Tchuuuu thcuuuu, passagem por Nyender

Queria andar de olhos fechados para não ver, mas logo senti a mudança de chão sob os meus pés. Chega de grama e terra, estamos de volta ao chão duro e frio da cidade de Nyender! Porque tínhamos que voltar para cá? Será que custava tanto fazer uma estação de trem em Jorvet ou simplesmente a gente pegar um táxi e acabar com tudo isso? pelo visto, custa.....

Susana conseguia estar mais infeliz do que eu com esse retorno, mas ficar conversando com Samantha parecia estar pelo menos distraindo um pouco e até animando ela, mesmo com ela pulando de susto até mesmo o vento, já imaginando outra gangue de pokemon malignos ou gangsters com pokemon amarelos atrás de nos.

Com Umbreon tirando um cochilo na pokeball e Samantha preferindo não chamar a Charmander tão cedo, só me restava ficar andando atrás dela atento a qualquer perigo. Nem preciso dizer o tédio que estava sentindo, mas só para ter uma ideia, até aturar a Purugly ao meu lado estava começando a parecer uma ideia ótima, mas decidi não ´pensar muito nisso e simplesmente continuar seguindo Susana, torcendo para que tudo desse certo dessa vez....

Com Susana e Samantha rindo e conversando, planejando como combinar meus ataques e os dos outros pokemon para fazermos algumas apresentações legais em Chermont, eu me concentrei em ficar de olho em tudo. Era irritante como todos não se importavam em nos empurrar para passar e quando não faziam isso ainda ficavam perto o suficiente para me irritarem.

Por alguma razão, o máximo que a maioria fazia era olhar rapidamente para as duas ou simplesmente gritava por estarem no meio do caminho, mas nunca parava e muito menos olhavam para mim. Era estranho, mas eu estava gostando muito disso e se fosse para escolher, iria gostar se sempre me ignorassem assim em vez de ficar me encarando como se eu fosse um alvo ou algo que não deveria estar ali.

A melhor parte da nossa caminhada foi passar pela praça mais linda da cidade, onde eu aproveitei que ninguém estava prestando atenção para me jogar em alguns montes de pétalas rosas e até para conseguir algumas flores ainda inteiras e bonitas para levar comigo e ficar aproveitando o perfume.

Antes que eu pudesse aproveitar melhor a praça, talvez batendo em alguma árvore para derrubar mais pétalas ou simplesmente pular em outro monte de flores, escuto Susana me chamar e logo deixamos a praça para trás. Antes que eu percebesse o que estava acontecendo, acabei derrubando minhas flores quando entramos no meio de uma confusão de pessoas correndo de um lado para o outro. Sério, onde era o incêndio? Pra que tanto alvoroço?

Samantha ficava curiosa, parecendo querer saber o que estava acontecendo, mas para a minha sorte, Susana logo voltava a andar na direção oposta da confusão, sobrando para mim a tarefa de usar uma das minhas vinhas para pegar a mão de Samantha e a puxar para vir junto. Se eu não podia continuar brincando na praça Sakura, então ela não pode ir procurar mais confusões....

Estava muito feliz com as minhas flores. Sempre achei que seria difícil conseguir algumas aqui no meio da cidade, mas aquela praça tinha tantas que eu não consegui me conter, então agora talvez estivesse parecendo mais um buque ambulante do que um Bulbasaur, mas e dai? Susana parecia gostar, então eu é que não me importaria com que os outros achassem.

Ainda era chato a gente estar no meio de tantos desatentos ou mal educados, mas agora era um pouco difícil ficar bravo por muito tempo, já que as flores eram uma boa distração. Era fácil ficar perto de Susana, ainda mais por termos que andar devagar no meio de tanta gente, então eu podia ficar mais tempo arrumando as flores em cima de mim e ainda conseguia ficar de olho em todos que chegavam perto demais.

