A cidade das águas: Desastre iminente!

O momento permutou de forma dolorosa. Nancy se reconfortava no ombro de Kyoichi, certamente não podendo conter a chuva de emoção que as psíquicas passavam para os humanos. O moreno tentava ser mais forte, mas suas lágrimas escorriam de igual modo. Grotle era mais escandaloso, assim como um Aipom que abraçava o grandão. Muffin derramava lágrimas, mordendo os lábios para não emitir uma voz muito alta. O galpão queimava mais e mais e com isso as lembranças de Maedra se iam.

Quando Gallade resolveu se mover, ainda tinha em seus braços a ratinha roxa que ficara responsável por todos, junto do guerreiro de espadas. O Pokémon aproximava-se da dupla de iniciais e se comunicava com ele. Nesse exato momento, a força psíquica findava no campo e Kyoichi e Nancy não puderam saber o que era dito. Uma Kirlia chorava com força ao lado de sua irmã já evoluída. Um abraço caloroso se seguiu, começando por uma Liepard muito ferida e repleta de remédio no corpo, depois um Aipom de topete grande, assim foi Gallade, Rattata e as irmãs psíquicas.

Quando Tochi e Muffin finalmente voltaram para perto de seus mestres e amigos, os olhos da Gadervoir e da Kirlia brilhavam azuis e assim uma névoa ocultava todos eles. Naquele momento, Nancy e Kyoichi foram obrigados a se retirarem do corredor, junto de seus Pokémons e assistir a todos desaparecerem no ar, enquanto a névoa permanecia, assim como o barulho da chuva e das chamas em luta.

- Quero.. Voltar para o hotel! – dizia a ruiva, notando que a noite seria bem mais chuvosa. Os trovões assustavam a dupla armagedon...

Com a despedida feita e a chuva caindo ainda, o grupo armagedon, agora com seus Pokémons perdidos, pegavam o caminho de volta para o hotel. Os seus rostos estavam molhados, sejam pela lágrima, sejam pela chuva. Grotle e Mightyena seguiam seus treinadores por trás, mas parecia que o Pokémon grass tinha dificuldades agora para correr. Deixando seu corpo pequeno, Tochi tinha mais peso para levar durante a viagem e pelo visto nada que ele fazia poderia se comparar com a agilidade de quando era um Turtwig, mas pelo menos agora tinha uma grande força e resistência, que compensava em muito isso.

O caminho de volta para o hotel foi temeroso. Os rios que cortavam Pugil se enchiam e todos sabiam o que ficaria depois: uma cidade parcialmente submersa. Nos lugares mais afastados, as poças d’águas cobriam os tornozelos, enquanto as pontes já não eram mais vistas diante do rio que tentava cobrir tudo. Os olhos da dupla pairaram sobre o hotel, onde entravam todos, e percebiam que ali já estava repleto de pessoas. Sejam os que ficavam no hotel e tinham seus quartos, sejam refugiados da tempestade, a ala da recepção tinha muita gente e o gerente parecia tentar manter a ordem ali, abrigando as pessoas até a chuva passar e eles pudessem ir para os seus lares.

Amu aparecia no meio de todos, destacando-se no meio das pessoas e assim sorria para Kyoichi e Nancy, saltitando no meio da recepção e se aproximando. Espeon seguia por trás com um sorriso traquina e um olhar despojado.

- Vejo que conseguiram os seus Pokémons. Fico feliz por vocês. – dizia acariciando a cabeça do gramíneo. – Olha, parece que um espertinho aproveitou a confusão para aprontar conosco e roubaram alguns Pokémons. Então... Acho que vocês vão ganhar uma missão amanhã. – dizia a ruiva, já se retirando para falar com Jaques.

A multidão que tentava se abrigar da chuva no Kazumi Hotel de Pugil começava a se acumular diante de tanta água. Os trovões sinalizavam que a chuva ia ser forte e por muito tempo, preocupando as pessoas ali e principalmente o gerente, que já não tinha tantos quartos disponíveis. No momento, a situação era de esperar, apesar de Nancy e Kyoichi terem agravantes. Um era que o moreno era procurado e poderia ser reconhecido facilmente ali. O outro era que Nancy tinha um Pokémon típico de inicial armagedon e como não tinha licença provar que poderia provar o contrário, poderia entrar em enrascada.

