Hora do treinamento

Finalmente consegui, me tornei um cadete. Com minha nova tatuagem de cadete ardendo em meu peito esquerdo, e a ferida doendo do lado esquerdo do meu rosto, eu saia orgulhoso do prédio da Academia de Polícia. Não pensei que seria um desafio tão grande conseguir passar no teste, e também não sabia quantos haviam passado, mas o que importava era somente eu. Depois de toda aquela ação durante o teste, estava me sentindo cansado, mas onde eu poderia descansar? Olhei ao meu redor e acabei encontrando uma construção que poderia me servir bem, Ginásio e Dormitório Cadete. Ficava logo ao lado da Academia.

Fui em direção ao prédio, que se parecia bastante com a Academia tanto nas cores como no designer. Meowth e Shinx ainda me seguiam, mas como Shinx estava um pouco exausta, resolvi carrega-la para chegarmos mais rápido. Na portaria, como esperado, havia um cadete de guarda para que não entrassem intrusos ali, peguei minha licença e apresentei para ele, que olhou para o documento recém impresso e depois encarou Meowth liberando a passagem para a entrada. Como a Academia, era uma construção seca, sem muitos detalhes e adornos e nada que fosse aconchegante. Olhei ao redor e consegui me informar com as placas de indicação, então fomos direto ao terceiro andar, já era hora do almoço e estávamos famintos.

- Me esperem aqui. - Disse colocando Shinx na cadeira da primeira mesa vazia que encontrei quando cheguei ao refeitório, Meowth logo subiu na cadeira ao lado para esperar. Como esperado na hora do almoço, estava cheio. Era minha primeira vez naquele lugar, e não sabia como funcionava tudo ali. Será que seria cobrado alguma coisa? Me aproximei de um outro cadete para tirar minhas dúvidas. - Com licença... É minha primeira vez aqui, você sabe me dizer como funcionam as coisas? Preciso alimentar meus pokémons, e estou meio perdido. - Tentei ser o mais simpático que pude, apesar de não demostrar uma expressão muito simpática.

Estava cansado e com dor, achei que seria melhor pedir uma informação. Era a opção mais rápida apesar de não gostar muito de incomodar os outros.

Ordem e paz, essas são as metas e as inspirações que levaram o jovem Hendriksen a se tornar um cadete.

Conseguir seu distintivo não foi uma tarefa fácil, muito pelo contrário, Hendriksen ainda não sabia como sua ferida ia cicatrizar, ela poderia sumir ou continuar como uma marca, apenas o tempo poderia dizer essa resposta.

O rapaz estava cansado e com fome, ele havia ficado a maior parte do dia na academia e um pouco de descanso definitivamente o cairia bem. Por sorte o melhor lugar onde um cadete pode encontrar abrigo, conforto e auxílio ficava logo ao lado de onde se encontrava,  Ginásio e Dormitório Cadete.

Com as devidas identificações, entrar na construção não foi uma tarefa difícil. Graças as placas de fácil acesso, Hendriksen, Meowth e Shinx não tiveram problemas para chegar ao terceiro, local onde estava indicado ser o refeitório. O salão era enorme, diversas mesas espalhadas, duas bancadas paralelas repletas com comida, muitos cadetes e pokémons andando por todos os lados, o local era movimente de uma forma que um jovem de Ragnarök jamais poderia imaginar.

Apesar do movimento não foi muito difícil para o novo detive achar uma mesa vazia, o salão era muito grande e a maioria dos cadetes pareciam preferir sentir em grupos. Hendriksen deixou Meowth e Shinx sentados a mesa, enquanto foi procurar algumas informações. Shinx sem muita delonga se deitou e começou cochilar, enquanto Meowth permaneceu sentado balançando as pernas e observando o movimento do local.

- Com licença... É minha primeira vez aqui, você sabe me dizer como funcionam as coisas? Preciso alimentar meus pokémons, e estou meio perdido. - disse Hendrisksen em tom educado ao se aproximar de um cadete que estava passando próximo a sua mesa.

-Seja bem-vindo! - dizia o homem com entusiasmo - Meu nome é Jordan, se você procura comida não precisa procurar mais, esse é lugar certo! Pode servir a vontade naquelas duas bancadas, a da direita é comida para pessoas e da esquerda é para pokémons, mas já muita gente o inverso. Gosto é gosto, não é? - finalizava a frase dando um sorriso simpático - Se quiser posso me sentar com você e tirar qualquer outra dúvida que possuir, a propósito, qual o o seu nome?

Jordan era um homem negro alto e forte, na faixa dos 25 anos de idade, careca com um sorriso simpático sempre estampado no rosto, ele usava roupas casuais e não o uniforme usado pela maioria dos cadetes que ali se encontravam. Ele parecia ser bastante prestativo, julgando pela idade provavelmente se tratava de um veterano.

