Capítulo 1 - A Cadete das Ruas

Minha vontade era esfolar a cara do atendente na parede e sentir sua pele arregaçar até eu ver seu crânio aparecer. Mas eu precisava ter calma e ser rápida. Passei a mão na pokébola restante que o funcionário mostrava-me, e a lancei, liberando Hermes.

Olhei para o representante do hospital e fui muito incisiva e decidida nas palavras:

- Vá até as câmeras de segurança e encontre o momento em que essa pessoa retirou minha pokébola. Isso é roubo, e agora não estou somente agindo como civil, mas principalmente como cadete! Enquanto isso vou dar uma volta no quarteirão em busca de pistas, se não ajeitar isso, juro que eu pessoalmente vou cuidar de você por conta dessa negligência!

Enquanto aguardava a resposta do atendente, olhei para Hermes, sabia que podia contar com meu pokémon para achar nosso outro parceiro.

Corri atrás de Hermes enquanto aquele infeliz partia em busca das fitas que tivessem informações sobre quem tomou meu Hefesto. Para minha decepção, o movimento nas ruas era de grande fluxo e não tinha ninguém que chamasse minha atenção. Olhei para meu pequeno companheiro, seus olhos eram raiva, assim como ele, eu estava odiando aquela situação! Quem teria a audácia de tomar um pokémon de uma Cadete daquela forma, ainda mais sendo eu!

Tomei ar, e voltei para o prédio do hospital. Precisava das informações do vídeo antes de continuar a perseguição pela cidade. Afinal, eu deveria saber antes o que eu procurava, ou melhor, quem eu procurava.

Adentrei na dala do hospital com Meowth ao meu lado caminhando de quatro como um felino, o pequeno olhava para todos os lados procurando detectar faros. Caso conseguisse um rastro do cheiro de Hefesto já seria um começo.

Ao chegar no balcão novamente lá estava o funcionário responsável por tamanha negligência e irresponsabilidade. Bati firme a mão no balcão e levei meu corpo levemente para frente, chegando bem próxima do rapaz. Meus olhos encontraram-se com os dele, eu podia sentir o cheiro de medo vindo daquele corpo mórbido, eu me via no reflexo de seus olhos, estava assustadora. Sem delongas expressei-me:

- A forma como trabalho nas ruas, de uniforme ou não, não diz respeito à um civil como você. Não vou admitir que verbalize novamente qualquer forma de ideia que acredite melhorar ou não o que faço em minha vida, principalmente no âmbito profissional. Agora, quero os vídeos.

Hermes vibrou com a minha imposição, pulou no balcão e colocou suas garras para fora demonstrando poder e apoio ao que eu havia dito.

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