Tsumi no City: A partida do navio com os exploradores - parte 4: A Ilha Errada

O navio, com seus mastros quebrados, queimados e velas rasgadas, atracava na misteriosa Tsumi no City. Kiba e Fleur estavam curiosos por conhecer essa segunda ilha, porém seus corpos exigiam cuidados. Por estar melhor, Kiba se candidatou em ir buscar os trigêmeos e leva-los até a enfermeira. Fleur agradecia e, lentamente, seguia em direção a mulher, buscar tratamento.

Ambos os exploradores chegaram praticamente ao mesmo tempo na enfermeira, já que os passos da rosada eram mais lentos. Durante todo o caminho, os olhos sondavam o estranho lugar em que atracaram, tentando obter alguma informação sobre o ambiente, porém sem muito sucesso. A enfermeira parecia incrivelmente melhor sem o balanço do navio e, rapidamente, cuidou de todos, pokémons e humanos. Os trigêmeos, Helena e a enfermeira apresentavam hematomas, fruto das batidas nos móveis e paredes do navio. Fleur ganhou um pequeno curativo na fronte e uma faixa que imobilizaria seu pé por 1 dia. Já Kiba recebeu dois pontos no braço e uma tala, que lhe reduziria os movimentos, porém auxiliaria na cicatrização. Abra parecia bem novamente, Purrloin já aceitara sair da pokébola e voltava a atacar a mochila. Cyndaquil, Azoun e os trigêmeos pareciam ansiosos por descer do navio e ir para terra firme, cada um por um motivo diferente. As crianças e o crocodilo, em busca de ação e aventura. O pato de fogo só desejava se afastar do mar.

- Vocês querem mesmo descer? - Helena perguntou do convés, reparando em um homem sendo lançado ao mar por outros quatro.

Os inúmeros barris se amontoavam no caminho de toda a praia. Vultos pequenos e rápidos deslizavam entre eles, furtando comida possivelmente. Nem a felicidade pela evolução de Nincada em dois diferentes pokémons parecia acalmar a mente de Fleur, que previa a confusão que seus meninos seriam capazes de criar em um lugar aparentemente caótico ao natural. Kiba, do mesmo modo, rezava para que Azoun mantivesse a obediência apresentada no navio e não lhe trouxesse mais problemas.

- Nossa passagem será rápida marujos. A comandante não gosta que façamos comércio com esses meliantes. Portanto, quem não quiser ser deixado para trás, é bom estar a bordo antes que o navio fique arrumado. Não esperaremos por ninguém. Ouviram?!

A mensagem era clara. Se quisessem explorar, teriam de ser rápidos. A chuva agora se assemelhava uma garota tão fraca que mal era sentida após quase se afogarem tantas vezes na rota X. Ao longe as ondas agressivas ainda eram visíveis e os corpos de Fleur e Kiba, principalmente, ainda estavam doloridos.

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off: o navio zarpará às 9:00 do 4º dia. O tempo transcorrido na rota será avisado no começo de cada post. Fiquem atentos.

ordem de postagem: Alice > Kiba > Fleur > Alice...

Kiba ainda sentia dor ao menor encostar em qualquer coisa, hematomas espalhados pelo corpo juntamente com a ardência de sua garganta e pulmões o fizeram olhar com certa alegria para a ilha, mesmo que essa fosse habitada exclusivamente por foras da lei.

Olhando para Helena e dando de ombros o rapaz apenas respondeu de maneira evasiva:

-Se ficarmos juntos não devem criar coragem pra mexer com um de nós! Alem do mais eu não aguento mais esse barco depois do sufoco que passamos!

Dizia Kiba esperando pela decisão de Fluer.

Fleur não sabia como, mas agradecia estar inteira e ter um momento de folga. Respirava aliviada, não desejando voltar para as ondas agitadas tão cedo e o contato com a terra firme era tentador. Seu pé estava melhor, mas seus passos ainda eram lentos, o que a preocupava, já era difícil vigiar os meninos, seria ainda mais trabalhoso naquela condição. Sua preocupação aumentava ao ver o olhar dos trigêmeos.

A rosada tinha vontade de explorar, o que poderia haver ali? Ouvia as palavras de Helena e Kiba, revisando a mochila já um pouco furada e rasgada pelo felino. Deixaria as coisas mais valiosas no navio, para evitar furtos.

-Cyndaquil e Purrloin vão se sentir mais a vontade na terra.

A Gladiadora dizia, olhando para os meninos e em seguida para o Abra. O Pokémon amarelo entendia o recado: tomar conta dos ruivos e evitar que eles se metessem em encrencas.

