Jasmine e Geodude, saindo da cidade das luzes.

A resposta do rapaz de óculos incomodava um pouco a gangster. Não sabia se ele havia notado, concluído de alguma forma a origem de sua Pokémon, mas por sorte, Lucy o distraía. Agora a loira se focava novamente na batalha, que rapidamente se tornava menos caótica com a redução de participantes. Infelizmente, Zorua parecia ser capaz de tornar aquela situação caótica.

A loira soltava um comentário, sobre o rapaz de óculos carregar a Pokémon rochosa. O jovem praguejou, enquanto a ruiva se limitou a sorrir, achando graça do olhar furioso do rapaz de cabelo azulado.

A sorte parecia presente e ausente ao mesmo tempo. Como se alguém muito sortudo tivesse encontrado alguém muito azarado. O cadete era persistente, para azar do grupo. Lucy tinha sua visão bloqueada e, sem querer, derrubava o cadete que desmaiava, para sorte do grupo. A morena desmaiava e nocauteava o Pokémon filhote, para azar dela e do jovem de óculos. Pelo menos, a garota estava bem, ficando apenas com o centro do rosto marcado e muito provavelmente dolorido. A roedora olhou sua mestra, sem saber se lutava ou se tentava acordar a garota azarada.

(NPC) – Vai mesmo me provocar? Simples amadores são facilmente surpreendidos. – Ele respondia com raiva, se levantando e encarando a loira. Parecia fazer alguma jura de revanche. Olhou para o Zorua que ainda ria, a pequena raposa percebendo o olhar correu. Saltou em cima da barriga de Lucy, que fez um som de falta de ar, antes de voltar a ficar inconsciente. O Pokémon saltou, se escondendo dentro da mochila da ruiva que gargalhava até pouco tempo.
(NPC¹) – Hãn? – Ela encarou confusa, olhando o interior, fazendo um olhar choroso. – Meus muffins...

Ela murmurava, a cabeça do Pokémon saindo pra fora, tendo um dos bolinhos na boca. Descaradamente roubava o lanche alheio da garota, que agora choramingava, dizendo que havia sido trabalhoso fazer os muffins para Muffin.

(NPC) – Não acredito nisso, que armadilha mais amadora, atrair um Poké...
(Jonathan) – Daqui a pouco eu vou enfiar um sapato nessa sua (censurado), pra ver se você fica quieto! – O ruivo desbocado interrompia o outro. – Charlie, agora a coisa vai complicar... Vamos tentar desviar dos ataques da geodude e manter distancia. Ataque com Magical Leaf a geodude e tente acertar Leech Seed na Emolga, para garantir mais vantagens!

Jasmine auxiliava a pequena roedora elétrica, que logo voou e voltava para o combate. Sendo a mais rápida, agiu primeiro. Parecia interpretar “mostre seu Poder Feminino” como Attract, deixando o Pokémon tipo planta apaixonado por ela. Geodude aproveitava a distração temporária e atingia seu oponente com rock tom. O Pokémon grama lançou suas folhas contra a geodude, mas por sorte, Emolga intervia com Air Slash, surpreendendo o ruivo. Bulbasaur também ficava surpreso, e apesar de seu amor e a paralisia, atingia o Leech Seed na oponente.

Geodude caia no sono e as sementes restauravam alguma vida do Pokémon grama. A roedora observava a loira, esperando que a mesma lhe desse alguma dica do que fazer em seguida. Aparentemente, nunca teve que lutar sem alguém a comandando antes.

(Jonathan) – Charlie, por favor, esquece esse amor por Emolga e tente atingi-la com Toxic! Use suas vinhas para se impulsionar e ficar desviando, acertando Geodude com Magical Leaf quando tiver oportunidade!

O ruivo comandava seu Bulbasaur, mas parecia saber que sua situação não era fácil. A ruiva continuava tentando afastar Zorua dos poucos bolinhos que tinham restado, enquanto o rapaz de óculos mantinha seu olhar atento aos movimentos da raposa. Um vislumbre rápido de uma pokébola nos dedos do jovem arrogante, como se aguardasse o Pokémon se afastar o suficiente para agir. Lucy murmurava alguma coisa sobre “Poder da lua e da amizade”, mas não dava sinais de que despertaria por enquanto.

A loira ficava em duvida sobre qual das situações era a mais cômica. Era de fato uma grande duvida, onde tudo o que aconteceu até aquele momento podia ser descrito como um filme de comédia. E tudo isso apenas por um pequeno brinco e um travesso Zorua. Apesar de ter várias razões para rir, os dois combatentes continuavam atentos.

A batalha se desenrolava, agora a Geodude em sérias desvantagens, mas Bulbasaur se encontrava paralisado e, agora, apaixonado. A jovem soltava um comentário, deixando o Pokémon grama envergonhado e arrependido de suas ações. Ele abaixa a cabeça, sentindo a culpa pesando em seus ombros.

