04| A um passo de Jorvet

Rota 2, tão semelhante a rota 1, sendo difícil saber quando se havia chegado na nova rota. Pareciam às mesmas árvores, os mesmos arbustos, parecia que até mesmo a trilha era a mesma. A semelhança confundia o jovem. Podia facilmente estar andando em círculos, sendo o que parecia realmente.

O primeiro cochilo foi desastroso, o outro levou tempo demais, frustrando os planos de chegar ao pequeno vilarejo antes do erguer da lua cheia. A noite silenciosa e morna se mostrava calma, causando alivio. A brisa fresca soprava suavemente, agitando de leve as folhas das árvores e a grama. A escuridão era amenizada pela luz do luar e das estrelas que se revelavam em seu maior esplendor, mas as sombras entre as árvores podiam facilmente guardar possíveis perigos.

A fome começava a perturbar o jovem gangster, o estomago protestando alto pela falta de alimentos. O número de árvores dava alguma esperança de encontrar alguma fruta, além de alguma Berry com milagrosas propriedades curativas. Era necessário estar com itens bons para o futuro.

O Armagedon caminhava entre as sombras macabras das árvores, mais afastado da estrada e da iluminação suave. Observava ao seu redor constantemente, em busca de algo para comer. O som do mar ao longe revelando que estava na segunda rota.

O silencio continuava dominante e imponente, quando um ruído o desafiava. O som de algo correndo entre as folhas, se movendo com agilidade. Parecia seguir o rapaz pelas sombras.

Mesmo a ausência da brisa fresca, o barulho continuava. Algo se movendo e agitando as folhas, quebrando alguns galhos vez ou outra. O rapaz ruivo ficou inerte, no mais absoluto silencio, observando o caminho. Uma brisa mais gélida percorria seu corpo, causando arrepios desconfortáveis.

Buscava a origem do som, concluído ser apenas um monstrinho de hábitos noturnos. Nada com o que se preocupar. Infelizmente, era persistente e ia a sua direção, fazendo o gangster sobre isso, ter duvidas. Podia ser um cadete? A calma logo evaporava, dando espaço ao pânico. O silencio se tornou assustador, as árvores pareciam rir do rapaz, de seu medo.

Correr podia ser tanto uma boa ou uma má ideia. Se afastar mais rápido, mas fazendo mais barulho e atraindo o que fosse até ele. Optou por se esconder, escalando uma árvore, estando alerta e em silencio.

O som parou.

Isso seria um bom sinal? Em um galho acima da cabeça do jovem gangster, havia três frutos azulados, com propriedades curativas. Eram Oran Berrys, uma das frutas que o rapaz buscava!

 

A ausência do som podia dar alguma esperança. Seja lá o que fosse, podia ter se perdido e se afastado. O rapaz podia ter sorte naquela noite. Embora a esperança, o silencio se mostrava amedrontador, pois a coisa também podia estar camuflada, apenas aguardando a melhor oportunidade para um ataque fatal.

Encontrar as frutas animava, mas não afastavam o medo. Toda atenção era pouca naquele momento crucial. A escuridão dificultava a visualização de alguma coisa. Um ronco perigosamente alto era ouvido, sendo o estomago de Chris reclamando com a falta de alimentos.  A tentação foi maior e o jovem se esticou para pegar as frutas azuis, guardando-as e sua mochila.

A paz parecia reinar novamente, mas quando o Armagedon guardou a ultima Berry, o som das folhas se agitando foram ouvidas novamente. O pior de tudo, na árvore onde o rapaz se encontrava.

O coração falhou uma batida, enquanto o olho esverdeado se focava nas folhas e galhos que se agitavam. O que seria? O Pokémon de algum cadete? Aquilo se tornava cada vez mais arriscado. Eis que das sombras surgia um... Sentret.

O Pokémon escoteiro observava o ruivo, estando no galho onde outrora havia berrys. Ele carregava consigo uma grande maça, de tonalidade vermelha. Ele olhava o rapaz, esticando as patas com a fruta vermelha, oferecendo-a com um sorriso tímido.