A rampa do navio descia e a entrada para a ilha ficava disponível. Após uma pequena conversa, o trio optava por esticar as pernas um pouco em terra firme. Logo que a saída ficou liberada, os trigêmeos saíram correndo, seguidos de perto por Azoun e Cyndaquil. O pokémon amarelo suspirou cansado por antecipação e se teleportou, preparando-se para tentar manter o grupo unido. Abra não parecia feliz em ser rebaixado de estrategista para babá, porém sabia da necessidade de Fleur por ajuda. Kiba por sua vez, tentava manter um olho sobre seu crocodilo. No navio o pokémon se comportara incrivelmente bem, contudo o jovem temia que o comportamento agressivo retornasse em terra.

Quando Kiba, Fleur e Helena chegaram ao final da rampa de embarque do navio, Azoun já estava ao lado de um pescador, incentivando o estranho a puxar a corda com mais força, Cyndaquil beijava a terra, para depois fazer uma expressão de nojo e desagrado, mas voltar a beijá-la em seguida, os trigêmeos já estavam espalhados enquanto abra se teleportava os buscando incessantemente. A cada um que o pokémon buscava, os outros dois sumiam. Por um momento Fleur sentiu como se o pokémon a estivesse xingando mentalmente...

- Não está feliz Kiba? Azoun deve estar perto de evoluir.

Após o comentário de Helena, o gladiador mirou seu pokémon, refletindo sobre o comportamento do mesmo. A fome incessante fazia sentido se ela estivesse certa... Kiba de repente se sentia animado com a perspectiva. O purrloin de Fleur, por sua vez, seguia pendurado na mochila quase vazia como um grande chaveiro. O grupo até estranhou, já que imaginaram que o felino ficaria feliz em estar fora do barco.

O grupo seguia caminhando, optando por não se distanciarem muito. Apesar das roupas claramente diferentes do resto dos moradores, das feridas e curativos pelos corpos, das crianças e dos pokémons, o grupo não chamava muito a atenção. Entretanto os exploradores sim pareciam mirar tudo com interesse. Boa parte das construções pareciam ser feitas com restos de navios, a população parecia gostar do tom marrom para roupas, ou não perdia tempo com tecidos coloridos... As únicas que usavam roupas mais chamativas eram mulheres de conduta muito duvidosa e das quais Kiba parecia determinado a manter Helena e Fleur afastadas.

- Ae rapaz, duas? Não quer dividir?

Um homem bêbado comentou em determinado momento para o moreno. O gladiador parecia nem ao menos ter ouvido a insinuação, seguindo seu caminho com suas companheiras de viagem. Enquanto Fleur nem ao menos prestou atenção por estar procurando com os olhos os trigêmeos (que eram retirados de telhados, barris e mesas de bar por abra), Helena parava no mesmo lugar vendo três homens implicarem e empurrarem um outro mais magro, no que aparentemente se tornaria uma briga injusta.

Dia 1
16:07

Kiba se sentia mais confortável com os pés na terra, apesar de ficar com um cuidado redobrado com o crocodilo azul o jovem sentia que sair do barco havia sido uma boa escolha, isso se a ilha não fosse tomada por todo o tipo de pessoas perigosas.

As palavras de Helena sobre uma possível evolução de Azoun chamaram a atenção do moreno, observando o crocodilo mais uma vez respondendo:

- É bem possível, mas eu não esperava que fosse tão rápido!

Ignorando os comentários e olhares estranhos Kiba puxou Helena pelo braço quando a jovem se preocupou com a possível briga dizendo:

- Vamos ficar longe de confusão desnecessária, eu não quero abrir os pontos do meu braço e esse pessoal parece que vai usar os punhos!

Esticar as pernas, sem ter que ficar mantendo o equilíbrio, sem ser jogada de um lado para o outro, sem quase morrer afogada, sem se preocupar com um naufrágio, era algo muito agradável. A rosada não era a única a apreciar a terra firme, Cyndaquil demonstrando muito bem isso, já os meninos claramente tinham maior interesse em explorar, algo que não deixava Abra feliz.

Fleur se mantinha perto de Kiba e Helena, observando ao seu redor com curiosidade, não prestando atenção nos comentários que as pessoas diziam. Lembrava-se que o aniversário dos trigêmeos havia passado, mas como estava “levemente” ocupada, não pode comemorar com eles. Buscava algo que pudesse ser um presente, ou que trouxesse alguma ideia, se distraindo com seus pensamentos, mas sempre buscando o trio de ruivos, temendo que se metessem em uma encrenca, desculpando-se mentalmente com Abra.

Após afastar Helena, que protestou um pouco, da briga que claramente se iniciaria a qualquer momento, o grupo voltava a caminhar satisfeito. A sensação de andar em terra firme após incontáveis dias em alto mar, era indescritível.