Um simpático cadete ajudou a me localizar ali, seu nome era Jordan e era um homem mais velho que eu, já era um veterano.

- Me chamo Hendriksen. Prazer em conhece-lo! Se você não se importar, pode sentar comigo sim. - Mesmo sendo mais sério, retribuí o sorriso por educação. Apontei para a mesa onde deixei minhas companheiras e disse. - Estou sentado ali. Só vou pegar comida e já volto. E obrigado.

Agradeci e em seguida sai andando em direção as bancadas onde eram servidas as comidas. Primeiro fui na da esquerda, e peguei três porções de comida de pokémons, com um pouco de dificuldade tentei voltar para a mesa sem derramar a comida. Estava levando uma para cada pokémon, mesmo ainda não tendo conhecido meu terceiro pokémon, já queria causar uma boa impressão lhe dando comida logo no primeiro contato.

Chegando à mesa, libertaria Growlithe de sua pokébola para ele se juntar a nós em nossa primeira refeição. Juntamente com meu novo colega de trabalho, Jordan, que eu esperava poder me aproximar mais dele e fazer um amigo.

Hendriksen respondia Jordan com educação, indicando-o aonde estava sentado. Enquanto o novo cadete foi buscar comida para si e seus pokémons, o veterano sentou-se a mesa, na cadeira em frente ao Meowth.

A variedade de comida a disposição nas bancadas era imensa, bolinhos dos mais diversos tipos de barrys, rações dos mais vários sabores, grãos para agradar qualquer pokémon ave, uma variedade enorme de bebidas, que iam de aguá e leite de miltank até misturas complexas de berry juices. Hendriksen ainda era novo em ter que cuidar de pokémons e apesar dos estudos que fizera para se tornar um cadete, saber exatamente o que cada um de seus pokémons preferia era uma tarefa difícil. O jovem acabou optando por pegar três porções, cada uma contendo algumas variedades bolinhos e rações para cada um de seus pokémons.

Assim que chegou a mesa, Hendriksen colocou os pratos em cima dela, Meowth rapidamente começou a comer, Shinx permaneceu cochilando, enquanto o recém liberado da pokébola Growlithe parecia mais interessado em lamber seu dono e chamá-lo para brincar do que na comida.

-Então você é um detetive! - disse Jordan rindo da forma enérgica de Growlithe - Seu growlithe é bastante bonito, ele possuí um nome? - perguntava o veterano fazendo carinho no cachorro.

Jordan parecia ser bastante receptivo e altruísta, ele definitivamente era um ótimo amigo em potencial para Hendriksen. Talvez fosse interessante o novo cadete chamá-lo para treinarem juntos, desta forma fortalecendo um pouco seus laços.

Eu observava meus pokémons, estava satisfeito com o andar dos acontecimentos, mesmo saindo com um machucado no rosto. Meowth parecia não gostar muito de algumas das coisas que escolhi, mas mesmo fazendo cara feia acabava comendo de tudo. Growlithe não parava de me lamber e tentava chamar minha atenção a todo momento, parecia que nunca tinha saído de sua esfera.

- Sou sim, acho que vou me dar muito bem com a especialização. Ainda não dei nome a elas, é nosso primeiro dia juntos. - Eu disse respondendo a Jordan. - Agora vou pegar alguma coisa pra eu comer. Quer me acompanhar? E você tem alguma especialização?

Me levantei, e passei a mão na cabeça de Growlithe, para retribuir o afeto, e fiz sinal para ela ficar e comer sua comida. Depois que nós terminássemos de comer, eu pretendia usar o ginásio de treinamento, e esperava poder contar com a companhia de Jordan.

O pokémon de fogo pareceu gostar bastante do afago de seu mestre e rapidamente obedeceu-o, indo comer a comida com enorme ferocidade. Agora restava apenas Shinx para se alimentar, mas o pokémon elétrico não aparentava ter ânimo para acordar tão cedo.

-Claro! Eu acabei de comer, mas acho que ainda aguento um pouquinho a mais. - respondeu Jordan sorridente ao convite do rapaz.

Na bancada de comida para pessoas, o veterano diferente do que havia falado, parecia estar faminto, ele serviu uma quantidade de comida que alimentária tranquilamente duas ou três pessoas, entre misturas de sal e doce, que iam de macarrão a sorvete, passando por diversos tipos carnes e cremes.

-Para falar a verdade eu sou um bombeiro, e acabo agindo mais como tal do que como cadete em si. - contava o moreno enquanto servia sua comida - Mas é claro, nunca abandonei meu distintivo e faço o máximo para estar sempre presente quando o dever me chama. - o sorriso de Jordan ao falar sobre a profissão era diferente, como se ele possuísse um orgulho enorme que mal podia conter dentro de si.

