04| Kuwabara's Drag Race

Sentindo falta de coisas do passado, Dullard se lastimava um pouquinho aqui e um pouco mais para lá e por fim se dava por vencida prestando atenção no que fazia, mas nada dava muito certo. Vendo que já estava para escurecer ela procurou o sul e caminhou na direção que achava ser o lugar. Ela não via mais ninguém da competição. Como saberia quem ganhou se ela demorasse alguns meses para chegar em Twister? Ao menos se passariam coisas assim na cabeça se ela não soubesse se guiar pelo Sol.

Chegando até um ponto que gostava, ela montava suas coisas ali mesmo e escolhia um ponto para cavar.

Mesmo escolhendo onde cavar, Vanille teve seus planos frustrados por mais pedras inúteis que por vez ou outra pareciam ter desenhos rudimentares ou estavam com barro grudado fazendo parecer algo antigo. Contudo, eram apenas mais pedregulhos.

Com isto, a noite já caía sobre sua cabeça num céu bem estrelado, livre de nuvens qualquer coisa que as atrapalhassem de brilhar. Se não fosse por elas, o deserto se tornaria um breu total.

Com certeza para aquele Treecko ver um humano comer um Pokémon com tanta frieza foi a coisa mais estranha de sua vida. Podendo-se dizer repugnante. Contudo, o Grass agia como pedido, ainda que com cara de nojinho. Quebrou as pedras, soprou o defunto, ajudou com a barraca. Só não aceitou comer a carne, pois já ia além de um subordinado herbívoro.

Vanille achava a carne com sabor amargo, mas nem se deu conta que pudesse ser do bafo de seu Treecko, se amarrando na carninha enquanto o resto devia estar comendo comida enlatada. Aliás, pra quê pensar nas doenças se o bicho escovava os dentes?

Já preparados para dormir na noite fresca o cansaço do dia de trabalho fez seu efeito e colocava a dupla para dormir.


No dia seguinte, com o Sol batendo na porta da barraca, Vanille era desperta e procurava o que saborear para iniciar o dia bem. Após isso, vira um brilho incomum a uns metros dali. Deixando suas coisas sob a proteção de Calango, identificou outra rocha com cristais presos nele.

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Off: Quem não tem pontos tem itens x-x
Off²: O Treecko sou eu '---'
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Depois de muito tentar forçar um Pokémon nativo de floresta a ficar exposto direto naquele Sol, Vanille tomou a melhor decisão em deixá-lo descansar um pouco em sua esfera bicolor. Com isto e seu café tomado - tendo ela ainda a ideia de que a carne do Patrat era melhor que industrializados - e determinada a trabalhar a menina cavava ao redor de seu acampamento por minutos a fio, parando vez ou outra para determinar se um item valia a pena ser carregado ou se era uma simples pedra. Contudo, seu esforço foi recompensado ao parar para limpar com o menor pincel uma espécie de recipiente que caberia uma vela. Haviam runas por seu entorno, mas parecia tão frágil como se feito de barro.

Já devia ser quase a hora do almoço quando terminou de limpar aquele objeto, pois sua barriga reclamava. Ou então fora o café escasso se comparado à carne de ontem.

Totalmente sem rumo, Vanille agora levantava acampamento e caminhava até se deparar com uma espécie de jardim dourado repleto de plantas baixas e espinhosas. Seus formatos eram singulares e sua coloração era em geral verde. A vegetação do bioma parecia até refrescar o lugar ou dar a impressão disso.

Fazendo certo esforço, a menina montava a barraca mais uma vez e procurava um cantinho para cavar, tendo sorte perto das raízes encontrando uma esfera de bronze.

A jovem Dullard parecia mais alegre com o trabalho sozinho, por mais que fosse solitário e pesado. Acreditava que assim estava juntando mais sorte, juntos dos cactos que insistia em catar um pouco de sua água que era extraída do caule com muito cuidado para não se ferir com os espinhos.

Por alguns minutos de trabalho, a garota suava e sua pá davam de encontro com areia, areia, pedra, mais pedra e também um objeto parecido com um vaso de plantas.

Por mais que a ruiva não classificasse o jarro como uma relíquia, pertencia sim este a um passado repleto de história e riquezas. Apesar de ser realmente simples.

Parando um pouco para descansar e pegar fôlego, a gangster tentava se manter focada, mas era difícil com o clima seco que tanto implicava com ela. Tentando parar de sentir saudades da floresta dos sonhos, Vanille voltava a cavar chegando até a desejar que um corpo fosse encontrado. Mas não um qualquer. Um FOFO! Mas até parece que isso ia acontecer. Só que de repente ela viu algo de mexer no buraco que tinha cavado. Dando um susto nela, outro Patrat surgia, desta vez da areia como um bobo. O que ela faria já que Calango estava longe e na pokébola?

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Com o sono pelo cansaço junto da chatisse, Vanille era impedida de continuar seu trabalho por um Pokémon Normal que aparecera enterrado no deserto. O bicho olhou para o rosto da menina como se fosse uma criatura fofa e depois mirou a mão da ruiva se aproximando devagar. Não deu outra. Com aqueles dentes enormes, o Patrat abocanhou uns dedos e depois partiu em retirada rindo como sem aquilo fosse engraçado. Já a mão de Vanille era pintada em vermelho pelo sangue que escorria dali. Agora, mais que antes, era o momento de usar suas habilidades de sobrevivência com auxilio da caixa de primeiros socorros em seu kit. Ou talvez sair correndo atrás do roedor pra ensinar-lhe uma lição.

De que adiantava trazer um egurança se este não fazia seu trabalho? Por Calango estar longe da gangster, esta acabou se ferindo, tendo que abandonar o trabalho para cuidar de si mesma.

O Pokémon, ainda meio grog ao ser chamado, ouviu a garota, olhou para a pá, fitou a face de Vanille, olhou para a pá novamente e caiu na gargalhada. A graça estava na menina pensar que o treecko portaria uma ferramente humana. Ele até se virou - após terminar de rir, claro - e foi procurar um lugar para cavar. Com sua patas, ele fazia o mesmo que um cachorrinho, tirando a areia de dentro para fora. Até então ele só se deparava com pedras. Talvez se Vanille ajudasse, este teria mais sucesso.

Numa pequena disputa para ver quem conseguia encontrar alguma coisa primeiro, a dupla ficou exposta ao Sol enquanto fazia seu trabalho de explorador temporário. Vanille sentia as costas queimarem por estar justamente com este lado virado para a grande estrela amarela.

Enquanto os amigos faziam a limpa na areia, Dullard teve a impressão de estar sendo observada. Ao se atentar, ela só via areia, alguns cactos e pedras ao longe. Voltava ao trabalho sem muitos problemas. Então ela escutava alguma coisa se mover na areia, mas não conseguia distinguir de onde o barulho vinha. Calango também escutara e teve que parar o trabalho para caçar a possível presença no deserto. Eis que procuraram para todos os lados, menos para um. Abaixo de seus pés! O solo começava a treme e a crescer. Vanille e Treecko tiveram que saltar para o lado quando um Crocodile vermelho enorme tomou conta do espaço de exploração com um rugido feroz. Seus olhos estavam presos na dupla. Parecia que alguém estava incomodado com algo.

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