A ascensão para uma nova vida: Stylist

- Obrigado por me acompanhar, Emily. Vai ser um prazer ter você comigo. Não sei se aguentaria a tensão.

Falava enquanto caminhava para fora de Jorvet com Emily ao meu lado. Vixen caminhava ao lado de Emily. Agradecia pela disposição da jovem à me acompanhar em uma aventura que não parecia muito agradável para aqueles que soubessem do rela motivo de nossa caminhada um pouco apressada até a rota 3. Meu coração parecia querer saltar do meu peito e or correndo sozinho até Roy, onde quer que ele estivesse, mas usar minhas pernas parecia um pouco mais sensato. Logo mais a frente estendia-se a ponte que ligava Jorvet à Chermont. Parei rapidamente para olhar a pacata vila atrás de nós, lembrando de quando chegamos lá, as aventuras na praia, as risadas sob a chuva... Tudo ficaria ali e em nossos corações. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, mas a sequei antes mesmo de deixá-lo. Emily observava Jorvet ao meu lado.

- Bem, melhor seguirmos. A ponte está logo ali.

...

Minutos depois já estávamos sobre a ponte. Era cinza, de pedras e parecia resistente. Abaixo de nós, uma outra ponte especial para carros parecia estar bem movimentada. Era uma bela vista dali de cima, dava pra ver o mar poderoso e extenso, as aves que voavam sobre nossas cabeças e o vento que sussurrava em nossos ouvidos e trazia consigo o cheiro gostoso de água salgada. Lembrei de quando eu sentira o mesmo cheiro assim que avistei Jorvet da rota 2. Aquela vista seria mais perfeita ainda se não estivéssemos sob tanta tensão. Podia ver que Emily pensava o mesmo que eu, ambos víamos a beleza da ponte, mas não enxergávamos nada além das ideias em nossas cabeças sobre onde estaria o ruivo. Pensando em encontrá-lo mais facilmente, liberei Sentury.

- Sentury, poderia nos ajudar? Roy, Koi e Jaw podem estar em perigo! Fique atento e nos avise se vir ou sentir qualquer coisa! Por favor...

Lágrimas tentaram molhar meu rosto mais uma vez, porém eu precisaria ser firme e continuar forte para o bem de meus pokémon. Continuamos à andar.

13h55

― Eu não poderia deixar você vir sozinho. Roy poder estar em perigo e eu quero ajudar. ― A jovem olhava com firmeza para Emme, apesar de, lá no fundo, estar sentindo medo. ― Aya pediu para que eu lhe entregasse isso. Você saiu tão apressado que não deu tempo dela lhe dar. ― Emily abriu a bolsa mais uma vez e começou a procurar algo lá dentro. Tudo estava uma bagunça, mas a jovem conseguiu encontrar o item do jovem.

Emme recebeu a Super Rod

Os jovens seguiram pela ponte que ligava a ilha Lua e a ilha Ho-Oh. Tudo ali transpirava poesia. Os dois stylists sabiam como apreciar tal visão, mas a tensão do momento não permitia aproveitarem como queriam. Muitos pokémons voadores passavam por suas cabeças grasnando despreocupados. As ondas se quebravam na ponte criando um som gostoso para os ouvidos.

Para ajudar a encontrar sinais do ruivo, Emme liberou Sentury para que ajudasse com sua boa visão. O explorador caminhava um pouco à frente sempre parando um pouco e ficando sobre a cauda para tentar melhorar o alcance. A ponte era longa. Era impossível enxergar o final da mesma. Se isso não bastasse, uma névoa começava a surgir dificultando ainda mais a procura.

― Você está sentindo frio? ― Emily cruzava os braços numa tentativa de se aquecer. Realmente, o clima na ponte esfriara consideravelmente. Enquanto a jovem falava, era possível ver o hálito gélido saindo da boca.

Toda a ponte parecia se silenciar. As aves não gritavam mais. O som das ondas ficava diminuto. Emme e Emily não enxergavam Sentury.

As coisas não pareciam boas, nem mesmo o ambiente estava querendo nos ajudar na busca. Uma névoa começou a cobrir certo ponto da ponte, dificultando assim nossa visão, além disso as aves não cantavam mais, pareciam evitar passar por ali ou apenas não conseguíamos vê-las. Emily queixou-se de frio.

- Sim, tô sentindo um pouco de frio também, mas acho que atingimos o ponto mais alto da ponte, será por isso que tem névoa?

Não sabia exatamente onde estávamos, mas Sentury nos guiaria. Era um pokémon explorador e tinha uma ótima visão, uma névoa não atrapalharia nada. Pera, mas cadê o Sentury?! Parei bruscamente quando não consegui mais ver meu pequeno amigo.

- Emily, cadê o Sentury??!! SENTURY!! VOLTE AQUI RAPAZ!! SENTURYY!!

Eu gritava agoniado, os passos foram ficando mais largos e rápidos, não queria perder mais um que eu amava. Não mesmo! Não podia perder! Mas como se perder de alguém naquela ponte? Só tinha uma caminho a seguir em segurança, o outro era uma queda livre. Por onde estaria Sentury? Me virei para pedir as mãos de Emily, assim não nos perderíamos também.

14h05

Com o clima nada propício para realizar buscas pela ponte, Emme contava com a ajuda da visão de Sentury. Porém, o explorador havia desaparecido das vistas dos jovens. De mãos dadas para não se perderem um do outro, Emme e Emily começaram a correr chamando por Sentury. A vantagem era que só havia um caminho a seguir o que facilitaria e muito para a dupla de stylists.

Enquanto corriam, Emme começou a avistar um pequeno vulto mais à frente. Ao se aproximar mais, o stylist viu Sentury ao lado de Roy. O ruivo estava amarrado e desacordado enquanto o explorador dava tapas para que ele despertasse.

― Emme, será que ele está…? ― a jovem se calava e olhava assustada para o ruivo. Emme não queria imaginar tal possibilidade. O clima ficava mais frio ainda. Emily ergueu a mão e pegou um floco de neve que caía gentilmente. ― Nunca ouvi falar de nevar por aqui nesta estação. ― Emily abraçava Vixen com mais força para tentar se manter aquecida.

A visão fora chocante e fizera meu coração parar por milésimos de segundo, pelo menos pareceu que tinha parado. Estávamos correndo na ponte, gritando e procurando por Sentury que sumira em meio à nevoa, eu podia sentir o calor da mão de Emily em total contraste com o clima que ficava cada vez mais frio. Era muito estranho, mesmo que seja uma ponte bem alta, não imaginava que era assim tão frio. Mais a frente comecei à avistar um borrão na brancura da névoa. Sobre nós eu sabia que o Sol brilhava forte e quente.

O borrão foi entrando em foco, se ajustando e logo vi Sentury esbofeteando um desacordado Roy, que também estava amarrado. Emily questionara o fato de estar começando a nevar, dizendo nunca ter ouvido falar de algo assim nessa época. Era estranho mesmo. Ajoelhei-me ao lado de Roy e pedi para Sentury usar Scratch e soltá-lo. O ruivo estava gelado.

- Roy! Roy! Roy, estamos aqui! Viemos ao seu resgate! Quem fez isso com você? Roy! Responda... - minha voz pareceu sumir, as lágrimas já rolavam pelo meu rosto - Por favor...