-Então, você disse que estão apenas começando. Eu ainda me lembro dos meus primeiros dias, claro já faz bastante tempo, mas se quer uma dica, aproveite cada momento para fortalecer os laços com seus pokémons. - Jordan fazia uma pequena pausa para colocar um muffin inteiro na boca, e ainda com ela cheia continuava falando - Quanto mais eles confiarem em você, mais efetivo será o seu treinamento e o desempenho deles. Pokémons são como pessoas, você precisa tratar eles bem e eles irão lhe retribuir.

De volta a mesa, Jordan comia com apetite voraz, de uma forma com a qual Hendriksen jamais havia presenciado antes em sua vida. Em questão de minutos ele acabou com um prato que provavelmente a maioria das pessoas sequer conseguiria comer sozinha. Growlithe já havia terminado sua refeição e voltava a lamber seu mestre, Meowth que também já havia terminado parecia se divertir girando o prato em cima da mesa, Shinx parecia ter tornado o cochilo em um sono profundo.

-Depois que você terminar de comer, nos podemos seguir para o ginásio se quiser. Quem sabe eu possa te passar um pouco de experiência de combate. - Jordan falava enquanto roubava um pouco de comida do prato de Hendriksen - Mas não precisa se preocupar, eu pegarei leve com você, novato. - terminava a frase piscando para o jovem de Ragnrök.

Minha fome era saciada só de olhar a serra no prato de Jordan, devia ter uns três quilos de comida ali. Por outro lado peguei algumas variedades de carne e frutas, que eram as coisas que eu mais gostava de comer, com um pouco de macarrão formando um pequeno monte comparado ao prato dele.

Enquanto nos servimos, Jordan me contou um pouco sobre sua carreira. Dava pra ver que sentia muito orgulho em ser um bombeiro e um cadete. Era como eu me sentia também. Além disso recebi algumas dicas de como me dar bem, mas essa parte eu já sabia, meus pokémons seriam meus parceiros para o resto da vida e eu não tenho intenção de trata-los de uma forma diferente da que eu trato as pessoas que amo.

Quando voltamos a mesa, Growlithe e Meowth já haviam terminado de comer e Shinx parecia dormir profundamente. Logo Jordan também já havia devorado toda sua comida, eu imaginei o quanto ele comeria se não tivesse comido ainda, já que aquilo era sua segunda vez (eu acho).

- Era o que eu queria. Eu passei um aperto no meu teste, e acho que ainda vou levar uma cicatriz de lembrança. - Eu disse apontando para o curativo na minha bochecha esquerda. - Preciso ficar forte junto com elas, pra não passarmos por isso de novo. E não precisa pegar tão leve comigo... já batalhei contra o felino mortal de Darbas... - Disse a última frase com uma risadinha no final.

Já terminava minha refeição, e como Shinx ainda não havia acordado eu guardei a comida dela para levar, e a peguei no colo para podermos ir ao ginásio. Meowth e Growlithe iriam andando atrás de nós.

-Podemos ir. Nos guie.

Jordan olhava a cicatriz no rosto de Hendriksen e dava uma pequena risada simpática antes de começar a falar novamente: "É verdade, você teve que fazer o teste com Cornélios. Fiquei sabendo que os métodos dele são bastante diferenciados. Na minha época os testes eram todos feitos sob a supervisão de Angélica, mas acredito que ambos tenham seus pontos fortes... A propósito, não precisa se preocupar com seu machucado, ele deve desaparecer em breve." Jordan provavelmente já havia presenciado muitas coisas nos seus anos como oficial, provavelmente ele tinha conhecimentos sobre ferimentos, podendo dar a informação que trazia um pouco de alívio para Hendriksen.

-Quanto antes chegarmos, mais cedo poderemos treinar. Vamos torcer para os campos não estarem totalmente lotados. - o rapaz negro dizia tomando frente.

Meowth caminhava calmo, mexendo bastante suas orelhas, como se prestasse atenção em várias conversas simultâneas. Growlithe gastava energia correndo em volta de Jordan e Hendriksen. Shinx espreguiçava e raras vezes abria seus olhos para observar o percurso. Jordan ainda não tinha mostrado nenhum de seus pokémons, com o tempo de treino do rapaz era provável que ele já tivesse vários com elevado poder de batalha na equipe.

Seguindo pelo caminho guiado por Jordan, Hendriksen pode ver uma construção sem muito detalhes, porém bastante ampla. Durante o percurso o assunto não passou de amenidades. Sem muita delonga eles chegaram a um dos locais de treinamento. Várias quadras preparadas especialmente para batalhas pokémons, algumas de cimento liso, outras de terra, algumas gramadas, poucas com partes aquáticas, dentre outras com características especiais.

Podia-se ver vários cadetes batalhando, os pokémons mais vistos eram Persians e Meowths, mas vários outros também marcavam presença, como Luxio, Mienfoo, Pidgeotto, Hitmonlee, dentre outros.