O grupo foi até Jaques, tendo dificuldades para poder se mover ali, em especial Grotle. O Pokémon havia acabado de evoluir e por isso ele não estava acostumado em ser grande. Mightyena passava por ali com facilidade e ia até o gerente, quando Amu saia saltitante. Jaques parecia dá ordens a vários funcionários, ainda paciente e tomando as decisões com cordialidade. Quando Kyoichi explicou sua situação, logo o gerente pós a conduzi-los pelo prédio, até a área de serviço.

Lá mesmo o grupo pegou a escada caracol e foram para o subsolo, onde tinha vários quartos, fora o centro de treinamento. Ninguém estava à vista, preferindo ficar nos quartos ouvindo a chuva, que de fato dava sono. Grotle começava a descer as escadas com dificuldades, até pisar em falto e sair caindo degrau por degrau, até chegar ao solo, onde o resto o esperava. Muffin revirava os olhos.

Jaques guiava os dois até um quarto grande, com uma poltrona de coura, um lugar para o banheiro, criado mudo e uma cama de casal. Antes mesmo dos jovens argumentarem alguma coisa, Jaques dizia que ia voltar para cima e que logo um enfermeiro estaria ali para cuidar dos Pokémons. Disse ainda que o café-da-manhã e a sopa da noite seria por conta da casa. Nancy pareceu corada ao perceber que iria ter que dividir quarto com Kyoichi, já Muffin já saltava na cama e deitava, esperando sua mestra.

Com o moreno sendo lançado para a poltrona, no quarto em que ele teria que dividir com a ruiva, Kyoichi logo percebia que teria que se acomodar no pequeno acento. Grotle deitava-se perto dos pés do moreno e depois de um tempo longe do rapaz, Tochi deveria ficar perto dele o máximo que pudesse. Nancy ainda abraçava Muffin, enquanto o Pokémon ainda se acomodava na cama, até que o enfermeiro chegou ao quarto.

Mal-humorado e sem um pingo de ética, chegava ao quarto abrindo a porta sem pergunta se poderia entrar e buscava os pokémons feridos. Assim que viu os arranhões no Grotle, começou a trata-lo, primeiro, dando uma olhada ao redor do Pokémon. Sem grandes danos, mas com folhas caídas em suas costas, ele aplicou alguns medicamentos e foi até o canino, que também recebia alguns medicamentos. A consulta foi rápida e o mesmo disse que só o tempo iria curar os Pokémons sem problemas algum.

Decidido a tomar um banho, Kyoichi se levantava e ia para o banheiro com seu Pokémon, vendo a ruiva pegar uma Pokébola e puxar Mightyena para dentro dela. A Pokébola piscava quatro vezes até o brilho final da captura e assim Nancy se sentia aliviada, liberando Muffin mais uma vez na cama, que já deitava e tirava um cochilo rápido com sua mestra.

No banheiro, o moreno começava a tomar banho, depois que Grotle ficou enganchado na porta. Foi rápido o moreno e bem prazeroso limpar o seu Pokémon. Mas quando Skitty saia, ficou feliz em reencontrar o parceiro e começava a pular em cima do grande gigante da terra, mas pulou fora do banho. Quando Kyoichi liberou Zoe, surpresa foi de Grotle quando Helena se escondia entre suas folhagens, com razão, e assim a ave pirava usando suas asas afiadas para destruir a pia e jorrar água para todos os lados, até que o moreno percebia que tinha que fechar o registro e acabava com o banho ali, depois de acalmar a ave e recolhe-la de novo. Lá fora, Nancy e Muffin já estavam no segundo sono...

Após o banho relaxante, Kyoichi recolhia seus Pokémons e encostava uma Pokébola vazia no rosto de seu Pokémon. A esfera se abria e a última imagem do armagedon foi ver um sorriso desengonçado no rosto de Grotle. A esfera tremia um pouco na mão do ex-gladiador e assim um som seguindo de uma luz era emitido e assim Tochi estava capturado de volta, sem risco de sofrer uma nova captura. Assim, o jovem pegava a outra esfera, pronto para conhecer uma nova Pokémon.