As garras de Sentury começaram a emitir um brilho prateado, enquanto que o vento continuou à sussurrar em meu ouvido, frio e cortante.

14h10

O coração de Emme doía ao ver Roy amarrado e imóvel no chão. Sentury cortou as cordas com suas garras e logo o stylist se ajoelhou ao lado do ruivo. Roy estava gelado e era difícil saber por quanto tempo ele estava assim. O jovem tentava acordar o gladiador, mas não recebia resposta. Emily olhava apreensiva, mas logo começava a pensar.

― Ele pode estar sob efeito de algum ataque que induza ao sono. ― Emily se aproximou e checou os batimentos do jovem. ― Ele está vivo. A pressão está um pouco baixa. Se permanecer aqui por muito tempo, poderá ter sequelas. ― A jovem falava com maestria sobre o assunto e não revelava a apreensão de antes. ― Precisamos carregá-lo, Emme. Talvez o efeito não demore para passar.

Sentury soltara as cordas que prendiam Roy e tê-lo em meus braços era a melhor sensação até o momento, mas o ruivo estava muito gelado. Emily indagava sobre ele poder estar sob o efeito de algum ataque sonífero e talvez logo acordasse, mas não podíamos esperar ali e ela tinha razão, teríamos que carregá-lo para longe de todo aquele frio na ponte.

- Sentury, vá a frente nos guiando, mas não se distancie de nós. Qualquer coisa estranha nos avise! Emily, acho que não aguento com ele sozinho, podemos dividir o peso? Você pega o braço direito e eu o esquerdo, se ficar muito pesado pode incliná-lo pra mim. Vamos logo sair daqui, o frio está me matando.

Com dificuldade consegui levantá-lo pelo braço esquerdo e Emily pegou o outro braço, tendo que soltar Vixen. A raposa não gostou muito, mas acabou acompanhando Sentury que andava há alguns passos de distância, sempre checando o caminho à frente.

14h40

Emme consentia com o que Emily falava e tentava erguer Roy. O ruivo era pesado para uma pessoa só e logo a stylist se juntou para dividir o peso. Sentury ia um pouco à frente sendo acompanhado por Vixen. A cada passo que os jovens davam, o frio parecia aumentar. Tudo indicava que eles estavam indo na direção do centro de todo o frio da ponte. Roy permanecia gelado e respirando lentamente.

Após alguns minutos de caminhada, Emily cedia um pouco devido ao peso assim como Emme. O clima gélido fazia com que os jovens empenhassem mais energia do que o usual. Roy foi sentado no chão para uma pequena pausa. Sentury e Vixen voltaram para ficarem próximos ao grupo. A pequena raposa se aproximou do gladiador para tentar aquecê-lo um pouco.

― Acho que já devemos ter passado da metade da ponte. Assim espero. ― A voz da stylist era ofegante. ― Eu daria tudo por um banho bem quen...

Antes que terminasse de falar, um grande grito de uma ave ecoava pela ponte. O barulho do bater das asas era forte e parecia estar passando por cima dos jovens. A dupla olhou para cima e viu o vulto de uma grande ave de rapina.
Algumas gotas de sangue caíram em cima de Emme. Não demorou muito e uma explosão acontecia mais para frente. O barulho fora tão intenso que acordara o gladiador.

― Emme. Emily. ― A voz do ruivo ainda era pausada e refletia bem seu desgaste. O jovem ainda parecia um pouco perdido e olhava para os lados repetidamente. ― Ele… ele pegou... ― Roy se levantou bruscamente e mexia nos bolsos e no cinto. ― Meus pokémons! O caçador, Emme! ― Roy começou a correr na direção da explosão, mas acabou caindo no chão.

Como eu imaginava, não aguentamos o peso do gladiador e tivemos que fazer uma pausa. Emily e eu estávamos ofegantes e os músculos começavam a protestar devido ao frio, que conferia maior gasto de energia dos nossos corpos. Sentury e Vixen se aproximaram. A raposo logo subiu no colo de Roy para aquecê-lo com seu corpo, já que a fire liberava calor assim como Blazy. Sentury pareceu enciumado, mas eu pisquei para ele e o explorador entendeu que aquele não era momento para discussões amorosas, mesmo que o amor parecesse platônico.

Enquanto descansávamos, Emily falava sobre provavelmente termos passado da metade da ponte e esperava estar certa disso. Eu também queria que ela estivesse certa, estávamos andando muito devagar e algo me dizia que não era bom ficar no meio de uma névoa fria e estranha.

- Parece que está ficando mais frio, né?

Indaguei sobre, enquanto que a stylist ao meu lado respondia falando como estava desejando um banho quente. Bem, ela terminaria o pensamento se não tivesse sido interrompida pelo grito alto de uma imensa ave de rapina que passara voando sobre nossas cabeças. Era assustador e majestoso ao mesmo tempo. Será que esse era o tal pokémon grande que os jovens falaram na recepção do PEVOAK? Então o homem não conseguira pegá-lo e fora embora, né?! Bem, a resposta veio com gotas de sangue caindo sobre meu rosto enquanto a ave passava sobre nós. Ela estava machucada.

Fiquei espantado com o sangue em mim, mas mais espantado fiquei após ouvir uma explosão mais pra frente. O perigo ainda nos aguardava. O barulho fora tamanho que Roy acordara e começara a correr, dizendo que o Caçador estava ali novamente e tinha levado seus pokémon. Porém, o ruivo estava fraco e caíra no chão. Emily correra em seu socorro. Eu fiquei parado, minha mente viajava de volta à rota 2, ao Sentret bebê tirado de seus pais à força, Roy machucado, o deboche do homem, minha insegurança. Tantas coisas passaram pela minha cabeça durantes os segundos que sucederam-se à explosão. Tantos sentimentos que eu demorara pra limpar de meu coração pareciam querer voltar. Medo. Muito medo. Insegurança. Instabilidade. "Inútil.". Não, eu não era inútil. Nunca fui inútil. Era hora de agir, de parar de querer ser salvo para salvar aquele que me ajudara. Precisava ajudar a ave majestosa que estava machucada. Naquele momento me odiei tanto por não ter feito o curso de plantas medicinais com Aya. Fui até Roy que já estava sentado, auxiliado por Vixen, Sentury e Emily. Ajoelhei ao seu lado com uma oran berry em mãos.

- Coma isso, vai se sentir melhor. Vou cuidar para pegar seus pokémon, não se preocupe, apenas recupere as energias. - falei com energia enquanto tentava conter as lágrimas que insistiam em querer cair - Emily, fique com Roy, deixe Vixen sobre o colo dele para esquentá-lo melhor. Vou tentar recuperar os pokémon dele, e se você tiver alguma manta ou agasalho dê a ele, por favor! Vou seguir em frente, encontro vocês lá! Sentury, vamos!

Dei um beijo na testa de Roy e segui correndo com Sentury logo à minha frente. Em minha mente fiz uma prece ao Criador e pedi proteção à minha mãe, já que seria um desafio difícil encarar o Caçador. Com palavras firmes, pedi total atenção do explorador à minha frente. Sentury parecia sério e determinado, provavelmente queria o mesmo que eu. Seria um encontro emocionante para nós dois.