(Jonathan) – Charlie, mulheres preferem homens fortes! Mostre quem é que manda na relação! Ataque com Tackle, seguido por Toxic!

O Pokémon bulbo continuou cabisbaixo. Não queria ferir sua amada de forma alguma, sendo atingido por outro Air Slash. Jasmine, com grande dificuldade, arrastava sua Pokémon para longe, ficando ao lado da morena nocauteada, que cantarolava “estrelinha a dançar, a dançar”, ainda com os olhos em forma de redemoinhos.

Emolga sorria confiante, se preparando para atacar. Vencendo seu amor e a paralisia, Bulbasaur atingia a mesma com toxic, o que atrapalhou seu voou. Lizzy caia no chão, envenenada. O adversário correu até ela, preocupado e arrependido, mas a roedora pareceu guardar rancor, o atingindo com outro Air Slash.

O ruivo desbocado bagunçava os cabelos, amaldiçoando a pequena ratinha voadora. O Pokémon grama se regenerava, devido às sementes presentes nas duas oponentes, mas agora Emolga sofria com o veneno. As sementes pareciam estar mais apaixonadas do que Bulbasaur, o trabalho de tirá-las estava se mostrando mais árduo do que a garota podia imaginar.

Todos que estavam despertos voltaram seu olhar para o jovem de óculos, ao ouvir o alerta da gangster. O jovem sorriu debochado.

(NPC) – O que eu realmente perdi, amadora? Uma simples batalha, utilizando minha Pokémon mais inexperiente, em uma situação totalmente nova e que não estava acostumado? A “disputa” não é nem pelo Zorua, mas sim pelo brinco que ele carrega.

O rapaz dizia, voltando a sua pose arrogante de sempre. Ajeitava os óculos e dava um meio sorriso capaz de irritar qualquer um. Zorua saltava para fora da bolsa da ruiva, assumindo a aparência da mesma e exibindo a pequena joia, enquanto mostrava a língua e esticava a pele abaixo do olho, formando uma careta infantil. O jovem fechou a cara.

(NPC¹) – Eu tinha esquecido o brinco... – A ruiva comentou, coçando a cabeça, parecendo notar o quão perto esteve e a oportunidade que teve sendo jogada fora.

A Pokémon rochosa demonstrava, ironicamente, ter um sono pesado. As tentativas de Jasmine de acordar a Geodude eram em vão, que dormia feito uma pedra, quase que literalmente. A semente já amaldiçoada não saia, o que dificultava as coisas.

Após as tentativas frustradas de ajudar a pesada guerreira, a gangster voltou a se focar na luta, se assustando ao ver a roedora ser atingida por um ataque verdadeiramente perigoso. Apenas um brinco custando a vida de um Pokémon deixou a jovem furiosa, alertando dos perigos que aquele ataque trazia. O ruivo pareceu se irritar com o comentário.

(Jonathan) – Você acha o que? Que tenho (censurado) na cabeça?! Que sou um (censurado) irresponsável?! Conheço bem o ataque e, não é a primeira vez que o uso, mas nenhum de meus oponentes morreu, sempre carrego uma Berry pra curar o veneno ou o uso próximo de locais onde o Pokémon pode ser atendido! Não pense que sou um (censurado) assassino!

Ele dizia com bastante irritação, pegando da mochila um fruto de coloração rosada. Uma Pecha Berry. Lizzy poderia ser nocauteada, mas pelo menos, o veneno poderia ser curado. Agora o problema era o rapaz de óculos, que parecia não aceitar sua derrota. Jasmine transformava a irritação do jovem em sua nova diversão.

(NPC) – Tem certeza do que está dizendo? Se olhar bem, a batalha era uma distração, enquanto meu outro Pokémon pegava o brinco. Só lamento ter escolhido tão mal, pensei que Growlithe daria conta deste Zorua... Mas não pretendo cometer o mesmo erro.

O tom era de ameaça e a raposa negra recuou, voltando ao normal e escondendo-se entre a jovem inconsciente e Jasmine. Parecia ter notado que o rapaz não estava mais querendo brincar. Fazia um olhar choroso, como uma criança que levava bronca.

(Jonathan) – Charlie, use suas vinhas para tentar desviar e ataque com Tackle! Vamos lá rapaz, não desista sem lutar!

Os comandos eram dados. Emolga avançava contra o oponente, que usava suas vinhas para saltar mais alto e tentava desviar. Entretanto, Emolga aproveitava enquanto seu oponente estava no ar, usando o segundo Air Slash, nocauteando Bulbasaur.