A Kirlia surgia no quarto, enquanto Nancy e Muffin ainda dormiam. Quando Morgana avistou o lobo das sombras, ela erguia uma almofada e com um sorriso ameaçador estava pronto para prender a respiração do Pokémon, quando Kyoichi chamou a atenção dela. Só ai a psychic percebeu a presença do seu mestre e assim desistia, soltando a almofada pela cama e assim colocando entre os pés de Muffin, querendo disfarçar sua real intenção. Kirlia se aproximava do moreno e aprendia novos golpes e assim pareceu mais do que feliz para isso, mas uma felicidade um pouco sinistra. Kyoichi sentia-se estranho perto de Morgana...

Já sem forçar, o rapaz deitava-se na poltrona e ao recolher Kirlia, dormia. A noite passava e assim o rapaz despertava no dia seguinte, já com batidas na porta. Ainda bêbado de sono, o moreno abria a porta e lá tinha um carrinho com um café-da-manhã que o rapaz nunca tinha visto de tão bonito que era. Pão, geleia, frutas, pãezinhos de queijo e algumas regalias. Ao lado um cartão escrito “Com amor e carinho. Quando puderem, encontre-me no saguão principal do hotel. Amu”.

Para Kyoichi, a solidariedade de Amu era aplaudida de pé. A rosada parecia ser animada e uma boa pessoa. Se mais Armagedons fossem assim, Kyoichi se sentiria em casa. Depois de tomar o seu próprio café da manhã, o moreno tentava acordar Nancy, que ainda abraçada com Muffin, parecia resistir ao apelo do parceiro armagedon. Muffin acordava junto de sua mestra e se sentia um pouco estranho sua baba escorria pelo local, assim como a de Nancy. Depois de finalmente acorda, a ruiva choramingou por ter que ir a missão, mas por ser para Amu, ela aceitou, já que graças ao Espeon dela, conseguiu reencontrar com seu Pokémon.

Nancy demorava no banho e depois de um tempo, a porta se abria e Muffin saia com uma toalha enrolada no corpo e outra na cabeça, como se o canino tivesse cabelos longos. O mesmo revistava a mochila de sua mestra e retirava algumas roupas, levando de volta para o banheiro. Quando a ruiva saia, ainda encheu a barriga com o delicioso café e assim se retirava para o saguão do hotel junto do Gangster. O quarto era deixado todo bagunçado, principalmente a cama da morena.

O grupo avançava pelos corredores do subsolo, subiam a escada em caracol e não demoravam para chegar no saguão principal. Ali, alguns funcionários passavam pano no chão, tentando secar a água que tinha caído à noite toda. Fora do hotel, um verdadeiro rio passava pelas ruas que outrora estavam longe dos rios que cruzavam Pugil. Sentada na cadeira que antes era do gerente, Amu acenava para os dois eles se aproximavam.

- Bom dia, bom dia. O Sol tá brilhando lá fora, massss.... Os rios encheram com a chuva e a travessia agora está mais complicada. Espero que tenham Pokémons de água. – ria a rosada, com um humor que parecia não ter variado. – Temos uma missão e como vocês parecem de confiança, vou dá créditos a vocês.. Bem, na confusão de ontem, chuva, muita gente no hotel e várias pessoas entrando e saindo, entre gangsteres, um armagedon roubou um Pokémon do nosso acervo e vendeu para um gladiador. A missão de vocês é simples: encontre o gladiador e recuperem o Pokémon e tragam para mim. Enquanto isso, estarei, eu mesma, atrás do safadinho que roubou de nós. Tudo certo?

- Infelizmente não, querido. – dizia a rosada do deserto. Sua cara era fofa, misturado com uma menina sapeca e de uma professora muito bondosa. Amu era um mistério. Uma garota daquela idade já era bem conhecida e por mais que tentasse parecer meiga, seus Pokémons eram mortais. – Mas sei que o Pokémon roubado era um Lotad de cores bem diferentes. Espero que isso ajude a localizar o gladiador... – a rosada se retirava dando um tchauzinho. Parecia que a pior parte era encontrar o Armagedon...