As folhas malditas pareciam considerar atormentar o jovem gangster um hobby divertido. O pânico retornava, acompanhado de angustia. O barulho estava próximo demais, mas o coração aflito finalmente se acalmava, após ver o responsável por causar tanto pânico ao ruivo.

Um suspiro aliviado era emitido. A criaturinha simpática sorria gentilmente. Poderia ter sido ele desde o começo? Talvez, mas não tinha como saber com exatidão. Naquele local, eles eram comuns. Alguns traiçoeiros, roubando e enganando viajantes trouxas, outros mais gentis e amáveis. Davam vida a escuridão.

O selvagem entregava a fruta, sorrindo timidamente. Tudo parecia bem. Sem ameaças, sem perigo, parecia que havia apenas um ser simpático para ajudar.

Ou não...

Sentret levantou as orelhas, como se ouvisse algo, ficando erguido em sua cauda longa, se mantendo em alerta. Novamente o som de algo de movendo entre arbustos. Ele não era o único ser que rondava ali e, pela sua atenção, não era alguém que conhecia.

-Hora da história!

A voz feminina e delicada de alguém surgia junto com o vento, seguido de uma risada alegre. Ria feliz, como uma criança, embora acompanhada de um grito de um Pokémon em pânico. Quem estaria ali? A voz doce, mas os gritos de agonia e dor próximos, seria a dona da voz que causava sofrimento algum Pokémon inocente?

A tranquilidade na vida de um gangster era curta, isso quando ao menos existia. Cadetes e civis, além de outras entidades que podiam se voltar contra aqueles que não seguiam as “leis”, incluindo outros que não seguiam as regras impostas pelos cadetes.

A mudança de comportamento do pequeno Pokémon de hábitos noturnos deixava o ruivo sem entender muita coisa, quando o barulho de algo se movendo era presente. A voz e a gargalhada infantil faziam o jovem se lembrar das histórias de bruxas. Seja quem fosse, parecia querer brincar e contar histórias, uma proposta inocente, mas que podia parecer horripilante em determinados momentos. Momentos como aquele que o rapaz passava.

Sentret se encolhia com medo. Storm se viu sem saber o que fazer. Desejava chegar ao vilarejo, não havia motivo para se meter em alguma encrenca. Tentava não fazer som, desejando continuar seu caminho, mas o olhar assustado do Pokémon o impediu de avançar. Os gritos do ser desconhecido ecoando em seu ouvido. Parecia ter parado em um filme de terror.

Um calafrio percorria seu corpo, tendo que respirar fundo para manter a coragem. Mudava o rumo e seguia na direção dos gritos, desejando investigar. O Pokémon escoteiro, ao ver o rumo de Chris, passou a segui-lo apesar de estar trêmulo.

-Era uma vez...

A voz se pronunciava, parecendo começar uma história de ninar. A voz calma e serena, sendo boa de ouvir, apesar da história não ser muito agradável...

-Um menino chamado João e uma menina chamada Maria. Os dois passeavam pela floresta, mas dai veio à bruxa má e mato a Maria.

A história curta era estranha, mas no momento em que era pronunciada a palavra “Maria”, uma serpente arroxeada, de olhos amarelos e penetrantes, surgia do solo e atacando sentret. O corpo forte envolvendo o Pokémon que gritou agoniado. Chris sentiu o que parecia um pingo em sua nuca, passando os dedos sobre a região e analisando. O liquido era vermelho. Seu olho esverdeado passou a observar mais acima, vislumbrando em um galho acima de sua cabeça uma mulher de vestes rasgadas e cabelos avermelhados. Ela brincava com o cadáver ainda fresco do que parecia ser um zigzagoon. Ao seu lado, uma Kirlia observava.

-Oi João. Vamos brincar?