14h50

Emily, Sentury e Vixen correram até Roy ao verem que o jovem caíra. O trio tentava ajudar o gladiador que não estava com toda a potência de suas forças. Emme ficara para trás perdido em seus pensamentos. O jovem parecia reviver, de um modo um pouco diferente, o mesmo pesadelo que vivera na rota 2. O caçador e seu olhar de desprezo, as ameaças, as vidas em perigo, o pequeno bebê raptado e, principalmente, a impotência em poder ajudar. A cena se repetia e o stylist cobrava de si. O medo tentava paralisar o jovem. A insegurança era um convite a recuar. Mas os pokémons de Roy estavam em perigo e o ruivo nunca se perdoaria se fosse obrigado a abandonar seus companheiros.

Tentando reunir todas as suas forças, Emme percebia que precisava ajudar o jovem caído mais à frente. Pegando a única oran berry que tinha na bolsa, o jovem correu para Roy e entregou a baga. Emily espremeu o suco diretamente na boca do ruivo. O stylist deu algumas instruções para Emily e decidiu recuperar os pokémons de Roy sozinho. Antes que fosse, Emily puxou a mão do jovem e fixou o olhar no moreno.

-1 Oran Berry

― Cuidado, Emme. ― O olhar, a voz, a jovem transmitia a preocupação com o stylist.

Deixando os companheiros para trás, Emme seguiu com Sentury. O explorador entendia bem a seriedade da situação e cooperava.

O frio ficava mais intenso quanto mais avançavam. Os gritos da grande ave eram mais constantes e parecia ter outros pokémons por ali. O barulho de batalha, de golpes sendo usados era assustador. Aos poucos, Emme já conseguia avistar luzes e raios mais à frente. Sentury ficou equilibrado na cauda e olhou mais para a frente. O explorador emitiu um som alto e saiu correndo. Para não perder o pokémon de vista, Emme seguiu logo atrás. Subitamente, o sentret parou e usou seu ataque rápido em Emme. O jovem recebeu o impacto e caiu no chão. Não demorou nem dois segundos e um grande Braviary caiu justamente onde o stylist estava antes. A grande ave saiu deslizando até quase se chocar com Emme e Sentury. Uma das asas de Braviary estava congelada. Mais à frente, alguns vultou surgiam.

Caminhando calmamente como alguém que conseguiu sua caça, o já conhecido caçado surgia segurando uma arma. Ao lado, um Glaceon e um Staravia. Rapidamente o stylist conseguia associar o clima estranho com o pokémon de gelo logo à frente.

― Eu já vi você antes? ― O olhar do homem era o mesmo de antes. Soberba, deboche, intimidação. Os olhos do caçador não eram convidativos. Lentamente, a arma era apontada na direção do stylist e um sorriso maligno surgia no rosto.

Avançávamos cada vez mais dentro daquela névoa, parecia que o frio não amenizava, a nevoa nunca ficava menos densa e eu deveria confiar plenamente na incrível visão do explorador que corria à minha frente. Corremos por alguns minutos e logo avistamos flashes de golpes e sons da batalha, um conjunto assustador de sons e luzes que passava bem distante de qualquer festa animada. Quando nos aproximamos mais do sons, Sentury parou e ficou sobre a cauda, fazendo-me parar, ofegante.

- O que houve, rapaz?!

Com todo aquele frio o vento ficava mais gelado e sentia-o ressecar e cortar meu nariz internamente. Sentury gritou e avançou rapidamente. Não queria perdê-lo de vista, então corri novamente atrás dele, mas fui atingido pelo Quick Attack do meu explorador, sendo arrastado para trás e caindo no chão. Por instantes pensei que ele estivesse contra mim, porém logo a ave grande e majestosa passava mais uma vez sobre minha cabeça e indo direto ao chão. Pude reparar em uma das asas congeladas do grande Braviary. Eu estava assustado. Sentury levantou e encarou a névoa à frente onde sombras de aproximavam calmamente.

Olhei a ave e tentei uma aproximação, mas ela grunhiu assustada e irritada. Sangue escorria de suas penas e a asa congelada parecia impossibilitá-lo de voar, qualquer tentativa de aproximação fora interrompida quando o caçador apareceu, junto à um Glaceon e um Staravia, indagando sobre já ter me visto antes. A presença do Glaceon justificava o clima frio. Uma arma fora apontada em minha direção. Tremi. Sentury rosnou.

E ali estava ele, com sua cara de deboche, o sorriso ignorante, a feição de "superior", o Caçador continuava o mesmo. Meu coração acelerou e minha mente viajou mais uma vez à rota 2, ao sentimento de impotência, ao medo. O medo sempre estivera ali, mas eu tentava escondê-lo, precisava ser forte, mostrar que não me abalava. Mas como? Sentury encarava o inimigo com um pouco de receio devido a arma direcionada à mim. Era uma situação apavorante e eu tentava segurar as pontas.

- Si-Sim, já nos vimos an-antes. - gaguejei - Você machucou um amigo e roubou seus pokémon, gostaria de pegá-los de volta. Não é certo roubar pokémons dos outros. E os Cadetes já foram avisados da sua presença e estão vindo pra cá, me matar não vai adiantar nada! - as palavras saíam de minha boca e eu não consiga contê-las - Na verdade, me matar só mostraria o quanto você é covarde e impotente que não consegue enfrentar um garoto sem usar armas.

Eu estava em maus lençóis e sabia disso. Acabei falando demais e já esperava mais um deboche do Caçador, mas ele me parecia ser do tipo orgulhoso e que não leva desaforo pra casa. Bem, eu esperava que fosse assim. Senti um arrepio quando o vento passou por mim e pareceu sussurrar "Corra.". Sentury não parava de encarar o Caçador.

Diante a mira de uma arma, Emme tentava se manter firme ao invés de se render ao desespero. Sentury rosnava ameaçadoramente, mas não era muito intimidador. Mas apesar de todo a resistência para permanecer firme, o medo estava presente no stylist. Emme respondia ao caçador um pouco temeroso e se indagando depois se falara demais. A vida do jovem estava em cheque. O homem riu alto ao ouvir a fala do jovem e a tentativa de dissuadi-lo a não o matar.

― Você acha mesmo que alguém como você vai conseguir me enganar com uma afronta desse tipo? ― O homem caminhava em direção ao stylist e ainda mantinha a arma apontada para a cabeça do jovem. ― Os cadetes são uns incompetentes e você já vai estar nadando lá embaixo antes que eles pensem em vir para cá. ― O olhar do homem era aterrorizador. Emme viu o caçador puxar o cão e deslizar o dedo pelo gatilho. Ele não iria hesitar.

A vida de Emme iria escorrer por entre seus dedos. O coração disparava e parecia querer saltar do peito. Sentury rosnava mais alto. Era o fim de uma carreira que mal começara. O jovem não sabia se fechava os olhos ou se encarava aquele que seria seu assassino em seus últimos momentos de vida. O explorador ficava à frente do jovem tentando servir de colete.

― Diga “olá” a Giratina por mim! ― O tempo parecia correr lentamente. Apesar do frio, o nervosismo liberava o suor pelo rosto do stylist. Tudo iria acabar ali mesmo e sem ao menos ter tido a chance de salvar sua mãe.