-Então como você vai querer fazer o treinamento? - perguntava Jordan parando em frente a um campo com grama baixa - Nós podemos batalhar normalmente, eu tenho aqui comigo alguns pokémons mais fracos que capturei recentemente, acho que eles se beneficiariam com treino também, mas se quiser posso usar algum dos mais fortes e tentar te tutorar sobre estratégias de combate.

Jordan dava ao rapaz duas opções, cada qual com suas vantagens, mas a inexperiência de Hendriksen não conseguia dizer qual seria mais eficaz. A única coisa que era clara é que em uma delas, eles batalhariam um contra o outro, enquanto na outra Jordan serviria como um instrutor de combate.

Jordan me deixou mais aliviado em saber que provavelmente eu não ficaria com uma cicatriz no rosto, não seria legal olhar no espelho e me lembrar de Cornélios. Fomos caminhando um pouco mais rápido para não demorar a chegar no local de treinamento, e logo chegamos. O lugar era bastante grande, e haviam varias quadras de batalha. E para nossa sorte não estava lotado, mesmo tendo bastante gente no local.

Pensei um pouco nas opções de treinamento que Jordan me deu, e logo me decidi. - Podemos fazer assim. Primeiro você usa seus pokémons mais experientes e me ensina algumas estratégias. Depois batalhamos com seus pokémons recém capturados para ganhar experiencia. O que você acha?

Eu estava pensando na primeira batalha como um tutorial, não precisava ser tecnicamente uma batalha real. E depois faríamos uma batalha real com nossos pokémons no mesmo nível. Com certeza ele tinha mais experiencia do que eu, e podia ter vantagem mesmo com pokémons mais fracos e essa era uma maneira de tentar equilibrar as coisas.

Respirando aliviado por saber as boas novas sobre seu ferimento, agora o rapaz focava totalmente em treinar sua equipe.

Após analisar as opções dadas por seu colega, o detetive logo sugeriu uma espécie de treinamento misto, onde Jordan primeiro o passaria o básico, em seguida seria realizado um combate entre os pokémons de Hendriksen e os novos do bombeiro.

-Bem, acho que seus pokémons podem ficar um pouco cansados, mas não vejo motivos para não tentarmos. - Jordan dizia enquanto pegava uma pokébola em seu cinto.

O bombeiro apertava o botão no centro da esfera, que liberava um breve raio luminoso que aos poucos ia tomando forma. A criatura aparentava ter cerca de um metro e meio, era bípede, com grandes orelhas, um rabo protuberante e um longo chifre, além de vários espinhos espalhados por suas costas, o pokémon era forte e bastante ameaçador, sua cor roxa não deixava dúvidas, se tratava de um Nidoking. Com certeza Hendriksen, mesmo que usasse a equipe inteira, teria dificuldades em abater um pokémon como aqueles, mas o rapaz sabia que o pokémon venenoso estava ali simplesmente como auxiliar para seu treinamento.

-Bom dia, Marty! Descansou bem? - Jordan falava com seu pokémon, que respondia balançando a cabeça. Apesar de parecer obediente o pokémon a postura do pokémon era assustadora.

-Então, o que achou do Marty? - o bombeiro agora pergunta para Hendriksen sem esconder o orgulho que sentia pelo seu pokémon.

Antes que Hendriksen pudesse responder, um Taillow entrou em cena, se aproximando do detetive. Ele carrega consigo uma mensagem, que tinha o rapaz como destinatário e podia-se ler um "urgente" no canto superior direito.

-O que foi? Algum problema? - perguntava Jordan, com uma leve decepção em seu olhar.

Hendriksen havia acabado de receber sua primeira missão, mas o rapaz estava prestes a começar seu treinamento. Talvez fosse mais sensato protelar o exercício, caso treinasse agora seus pokémons poderiam estar cansados demais durante a investigação, sem falar que havia uma notação dizendo que a mesma era de caráter urgente. Hendriksen ainda poderia pegar o número de Jordan caso quisesse treinar outro dia, mas o rapaz ainda era livre para deixar a missão de lado por alguns instantes e treinar naquele momento.

Jordan achava que meus pokémons poderiam ficar cansados com a primeira parte do treino, mas não tinha problema já que teríamos tempo para descansar. Então concordando com a minha ideia, liberou seu pokémon. Comparando com minhas pequenas companheiras, o pokémon de Jordan era grande e tinha uma postura assustadora.

Marty realmente parecia ser bastante poderoso, e Jordan me perguntou o que eu achava dele. O que eu achava? Eu achava que ele iria esmagar minhas pokémons, e agora eu tinha certeza de que não teriam folego suficiente para o segundo round. Mas antes que eu pudesse responder, uma coisa inesperada aconteceu. Um pequeno pokémon voador, que reconheci ser um Taillow, pousou a minha frente me entregando um pedaço de papel enrolado.