Nancy recolhia Muffin, para não levantar suspeitas em meio a missão. Kyoichi direcionava-se para a saída com a ruiva. Lá fora, um rio passava pelas ruas. Várias canoas faziam o transporte e o jovem armagedon percebia que seria difícil passar ali, até que Nancy chamou um barco. O casal armagedon entrava na canoa e a ruiva mandava seguir. Certamente eles iriam ainda planejar como encontrar o gladiador. Nos tetos da casa, Aipoms corriam e se atiravam de teto em teto, já que as ruas estavam inundadas. Um purrloin passava nadando ali, todo encharcado, mas com um rato morto na boca, sendo seu café-da-manhã. O moreno que conduzia a embarcação fixava seu olhar nas ruas e parecia ser muito velho para olhar para o casal.

- Como vamos achar esse armagedon, Kyoichi?

No barco, Kyoichi e Nancy se comunicavam e tentavam causar a menor estranheza possível. O moreno já de idade avançada que conduzia o barco parecia sorrir para o horizonte enquanto conduzia a embarcação e nem ligava para o que os dois estavam falando. Apesar da dúvida do que fazer, Kyoichi teve uma ideia e assim chamava Morgana e Helena para o barco. A psychic sentava-se cruzando as pernas, enquanto Helena estava com a cauda abanando rapidamente. Quando a rosada foi falar com a bailarina, a mesma olhou e encarou a pequena rosada, que aos poucos desistia e pulava entre as pernas do armagedon.

Kirlia recebia uma missão, na qual poderia cumprir, mas pelo visto, uma aura negra contrária parecia deixar a Pokémon bem insistente em não fazer nada. Ela ergueu a cabeça para cima parecendo falar que ia ficar ali apreciando a paisagem, enquanto na pulseira ela brincava com o Lucky egg.

- Ótimo! Temos a Pokémon perfeita para poder localizar o gladiador e o Lotad e ela fica de birra. – Quando Nancy comentou sobre Morgana, a mesma olhou profundamente para ela e pareceu encará-la como nunca antes, o que fez a ruiva ficar sem graça no momento. O clima do barco estava ficando tendo. – Vamos, Kyoichi! Faça alguma coisa! Ameace, barganhe...

Morgana ficava ali com as pernas cruzadas balançando para frente e para trás, enquanto em seu pulso havia o item que o jovem colocou. Lucky egg deslizava na mão da fada, enquanto ela ignorava as coisas que seu mestre pedia. Mas no momento, não era tempo para teimosia, afinal, o casal Armagedon nem sabia se o gladiador continuava na cidade ou não. Mesmo assim, Kyoichi foi insistente e começava a barganhar com a sua própria Pokémon.

Kirlia deixava seus olhos sendo “hipnotizados” pela TM na mão do moreno. Ela parecia pensar se valia à pena, mas na verdade, a Pokémon queria muito o golpe e o moreno percebia isso, o que fez Kirlia se fazer de difícil, mas logo cedia. A Pokémon abria os olhos e esses brilhavam roxo, o que parecia levar a Pokémon a um lugar meio estranho. Nancy encarava a psíquica de perto, percebendo que ela estava em transe. Naquele momento, Kirlia pesquisava emoção por emoção no meio da cidade, na procura do Pokémon que estava na posse do gladiador.

Após alguns minutos, o homem do barco já tendo passeado um monte, o barco começou a mover sozinho. O senhor moreno achou estranho e quase caiu da embarcação quando o confusion da Pokémon de Kyoichi começou a guiar o barco no meio dos rios. Nancy e Komuro viajavam no meio de tanta coisa e logo chegava a um lugar estranho. Era um beco enorme, tanto de largura como de comprimento. As construções bloqueavam a luz e por isso parecia bem mais escura.

A cara do senhor era um pouco medrosa. Parecia conhecer aquele lugar, mas Nancy e Kyoichi não. Logo a embarcação parava diante de várias pilastras de concreto, que impediam que o barco prosseguisse. Depois dessas pilastras, outras pareciam dispostas como um caminho e um barulho era ouvido a diante.