A pergunta vinha acompanhada de um sorriso inocente, embora mãos e face estivessem sujas de sangue. Mais uma gota do liquido vermelho escorria dos dedos da mulher, caindo na bochecha do gangster. Tudo aquilo parecia um estranho pesadelo.

O ritmo dos acontecimentos deixava o ruivo um pouco desnorteado. Não havia tempo para sequer reagir. A voz, o ataque ao Pokémon, a “história” e a “brincadeira”. O destino parecia selado para o pobre Sentret que gritava, implorando por misericórdia e ajuda. A aparição da estranha mulher também atormentava e o Pokémon desconhecido representando uma possível ameaça.

Assustado, o rapaz recuava um pouco. Os olhos da estranha mulher acompanhavam seus movimentos, parecia não piscar. Já a Pokémon parecia perfeitamente calma e relaxada, como se tudo aquilo fizesse parte de sua rotina diária. A possibilidade de a ruiva ser uma Apocalipse surgia na mente do Armagedon, mas não tinha como ter certeza no presente momento.

Para proteção, Chris mantinha sua mão próxima a esfera bicolor, onde seu Pokémon se encontrava em repouso. Se pronunciava, pedindo a liberdade do Pokémon do tipo normal, dando suas condições.

Sentia calafrios, podia fugir, mas os gritos do gentil Sentret o faziam ficar. A ruiva olhou para a serpente, quando o gangster apontou para a mesma, voltando a observar o ruivo.

-Pokémon? Ela não é Pokémon, é a Fofinha. Ela gosto dele e quis abraçar bem, bem forte. Abraço é bom...

A mulher dizia, abraçando fortemente o corpo do Pokémon morto, como se fosse um bicho de pelúcia macio, para logo depois soltar e deixar o cadáver sair no solo, balançando os pés como uma criança e com um sorriso doce.

-Mimosa brincou com Zig, Fofinha está brincando com marronzinho. Bailarina quer brincar de bruxa má com você. Vamos brincar João! Brincar, brincar, brincar, brincar!

A estranha se pronunciava. Parecia não ver as criaturas que a acompanhavam como Pokémon. Queria brincar, deixar a Bailarina se divertir, repetindo a palavra brincar enquanto agitava os braços e pernas. Parecia uma criança mimada e birrenta.

O som do corpo caindo no chão, sendo levemente amparado pela relva verde e macia, causava arrepios no rapaz. A forma como a mulher falava, poderia passar uma imagem de pessoas agradável se não fosse sua mentalidade e as circunstancias. O seu olhar e sua “inocência”, a forma como se referia ao combate. Ela queria brincar de matar, mas parecia não perceber isso. A morte, pelo seu ponto de vista distorcido, não era algo ruim.

O abraço mortal da serpente sufocava sentret, torturando a pobre criatura antes de finalizar sua vida, estraçalhando os ossos do pequeno Pokémon com lentidão. Era algo raro de se ver, alguém tão infantil comandando verdadeiros assassinos sádicos, ou talvez fossem os assassinos que a utilizavam como desculpa para poder matar.

O monstro pesado era liberado de sua pokébola, devorando a fruta que o regenerava um pouco. Aquele combate tinha uma aposta alta demais para arriscar. Ambos tinham um olhar sério, mantendo-se atentos e respondendo a proposta.

A estranha mulher observou primeiro surpresa, antes de abrir um grande e luminoso sorriso. Igual uma criança em uma manhã de natal.

-Sério? Não vai tentar fugir igual a ratinho? Ouviu Bailarina, eles vão brincar e não vão correr como todos os outros! Brincar de correr é chato... Gostei desse João!

Ela dizia animada, saltando do tronco e indo para o chão, começando a se alongar enquanto cantarolava. A Pokémon continuava sentada no tronco, olhando para o Pokémon rochoso com pouco interesse, aguardando alguma ordem, se é que a ruiva podia mesmo comandar a Pokémon de forma humanoide.

-Bailarina, pode começar!