A roedora se permitia voltar ao chão. Sentia dor devido ao veneno, mas suspirava aliviada com o término do combate, esquecendo-se totalmente que não havia equipes permanentes ali. O ruivo se aproximava do Pokémon nocauteado, afagando a cabeça do mesmo, antes de retorná-lo para a esfera bicolor. A ruiva e Jonathan entregavam para a loira algumas notas de dinheiro, por terem sido derrotados. Antes que qualquer um dissesse qualquer coisa, a ruiva se pronunciava.

(NPC¹) – Acho melhor corrermos. Agora.

Ela dizia, indicando os reflexos dos espelhos. Mais cadetes se aproximavam. Zorua se transformava em Jasmine e corria, acenando para eles de forma inocente. Parecia chamar mais pessoas para brincar de perseguição. A loira só pode ouvir a voz de um dos cadetes chamando por seu nome, o tom incrédulo, antes de retornar sua Pokémon e todos se moverem rapidamente, voltando a correr.

Jonathan se apressou em pegar Lucy, Zorua se aproveitava e voltava ao normal, pulando no ombro do rapaz, antes que esse começasse a corrida. Aproveitava o “passeio gratuito”. O grupo saia da casa de espelhos, aproveitando que os reflexos haviam confundido os cadetes, mas não por muito tempo. Se dirigiam para a saída do parque, quando uma limusine estacionava em frente a eles. Um homem de terno saia, observando-os. Se apresentava como mensageiro de Zuzu, avisando que o evento em breve começaria. Jasmine se apresentava e era a primeira a entrar no veiculo de luxo, sendo seguida pelos outros. O rapaz de óculos sendo o ultimo a entrar, batendo a porta do carro. Finalmente respiravam aliviados, quando o motorista os levava para longe, deixando os cadetes para trás.

Jasmine mal havia terminado uma batalha, e agora iria para outra.

Rota trancada para o evento dos 50 anos de Shinki.
Até o dia 10 ela será destrancada.
A staff agradece a compreensão.

Após as emocionantes batalhas, Jasmine saia do hotel onde ficou hospedada durante o evento. A jovem gangster se espreguiçava satisfeita com a última noite de sono. Ao seu lado, o quarteto que estranhamente estava lhe acompanhando e o Zorua (ainda com o brinco fatídico). Enquanto Lucy lhe elogiava, o arrogante de óculos dizia que se fosse ele, teria vencido, sendo rapidamente repreendido pela delicadeza de Jonathan. Tudo voltava ao normal.

Rota reaberta.
Parabéns pelas batalhas no evento.
A staff agradece a compreensão.
Próximo a postar: Player

A noite havia sido agradável. A loira conseguiu descansar completamente, sua Pokémon estava com a saúde renovada, um ovo em sua posse (e sua Pokémon agindo como se fosse a mãe do mesmo), e o grupo ainda a acompanhando, apesar de ninguém saber bem a razão de ainda andarem juntos.

Lucy parecia nem se recordar do terremoto que havia ocorrido a pouco tempo. Elogiava a gangster e parecia estar empolgada com o ovo, comentando sobre quando havia recebido um de presente. Emolga ficava com olhar acuado quando a morena comentava sobre seu ovo, como se alguma experiência traumática tivesse lhe ocorrido. Jonathan e o jovem de óculos, de nome ainda desconhecido, trocavam “gentilezas”, o ruivo proferia algumas ofensas criativas, mas que eram bem efetivas. O outro o criticava, falando que apenas amadores utilizavam termos tão baixos para vencer uma discussão. A jovem de olhar sonolento apenas bocejava, lamentando não poder levar a cama do hotel consigo, sendo apoiada por Muffin.

Jasmine parecia a única a se lembrar do terremoto daquele estranho grupo. Optou por não comentar e tentou se jogar em cima de Zorua. O Pokémon dark foi rápido, saltando para o lado e voltando a sua aparência normal, pulando sobre a cabeça da loira, sendo claramente uma provocação. A provocação ficava mais clara, quando ele assumia a aparência da Apocalipse, agitando o brinco para que todos pudessem ver. Todos os outros integrantes do grupo se lembraram do brinco. Lucy e Jonathan gritando enquanto apontavam, os dois de nomes ainda ocultos, junto de Jasmine, sendo os primeiros a perseguir a travessa criatura. A dupla que havia gritado logo se recuperava, perseguindo também. A Geodude rolando, tentando chegar perto de Zorua, mas o Pokémon era rápido e corria, se divertindo com a brincadeira.

Enquanto isso, Kyochi admirava a cidade. Lembrava-se do desastre que havia sido seu primeiro combate, mas mesmo assim, havia lucrado alguma coisa. Havia furtado de alguém algum dinheiro, não sendo muito, mas era melhor do que nada...