Antes que pudesse fazer suas preces, o stylist viu uma lâmina passar rapidamente por ele. Uma faca passava voando pelo ar e atingia a mão do caçador. Apesar do impacto, a arma não caía, mas fazia com que o homem errasse a mira e atirasse para o nada. O som da arma sendo disparada assustava o Braviary que começava a se debater no chão.

― Mas que mer... ― Antes que terminasse, Roy surgia correndo e se jogava contra o caçador derrubando no chão e iniciando uma briga de socos.

― Emme! ― Emily chegava correndo esbaforida. ― Ele simplesmente despertou e saiu correndo. Quem é aquele homem?

A arma já havia sido jogada para longe. Roy e o caçador já estavam nos murros no chão. Glaceon e Staravia já se preparavam uma oportunidade para atacar o ruivo.

Depois de tanto se debater no chão, Braviary quebrou o gelo da asa e se levantou de forma um pouco desengonçada. A grande ave bateu as asas e alçou voo emitindo um grande grito. As asas da ave começaram a brilhar enquanto ela seguia contra o pokémon de gelo. Glaceon esquivou do golpe, mas teve a atenção voltada para a ave. Staravia também levantou voo para retaliação. O caos estava instaurado.

Vi minha vida passar perante meus olhos, como se fosse um daqueles filmes de drama que sempre acabam em mais dramas e complicações após a morte do personagem principal, mas seria eu o protagonista da minha própria história? Não sabia responder tal pergunta. Era incapaz de opinar.

Sabia que tinha falado demais, usado da "estratégia" errada para confrontar um cara totalmente sem escrúpulos ou medo, um verdadeiro profissional do crime. O que um garotinho como eu esperava fazer? Estava pensando mesmo que eu iria conseguir fazer ele devolver os pokémon de Roy com ameaças vazias? Nossa, como eu era patético. Como sou patético.Olha só, já estava até aceitando minha morte, aceitando que não ia mesmo conseguir chegar à Chermont, deixar minha mãe orgulhosa, achá-la primeiro seria importante... Até que algo passou zunindo por mim.

Uma faca fora atirada e acertara a mão do Caçador que uivara de dor, enquanto que Roy passava por mim e partia pra cima daquele que seria meu assassino. Como ele conseguia ter tanta energia? Talvez estivesse usando suas últimas fontes de energia para livrar-me da morte. Meu salvador. Meu herói. Mais uma vez ele vinha me salvar. Os gritos do Caçador deu chances à grande ave à minha frente de quebrar o gelo de sua asa e partir pra cima do Glaceon inimigo, mas esse acabou desviando. O Staravia partiu pra cima da grande ave. Roy e o Caçador compartilhavam socos e chutes, numa batalha cheia de tensão, com a arma do inimigo sendo jogada pra longe. Emily estava ao meu lado.

- Sentury, use Quick Attack duplo para pegar a arma do Caçador que caíra no chão e volte para cá. Rápido! - olhei para a Stylist - Emily, vamos atacar o Glaceon com um combo de fogo? - lancei Blazy para fora - Vamos minha pequena, hora da batalha! Use Ember duplo na Glaceon!

Esperava conseguir pegar a arma do Caçador para pelo menos termos alguma vantagem sobre o homem, além disso Blazy e Vixen poderiam distrair o pokémon de gelo para ele não interceptar meu explorador na busca pela arma. Era um jogo com nossas vidas e precisávamos vencer aquilo tudo.

Emme assistia ao caos. Roy e o caçador continuavam rolando no chão entre socos violentos. As duas pokébolas do gladiador caíram dos bolsos do homem e saíram rolando para o lado. Staravia e Braviary se enfrentavam nos céus. Glaceon ameaçava avançar contra a dupla de stylists. Emily ajudava Emme a se levantar e tentava se manter calma diante aquela confusão. O jovem stylist liberava a pequena fire. Apesar de todo o caos ali presente, Blazy sorria animada pela oportunidade de batalhar.

― Vamos ajudar, Vixen! Ajude a Blazy e use seu duplo ember no Glaceon.

Os dois homens que se enfrentavam se erguiam ainda em combate. O caçador alcançou uma faca que levava presa à calça e investiu contra Roy. O gladiador esquivava do atacante e tentava sempre um contra-ataque. Roy deslizava pelo chão e pegava a faca que lançara antes. A luta ficava mais perigosa com as armas brancas. Os dois pareciam dançar com seu revezamento de ataques e esquivas. Emme presenciava um lado do ruivo que não conhecia antes. Roy aparentava ter alguma espécie de treinamento.

A dupla do fogo saltava para a frente e encarava o pokémon neve fresca que mirava as duas com certo desprezo. Diferente de Blazy que estava animada, Vixen estava temerosa por estar naquela situação. Vixen lançou as brasas quentes contra a glaceon atingindo-a em cheio. Glaceon saltou lançando um ataque de areia, mas Vixen esquivava elegantemente com um salto enquanto lançava mais uma onda de brasas que atingiam a gelo. Glaceon tentava revidar com um vento gelado contra as fires, mas errava o golpe. Blazy saía correndo e saltava lançando suas brasas e atingindo a adversária. Na segunda tentativa, a pokémon neve fresca esquivava saltando para cima do pequeno muro da ponte e fixava o olhar para as duas.

Hora da Batalha
Condições da batalha: Ponte da rota 3. Clima frio. Névoa se desfazendo.

Blazy/Torchic ♀ Lv.10 Trait:Blaze 100%, Status: Normal

Vixen/Fennekin ♀ Lv.10 Trait:Magician 100%, Status: Normal

Vs.

Killer Frost/Glaceon ♀ Lv.18 Trait:Snow Cloak 69%, Status: Normal

Braviary e Staravia continuavam se digladiando nos céus. Os gritos das aves eram altos e penas caíam demonstrando a brutalidade da luta. Sentury corria pela ponte usando a ataque rápido e alcançava a arma pegando com as mãos. A arma era pesada e impossibilitava o explorador de voltar correndo a carregando. Sentury se via no centro das batalhas. Em frente, as fires contra Glaceon. Atrás, Roy contra o caçador. Em cima, as aves se atacavam.

Era uma cena de filme. Roy e o Caçador brigavam entre si com maestria, pareciam dois gladiadores numa Arena, lutando pela vida. Em meio à névoa pude ver o brilho fraco de duas lâminas zunindo no ar, buscando cortar o inimigo de cada um dos guerreiros. Fiquei estático quando vi a cena, mas logo voltei minha atenção à minha batalha contra a Glaceon que encarava Vixen e Blazy com um olhar frio e distante.

- Blazy, duplo Ember mais uma vez!

Blazy estava empolgada, mesmo com nossas vidas em jogo, a fire vibrava com tanta excitação e isso me parecia bom. Ainda ficava preocupado caso ela perdesse uma batalha, não sabia como seria sua reação. Olhei de lado e pude ver Sentury no meio de tudo e, ainda mais pra frente, pude visualizar um brilho pálido e escarlate de duas pokébolas. Era o que eu precisava.

- Sentury, ali mais pra frente, use o ataque rápido e pegue as pokébolas de Roy, libere Koi e Jaw e peça ajuda para se livrarem dessa arma! Rápido, rapaz!

Estávamos todos tensos, pois nossas vidas estavam em jogo.