Três palavras foram o necessário para a Pokémon sumir do galho com o teleport, surgindo próxima de seu adversário e tentando atingi-lo com o que parecia ser um soco de gelo, mas por sorte, o Pokémon desviou. O ataque não parecia ter sido pra valer, como se testasse seu oponente primeiro.

A “brincadeira” se dava inicio. Aquele jogo perigoso, entretanto, divertido pela visão da mulher ruiva estranha, infantil e perdida. Alguém alegre demais, mas confusa demais, estando totalmente envolvida em seu próprio mundo para ver o que realmente fazia. Não via o sofrimento que causava. Em sua mente, era apenas uma diversão inocente. Era difícil definir quem usava quem: ela usava os Pokémon para matar, ou seus Pokémon a usavam como desculpa para poder assassinar quem encontrassem.

O grito do gangster pareceu ajudar a manter o pesado Pokémon rochoso atento, dando tempo para ele evadir. A Bailarina ficava ereta, apenas observando, ambos os braços ao lado do corpo. Parecia perceber o desconforto de ambos com a fina camada de gelo. Ela sorriu, demonstrando finalmente alguma emoção, mas o pequeno sorriso sádico não era animador.

A mulher continuava feliz, sorridente, dando pequenos saltinhos, mas sem tirar de fato os pés do chão. Ela observou o rapaz, após este se pronunciar, inclinando a cabeça para o lado levemente.

-Mas é claro que é magrinha. Bailarina cuida demais do peso, só come salada. Ela é uma dançarina, dançarinas são sempre magrinhas, delicadas e elegantes...

A fala se perdia no ar, o olhar da estranha ficava perdido. Parecia focar em algo que estava além daquele local, passando a murmurar baixo, parecendo algo como “Eu gosto do café da forma que ela fazia”. Sua mente pareceu se perder em algum lugar do tempo, mas isso não impedia a Kirlia de lutar.

Rhyhorn conseguia baixar a defesa da oponente, aguardando em seguida. A Pokémon revirou os olhos, parecendo chamar seu adversário de fraco, usando Confusion e o jogando longe. O Pokémon rochoso a encarou irritado, tentando acertá-la da forma como foi instruído, Kirlia sumia com teleport. Acertá-la não seria muito fácil.

A estranha mulher de cabelos ruivos, no atual momento, parecia vulnerável e muito sozinha. Distante daquele local, revivendo alguma triste lembrança, sendo possível ver o pesar em sua face. A Pokémon ainda lutava sem problemas, escondendo-se atrás da mesma apenas quando precisava que ela levasse a culpa de algo.

Kirlia observou intrigada, tentando entender o que o jovem dizia para seu Pokémon. Não percebia a intenção do gangster, usando teleport para se aproximar e armar um ataque. Surgia na frente do oponente, mas Rhyhorn agia e jogava a areia nos olhos vermelhos. A Bailarina não conseguiu atacar, tentando livrar-se da sujeira. O chifre do Pokémon rochoso brilhou, assumindo uma tonalidade prata, acertando a Pokémon psíquica e lançando-a longe. O monstro de terra avançou, para esmagar sua adversária com Stomp, mas a oponente lançava luzes coloridas contra o mesmo, o rodeando e girando. Confuse Ray fazia efeito e o deixava confuso. Rhyhorn andava sem rumo pelo campo, perseguindo algo que apenas ele via.

Sim, a Pokémon era mais esperta do que parecia, mantendo os olhos fechados. Os chifres vermelhos brilhavam levemente, ajudando-a a localizar os sentimentos de seu alvo. Permanecia sentada, limpando a poeira, parecendo ter a certeza de que Rhyhorn não seria capaz de acertá-la por enquanto.

Sentret continuava gritando, sufocando, mas o grito se tornou mais fraco e mais baixo, até cessar por completo. Ao visualizar a serpente, Chris pode ver a mesma largando o pequeno corpo inerte, deslizando para perto de sua mestra e se enrolando na mesma com suavidade. O gesto pareceu, de alguma forma, “trazer de volta” a mulher para o local, pelo menos, parcialmente.