Com o objetivo de treinar seus companheiros e obter dinheiro, o moreno logo optava por ir até o hotel e pegar uma missão. Aquilo ajudaria em seus objetivos. No entanto, sua atenção era desviada quando via uma jovem loira correndo. Mais especificamente a segunda colocada no evento de comemoração dos 50 anos Pós Grande Guerra. A jovem, praticamente, o atropelava. O gangster caia no chão, mas antes que pudesse se erguer, via um grupo correndo e avançando em sua direção.

Jasmine perseguia o Zorua, vendo-o sem querer colidir com alguém. Parava de correr, para não acabar tropeçando no rapaz, mas a parada repentina fez todos os outros colidirem com ela. O resultado? Jasmine, o jovem de óculos, a ruiva, Jonathan e Lucy, todos caídos em cima de Kyochi, formando um “montinho”. Geodude olhava sem saber o que fazer, enquanto Zorua desfazia sua transformação, rolando no chão e chorando de tanto rir.

O rapaz soterrado pelo estranho grupo quase não respirava. A situação cômica chamava a atenção. Emolga tentava libertar Lucy, puxando o cabelo da mesma, mas a morena tinha dificuldades de se levantar com Jonathan em cima de si. O ruivo não conseguia se fixar com a morena se agitando, descrevendo Zorua com palavras pouco apropriadas. O rapaz de óculos, em cima de Jasmine e abaixo da ruiva, que estava abaixo de Lucy, reclamava e também tentava se livrar do peso, mas estava preso. Jasmine também tinha dificuldades de respirar. A ruiva era a única quieta, apoiando o rosto numa das mãos. Sabia que tentar lutar com os de cima a soterrando e os de baixo se agitando, era perda de energia.

(Lucy) – Não quero descobrir como o recheio de sanduiche se sente! – ela choramingava.
(Jonathan) –Para de rir seu Zorua (censurado)! Isso não tem graça! E vocês seu bando de (censurado), vão ficar olhando ou vão ajudar?!
(ruiva) – Nunca imaginei que entraria em tantas situações tão potencialmente problemáticas, por causa de um brinco...

Geodude achava uma carteira perdida no chão, colocando-a no sapato de Jasmine. Único ponto realmente acessível de sua mestra no atual momento.

Kyochi e Jasmine trocavam algumas poucas “gentilezas”. Ambos com dificuldade de respirar, devido ao pequeno montinho que estava acima deles. Tochi parecia morder alguém, esperando que a vitima não tivesse se ferido, mas o grito era claro.

(Lucy)- Alguma coisa me mordeu!

A morena começava a chorar e a espernear, tentando livrar seu tornozelo do Pokémon. A ruiva revirou os olhos. O rapaz de quatro olhos a chamou de amadora chorona, o que desencadeou em mais choro. Jonathan tentava consolá-la, mas palavras gentis não eram seu forte e ele logo começou a descrever com palavras inapropriadas o Pokémon que a mordia.

(Jonathan) – To tentando, mas é difícil me equilibrar com todo mundo se mexendo!
(ruiva) – Que tal simplesmente rolar para o lado?

Por alguns instantes, houve silencio, perante a solução tão simples e lógica, que ninguém havia pensado antes. Jonathan rolou, saindo de cima de Lucy. A morena respirou fundo e, ajudada pelo outro ruivo, conseguia sair de cima de todos. O Pokémon do Armagedon ainda grudado em sua meia e, ao lembrar-se dele, Lucy voltou a chorar.

A ruiva saia de cima, seguida pelo rapaz de óculos. Todos respirando com dificuldade e se colocando de pé, recuperando o fôlego.

(Jonathan) – Mas que (censurado)! Ô ruiva, porque não tinha dito nada?!
(Nancy) – Nancy... E pensei que qualquer um poderia pensar nisso...

Outro silencio, Jonathan claramente querendo avançar em Nancy. Lucy ainda chorando, embora Turtwig já tivesse a soltado e estivesse perto de seu mestre, que via a mensagem em seu celular, vendo que havia sido sorteado para ir para a ilha. Infelizmente, o grito de “Parados!” chamou a atenção de todo o grupo.

Cadetes fitavam a todos, parecendo reconhecer o fugitivo, os dois arruaceiros e Jasmine. O grupo novamente correu e acabou se separando. Nancy e Kyochi foram para a estação, enquanto o grupo maior se escondia em um dos becos.

A dupla recém-formada entrava no trem, que ia para a cidade de Mengun, embora só depois de recuperar o fôlego, a ruiva perguntava para o rapaz para onde estavam indo.

Jasmine, Lucy, Jonathan, e quatro-olhos observavam atrás de algumas latas de lixo, encarando os cadetes do outro lado da rua que procuravam por seu rastro. Zorua agora na cabeça de Jonathan, também encarava, o maldito brinco ainda em seu pelo.