15h40

Emme deu novos comandos à pequena fire. Apesar de todo o entusiasmo pela batalha, o jovem se preocupava com este lado de Blazy. Ele ainda não sabia como a Torchic iria reagir com uma derrota. A luta de facas ainda continuava ao longe, mas o brilho de duas esferas chamava a atenção do jovem stylist. Emme gritou a Sentury para que o explorador recuperasse as esferas e libertasse os pokémons de Roy. Sentury confirmou com a cabeça e largou a arma para correr em direção às pokébolas.

Emily se preparava para comandar Vixen quando repentinamente lâminas de ar invadiram a ponte. Emme olhou para cima e viu Braviary batendo as asas rapidamente. Na ponte, as lâminas se uniam e começam a agitar o ar de forma violenta. O vento ganhava velocidade e começava a formar um grande furacão. A velocidade era tanta que começou a suspender todos ali no ar. Os pokémons, a arma e as pokébolas foram facilmente tragados para o céu. Igualmente ocorreu com Roy e o caçador. Emily e Emme tentaram se segurar nas bordas da ponte, mas as forças acabaram e foram arrastados para o furacão.

Tudo passava rapidamente pelos olhos do jovem stylist. Emily passava gritando assustada. A arma passava perdida. Sentury tentava se mover no ar para alcançar uma das pokébolas. Glaceon passava. Apesar de estarem em maus lençóis, Roy e o caçador ainda se atracavam no céu. Outra pokébola passava, mas muito longe para ser alcançada. Vixen e Blazy passavam. Enquanto uma estava assustada, a outra ainda sorria. Emme não fazia a mínima ideia da altura em que estavam e a queda seria a pior parte.

O furacão cessava. O stylist olhava todos distantes, mas logo começava a cair. O jovem gritava desesperadamente e via a ponte passar pelos seus olhos. A queda continuava até atingir o oceano. O impacto não fora fatal, mas causou dor devido à altura. Debaixo d’água, o jovem se debatia e tentava se recuperar para voltar à superfície. Após uma boa quantidade de esforço, o stylist emergiu. As águas estavam agitadas devido a ventania. Emme olhou pra cima e viu a ponte que estava a uma altura considerável. O jovem avistou a arma afundando e, um pouco mais à frente, uma pokébola flutuando.

E então eu não mais pisava o chão da ponte, o Braviary ergueu todos nós com um bater de asas poderoso e botou tudo no ar. Era incrível o poder daquela ave e acabei entendo o desejo do Caçador de capturá-lo, aquela ave sabia fazer um estrago. Quando dei por mim estávamos caindo, cada vez mais. Já não conseguia ver mais ninguém, a ponte passou por mim e pude sentir o baque duro e desconfortante com a água fria. Lutei para chegar à superfície.

Quando o ar adentrou em meus pulmões mais uma vez pude concentrar meus pensamentos. Estava sozinho ali. Gritei pelos meus companheiros. É, eu realmente estava sozinho. De um lado, vi a arma do Caçador afundando, do outro uma pokébola flutuava. Nadei até ela. Pensei ser uma das pokébolas de Roy, mas nao tinha certeza. Com a pokébola em mãos, decidi estudar o ambiente ao meu redor. Perguntas sobre como estariam meus companheiros rondavam minha mente, mas precisava me salvar logo, pois já podia sentir meus músculos protestarem, fadigados de tanto exercício.

Estava sem saída e aproximar-se das bordas rochosas seria um convite à morte, já que o mar lançava tudo de encontro àquelas paredes. Porém, que opção eu tinha? Nadei para mais perto da parede rochosa, enquanto era arrastado pela corrente, usaria-a para não gastar muita energia. Seria uma briga gigante contra minhas forças físicas. Precisava ver qual pokémon seria naquela pokébola, então eu o liberei.

15h50

Emme lutava para sobreviver naquelas situações. O jovem gritou pelos companheiros, mas ninguém estava à vista. Ao ver a pokébola, Emme deduziu ser uma das de Roy e logo nadou até ela. Antes de liberar o pokémon que havia ali, o stylist optou por arrumar um jeito de sair dali pois os músculos logo cederiam.

Deliberando entre ir em direção às rochas ou não, o jovem não teve outra escolha. Ficar em mar aberto era uma péssima escolha. Sendo assim, nadou até a grande parede rochosa e se agarrou a uma pedra. As ondas se chocavam contra ele e o pressionavam contra as rochas causando alguns arranhões. A altura para a ponte era alta de mais para uma escalada, além do perigo de uma queda fatal em direção às pedras.

Apenas restava ver quem estava na pokébola. Um brilho escarlate surgiu para dentro da água. Por alguns segundos, o jovem não avistou que pokémon era, mas logo um sorridente Jaw surgiu animado. O pequeno crocodilo estava animado por estar na água, mas, quando viu a situação em que Emme estava, ficou logo sério. O aquático não sabia muito o que fazer para salvar o jovem e ficou aguardando algum plano vindo dele.

Antes que Emme pudesse falar algo, viu Braviary caindo na água. A ave parecia inconsciente e iria se afogar em pouco tempo. As ondas ainda estavam agitadas e mais arranhões surgiam no corpo do jovem.

Por sorte o pokémon na pokébola não pertencia ao Caçador e sim à Roy. Jaw logo liberava toda sua felicidade, porém calou-se e ficou sério quando viu minha situação. O pequeno crocodilo olhou para os lados como se procurasse por seu mestre, mas não o vira, olhando de volta para mim um pouco assustado. Assenti.

- Tenha calma, vamos ficar bem por Roy e os outros. Eles devem ter ficado na ponte.

Olhei para cima, fitando a ponte que se elevava sobre nossas cabeças, e procurei algum sinal dos outros, mas nada eu conseguia ver. Estava tão distante. As ondas insistiam em me acertar e já sentia minhas mãos e braços arranhando-se ainda mais na pedra à qual me agarrava. A parede rochosa era muito alta para uma escalada. Estava perdendo as esperanças e eu não sabia o que fazer, até Jaw grunhir para algo que vinha de encontro à água. O Braviary parecia desacordado e logo começou à afundar. Morreria rapidamente. Não tinha tempo para pensar.

- Jaw, me ajuda à trazê-lo para as pedras. Rápido!

Com a ajuda de Jaw, mergulhamos e trouxemos a ave para as pedras, mas não tínhamos como ficar ali nos arranhando ainda mais e com um peso extra. Então sugeri seguirmos o curso da correnteza, indo mais adentro da formação rochosa, já que assim economizaríamos energia e poderíamos encontrar algum lugar mais plano para subir e descansar, ou até mesmo uma escada ou algo do tipo. Pedi para Jaw ir nadando mais a frente para nos avisar de algo. Eu estava tenso.

Ao ver Braviary caindo na água, Emme se prontificou quase que imediatamente para salvar a ave. Com a ajuda de Jaw, o jovem nadou até o lugar onde a grande águia havia caído e mergulhou. Emme e Jaw nadavam para alcançar a ave e a agarraram. Era um pouco pesada para levá-la à nado. O Totodile começou a usar a pistola d’água para impulsionar o peso para cima. Em pouco segundos, os três emergiram.