-Fofinha amorosa... Sempre adorou abraçar...

A ruiva dizia, embora seu olhar ainda estivesse distante e cabisbaixo.

A mudança de comportamento do Pokémon rochoso deixava o jovem gangster confuso. O que havia ocorrido com seu companheiro, que parecia considerar uma simples árvore uma inimiga mortífera? Rhyhorn começava a atacar a árvore com grande fúria, como se a presença da mesma fosse uma grande provocação.

O ruivo tentava dar comandos para seu Pokémon, alcançá-lo de alguma forma, enquanto aninhava o corpo inerte do pequeno e simpático Sentret. Ele não respirava mais, a vida já havia abandonado o seu corpo. O ser amável e simpático que havia encontrado não abriria mais seus olhos brilhantes e nem mais iria sorrir, enquanto oferecia alguma fruta para o rapaz.

O integrante da Armagedon dava as novas ordens para seu Pokémon, sua voz carregada de raiva. Infelizmente, o primeiro movimento era direcionado ainda a oponente mais mortífera, pela visão de Rhyhorn: A árvore.

Kirlia riu de seu oponente, seus olhos vermelhos assumindo uma coloração azulada brilhante, utilizando o ataque Confusion. O golpe era certeiro, causando danos em Rhyhorn. O Pokémon corria de forma aleatória, confuso e sem saber o que estava havendo. Bailarina ria da desgraça de seu oponente, distraindo-se do mesmo, sendo seu pior erro. O Pokémon rochoso conseguia se aproximar, pisoteando o chão às cegas, mas corre na direção certa e acerta sua oponente com Stomp.

Margareth reagiu aquilo. Um Pokémon maior tentando imobilizar sua “delicada amiga”, atraiu um olhar vago e distante. – Levanta... Você disse que dançaria comigo depois, quando tudo terminasse... Porque não se levantou? – A ruiva dizia, sua cabeça confusa, revivendo em sua mente os últimos momentos em que estava consciente de suas ações.

A Pokémon olhou com fúria para o Pokémon terrestre, seu punho brilhando e movendo-se, acertando um Ice Punch numa das patas traseiras de seu adversário. A camada de gelo crescendo, prendendo Rhyhorn ao chão. Ela saltou, afastando-se e erguendo, enquanto o Pokémon desorientado tentava correr, mas sem conseguir se livrar do gelo. Ver a dançarina em pé não pareceu deixar a mulher aliviada, continuava olhando o mesmo ponto por alguns segundos, antes de uma lágrima solitária escorrer por sua face.

- Não vou mais dançar com ela... Merecem sofrer... Ninguém é inocente...

As palavras eram dirigidas para o nada. A serpente novamente deslizava, voltando para o chão. Um sorriso bobo surgindo na face da mulher, quando fitavam com mais atenção a Kirlia.

-Bailarina, faz ele dançar! Quero festa, festa, festa!

A estranha voltava ao “normal”, aparentemente. Deixando as lembranças para trás, para evitar mais sofrimento. Pulava alegre, pedindo diversão, algo que não a fizesse pensar em seu passado.

Caro Chris Storm,

Sua rota está sendo bloqueada, pois os narradores serão dedicados ao evento de 50 anos da Grande Guerra. O objetivo dessa medida é que todas as batalhas deste evento se encerrem até o dia 10 de janeiro, data limite para a reabertura da rota. Nossas ADMs irão estudar o ritmo do evento para tentar liberar sua rota o mais cedo possível. Esperamos que este pequeno intervalo não o desmotive.

A staff agradece a compreensão.

Sentret se fora. A pequena criaturinha que, mesmo sem receber motivos para confiar no ruivo, havia se aproximado dele. Seres como aquele pequeno Sentret, amigáveis e que eram capazes de confiar em completos estranhos, eram como joias raras em Shinki. Joias raras e preciosas, mas incrivelmente frágeis, que se quebravam com grande facilidade, se partindo em tantos pedaços que jamais voltaria a ser o que era.