A loira ficava aliviada por sair do pequeno monte de pessoas. Finalmente conseguia respirar direito e não havia mais todo aquele peso em suas costas a sufocando. Seus braços e pernas estavam doloridos, mas tiveram que se recuperar rápido. Era hora de fugir novamente.

O pequeno grupo que parecia ter ganhado um novo integrante, se separava e encolhia um pouco. A dupla que havia se separado parecia ter levado a melhor, já que o grupo maior foi escolhido para ser perseguido. Novamente Jasmine era perseguida e agora teria que achar uma forma de escapar dos cadetes.

A gangster, a morena, o ruivo e o rapaz de óculos se encolhiam, sem saber para onde ir. A loira logo tinha uma ideia e se pronunciava, recebendo uma resposta afirmativa de Lucy e Jonathan, e uma reclamação do rapaz ainda de nome desconhecido. Ele começava a discursar de como aquela ideia era péssima e apenas uma amadora poderia se arriscar tanto, mas ignorando totalmente o jovem, a Geodude usou seu novo ataque.

A tempestade de areia repentina surpreendeu a todos, cadetes e civis cobriam os olhos para evitar a areia. A chance foi aproveitada pelo pequeno grupo, que agora se afastava as pressas. Corriam como se suas vidas dependessem daquilo, apesar de muito provavelmente realmente dependerem.

(Lucy) – Por aqui!

A morena dizia, mudando repentinamente de curso e entrando em outra rua, sendo seguida pelo pequeno grupo. A rua era menos movimentada e a garota os guiou até um estacionamento com alguns veículos. Todos pararam e observaram, os cadetes pareciam ter ficado para trás e os carros serviriam como esconderijo por um tempo.

Zorua descia da cabeça de Jonathan, se alongando um pouco. Parecia estar um pouco dolorido depois da corrida e de ser balançado de um lado para o outro, além de cansado após tanta correria. As baterias dele estariam finalmente acabando?

(NPC) – Argh, nenhum prêmio vale tudo isso! Ficar tanto tempo rodeado de amadores vai fazer mal a minha sanidade!
(Jonathan) – O que você disse seu (censurado)?! Amador é o (censurado)! Vai (censurado), seu (censurado)! Vai resmungar na (censurado)!

Lucy observou a dupla começar a discutir, o tom de voz de ambos se erguendo, mas logo começou a observar brevemente os veículos, perambulando entre eles. O Pokémon dark pareceu ficar curioso com o que ela pretendia, mas logo perdeu o interesse e começou a pular novamente, tentando chamar a atenção de alguém para iniciar outra perseguição, mostrando que ainda possuía muita energia para aprontar. A morena choramingou, estando exausta e murmurando sobre não saber se conseguiria acompanhar outra perseguição, o ruivo e o quatro-olhos o ignorando, ocupados demais brigando.

A fuga era bem sucedida e não haviam cadetes à vista. O grupo pode descansar tranquilamente, por mais que dois integrantes preferissem discutir. As duas jovens decidiam ignorar a mais nova briga, a loira resolvendo atacar o Pokémon negro.

A pequena raposa travessa tinha vontade de continuar sua brincadeira, mas a gangster não tinha essa mesma vontade. Geodude estava na frente dele, bloqueando uma possível rota de fuga. Várias rochas iam em direção ao Pokémon Dark, que saltava entre elas e se escondia entre os carros. Alguns veículos ficavam com o teto ou o capô amassados, disparando o alarme e chamando a atenção do trio.

Zorua saia de baixo do carro que lhe serviu de abrigo, sendo atingido pelo segundo golpe da Geodude. A diferença de níveis e a efetividade do tipo nocauteava rapidamente a raposa brincalhona e hiperativa. O brinco ainda preso no pelo de seu pescoço.

O alarme dos carros amassados pelo ataque da Geodude chamava a atenção de quem estava por perto e o grupo, novamente, teria que escapar rapidamente.

(NPC) – Não acredito que em situação de fuga, você faz isso! Típico de uma amadora!

O rapaz começava a criticar o ato da loira, Jonathan resmungava, murmurando quem em sã consciência colocaria uma música natalina como alarme de um carro. Lucy conseguia abrir a porta de um carro ainda intacto, colocando no poste em frente a ele um bilhete com um pedido de desculpas e seu telefone para contato.

(Lucy) – Vão querer carona?
(Jonathan) – Você tem carteira de motorista?
(Lucy) – Não... Mas não se preocupa, sou cuidadosa!
(NPC) – Você não ia ser presa por roubo de uma viatura que caiu no mar, além de roubo de outro carro que acabou atingido um poste de luz?
(Lucy) – Foi um acidente...