Ao voltarem para as rochas, o jovem percebeu que não poderia ficar ali esperando ajuda. Tentando armazenar energia, optou por seguir a correnteza. Jaw seguia à frente enquanto o stylist ia boiando com Braviary. A ave abria os olhos lentamente e olhava nos olhos do jovem. A expressão de medo e ódio sumia do olhar e um pequeno grunhido parecia dizer “obrigado”

Do alto da ponte, um som de explosão e uma fumaça subia. Braviary olhou aquilo e rufou alto começando a bater as asas desajeitadamente na água. Braviary alçou voo e se balançou para retirar a água das penas. Com o bico, a águia pegou Emme e o jogou para o alto fazendo o mesmo com Jaw logo em seguida. A ave voou “pegando” os dois em suas costas. O stylist, com uma das mãos, se agarrou às penas enquanto segurava Jaw com a outra. O crocodilo ria alegremente com aquela aventura.

O stylist estava voando nas costas do Braviary. O vento batia rapidamente no rosto do jovem enquanto subiam. Finalmente alcançavam a altura da ponte, mas o cenário não era muito animador. Emily estava caída no chão com as mãos sobre o tornozelo enquanto Blazy tentava defende-la de Glaceon. Roy também não estava na ponte assim como Vixen, Sentury e a pokébola de Koi. O caçador estava lá comandando o pokémon neve fresca e parecia estar muito ferido.

Jaw saltou das costas da ave e foi ajudar Blazy. Antes que Emme pudesse fazer o mesmo, Staravia surgia e ameaçava Braviary. A águia olhou para o stylist e parecia dizer “se segura” Com um bater de asas, subiram mais alto sendo seguidos pela ave do caçador. A batalha final entre as aves iria acontecer.

O Braviary acordara enquanto a correnteza nos carregava e lentamente abria os olhos. Fiquei em choque, não sabia se a ave iria me atacar ali mesmo, mas o melhor foi o olhar dela. A ave olhava-me com gratidão, esboçando o que parecia ser "Obrigado" em um grunhido. Sorri. Porém uma explosão na ponte tirou de mim aquele momento mágico e único e logo voltamos nossa atenção à construção sobre nós. O Braviary alçara voo, tirando rapidamente a água de suas penas e, com tamanha maestria, Jaw e eu fomos jogados no ar pela ave e apanhados antes de cairmos na água novamente. Agarrei-ma com força enquanto subíamos de volta à ponte. Descobri, ali, o medo de voar.

Quando nos aproximamos mais da ponte pude ver o que se passava. Blazy defendia, sozinha, Emily do avanço do Caçador sobre a stylist que estava no chão e parecia que algo acontecera com seu pé. O Caçador controlava a Glaceon contra minha fire. Era lindo vê-la determinada à proteger nossa mais recente amiga. Jaw não se conteve e pulou do Braviary para ajudar Blazy. Na ponte, não vi Roy, Vixen ou Sentury. Meu coração acelerou. Onde eles estariam? Dali das costa da ave gigante, gritei para minhas companheiras lá embaixo, antes do Braviary alçar voo novamente por causa das investidas do Staravia do Caçador.

- Emily! Blazy! Aqui em cima! Estamos bem! Não se preocupem conosco! Força garotas! Uaaaaaaah... - finalizei com um grito após a subida repentina da ave. Subíamos cada vez mais alto.

E praticamente todos sumiram de minha vista. Onde estariam eles? Que vento forte era aquele que me tirou do chão? Será que era o poder daquela ave monstruosa? Meu mestre! Onde ele está? As perguntas surgiam em minha mente e eu não achava respostas. Quando voltei à sentir o chão pedregoso da ponte, só vi Emily nela. Corri até ela gritando e perguntando dos outros, ela não soube dizer e pareceu estar com o pé machucado.

Nosso sossego durou pouco, a Glaceon inimiga logo voltara junto ao seu mestre para nos confrontar. Podia sentir o vazio da alma dela e a maldade daquele homem era perceptível até aos meus olhos. Nada traria mais felicidade ao meu mestre do que acabar com aqueles dois. Aaah sim, era só fazer isso! Nossa, que excitação é essa? Essa sensação... Batalhar... Isso é tão bom! Anda, quero logo começar essa batalha! Mas e meu mestre? Onde estará? Será que está bem? Senti a preocupação cair sobre mim.

Foi quando ouvi sua voz, gritando por mim, ecoando nos céus sobre a ave monstruosa. Era ele! Meu mestre! Como não ter orgulho dele, capaz até de fazer amizade com aquela ave de rapina! Por ele, por meus amigos que ainda estão sumidos, por todos os Sentrets do mundo, vou acabar com essa Glaceon. Senti as chamas arderem dentro de mim, prontas para serem expelidas e atingirem o inimigo. Hora de um poderoso Ember duplo.

Ao olhar para baixo, Emme percebia a altura em que estavam ao ver Emily como um pequeno ponto azul na ponte. Uma queda seria fatal. Staravia olhava para Braviary e iniciava uma perseguição aérea. O jovem stylist se agarra ainda com mais força nas penas. As duas aves começaram a descer rapidamente contra a ponte fazendo um voo rasante próximo à batalha de Blazy e Jaw que já estava tomada por névoa e granizo. Passaram por dentro da área reservada aos carros fazendo com que muitos motoristas parassem e buzinassem sem parar. Quando olhou para trás, o stylist viu seis staravias perseguindo eles.

Ao saírem pelo outro lado, Emme notou alguém pendurado na ponte. Os cabelos ruivos eram inconfundíveis. Pendurados pela perna do ruivo, Emme viu algumas criaturinhas. Vixen mordia a barra da calça de Roy. Sentury se segura em Vixen com a cauda enquanto usava as mãos para segurar a pokébola de Koi. Ao avistar o dono passar voando, o explorador lançou a pokébola para ele. Com um certo malabarismo, o moreno pegou a pokébola que logo se abriu revelando Koi.

Hora da Batalha
Condições da batalha: Nas alturas!!!

Koi/Rufflet ♂ Lv.10 Trait:Keen Eye 100%, Status: -1 Attack

Braviary ♂ Lv.22 Trait:Keen Eye 100%, Status: -1 Attack

Vs.

Duke/Staravia ♂ Lv.20 Trait:Intimidate 100%, Status: Normal

Blazy se via sozinha diante a gélida Glaceon. Todos os outros haviam desaparecido e Emily parecia estar com o tornozelo ferido.

― Um pokémon tão inútil quanto você acha que pode me vencer? ― Glaceon olhava com soberba para a fire. Os olhos não transmitiam vida, apenas a sensação de que ela não tinha alma. ― Vou fazer você e seus amigos sofrerem muito.

Ser desafiada para uma batalha acendia uma excitação no peito de Blazy. A Torchic adorava a adrenalina que uma batalha proporciona. A fire não estava disposta a perder. Repentinamente, Emme surgiu com Braviary e Jaw. Saber que o mestre estava bem já era um alívio, mas o stylist era levado para cima em uma velocidade incrível.

― Blazyyyy!!! ― Jaw havia saltado das costas da águia para ajudar a colega. ― Eu vim te ajudar, flw? ― O crocodilo saltava alegremente por ter encontrado Blazy e Emily.

― Uma galinha medrosa e um crocodilo retardado. Isso não vai ser nem um pouco difícil. ― Glaceon revirou os olhos e se posicionou para atacar.

