Trazendo Caos para um novo lugar!

O Apocalipse ouvia o breve relatório da mulher. Dois em boas condições, o terceiro precisando (e merecendo) um bom descanso. Avisando que levaria os monstrinhos para terem os curativos trocados, a atendente apenas dizia que o local ficava aberto das 07h00min até as 23h00min, mas que se ocorresse qualquer problema era só bater na porta.

Quando saiu da sala, a garota que queria ser reembolsada o encarou, mas logo era chamada pela atendente que falava sobre sua perna. Pokémon nas Pokébolas e podendo sair sem qualquer novo problema da loja de produtos naturais, Alex lembrou da entrega que Marri devia ter pego e do Tauros desaparecido.

-Obrigada tio!

A menor parecia ter esquecido a birra ao receber a esfera do touro, mas pela falta de comentários sobre o porto, o albino já sabia que ela realmente não havia ido buscar suas encomendas. Tauros se encontrava muito mal escondido, com os chifres e caudas muito bem visíveis por trás do arbusto que tremia ao lado da loja. Flareon passou correndo pela saída da loja, aparentemente a alta quantidade de açúcar começando a fazer efeito, já Marri tentava convencer o touro a sair do esconderijo, mas este parecia ter adquirido algum medo da menina.

O gangster percebia que, devido as condições do líder da sua equipe, não poderia sair da cidade e explorar as rotas, levando mais tempo para obter as informações que precisava para a líder da gangue. Não podia fazer muito, a não ser ouvir as recomendações da enfermeira.

No entanto, logo isso ficava de lado, sendo substituído pelo choque ao ver seu Tauros claramente traumatizado, questionando o que a mais nova fez com ele. A morena colocou um dedo no queixo, o olhar pensativo.

-Hum, só levei ele pra dar algumas voltas... Nada demais.

Alex só podia imaginar o que realmente aconteceu, ou quantas vezes o pobre touro teve que ir correndo de uma ponta a outra da cidade. Foi necessário algum tempo para convencer o Tauros, que ainda tremia e tinha um olhar de misericórdia no rosto, suspirando de alivio ao ouvir que a velocidade seria ditada pelo Apocalipse.

-Mas assim não é divertido! – Marri começava a protestar, mas logo parecia dividida, como se quisesse contar algo e não soubesse como, antes de simplesmente pegar a esfera do Pokémon psíquico e alcançá-la para Alex. – Não temos mais um Inkay.

A afirmação simples arrancou um olhar espantado do mais velho, que já imaginava o que a garota havia feito com o Pokémon, o liberando no interior da carroça e se deparando com um Malamar de avental rosa com o rosto de Jigglypuff estampado. Por um lado, estava aliviado por não ter perdido um Pokémon, por outro, ainda estava surpreso com a evolução e se perguntava como e quando aquilo aconteceu. A carroça andava em direção ao porto, em uma velocidade na verdade um pouco lenta demais. A ameaça parecia ter sido muito efetiva, mas se era a parte da velocidade de Spoink, de cortar a comida, ou da missa, o rapaz não sabia dizer.

-Tio, o que aconteceu?

A pergunta ambígua fez o albino mirar a mais nova, que ao perceber, mencionava o outro “tio” e o ferimento de Jasper. O tom um pouco mais cauteloso que o costume, testando se aquele era um assunto que poderia ser tocado ou não.

Dividido entre a alegria de ter um Pokémon forte, e a preocupação de este mesmo Pokémon estar de avental que seria descrito como adorável por muitos, optava por não comentar nada. Teria que se dividir entre controlar a velocidade da carroça e tentar fazer Malamar entender o conceito de espaço pessoal, mas no final foi a pergunta da mais nova que teve maior atenção.

A mente do Apocalipse estava uma bagunça, entre a saudade e sensação familiar da solidão. Precisava limpar a mente, espairecer, e algumas explosões e desastres parecia ser uma excelente ideia para ajudar.