Li a mensagem que se dizia "Urgente" e descobri ser uma missão para mim, minha primeira missão de detetive. Agora teria que esquecer o meu treino por enquanto, era uma missão urgente, e eu não podia deixar uma pequena garotinha de 2 anos perdida por ai.

- É uma missão urgente. Não vou poder treinar por enquanto, tenho que trabalhar. - Uma garota de 2 anos desapareceu e tenho que encontra-la, mas não sei por onde começar. Mas era bom ter Jordan ali naquele momento, poderia pedir algum conselho. - O que você acha disso? Por onde devo começar? Estou com um pouco de medo de não conseguir, mas tenho que fazer isso. E o que eu faço com esse Taillow?

Eu entreguei a carta com a descrição da missão, esperava conseguir alguma dica com alguém experiente mesmo sendo de outra profissão. E por fim olhei para o pássaro que permanecia parado ali do lado.

Hendriksen não teve dúvidas no momento de definir suas prioridades, ele sabia que uma missão como aquelas não poderia esperar, cada segundo que a garota permanecia desaparecida poderia ser o último dela.

Uma mistura de sentimentos preenchia o rapaz, ao mesmo tempo que estava feliz por sua primeira missão como detetive, ele estava um tanto quanto nervoso. Ele sequer havia recebido treinamento adequado, era uma espécie de aprenda por si só, mesmo sem experiência alguma ele teria que agir e aquilo de certa forma era assustador.

Ao menos uma coisa amenizava a situação ali, Jordan era um veterano e mesmo não atuando na mesma área o rapaz deveria ter conhecimento suficiente para ao menos guiar alguns passos do rapaz. Sem pensar duas vezes Hendriksen pediu o auxílio do bombeiro.

- O que você acha disso? Por onde devo começar? Estou com um pouco de medo de não conseguir, mas tenho que fazer isso. E o que eu faço com esse Taillow? - perguntava o Hendriksen entregando a carta para Jordan.

O rapaz parou por alguns instantes, leu a carta e pensou por durante alguns segundos.

-Bem, isso realmente parece ser um caso bem sério. Acho que você pode começar interrogando os pais da garota e visitando o local do crime, é muito provável que você encontre algo por lá. - Jordan respondia em tom sério, mas não escondia seu sorriso inspirador em ora alguma - Você não deve ficar com medo não conseguir, tenha confiança em suas habilidades e na de seus pokémons. Preste sempre atenção nos detalhes e tenho certeza que você será bem sucedido.

-Sobre o Taillow, bem, acho que ele vai ficar te seguindo, ora no chão, ora no ar, provavelmente será como uma sombra. Com o tempo você sequer notará a presença dele. - explicava Jordan - Caso tenha qualquer outra dúvida sinta-se a vontade para perguntar. A propósito, boa sorte. - terminava sua frase dando uma piscadela.

Agora Hendriksen já tinha uma ideia de por onde poderia começar. Seus primeiros passos como um detetive estavam prestes a serem tomados, com a dedicação e avidez necessária logo ele estaria mais próximo de conhecer Angélica.

Jordan era uma ótima pessoa, e eu estava admirado com as boa vontade dele em me ajudar. Me deu alguns conselhos, e uma ótima dica para eu começar a investigação. Eu acabei não pensando direito no inicio por causa do nervosismo, mas acho que isso é normal com todo mundo na primeira missão.

- Muito obrigado pelas dicas e pela ajuda em tudo. Vamos trocar nossos contatos, pra podermos marcar um treinamento depois. Vai ser um prazer poder ver Marty em ação, ele parece ser bastante forte e muito bem cuidado.

Peguei o meu celular para anotar o contato de meu novo amigo Jordan. depois de salvar o contato, me despediria dele e seguiria em direção ao hospital, onde pretendia me encontrar com Antonio Blake que é o pai da garota desaparecida.

As dicas de Jordan apesar de simples ajudaram bastante Hendriksen a saber por onde deveria começar. Os dois tinham se conhecido a pouco tempo, ainda assim os laços entre eles estavam ficando forte rapidamente.

-Nem precisa agradecer. Sei que você faria o mesmo por mim. - respondia Jordan entusiasmado - Claro, assim que estiver disponível me de um toque.

Eles trocaram os respectivos números e se despediram. Jordan desejou boa sorte ainda uma última vez antes que Hendriksen partisse.

Agora rumo ao hospital, o detetive pretendia encontrar com o pai da garotinha para tentar conseguir mais detalhes sobre o caso. Já era quase fim da tarde, mas ainda estava claro e o horário comercial não havia terminado. Havia muitas pessoas na rua, mas por sorte o hospital era bastante próximo a delegacia.

