1. A procura da verdade

O dia era claro e o clima ameno, flores cor-de-rosa voavam rua afora. Ainda era cedo, mas já havia um número razoável de pessoas se aventurando pelas ruas da cidade rosa. Nem parecia que a cidade estava passando por tantas turbulências nas últimas semanas.

Tudo ali parecia ser diferente do que Lorcan estava acostumado, as construções, a maneira das pessoas se vestirem e andar, o clima, a iluminação e principalmente a aura do local. Ao contrário de Erobring, Nyender passava uma sensação de conforto e boas-vindas, e apesar da grande correria pelas ruas todos pareciam estar felizes, ou quem sabe talvez fosse apenas impressão causada pelas flores voando.

Provavelmente as belezas da cidade ou de seus habitantes pouco interessavam a Lorcan, mas é irrefutável que qualquer pessoa com um comportamento minimamente sádico acharia ali os mais perfeitos alvos para seus prazeres sórdidos. Porém isso teria que esperar, o objetivo do rapaz era claro e uma vez alcançado ele sabia que regojizaria da dor outros como nunca antes.

As pessoas pareciam estar estranhamente prestativas naquele dia, logo não foi muito difícil chegar ao templo. Ao se aproximar do local, Lorcan deixou a sensação de que estava em uma cidade estranha e começou a sentir-se em Erobring novamente. O Templo de Giratina lembrava bastante as construções de sua cidade natal, porém de uma forma mais macabra. Era como se o local estivesse envolto por uma tenebrosa aura maligna, até mesmo a iluminação ali parecia ser mais escura que no restante da cidade.

Adentrando no pátio do templo, a primeira coisa que Lorcan percebe é uma grande quantidade de Murkrows voando em círculos, mas o mais intrigante é que eles não aparentavam estar ali antes do rapaz entrar no templo, é como se eles tivessem aparecido misticamente. Com exceção dos pokémons voadores, o local parece estar completamente vazio, entretanto uma sensação de estar sendo observado preenche a mente jovem. Subitamente Lorcan se dá conta de que o céu está nublado, aquilo parecia ser simplesmente impossível, como poderia o tempo ter mudado tão bruscamente sem ao menos que ele se desse conta. Antes que Lorcan tivesse muito tempo para pensar a respeito uma voz pode ser ouvida do meio do pátio, uma melodia macabra, que apesar de estar sendo sussurrada parecia estar sendo cantada ao lado de suas orelhas, o que ela falava era ininteligível, mas ela preenchia Lorcan como nada nunca antes havia preenchido, é como se ele pudesse sentir a agonia e dor de diversas pessoas apenas escutando aquelas palavras. Olhando o local de onde a melodia vinha, o rapaz pode ver uma mulher de cabelos negros, trajando um kimono clerical, ela parecia estar bastante calma enquanto observa as aves e cantava.