-Mas eu tenho preferência, certo?

A menina respondia, a carteira do gangster em uma das mãos, um dos olhos fechados e a ponta da língua aparecendo, numa careta travessa e infantil. O albino pegava de volta, ficando aliviado ao ver que, desta vez, a menina não pegou mais “mesada”.

-Depois da explosão, você vai ficar feliz o suficiente pra me tirar do castigo?

Ao menos por enquanto, Alex possuía alguma distração, afastando temporariamente o conflito interno. A carroça parava diante do porto, e Flareon continuava desaparecido.

Passaram: 2 dias

Alex chegava a conclusão de que Marri devia o ensinar a roubar, afinal a mesma o roubava o tempo todo, sem que ele nem ao menos notasse. Viver em Tsumi tinha este beneficio, aparentemente. A “adorável” menina murmurava algo sobre cervejas serem ótimas para melhorar o humor, para depois ficar deprimida ao lembrar que o item estava em falta na cidade e perguntar para o Apocalipse se não havia uma no porto para “pegarem emprestado”.

No porto, o Apocalipse ouvia um homem berrando, alegando que já era 27° vez que devia solicitar novamente o envio de seus itens, e quando o outro foi responder, ele o interrompeu, dando a resposta clássica. Enfurecido, o outro saiu. Quando Alex foi pedir a retirada de seus itens, ficou feliz ao ver alguns itens, mas estranhou a falta de outros, questionando o responsável.

-Sinto muito senhor, mas a comunicação com o continente está difícil. Iremos solicitar que enviem para cá, talvez em dois dias já estejam aqui.

A mesma resposta que o outro havia dito, mas com o tom infinitamente menos educado e muito mais irritado. Isso era promissor?

Sem muitas opções, Alex pegava os itens que já estavam o esperando. Um dos Eggs era passado para outra Apocalipse, o outro e a esfera vermelha eram entregues para Marri. A pré-adolescente comemorava, já liberando Heracross no interior da carroça. Ignorando o comentário de “como é rosa!” de Marri, o Apocalipse se acomodava na carroça e logo se dirigiam para o Kazumi Hotel.

A carroça avançava tranquila, exatamente como foi ordenado pelo mais velho. Não demoraram em chegar ao hotel, possivelmente os outros hospedes ainda deviam estar trabalhando e apenas o gerente se encontrava no local no momento. Um golpe de sorte para o gangster, que não precisaria se preocupar com Cadetes suspeitando dele.

Por um momento, Alex imaginou o quanto alguém pagaria pela Heracross rósea. Não havia duvidas de que existiriam alguns compradores em potencial, mas logo lembrou-se do que a mais nova teve que passar. Um pouco mais de proteção para ela faria bem, além de haver outras formas de obter dinheiro. Afinal de contas, todos estavam ocupados trabalhando, então as casas possivelmente estariam vazias. Quem sabe o que poderia encontrar?

O gangster conversava com o gerente, que o levava para outra sala. Nela, um Alakazam estava sentado e mirava o Apocalipse. Alex recebia uma lista de Pokémon presentes no Storage da gangue, escolhendo um deles e notando o psíquico sumir. Alguns minutos passavam e o Pokémon retornava, uma esfera em suas mãos.

Com um novo Pokémon em sua posse, talvez fosse hora de ir para a rota vizinha. Ou talvez fazer algumas compras e garantir suprimentos... Também podia tentar a sorte e verificar uma casa que pudesse roubar, ou até mesmo conhecer o Pokémon que o ajudaria.

O gangster imaginava como era o Cubone que carregava consigo temporariamente, se ele teria o ódio comum da espécie ou se seria que nem os Cubones criados pelos seguidores de Arceus. Optou por conhecer aquele Pokémon depois, quando fosse necessário, desejando ir para a rota próxima da cidade.