Chegando ao hospital Hendriksen pode ver um local incrivelmente organizado, apesar de cheio tudo era muito bem sinalizado e funcionava de forma quase que impecável. Quase metade das várias cadeiras da sala de espera estavam ocupadas. Duas mulheres atendiam na recepção, as duas pareciam ocupadas, uma aparentemente fazendo a ficha de um de um rapaz, a outra mexia em seu conversava ao telefone, uma pequena fila indicava que talvez fosse demorar um pouco caso Hendriksen quisesse falar com uma delas. O detetive também podia ver alguns pessoas de jaleco, um tanto quanto novas, ajudando as que estavam sentadas, elas perguntavam sobre como estavam se sentindo e coisas do gênero, provavelmente eram estagiários. Além disso alguns funcionários estavam limpando o chão.

Hendriksen era um detetive e apesar de estar apenas começando ele sabia que tinha um crime importante para resolver em suas mãos, ele havia ido ao hospital com intuito de falar com Antonio Blake, mas como saberia quem era o homem? Ele precisava de alguma forma de informação, fosse esperando ser atendido pela recepção, falando com um dos estagiários ou com um dos membros da equipe de limpeza.

O hospital era bem próximo de onde eu estava, então não demorei para chegar ao local. Para não causar confusão ou chamar atenção preferi entrar sozinho, então voltei minhas pequenas companheiras para suas pokébolas. O hospital estava lotado, como sempre, mas em contraste com isso era bastante organizado e limpo. Olhei ao redor a procura de funcionários, duas recepcionistas e algumas pessoas de jaleco que me pareciam ser estagiários, foi o que vi.

Eu ainda não conhecia o Sr.Antonio Blake, então deveria começar interrogando outra pessoa, e a recepcionista que estava ao telefone me parecia ser uma ótima opção. Me aproximei dela e parei em sua frente esperando ser notado. Mas ela estava muito distraída, então peguei o meu distintivo e o coloquei na frente de seu rosto enquanto dizia com uma expressão séria.

Com licença! Gostaria de lhe fazer algumas perguntas, você pode por favor desligar o celular? - Com todas aquelas pessoas trabalhando, preferia interromper a única funcionária desocupada. E pelo movimento de sua sobrancelha ela não havia gostado muito disso. - O que você pode me falar sobre Antonio Blake? Ele é enfermeiro aqui do hospital.

Apesar de ser sua primeira missão, Hendriksen já estava começando a pegar a jeito. O rapaz já se sentia mais seguro, observava bem o arredor e tomava suas decisões com base na lógica e de forma segura.

-Com licença! Gostaria de lhe fazer algumas perguntas, você pode por favor desligar o celular? - disse Hendriksen colocando seu distintivo na mesa para funcionária que usava o telefone.

A mulher deu uma olhada para o distintivo do rapaz e retorceu os olhos, em seguida abaixou o telefone e prestou atenção nas palavras do rapaz enquanto mantinha uma expressão de desgosto em seu rosto.

-Eu não sei se você percebeu, Senhor Cadete, mas existe uma fila que deve ser respeitada para que você possa ser atendido. - a mulher voltou a conversar no telefone, ela falava sobre algo relacionado a estoque de materiais médicos, aparentemente ela estava trabalhando no fim das contas.

Antes que Hendriksen pudesse dizer qualquer coisa a mais para a atendente, da fila um homem chamou atenção do detetive.

-Psst! Eu ouvi você dizer Antonio Blake? Talvez eu possa te passar algumas informações sobre o sujeito por 50Pk$. - o homem parecia ser uma pessoa comum, na faixa dos 40 anos, usava roupas casuais e era levemente careca.

Se quisesse Hendriksen poderia simplesmente ignorar o elemento e procurar outra alternativa, fosse com estagiários, pessoal da limpeza, ou mesmo com tentar ser mais persuasivo com atendente no telefone.

Mesmo achando um absurdo a recepcionista me mandar entrar na fila, não fiquei irritado. Mas eu não estava ali procurando por atendimento, eu estava ali a trabalho e não enfrentaria uma fila para isso. Assim que a recepcionista voltou a falar ao telefone, um home que estava na fila me chamou. 50Pk$ por uma informação foi o que ele me ofereceu, mas o homem me parecia suspeito principalmente por não ser um funcionário do hospital.

- 25Pk$ e nada mais... - Eu disse baixinho enquanto me aproximava do homem calvo, mas de um jeito que apenas ele ouvisse. Apesar de achar o homem suspeito, decidi interroga-lo assim mesmo. Primeiro porque fiquei curioso dele conhecer o pai da menina desaparecida, e segundo porque ele poderia ser um suspeito do crime. Por enquanto pra mim qualquer um poderia ser um suspeito, pelo menos até que eu consiga alguma pista. Mas precisava saber quem ele era, e qual sua ligação com Antonio. - Quem é você, e o que você tem a dizer sobre Antonio Blake?