- O barco só vai até aqui. Foi 60Pk$ o passeio.

A voz do homem era um pouco falha. Nancy pagava o passeio de barco e Kirlia saia pulando pilastra por pilastra, chamando a dupla. O moreno e a ruiva seguiam a fada, que chegava a um lugar um tanto estranho. O barulho aumentava aos poucos e a dupla avançava com dificuldade até chegar a um lugar que parecia uma arena. As pessoas gritavam e torciam. No centro,  duas grandes pilastras espaçadas entre si e com pessoas no meio. Ali, um Gyarados batalhava contra um Starmie. A luta estava quase que empatada...

No meio de tanta gente gritando, parecia difícil saber se o gladiador que outrora havia comprado um Lotad estaria ali. Morgana parecia confiante no que dizia e a pontava, mas ao se tratar de alguém como ela, todo cuidado era pouco. No meio do campo, a batalha continuava e Gyarados lançava um golpe elétrico, que era rebatido pelo Protect de Starmie. Os gladiadores se enfrentavam com ferocidade, embora os Pokémons estivessem fadigados. Em uma manobra evasiva, Starmie saia rodando com Gyro Ball e assim atingia a garganta da serpente, a lançando para o fundo das águas.

Com o impacto da serpente na água, o agito molhava as calças de Kyoichi e Nancy, que estavam sobre pilastras finas de concreto, enquanto a água balançava. Os demais gladiadores estavam em uma arquibancada parcialmente submersa. Acreditava-se que quando os rios não estivessem cheios, embaixo estaria o resto da arquibancada e o campo seco. Depois de uma troca de golpes elétricos, Gyarados caia nocauteado, consagrando o gladiador do Starmie campeão da partida.

- Wow! Murilo vence mais uma! Com certeza ele tem os melhores Pokémons, mas ainda não mostrou o Pokémon raro que ele prometeu! – dizia uma voz proveniente de caixas de som estaladas no alto. – Quem vai ser o próximo a enfrenta-lo?

- Pokémon raro?! Será ele? – perguntava a ruiva...

Morgana levitava um pouco enquanto o jovem ensinava para ela um novo ataque. Diante do que novo ataque, um sorrisinho malicioso surgia no rosto da fada, enquanto pensava como ela poderia usar aquele golpe para poder acabar com diversos tipos de pessoas e Pokémons, incluindo seus inimigos mortais. O moreno ficava curioso pelo fato desse Pokémon raro. O narrador perguntava quem queria e aos poucos alguns gladiadores da grande arquibancada tentava sair para desafiar, mas Kyoichi estava mais próximo e era o primeiro a chegar.

- Será que o moreno com a Kirlia irá ganhar? Temos aqui um jovem poderoso e possivelmente poderoso. Murilo aceita o desafio? – perguntava o narrador pelas caixas de som.

- Você vai cair, otário. – o gladiador sorria com o polegar para baixo.

Nancy ficava pensativa e de pilastra em pilastra a jovem conseguia chegar até a arquibancada. Kirlia estava com Kyoichi na grande pilastra redonda. Um espaço que era só de água preenchia o campo até a grande pilastra seguinte, enquanto o gladiador recolhia o seu Pokémon. Ele retirava duas esferas e assim exibia uma mudança de regra.

- Vamos para uma batalha em dupla, então? Vamos ver o que o pessoal vai achar do meu show. Mike, Lotad, escolho vocês.

Dois raios surgiam em campo e entravam na água. Depois de uma explosão, um Blastoise surgia com seus canhões apontados para Kirlia e Kyoichi, enquanto o segundo Pokémon parecia oculto na água. Tanto Nancy quanto Kyoichi sabiam que esse Lotad era diferente, ele fazia parte de um dos iniciais armagedons e era muito suspeito o paradeiro dele ali. Mas logo uma sombra saia da água e pousava na cabeça do Blastoise. Lotad de coloração azul-escuro, enquanto sua folha que normalmente era verde parecia pedir que o outono chegasse.

- o que você tem, vigarista? – perguntava Murilo, achando que Kyoichi era um gladiador também.