Primeiro, uma volta na cidade, para saber onde estava cada coisa. Depois apenas um começo da primeira rota da ilha misteriosa. A falta de coisas para distraí-lo o fazia se manter focado na missão de exploração. Avisando a mais nova a ir lentamente, recebendo um sorriso grato do touro e um beicinho infantil da menina, Tauros começou a avançar pelas ruas.

Próximo do Kazumi Hotel, havia um local demarcado que era capinado. Algumas árvores eram mantidas e outras plantadas em locais estratégicos, seria um parque? Bem em frente estava uma grande construção, ainda estava longe de estar pronta, mas já possuía forma. Pelo tamanho, ocupando um bom espaço, o rapaz imaginava o que podia ser. O Shopping? Alguma fazenda? Não importava muito, só que era grande e que faria estrago quando caísse. Mais adiante estava outra construção menor, mas pela proximidade da delegacia, imaginava se seria o dormitório dos Cadetes. Tentador, mas também arriscado. Mais duas áreas verdes mais a frente, cada uma de um lado da rua, e entre nelas, algumas pessoas se reuniam.

-E parece que ganhei de novo!

Um homem afirmava com um sorriso, acariciando a cabeça de um Pikachu. O oponente gemia, retornando um Furret. Um prato contendo uma grande quantia de dinheiro, com uma pedra em cima para que não voasse, era esvaziado pelo vencedor.

-E então? Mais alguém quer apostar comigo?

O marinheiro perguntava, muitos se olhando com receio. Aparentemente, estavam apostando dinheiro nas batalhas Pokémon, e quem vencesse levava o bolo.

Alex mirava os locais, imaginando quais seriam os melhores para causar um pouco de caos. Muitos eram atrativos, um em especifico era realmente tentador, mas ao mesmo tempo muito arriscado. No entanto, logo o Apocalipse viu um grupo de pessoas apostando em batalhas Pokémon. Uma forma de ganhar dinheiro sem levantar suspeitas, mostrando-se realmente tentador.

Algumas trocas de itens eram feitas e muitos golpes eram ensinados para o Pokémon Ground e Fire. Quando se considerou pronto, se aproximou e perguntou quanto era a aposta, atraindo todos os olhares para si. Cubone pareceu não gostar da ideia de batalhar.

-Olha só, parece que temos alguém que promete um combate mais interessante. A maioria aqui é meio covarde, então só aposta 500Pk$, mas ambos os lados podem aumentar o valor ao decorrer da batalha. Está disposto?

As pessoas pareciam ficar meio irritadas com o comentário “covarde”, Alex ouviu um deles murmurando que não podiam se arriscar em apostar grandes quantias.

-Posso apostar dinheiro também?

Marri perguntava, erguendo a mão. O grupo de pessoas parecia começar uma segunda aposta sobre quem sairia vencedor, apenas esperando a resposta do gangster.

Alex se preocupava em ganhar dinheiro, afinal devia pegar recursos, coisa que não conseguiria sem dinheiro. Pedir dinheiro para a líder da gangue não parecia exatamente uma boa ideia. Klaus se mostrava forte, atraindo olhares para si e múrmuros. Alguns se perguntando se ele seria capaz de vencer, parte esperançosa, outra acreditando que ele não daria conta.

O rapaz apostava 1,000Pk$, perguntando sobre as regras e quantidade de monstrinhos que iriam combater. Alguns o miraram com choque.

-Finalmente alguém com um pouco mais de coragem! Também aposto 1,000Pk$. As regras são: nada de itens e nada de trocas. Lutas individuais. Três Pokémon para cada um está bom para você? Ou prefere usar seis contra seis?

O homem perguntava, mirando o rapaz e aguardando a resposta. A bandeja com o dinheiro era esticada para o albino, para que ele depositasse o dinheiro que iria apostar.

Alex refletia sobre quais seriam os Pokémon de seu oponente, bem como seus movimentos. Sabia que ele possuía um Pikachu, o roedor elétrico que estava ao lado de seu treinador e soltando faíscas pelas bochechas, vencedor da última partida. Todavia, possuía alguns ferimentos espalhados pelo seu corpo, então era baixa a probabilidade de ser usado.