― Eu não sou retardado! ― Jaw olhou com desconfiança para a pokémon neve fresca e logo se voltou para Blazy. ― Vamos mostrar uma lição pra aquela metida.

Glaceon começou a emitir um brilho azul e pouco a pouco uma névoa saía do corpo dela e cobria toda a ponte. Não demorou muito e pedras de granizo começaram a cair. Com um sorriso no rosto, a gélida soprou um vento gelado que atingiu em cheio a fire. Jaw conseguiu escapar do golpe usando sua pistola d’água no chão e deslizando sobre ele.

O crocodilo uso sua arma d’água diretamente contra Glaceon conseguindo atingi-la, mas ela mal sentiu o golpe. As brasas de Blazy vieram logo em seguida, mas a gélida saltou para cima da borda da ponte e piscou para ela de forma cínica. Jaw partiu pra cima dela fazendo-a esquivar de novo com um salto, mas ela não esperava pelas brasas que vinha diretamente contra ela. O calor do fogo era desconfortável o que a irritava mais ainda.  

O granizo atingia a dupla enquanto protegia o corpo de Glaceon.

Hora da Batalha
Condições da batalha: Ponte da rota 3. Bordas da ponte em ambos os lados. Hail (5 turnos).

Blazy/Torchic ♀ Lv.10 Trait:Blaze 48%, Status: -1 Speed

Jaw/Totodile ♂ Lv.07 Trait:Torrent 95%, Status: Normal

Vs.

Killer Frost/Glaceon ♀ Lv.18 Trait:Snow Cloak (activated) 43%, Status: Normal

― Killer Frost, siga usando seu ataque de areia e vento gelado! ― O caçador comandou a Glaceon. Em seu tom de voz, era possível sentir que ele estava sofrendo de dor.

Meu coração apertou quando vi Roy pendurado na ponte, Vixen segurando-se nele e Sentury no final, com a pokébola em mãos. A angústia enchia meu coração e o medo estampou-se em meu rosto.

- Roy! - gritei - Roy! Aguente firme! Sentury! Vixen! Tenham força!

O Braviary subia cada vez mais, driblando o Staravia pelo ar. Sentury lançou-me a pokébola e eu logo liberei o pokémon ali dentro. As penas de Koi eram um alívio aos meus olhos e seria um reforço na batalha contra a ave que nos seguia. Quando olhei para trás, seis Staravias nos perseguia. Estávamos perdidos e em desvantagem. Só um milagre nos salvaria. Pedi proteção à Arceus.

- Koi, fique atento! Vamos com Leer e nos manteremos na defensiva! Quando tiver uma abertura, ataque com Tackle.

Eu estava apreensivo, não gostava de estar tão longe do chão e jurava que estava prestes à vomitar tudo que belisquei em Jorvet, não sabia que era tão ruim voar. O Braviary voava com maestria e tinha força o suficiente para carregar-me e batalhar ao mesmo tempo, mas será que duraria muito?

- Braviary, por favor, aproxime-se da ponte para que eu possa ajudar meus amigos! Assim que conseguirmos uma abertura, por favor.

Senti que ia desmaiar quando olhei para Roy, Vixen e Sentury pendurados na ponte.

[h]


Meu companheiro estava bem e tratei de lançar a pokébola do meu parceiro para ele. Seria mais útil para meu Mestre naquele momento, pois agora eu tinha minhas mãos livres e poderia escalar o corpo do ruivo que nos mantinha na ponte. Estávamos todos tensos.

O Braviary voava com meu Mestre sendo perseguido por um bando de Staravias e eu nada podia fazer ali pendurado naquela ponte. Com a maestria que tenho para me contorcer, comecei uma escalada até lá em cima, mas primeiro eu teria que passar por uma bela em apuros. Como me safar daquilo e deixá-la ali, em perigo iminente? Mas sozinho eu não a ajudaria. Precisava chamar ajuda da treinadora dela. Então iniciei uma escalada devagar pelos dois. Aah, como me doía vê-la naquela situação.

- Calma, minha princesa, vou buscar ajuda. É com o coração partido que vou, mas aguente firme!

Foi quando me dei conta que podia ajudá-la! Rapidamente eu iria até o corpo do gladiador, prenderia minha cauda com força ao redor dele e ajudaria minha amada à subir até a ponte e depois pediríamos ajuda para o ruivo que meu Mestre tanto amava. Caso eu não conseguisse, o jeito seria pedir ajuda mesmo.

[h]


A Glaceon era uma babaca faladeira que se achava a última Soda Fresh do Kuwabara, uma metida que merecia umas palmadas, isso sim. Ainda teve a ousadia de chamar-me de medrosa. Soltei logo fogo nas fuças dela pra ela ver quem era a medrosa.

- Medrosa é a mãe, sua escrota! Vou acabar com você, sua exibida de quinta!

As brasas que lancei a acertaram e ela parecia desconfortável com o calor que vinha de mim. Era umazinha tão sem graça, sem cor, opaca... Affz, queria logo arrancar a cabeça del... Se meu Mestre me ouvisse dizendo essas coisas, eu estaria lascada.

O malvadão lá que parecia estar sofrendo depois da briga com o namorado do meu Mestre, deu comandos à frígida e ela logo agiria. Era hora de colocar em prática meus ensaios com o Metre.

- Jaw, tem como acertar uma Water Gun na cara daquelazinha ali? De preferência pra barrar a areia dela! Volta pro teu iceberg, escrota! Vai se arrepender de ter me desafiado.

Um brilho esbranquiçado circundou meu corpo e uma força encheu-me de prazer só de pensar em acabar com ela, depois deixei as brasas saírem de meu corpo em direção àquelazinha tosca.

O jovem stylist se sentia sem chão literalmente. A altura causava enjoos no moreno e o fazia desejar vomitar assim mesmo. Apesar de não estar em um lugar favorável para participar de uma batalha, Emme comandava Koi. A pequena águia olhou com uma expressão de desgosto ao ouvir os comandos do jovem. Tackle não era um movimento conhecido por Koi. Braviary também não dava importância ao pedido de Emme. A águia não iria recuar daquela batalha.

Staravia partiu pra cima de Braviary com um ataque rápido. Emme sentiu o impacto e quase caiu das costas da ave. Braviary rufou alto contra o inimigo enquanto as garras brilhavam. A águia arranhou o ar e partiu contra Staravia. Outra perseguição iniciava. Emme tentava se agarrar o máximo que podia nas penas da grande ave. Braviary alcançou Staravia e o atacou com um poderoso ataque de asas lançando para baixo. A ave adversária se estabilizou rapidamente no ar e mudou o foco para o pequeno Koi. A pequena águia acompanhava tudo e esperava a melhor oportunidade para atacar, mas, com a baixa velocidade, não conseguiu esquivar do ataque de asas de Staravia.

Koi foi lançado pra longe, mas também conseguiu se estabilizar. A pequena ave parecia bastante irritada com o golpe. O Rufflet lançou seu olhar ameaçador e voou contra o inimigo. Com as asas brilhando, outro ataque de asas era desferido contra o Staravia.

Hora da Batalha
Condições da batalha: Nas alturas!!!