Percebi que não seria bom fazer as perguntas por ali, do mesmo jeito que ele ouviu, outras pessoas poderiam ouvir. Seria melhor nos afastarmos um pouco para um lugar menos movimentado. Então eu fiz um sinal para irmos para um canto mais afastado da sala.

Apesar de não se conformar bem com a atitude da recepcionista, Hendriksen mantinha a calma, reanalisando friamente as suas demais alternativas.

Mesmo considerando o homem que ofereceu vender informações um tanto quanto suspeito, o detetive viu essa como a melhor das opções. Mas ele não iria aceitar o trato sem antes pechinchar.

- 25Pk$ e nada mais... - dizia Hendriksen.

- Eu realmente não preciso do dinheiro, se você quiser é 50Pk$ ou nada feito. - o homem retrucava com austeridade - E digo mais, só lhe darei informações com o dinheiro em mãos. - ele estendia a mão esperando o dinheiro.

O sujeito parecei não querer colaborar tão fácil assim, Hendriksen teria que dar ceder a quantidade total de dinheiro, ou usar um pouco mais de sua persuasão cadete. Quiça fosse mais viável tentar obter a informação de outra forma.

Eu era péssimo em pechinchar, seria mais fácil eu pagar os 50Pk$ do que ficar perdendo mais tempo ali. Peguei o dinheiro e entreguei para o homem, mas continuei sério e determinado para ele não perceber que desisti fácil.

- O dinheiro está ai. Me conte tudo que você sabe sobre Antonio.

Eu não sabia se Antonio ainda se encontrava no hospital, ou se foi de encontro a Gizele, mas também não sabia se os dois estavam tendo problemas um com o outro ou se tinham um inimigo em comum. Esperava que esse homem poderia me dar algumas informações sobre isso, ou qualquer coisa que pudesse ser relevante na investigação.

Mesmo prestando atenção no homem, eu continuava atento as pessoas que estavam na sala. Se alguém ali tivesse alguma reação estranha ou ficasse ouvindo nossa conversa eu deveria observa-lo.

Por fim Hendriksen acabou cedendo a proposta do homem, o detetive queria resolver a missão quanto antes, e se pagar 50Pk$ fosse uma forma de agilizar o processo, seria um sacrifício que ele estava disposto a fazer.

-Certo... - disse o homem enquanto pegava o dinheiro - Você quer saber tudo que eu sei sobre Antonio. Bem, ele é um homem bastante ocupado, ele adora ajudar pessoas e pokémons. Está quase sempre aqui no hospital, uma vez conversando com ele, ele me disse que vez outra acaba dormindo por aqui. É uma boa pessoa. Bastante atencioso com os pacientes. Eu o vi mais cedo na ala que cuida de pokémons envenenados, ele parecia estar distraído, um tanto quanto preocupado. Acredito que ainda deve estar por lá. Isso é tudo que eu posso te informar. - depois de dar as informações o homem voltava para fila.

O cadete tomou todas as precauções possíveis para ver se não observava nada de suspeito nos arredores, mas parecia que ninguém estava muito interessado em saber sobre o que ele e o informante estavam conversando.

Apesar do homem que passou as informações ser um tanto quanto ríspido, ele parecia falar a verdade. Se Hendriksen tivesse sorte e fosse rápido ainda tinha uma chance de encontrar com Antonio Blake na ala de pokémons envenenados. Mas primeiro o detetive precisava descobrir onde era esse local e conseguir uma autorização para entrar, mesmo sendo cadete, não era uma boa ideia sair perambulando sem permissão ou conhecimento pelo hospital, a propósito, ele poderia acabar entrando em uma área contaminada.

- Obrigado pelas informações. - Eu agradecia enquanto o homem voltava para a fila. As informações foram de grande ajuda para mim, agora eu tinha uma noção de como era a personalidade de Antonio, e pela primeira vez eu não estava totalmente no escuro. Anotei os detalhes no meu bloco de notas e continuei.

"Pra onde ficaria a ala de pokémons envenenados?" Eu me perguntava enquanto lia as placas de sinalização. Mas com certeza seria melhor pedir a ajuda de um dos estagiários. Me aproximei de uma moça de jaleco, tinha o cabelo preto e a pele clara e parecia ser bastante simpática.

- Com licença? Meu nome é Hendriksen, e estou fazendo uma investigação. Você poderia me dizer onde fica a ala de pokémons envenenados? Preciso encontrar Antonio Blake.

Hendriksen ficava um pouco mais aliviado ao conseguir suas primeiras informações, mas sabia que ainda tinha um longo percurso a percorrer até solucionar o crime.

Sabendo que havia uma chance de Antonio estar na ala de pokémons envenenados, o detetive resolveu pedir informações a um dos estagiários.