A morena começava a choramingar, mas as sirenes de viaturas silenciou o rapaz de óculos e Jonathan, que pularam para dentro do carro. Aparentemente, aceitar a carona era a melhor opção no momento, sendo melhor do que ter que pagar uma multa e ainda se explicar para os cadetes, sem falar que provavelmente teriam que pagar pelo concerto dos veículos amassados. A morena chamou por Jasmine, esperando que a mesma entrasse antes de realizar uma nova fuga. Se a gangster pretendia capturar Zorua, o momento era aquele.

Era difícil ouvir qualquer coisa devido a “orquestra” dos alarmes. O barulho espalhafatoso chamava a atenção e algumas pessoas já se aproximavam. O tempo se esgotava e o grupo devia fugir o mais rápido que fosse possível.

Por sorte, a luta acabava com um único ataque e Zorua era envolto pela esfera vermelha de Jasmine. A loira também entrava no carro, sem prestar muita atenção no resultado da captura. As “habilidades” da morena no volante deixavam todos preocupados, mas não possuíam muitas opções.

(Lucy) – Kazumi Hotel, ai vamos nós!

A garota dizia alegremente, pisando fundo no acelerador e disparando. O movimento brusco jogou todos com força contra o banco de trás. Cada curva parecia que o veiculo iria capotar, jogando todos uns contra os outros. Varias vezes, Jasmine viu sua vida passar diante de seus olhos. Jonathan gritava algumas vezes e resmungava baixo depois, murmurando por ter mordido sem querer a língua. Em uma curva, o rapaz de óculos era jogado contra a porta, que não estava bem fechada, abrindo-se repentinamente e jogando o rapaz para fora.

(Lucy) – Hey, fechem as portas direito!

A morena reclamou, dando outra curva que quase virou o carro, fechando novamente a porta. Jasmine e Jonathan só puderam ver o jovem de cabelo azul sendo ajudado por alguns civis, estando vivo, embora esfolado e enjoado. Quando a loira voltou a olhar para Lucy, a viu olhando para o relógio invés da estrada.

(Lucy) – Bati meu recorde! Perdi um em 3 minutos!
(Jonathan) – CUIDADO!

A morena parecia feliz por ter quebrado o recorde de perda. Talvez por ter demorado menos, ou mais em perder alguém, a gangster não sabia. O grito de Jonathan auxiliava para que a garota voltasse a prestar atenção por onde passava, mas era tarde demais e ela atropelou algumas latas de lixo. Cascas de bananas e papeis se uniam no vidro do carro, Lucy ligava os para-brisa, no entanto, a areia junto com água suja criava uma camada de sujeira, impedindo uma boa visualização.

(Lucy) – De novo?! Odeio quando isso acontece!

A garota resmungou, freiando bruscamente, ato que quase arremessou Jasmine e Jonathan pra frente, dando uma curva fechada, agora jogando os dois contra a porta. A morena agora estava em uma rua mais movimentada, dirigindo entre os veículos com velocidade e passando por eles. Alguns buzinavam e a chamavam de barbeira. Lucy pareceu ignorar. A cor do rosto de Jasmine parecia ter sumido, Jonathan já atingia um tom esverdeado. Ambos com os olhos arregalados e segurando-se com muita força nos bancos.

Lucy deu outra curva repentina e acelerou. O rapaz de óculos parecia agora o mais sortudo, por ter “conseguido” sair do carro. A morena novamente pisou no freio bruscamente, o que fez Jasmine e Jonathan darem de testa nos bancos da frente. A garota havia “estacionado” quase perfeitamente em frente ao hotel, se não tivesse amassado o para-choque de uma viatura que estava em frente.

(Lucy) – Chegamos! Os que sobraram estão bem?

A jovem perguntava alegremente. Jonathan, como resposta, abriu às pressas a porta do carro e correu até a lata de lixo mais próxima. Jasmine ainda tinha os olhos arregalados, apertando com tanta força a esfera de Zorua, que era um milagre não a ter quebrado. Lucy dizia feliz, que seu próximo recorde agora era chegar ao destino sem perder nenhum passageiro.

Jasmine e Jonathan não eram muito positivos tendo Lucy como motorista. Pensamentos sobre suas mortes invadiam suas mentes. Por sorte, conseguiram sobreviver à experiência, embora a loira estivesse branca feito um cadáver e o ruivo verde. Ambos com um pequeno “galo” em suas testas.

A gangster abraçava o chão firme e seguro. Jonathan revia tudo o que havia comido no café da manhã. Lucy colocava um bilhete na viatura, um pedido de desculpas com seu nome assinado. No entanto, permanecer na rua era arriscado e muitas pessoas olhavam desconfiadas. A morena era claramente jovem demais para estar dirigindo. Com um gesto, Jasmine pediu para a dupla segui-la. Lucy foi caminhando alegremente, enquanto Jonathan andava parecendo um bêbado, ainda se recuperando, parando apenas para pegar o bilhete que Lucy havia colocado na viatura e o amassando.

