salgada, mas foi mais do que o suficiente para mim. Orans berrys estavam começando a virar minha fruta favorita.

Foi um pouco trabalhoso dar comida para todos os pokemon, mesmo com Erick me ajudando, então assim que todos já tinha comido e estavam quase dormindo onde estavam, guardei quase todos os meus pokemon e fui direto para o saco de dormir. Anthony guardou todos os deles e enquanto eu esperava Erick e Gligar se entenderem e parassem de ficar se empurrando, ele já estava roncando. Como eu já estava cansada, simplesmente afastei os dois que ainda não tinham se entendido e dormi pouco depois.

De manhã a fogueira já tinha apagado e o sol brilhava forte no céu, mas o que realmente me acordou foi quando Pichu acabou acordando um pouco assustado, me dando outro choque fraco, mas que foi o bastante para me fazer acordar tão assustada quando o pokemon roedor. Demorei um pouco para conseguir acordar o Anthony, mas isso pareceu um piscar de olhos em comparação com o tempo que ele demorou para se arrumar.

Quando eu já estava quase cochilando de novo vendo Gligar e Erick discutindo de novo depois que o pokemon ground fez Erick cair de cara no chão enquanto tentava me ajudar a guardar tudo de volta na mochila, Anthony finalmente estava pronoto e voltamos a caminhar. Chinchou continuou fora da pokeball, então Gligar finalmente deixou meu ombro para ficar brincando com ele e de tempos em tempos, tentavam chamar Pichu também.

Era bom ver o Pichu sorrir pelo menos um pouco enquanto via os outros dois brincando ou quando recebia um abraço especial do Chinchou, onde os dois ficavam trocando eletricidade, mas ainda dava para ver que ele estava triste demais com o que tinha acontecido. O dia estava muito tranquilo, o que eu gostaria que se repetisse mais vezes, ainda mais quando acabamos encontrando outra TM e algumas berrys no caminho.

Quando anoiteceu de novo e Anthony falou de novo que estávamos perdidos, eu quase concordei com ele, mas foi só preciso olhar para o lado para ver luzes que não eram as estrelas. Eram as luzes dos prédios altos de Grung, que já haviam passado a muito tempo em altura as árvores de Seimei, então eu não me surpreendi muito por conseguir ver. Ri um pouco quando Anthony só olhou e se virou para dormir, não querendo admitir que eu estava certa e ele errado. De manhã já chegaríamos em Grung e a ansiedade somada com o medo quase me fizeram ficar acordada a noite inteira. Faltavam poucos dias para transferirem Ângela para Nyender e eu ainda não tinha um plano......

A nova manhã parecia ser requisito primordial para que as esperanças de Lucia se renovassem, no entanto, pensar que a cadete desaparecia havia sido pega e estava sendo transferida daqui alguns dias para outra prisão, somado a falta de plano para poder prosseguir no meio da floresta, tudo isso começava a perturbar a exilada, que de longe via alguns traços dos grandes arranha-céus de Grung. Os dois acordavam e como sempre Anthony demorava em se arrumar. Erick e Gligar discutiam de novo e o ground dava a língua além de puxar a pálpebra do olho esquerdo. A briga dos dois demoraria em acabar...

Depois de tudo certo e com mais um fogueira apagada pela noite, o grupo do exílio movia-se pela floresta, dessa vez, ciente de que estava perto. Anthony não tinha ainda admitido que estava no caminho certo o tempo todo, embora até a morena havia deixado de confiar nisso. Erick e Gligar dividiam o ombro da ex-gladiadora, enquanto Pichu ficava nos braços. Agora que não chorava mais, o Pokémon não dava mais choques descontrolados, mas a expressão triste do pequeno era notória.

Finalmente, entre as árvores surgia a presença da dupla e de seus Pokémons. Anthony reclamava de seus pés machucados, mas no fim aspirou um pouco de ar e fez parecer que estava tudo bem, enquanto em seguida dirigia-se para a cidade, propondo e tentando convencer Lucia em pagar um Hotel cinco estrelas para ele poder dormir e tomar um banho. Depois disso tudo, até a morena precisaria, pois o seu estado era uma lástima para quem olhava...

Todos os Pokémons (player e parceiro) estão bem, com exceção de Naomi:

♀
HP: 35%
Status: Normal

3 dias percorrido. Chegou em Grung às 7h15min

Pontos no cartão; ficha atualizada. Pode seguir para as ruas de Grung