Koi/Rufflet ♂ Lv.10 Trait:Keen Eye 46%, Status: -1 Attack

Braviary ♂☼♀ Lv.22 Trait:Keen Eye 89%, Status: +1 Evasiveness

Vs.

Duke/Staravia ♂ Lv.20 Trait:Intimidate 32%, Status: -1 Defense

O corpo de Emme começava a tremer. Além de ter que se agarrar às penas, teria que suportar as acrobacias no ar devido à batalha. O nervosismo no jovem aumentava. Stariava piava alto já com as asas preparadas para outro ataque.


Com as patas livres, Sentury podia escalar livremente através da “escada”. Mesmo em uma situação como aquela, o pequeno explorador ainda galanteava a raposa que se esforçava para se segurar. A ideia inicial era de pedir ajuda de Emily, mas, ao chegar na borda da ponte, o sentret mudou de ideia. Talvez Vixen não aguentaria esperar eles chegarem e um desastre poderia acontecer.

― Muito bem, Sentury. ― Roy motivava o pequeno, mas já demonstrava exaustão.

Sentury mudou os planos e resolveu ajudar a pequena raposa. Usando a cauda para se segurar no braço de Roy, o explorador tentava alcançar a Fennekin mas ela estava com medo de se soltar. Sentury tentava convencê-la a confiar nele, mas Vixen estava aterrorizada. A raposa já estava chegando ao seu limite. Não iria conseguir ficar mais agarrada pelas presas. Lançando um último olhar para Sentury, Vixen se soltou. Se esticando ao máximo, Sentury agarrou a orelha da Fennekin e, com um impulso, a jogou de volta para a ponte.

― Eu achei que ia morrer!!! ― Vixen ainda estava trêmula e paralisada com o que acabara de acontecer.

Sentury ainda queria acalmá-la, mas ainda tinha que ajudar Roy. O explorador saltou a divisória que separava o local para pedestres transitarem e começou a correr entre os carros. Desviando de pneus, Sentury saltou no para-brisas de um dos carros fazendo-o parar. Com sinais e indicações, o sentret conseguiu mostrar que havia um humano em perigo. O motorista desceu do carro rapidamente e foi socorrer Roy. O tráfego na ponte congestionava devido a pequena intervenção de Sentury.

― Valeu, parceiro! Muito bem, Sentury! ― Sentury apenas ouviu isso do ruivo antes que ele começasse a correr em direção às escadas que levavam para a parte de cima da ponte. Vixen ainda estava paralisada de medo.


Blazy estava furiosa com a soberba de Killer Frost. Ser chamada de medrosa era um insulto grandioso ao espírito forte da Torchic. A pequena ave sentiu uma energia diferente surgir em seu coração. Um desejo de acabar definitivamente com aquele pokémon tão frio.

― Calminha aê, Blazy! Vai na onda dela não! ― Jaw tentava ajudar a companheira a manter-se focada.

― Ela vai ficar fria já já... ― Killer Frost falava sarcasticamente com um sorriso sádico no rosto. ― E quanto a você, crocodilo retardado, não me atrapalhe!

Mal terminara de falar, a glaceon saltou para frente de Jaw e lançou areia em seus olhos. O crocodilo ficou atordoado tentando limpar os olhos enquanto Killer Frost se voltava para Blazy.

― Vou acabar com você!

O ambiente ao redor da glaceon começava a esfriar. Killer Frost lançava seu vento gelado em direção a Blazy.

― BLAZY!!!

Jaw saltou por cima da glaceon e empurrou Blazy para o lado tirando-a da mira do ataque. A Torchic estava salva, mas Jaw recebia todo o golpe direto. Sem resistir, o crocodilo desmaiou.

― Crocodilo imprestável!!! ― Killer Frost estava com ódio por ter sido impedida de acabar com Blazy.

Ver o sacrifício do companheiro motivava ainda mais a Torchic a acabar com aquela adversária. Blazy se envolvia em um brilho esbranquiçado que a ajudava a focar a energia de seus ataques. Com toda a fúria contra Killer Frost, Blazy lançava suas brasas diretamente contra ela. O dano foi crítico o que deixou a glaceon ofegante e cansada. O granizo continuava a cair e a ferir a fire.

Hora da Batalha
Condições da batalha: Ponte da rota 3. Hail (4 turnos).

Blazy/Torchic ♀ Lv.10 Trait:Blaze 43%, Status: -1 Speed|Focused

Jaw/Totodile ♀ Lv.07 Trait:Torrent 0%, Status: Fainted

Vs.

Killer Frost/Glaceon ♀ Lv.18 Trait:Snow Cloak (activated) 17%, Status: Normal

Koi e Braviary travavam uma luta acrobática com o Staravia do Caçador e meu estômago parecia estar chegando ao seu limite. Sentia minhas mãos suadas e acompanhadas pelo suor frio em meu corpo que gerava arrepios involuntários por onde passava. Será que eu não gostava mesmo de voar? Era difícil continuar estável com tantas acrobacias do Braviary, além disso, meus dedos doíam do esforço de segurar as penas. O que fazer? No momento, o melhor seria eliminar o Staravia.

Após ter dado os comandos à Koi, percebi que ele não respondera de forma favorável à mim. Era perceptível que nossa ligação era fraca. Eu não conseguia confiar nele e nem tentaria, já que a ave machucara uma de minhas pokémon e quem me garantiria que o flying não faria o mesmo? Por isso, era uma luta interna ter ele sob meus comandos.

- Koi, duplo Wing Attack. Aproveite uma brecha, mas se não tiver como escapar, evada!

Sussurrei ao Braviary para darmos cobertura ao Rufflet de modo que nenhum dos dois levassem danos. Seria complicado, mas valia a pena tentar. Ao olhar de lado, pude ver a ponte sem os corpos pendurados, carros parados e buzinando sem parar e as lágrimas caíram quase que instantaneamente. Será que Roy caíra com Sentury e Blazy? Ele já estava machucado da briga com o Caçador e era óbvio que não aguentaria todo aquele tempo. Eu fui incapaz de salvá-lo. Meu peito ardeu.

Sentury conseguira salvar Roy e Vixen, e juntos iniciaram a subida até a ponte de pedestres acima da que se encontravam. Vixen ainda ficara paralizada de medo, mas Sentury a forçou à recomeçar a caminhar já que a fire precisava proteger Emily. Os três estavam subindo as escadas com força e vontade, após um breve deslumbre da possível morte.

Blazy estava compenetrada em acabar com a Glaceon, mas era muito lenta comparando-se à velocidade superior da ice. Jaw tentava equilibrar a troca de insultos entre as fêmeas e o resultado foi que o jacaré alegre acabou desmaiado. Os olhos de Blazy ardiam em chamas.

"Aaah escrota! Você vai me pagar por ter feito isso com meu amigo, sua Raticate de cara amassada!"

Era de se temer a posição da fire. Ela exalava raiva e tudo que a pequena queria era acabar com a Glaceon, logo pensou em lançar-lhe brasas de dentro de si na cara da inimiga. Porém, como era mais lenta, caso não conseguisse lançar as brasas, optaria por evadir aos ataques da Glaceon, ficar acordada era essencial à vida daqueles que amava e derrotar a ice seria algo glorioso como aquela batalha. Existia excitação melhor? "Não!", respondeu a mente da fire.