Não havia como o grupo ser discreto. A loira pálida feito um fantasma, um rapaz de cabelo laranja e face esverdeada andando com as pernas bambas, e uma adolescente saltitando feliz, encantada com o hotel, os três andando em fila. Algumas pessoas se afastavam do trio.

O homem de cabelos pálidos pareceu também estranhar o trio, mas sorriu. Pareceu reconhecer a nova integrante dos Apocalipse.

-Com prazer! Irei providenciar dois quartos. Sigam-me.

Ele dizia sorrindo, guiando o trio até uma porta, a placa dizendo “Acesso Restrito”. O pequeno grupo adentrava. Lucy observava tudo com curiosidade, Jonathan já estranhava aquilo tudo. Jasmine prestava atenção para onde ir, sendo a primeira vez que visitava o local. Foram guiador por um corredor, tendo várias camareiras andando por ali, mas não pareciam se importar com os recém-chegados. No final do corredor, uma porta oculta se abria com um simples toque do homem, que entregava duas chaves para a gangster.

-Aqui está. Fiquem o tempo que precisarem.

Edmundo dizia, voltando para a entrada do Hotel, enquanto o trio descia a escada circular. A escada terminava em mais um saguão, este repleto de criminosos. Vários ali tinham cartazes milionários a sua procura. Em um dos cantos, Jack ria com alguns gangsteres, enquanto em outro grupo, Bárbara White tinha um olhar perigoso para alguns jovens, brincando com uma adaga e murmurando “Bando de inúteis...”, claramente aguardando que algum deles saísse do hotel, antes de eliminá-lo.

(Lucy) – Parece uma base secreta! Que legal!

A morena comentava alegremente, parecendo não notar que muitos ali eram procurados pelos cadetes. Jonathan ficava alerta, olhando ao redor com atenção. O trio caminhou mais um pouco, encontrando as portas dos quartos. O primeiro tendo apenas uma única cama, enquanto o segundo tinha duas camas. Jasmine estaria segura ali por um tempo, ao olhar para o lado, notou o sumiço da morena, começando a ficar preocupada, mas logo a encontrou jogando 21 com Loki.

(Lucy) – Carta... Carta... Carta...
(Loki) – Você já fez 23 pontos, já perdeu, não pode mais pedir carta!
(Lucy) – Mas eu quero carta!

A morena choramingava, enquanto o procurado a encarava, tentando explicar novamente as regras do jogo.

(Jonathan) – Mas que (censurado)! Isso foi trapaça!
(???) – Trapaça nada! Você que não sabe jogar!

Olhando para o outro lado, a loira viu Jonathan jogando com um gangster que não conhecia. Aparentemente, a morena e o ruivo não se importavam muito em estar cercados de criminosos, agindo com naturalidade.

A loira, apesar da experiência aterrorizante, memorizava o que fazer no local. Observava com atenção para onde ir, finalmente chegando ao local onde os criminosos e fugitivos eram bem vindos. As regras proibiam qualquer briga, no entanto, no primeiro instante que estivesse fora do luxuoso hotel, se voltaria a estar por conta própria, o que tornava aquilo perigoso e até mesmo uma prisão para alguns.

Lembrando-se do quanto o próprio pai tentara encontrar o esconderijo, Jasmine seguia até os quartos. Tais pensamentos foram logo cortados ao ver a morena jogando com um dos membros mais perigosos da gangue. A gangster logo avisou a ambos que ficariam ali algum tempo, pedindo para nenhum arrumar problemas.

(Lucy) – Sem problemas Jass! – A morena dizia alegremente, acenando para a loira, enquanto o homem com que jogava mantinha um olhar tedioso. Ela logo voltava a olhar para as cartas, voltando ao jogo. – Carta...
(Loki) – Você já tem 40 pontos...
(Lucy) – Mas eu quero carta...
(Jonathan) – Não sou criança! – O ruivo dizia, embora tivesse aspecto de se irritar fácil, parecia não querer arrumar problemas com nenhum deles. Ao contrário de Lucy, ele parecia escolher com mais cuidado com quem conversar.

Enquanto os dois relaxavam jogando com outros gangsteres, Jasmine relaxava deitando-se um pouco. Teria que esperar algum tempo até que os cadetes parassem de buscar pelo trio. Talvez demorasse, graças a bagunça no estacionamento. A esfera onde estava Zorua era depositada na mesa, ouvindo um leve bater na porta, o que chamou sua atenção. Uma mulher baixinha e gordinha, com os cabelos começando a ficar grisalhos estava parada na porta.

-Precisa de alguma coisa?

Ela perguntou, aguardando alguma resposta. Quando a loira a interrogou sobre com quem deveria falar para tratar de seus Pokémon, a senhora sorriu e se aproximou, pegando a esfera de Zorua e Geodude.

-Irei entregá-los de volta quando estiverem restaurados.