-Olá. - respondia uma moça esbelta de pele clara, com expressão de surpresa - Eu sou nova por aqui, ainda não decorei como chegar ao lugares de cabeça, mas se quiser pode usar aquele mapa para se situar melhor. - ela apontava para uma planta do hospital grudada na parede, nela ficavam indicadas de forma nítida como chegar a cada ala e setor do local - Se estiver planejando ver algum pokémon envenenado aconselho a pegar uma máscara na recepção, o ambiente lá pode ser um pouco nocivo dependendo de onde entrar.

O detetive sabia que o uso de máscaras se tratava mais de uma burocracia do que um procedimento de segurança em si, as chances de contaminação eram mínimas, mesmo sem o uso de máscaras. Se quisesse ele poderia seguir diretamente para ala desejada, mas correria o risco de desagradar algum funcionário que o visse fora das normas do hospital.

A simpática moça ainda não conhecia tão bem o hospital, mas mesmo assim foi de grande ajuda me indicando onde eu poderia me orientar. E ainda me informou que seria uma boa ideia pegar uma mascara descartável para poder ter um acesso mas tranquilo ao meu destino.

- Muito obrigado!

Agradeci e segui em direção ao mapa que me foi indicado, mas antes passei pela recepção e peguei uma mascara descartável que ficava em uma caixinha em cima do balcão. Olhei no mapa e depois de percorrer alguns corredores, encontrei o que procurava. Um pequeno cranio roxo com dois ossos cruzados indicava a localização do meu destino, não parecia ser longe dali. Decorei alguns pontos de referencia e os corredores que eu deveria virar, e segui para a sala de pokémons envenenados.

Sem delongas o detetive pegou a máscara e seguiu rumo a ala de pokémons envenados, mesmo correndo um pouco de risco por não ter pego permissão antes, ele acreditava que por ser cadete não entraria encontraria problemas tão facilmente. Apenas mais umas das amostras de como aqueles que regem o continente abusam de seu poder.

Sem encontrar nenhuma forma de obstáculo no caminho, Hendriksen rapidamente chegou ao local. Era uma área bem grande, um grande corredor dava acesso a inúmeras portas que levavam as salas de tratamento, algumas individuais outras coletivas. Caminhando pelo corredor, o detive olhava pelo vidro que ficava na parte superior de cada porta, procurando algo que pudesse lhe dizer que Antonio estava ali dentro.

Hendriksen havia sido um tanto quanto descuidado, apesar de ter pego algumas informações sobre Antonio, ele não havia pego a descrição física do homem, o que dificultaria um pouco a sua busca.

Ninguém parecia sair no corredor, toda equipe do local parecia estar focada em tarefas específicas dentro de suas salas. Em algumas portas, Hendriksen podia ver cenas fortes, de pokémons sendo operados, provavelmente o veneno havia atingido algum órgão interno, em outras o ambiente era mais tranquilo, com alguns pokémons descansando enquanto tomavam soro.

Com uma pitada de sorte e um pouco de observação, o detetive avistou algo que parecia ser o que queria. Dentro de uma das salas, aplicando uma vacina em pidgey, um homem se estava de pé, voltado para a porta. No seu peito um crachá, escrito A. Blake, o homem aparentava ter em média 40 anos, com cabelo castanho e pontas grisalhas, possuindo leves entradas nas laterais. Não havia dúvidas, aquele era o enfermeiro que Hendriksen procurava.

Dentro da sala não aparentava ter nenhuma outra pessoa, mas haviam vários outros pokémons deitados em camas. Essa era a chance do rapaz, ele finalmente poderia fazer as perguntas que o levaria a solucionar o mistério da garota desaparecida.

Sem nenhuma intenção de invadir locais proibidos, andei observando atentamente as indicações nos corredores em que passava. Depois de procurar um pouco, finalmente encontrei a ala que procurava, mas não parecia ser fácil encontrar alguém que eu não conhecia naquele lugar. Haviam muitas salas com pokémons sendo atendidos e alguns sendo operados, os médicos e enfermeiros muitas vezes se encontravam de costas para a porta tornando impossível que eu conseguisse ler seus crachás.

Depois de muita procura olhei para dentro de mais uma sala, um homem meio grisalho aplicava uma vacina em um Pidgey, e por sorte seu crachá estava muito bem posicionado de maneira que eu conseguia ler perfeitamente "A. Blake". Finalmente o encontrei.

- Com licença Sr. Blake. Se não for atrapalhar, você poderia conversar comigo um pouco? - Disse em um tom baixo, para não atrapalhar o que o homem fazia. Peguei meu distintivo e me identifiquei.  - Eu sou o Cadete Carmichel, e estou aqui em missão.

O homem trabalhava calmamente quando me aproximei, fiquei um pouco receoso de ter que dar a má notícia, que parecia que ele ainda não tinha sido informado. Mas essas coisas faziam parte do trabalho, então tentei não demonstrar minha insegurança e esperei pela resposta do homem.