Chris ficava mais determinado em derrotar a mulher. A situação era complicada, a morte parecia sorrir ao seu lado, mas o Armagedon logo bolava uma forma de livrar seu parceiro da camada de gelo que o prendia.

Rhyhorn utilizava Stomp no solo, causando um tremor e quebrando o gelo que antes o prendia. O Pokémon rochoso estava livre, mas Kirlia não ficaria parada. A Pokémon emoção logo usava Teleport, ficando acima de seu oponente e o atingindo com Ice Punch nas costas, causando danos e caindo suavemente ao lado do monstro de rocha. O golpe, apesar de ter ferido Rhyhorn, parecia ter o trazido de volta ao normal. A confusão se fora, Horn Attack era certeiro, causando um bom dano na oponente.

O jovem lançava a fruta azulada, sendo devorada em uma única mordida pelo seu companheiro de viagem. Aquilo fazia as coisas ficarem mais equilibradas.

-Fofinha quer abraçar Joãozinho!

A mulher dizia, pulando alegremente e batendo palmas. Storm estranhou aquilo, mas não teve muito tempo para pensar. O chocalho que havia ouvido outrora era de Ekans, que saltava sobre ele e enrolava seu corpo ao redor de um dos braços do ruivo. A força da Pokémon serpente fazia pressão sob os ossos do membro do Armagedon. Parecia querer fazer o mesmo que havia feito com Sentret.

O gangster se desesperava com a possibilidade de, além de estar sem um dos olhos, ficar também sem um dos braços. O desespero o fazia balançar o braço de forma agitada, tentando se livrar da serpente, sem sucesso.

-Dançar, dançar, dançar!

A ruiva dizia alegremente, pulando e batendo palmas, parecendo uma criança. Ekans parecia gostar muito de “abraçar”, apertando seu corpo com cada vez mais força e esmagando o braço do rapaz. A situação se tornava ainda mais delicada para ambos. Rhyhorn não sabia se auxiliava seu mestre ou se mantinha sua atenção em Bailarina.

O monstro de rocha tentava correr, mas todo aquele peso se mostrava um problema naquele momento. O Pokémon era lento, o que complicava a estratégia do ruivo, que devido a dor, não conseguia pensar muito bem. Seu parceiro tentou morder a Kirlia, que ficou surpresa e estranhou a ação, mas se teleportava para trás de Rhyhorn e, novamente, seu punho se cobria com um brilho azulado, utilizando Ice Punch.

O golpe certeiro causava danos e complicava a situação do gangster. Felizmente, a reação de Rhyhorn o auxiliava, já que o mesmo atingia um coice em sua oponente, desequilibrando-a. Aquilo permitiu que os dois golpes atingissem sua oponente, ferindo-a bastante e equilibrando a batalha. Infelizmente, a oponente ainda era mais rápida e era preciso pouco para qualquer um dos dois ficar nocauteado.

O ruivo tentou utilizar sua mão livre para afastar a serpente, mas a mesma a mordeu quando notou a aproximação. O Bite era forte e feria o jovem. A serpente parecia se recusar a soltar o braço e a mão de Storm, fazendo cada vez mais pressão em ambos.

Chris tentou bater seu braço envolto pelo corpo de Ekans na árvore, mas a cada golpe, ela parecia apertar mais ainda seu abraço.

-Joãozinho malvado! Fofinha só quer abraçar e você ta machucando ela! Se não brincar direito, Mimosa vai te colocar de castigo, da mesma forma que ela coloco o Peludo de castigo!

A mulher repreendia o ruivo, apontando para o corpo do Zigzagoon morto e parcialmente desfigurado. Seja lá quem fosse Mimosa, não parecia ser mais agradável que Fofinha e Bailarina...