A senhora dizia com um sorriso afável. Mostrava-se simpática, mas dois gangsteres passavam em frente a porta, começando a erguer o tom de voz e a se ameaçar, brigando sobre alguma missão que recém tinham pego. A mulher franziu a fronte, se retirando do quarto e encostando a porta. Pela fresta, Jasmine pode ver os dois rapazes que discutiam sendo arrastados pelas orelhas pela mulher. Por sorte, não era Jonathan ou Lucy, embora a morena entrasse no quarto pouco depois, alongando-se de forma preguiçosa.

(Lucy) – Gostei daqui! Pena que o moço teve que ir conversar com outra pessoa... Como descobriu esse lugar?

A morena perguntava de forma alegre, jogando-se na outra cama e ficando sentada, olhando tudo com interesse. Aparentemente, Loki havia se retirado do local.

A loira se permitia relaxar por alguns momentos. Após algumas tentativas falhas de ouvir o que ocorria do outro lado das paredes, seus pensamentos se voltaram para o seu futuro como Gangster Apocalipse. Sim, havia causado algum caos pela cidade, mas acidentes não eram computados.

Novamente seus pensamentos mudavam de foco, se voltando para a camareira que havia levado seus companheiros. Precisavam de repouso e estariam em boas mãos, embora Zorua provavelmente retornasse a aprontar quando estivesse curado. A possibilidade de mais correria não era animadora... E ainda havia o brinco para devolver, o item maldito que ainda estava enroscado no pelo do Pokémon Dark.

Lucy novamente mais parecia uma criança curiosa no corpo de uma adolescente. Perguntava inocentemente, sem saber realmente onde estava e quem se localizava naquele ambiente, embora aparentasse estar acostumada em fugir de cadetes. A morena observava Jasmine, ouvindo-a e parecendo ficar um pouco confusa.

(Lucy) – Tudo bem, vou manter segredo! – A garota dizia, fazendo o gesto de zíper, como se fechasse a boca. Ficou pensativa ao ouvir a pergunta, erguendo o rosto e olhando o teto enquanto tentava recordar. – Antes da senhora colocar aqueles dois de castigo, ouvi eles falarem sobre um quadro e apontando pra duas portas... Acho que lembro quais portas eram, quer que eu te leve?

A mais nova dizia já se levantando e aguardando a Apocalipse para levá-la até as portas que os briguentos (agora provavelmente de castigo) haviam falado. Talvez fosse a porta certa, mas Lucy podia ter ouvido errado. O som de uma trovoada se tornava audível. Aparentemente, havia começado a chover na cidade, o que era algo muito raro...

A jovem loira começava a pensar novamente no brinco. O objeto ainda estava com Zorua, que sabia muito bem que a jovem deseja o item, utilizando este fator para se divertir. A criaturinha ativa e brincalhona havia demonstrado adorar correr, mas pensar na possibilidade de outra perseguição era desanimador. Seria provavelmente complicado fazê-lo obedecer, mas havia a seguido até ali durante um longo tempo, o que dava alguma esperança. Se acompanhou Jasmine e não fugiu até então, então devia ao menos simpatizar com ela.

A curiosidade da morena se mostrou útil para a gangster. Calçava os sapatos e se retirava do quarto, sendo seguida por uma saltitante adolescente, no entanto, a luz havia acabado e estavam todos na escuridão. Lucy piscava um pouco, olhando ao redor. O som de algo, ou alguém caindo, era ouvido no quarto ao lado, junto com várias exclamações e xingamentos nada apropriados.

(Lucy) – Acho que a porta ficava... Por ali!

Lucy dizia, batendo em uma das portas, mas sendo atendida por outro gangster, desculpando-se em seguida e indo para outra, escolhendo qual porta bater de forma aleatória aparentemente. Aparentemente, seu senso de direção não era nada bom, ficando totalmente perdida no escuro. Jonathan saia do quarto, tendo uma lanterna consigo, esfregando o joelho como se tivesse o batido em algum lugar, observando a morena começar a bater de porta em porta, tentando achar as que Jasmine havia perguntado, sem muito êxito.

(Jonathan) – Er... Devo perguntar o motivo dela bater de porta em porta?

O ruivo perguntou, estranhando a situação e inclinando a cabeça levemente para o lado. Várias pequenas luzes, provindas de lanternas, eram visíveis. A camareira que havia pego os companheiros da loira se aproximava, entregando-lhe as esferas e, estranhamente, estava com uma tigela de sopa virada na cabeça, um olhar não muito satisfeito.

-Eles estão curados... E seu Zorua precisa ser alimentado com mais frequência...

A senhora dizia, deixando razoavelmente claro o que havia acontecido. Zorua recém havia se recuperado e já havia começado a aprontar. Seria realmente trabalhoso conviver com ele...