Um pouco depois de passarmos pela academia, que eu demorei para reconhecer, já que só conhecia uma sala daquele lugar, Samantha quis parar para comer, mas o lugar em que estávamos de olho estava tão cheio que eu concordei quando Susana falou que seria melhor comer algo em Chermont, que de acordo com o que ela tinha ouvido falar, era bem mais tranquila que essa cidade chata.

Isso me fazia pensar um pouco sobre o nosso caminho. Aquele realmente era o caminho mais curto, parecia que não tinha mais fim! Minha vontade era perguntar se faltava muito para chegarmos na estação de trem, que era insuportavelmente mais lotada, mas ao mesmo tempo nossa melhor saída, quando algo chamou nossa atenção. Um cara estranho não parava de brincar com qualquer um que passava por perto....estranho.

Meus chicotes estavam prontos assim que ele chegou perto de Susana, mas logo veio Samantha me empurrando para o lado falando para deixar de ser tão mal humorado. Como se ela pudesse mandar em mim...... Só Susana me diz o que fazer e se ela não disse nada e se ele aprontasse algo, eu não teria pena de machucá-lo.

Ele fazia alguns movimentos estranhos com a mão e antes que eu entendesse pra que tudo aquilo, duas flores apareceram do nada na mão dele! Eu não conseguia acreditar no que via, mesmo depois de Susana me entregar a flor para que ficasse junto com as minhas outras. Como ele fez isso? Será que ele podia fazer de novo e de novo? Infelizmente antes que eu pudesse ir ver se ele me dava mais algumas, Susana e Samantha voltaram a ir para a estação, então eu também tive que voltar a caminhar.

Mesmo ainda com vontade de voltar e pedir mais algumas flores para aquele estranho, assim que ouvi algumas explosões decidi que não valia muito a pena, então apenas cheguei mais perto de Susana, que para a nossa sorte, apressava o passo junto de Samantha. Eu não estava com um bom pressentimento, será que ainda falta muito para essa porcaria de estação de trem?

Em um momento tive que usar meus chicotes para me segurar em Susana simplesmente para não ser chutado para longe ou acabar perdendo ela de vista, já que por causa de toda essa confusão, as pessoas estavam começando a ficar desesperadas e ainda mais sem educação. A única coisa que estava me mantendo mais concentrado em seguir em frente do que acertar todos esses chatos eram as explosões. Isso era muito mais preocupante que qualquer chato ou mal educado que pudesse me empurrar ou chutar.

Em algum momento eu senti o chão tremer muito e um barulho me fez quase soltar Susana de susto, mas assim que vi aquele pokemon de pedra enorme destruindo completamente o carro eu soube que estávamos encrencados. Não era preciso ser um gênio pra ver que ainda faltava muito para eu ter só uma pequena chance de batalhar contra ele sem morrer, então logo nos juntamos ao tumulto que corria para longe.

Com todos gritando e correndo eu mal conseguia ficar junto de Susana, mas ainda assim ficava de olho nos dois que pareciam querer destruir tudo e vi bem a tempo quando um monte de pedras veio voando em nossa direção. Nunca fiquei tão feliz por ter praticado alguma, pois se não fosse nosso pequeno treino na rota 1, duvidava que conseguiria erguer  um protect em tão pouco tempo.

Estávamos certos em querer fugir, pois para conseguir parar completamente aquele ataque poderoso tive que usar tanta força, que se não fosse por Susana, teria ficado caído lá atrás. Minha cabeça ficou um pouco dolorida, então só podia torcer muito para que nada mais fosse lançado contra nós, pois eu não tinha condições de usar outro protect tão cedo.....

Mesmo no meio de todo aquele tumulto, quando Susana e Samantha me agradeceram e comecei a receber um cafuné, eu não podia ficar mais feliz. Demorei para perceber que estávamos na estação de trem e que Susana já estava comprando as passagens de trem com Samantha, nada disso me importava mais. Susana estava segura e me dando carinho, não tinha como melhorar......