Primeiro precisaria avaliar o adversário, antes de poder realmente atacar, sorrindo com um pouco de deboche de uma das regras. O homem sorriu de volta, cruzando os braços.

-Você confia tão pouco em seus Pokémon?

O marinheiro respondia, observando o primeiro Pokémon que o gangster usaria. Cubone, no entanto, não parecia muito a favor da ideia de uma batalha, tentando puxar Alex e apontando para a rua, como se quisesse procurar outra coisa. O olhar infantil do Pokémon Ground não era animador. Pikachu parecia pronto para batalhar.

-Hey carinha, você já teve sua dose. – O roedor abaixou as orelhas, desanimado com o comentário. Cubone pareceu o consolar. – Este é o meu primeiro.

A esfera vermelha e branca liberava um Pokémon pequeno. O Eevee se fazia presente em campo. O pelo brilhoso e a cauda balançava suavemente, mas tinha um olhar determinado. As pessoas se afastavam, querendo evitar ser atingidas por qualquer ataque perdido.

-Está pronto para começar?

Alex sentia-se apreensivo com o tipo de Pokémon que sua líder tinha recrutado. Um Pokémon dos Apocalipses que não queria batalhar? Não parecia promissor. Pela espécie, no entanto, o rapaz se perguntou se havia sido roubado de uma igreja. Se fosse isso, então seria realmente problemático...

O Cubone pareceu não gostar da ideia de batalhar, tentando dialogar com o rapaz. O marinheiro tinha confiança em seu Pokémon, e embora o oponente fosse considerado fofo, também tinha um olhar confiante e determinado, até mesmo um pouco travesso. Swan esperava que sua confiança fosse o suficiente para ele e Cubone.

-Sem problemas. Vamos começar com Dig. Se precisar, use Protect, caso o contrário, já sabe o que fazer!

A raposa se revelou mais rápida que o esperado, cavando o solo e fazendo um buraco relativamente grande para seu corpo. Cubone se multiplicava, mas não tinha mais um alvo. Por causa disso, utilizou o Swords Dance e aumentava seu poder de ataque. O que seu oponente fazia nos buracos era um mistério, fazendo o gangster se lembrar dos problemas que Dig havia o causado quando foi abordado pelo ladrão.

Hora da Batalha
Condições da batalha: Campo de terra batida. Área verde, com alguns arbustos e árvores por perto.

Cubone ♂ - Lv.07 - Trait: Lightningrod
100%, Status: +1 Evasiva (5 cópias), +2 Ataque

Vs.

Eevee - Lv.39 - Trait: Run Away
100%, Status: ???

Alex percebia que aquele não era exatamente o melhor Pokémon para se retirar do storage Apocalipse. A falta de interesse de Cubone pelo combate, querendo evitar atacar, aumentavam a preocupação do Apocalipse. Seu objetivo era causar caos, como o faria com um Pokémon que pregava o amor?

A luta prometia ser mais complexa do que gostaria. Não sabia o que a raposa estava aprontando dentro do buraco. Seu Pokémon se multiplicava e seu oponente não dava nenhum comando em voz alta, como se tivessem planejado aquela estratégia anteriormente e estivessem acostumados a ela. Eevee surgia, claramente não mirando em Cubone, já usando outro Dig. Três buracos em meio ao terreno, a raposa fazendo só Arceus sabia o quê.

Hora da Batalha
Condições da batalha: Campo de terra batida. Área verde, com alguns arbustos e árvores por perto. Anoitecendo. 3 buracos causados pelo Dig.

Cubone ♂ - Lv.07 - Trait: Lightningrod
100%, Status: +3 Evasiva (15 cópias), +2 Ataque

Vs.

Eevee - Lv.39 - Trait: Run Away
100%, Status: ???