Kiba refletia sobre a possível aproximação da evolução de Azoun, um pouco impressionado com a velocidade. Entretanto, quanto mais refletia, mais percebia que seria natural, a julgar pelo que enfrentaram nas últimas semanas, desde que embarcaram no navio. Os olhos castanhos sondaram o crocodilo e Kiba podia notar que o Pokémon estava inquieto, apesar de tentar se controlar. Ele realmente estava mudando... Fleur, por outro lado, tentava dividir sua atenção entre os meninos, seus pokémons e algo que pudesse dar a eles como presente de aniversário.

Helena reparou na sutil mudança em Fleur e a questionou sobre a razão da ansiedade. Olhando ao redor e percebendo que os meninos não ouviriam, a rosada explicou que o aniversário das crianças ocorrera há 4 dias e que infelizmente não puderam comemorar devido ao movimento no barco e a luta constante por mantê-lo sobre as águas. A Stylist se alegrou com a perspectiva, unindo as mãos e mirando Kiba em um convite para planejar uma surpresa para as crianças. Azoun, nos pés do gladiador, parecia concordar com a ideia. O moreno suspirou derrotado e caminhou dois passos, se aproximando das meninas.

Ao andar, o jovem saiu da mira de um homem que era arremessado de dentro do bar ao lado, bem como de todos os cacos de vidros que arrastara ao quebrar a janela após ser lançado. Os três miravam chocados o fato, enquanto o resto da população seguia normalmente sua vida, passando por cima do homem caído (que estava claramente bêbado, visto que já roncava apesar da situação) como se nada fosse.

Dia 1
16:15

Kiba concordou de bom grado em ajudar em alguma surpresa para os trigemeos, a simples aproximação para perto das garotas o salvou de ter um bebado jogado em seu colo.

Vendo a estranha situação Kiba instintivamente empurrou as garotas pelos braços para mais longe do homem caído para só então voltar até este e pucha-lo para um outro lugar mais protegido do sol e longe dos cacos de vidros:

- Que tal um pokemon pra cada?! Isso te ajudaria a cuidar deles! Aqui também me parece um bom lugar pra capturar um pokemon pra cada!

Fleur se virava para Helena, após ouvir a mesma perguntando o que a rosada tanto olhava. Uma breve olhada ao redor, para garantir que os meninos não iriam ouvir, a Gladiadora respondia, revelando sobre o aniversário das crianças. A jovem se assustou um pouco com a queda repentina de um homem, que estranhamente, ainda dormia. O susto era o suficiente para as chamas das costas de Cyndaquil dispararem um pouco.

Preferindo deixar o homem desacordado de lado, Fleur pensava na ideia de dar um Pokémon para cada menino. Teriam um protetor, algo que ajudaria muito. A ideia fez a rosada sorrir, acenando de forma positiva.

-Ótima ideia.

Dizia, estando feliz. Cyndaquil a observou, sorrindo também. Abra com certeza agradeceria a ajuda.

A queda do estranho chamou a atenção do grupo e, inclusive, fez Cyndaquil acender suas chamas, algo que fazia tempo que Fleur não via. Kiba arrastou o homem pra fora do caminho e longe dos cacos de vidro, colocando-o sentado e encostado na parede. O estranho estava tão bêbado que nem ao menos acordo com o ato de ser arrastado. Após o grupo ouvir Fleur, Kiba sugeriu um Pokémon para cada menino, ideia que as meninas e os demais pokémons acharam muito boa.

O trio logo voltava a caminhar, agora com o objetivo de conseguir três pokébolas a fim de capturar três pokémons para os três meninos. Abra constante se teleportava para perto do grupo deixando um dos ruivinhos e indo buscar o próximo em seguida. Entretanto, não importava o quanto rápido fosse o psíquico, nunca conseguia juntar os irmãos com os mais velhos por muito tempo.

A caminhada pela pequena ilha em busca de algum lugar que vendesse pokébolas era cansativa e, aparentemente, não promissora. Contudo, após mais de uma hora de caminhada onde ouviram piadas e insinuações, os exploradores encontraram algo que parecia ser o mercado da ilha.

- Olá!

Uma senhora de idade, muito acima de seu peso e com o maior busto que o trio já viu na vida se aproximou carregando um jarro de barro e duas canecas em uma bandeja. Um grande Pignite dormia sentado e roncando alto perto da escada, o que chamou a atenção de Azoun que não resistiu a se aproximar e cutucar o Pokémon porco, sendo seguido por Cyndaquil que tentava dissuadi-lo da ideia.

- Caso queiram uma bebida, sentem em qualquer canto que já providencio. Mas se estão aqui atrás do médico, ele está ali. - A mulher apontava para um homem que estava dormindo com a cabeça sobre uma mesa e que tinha cinco canecos grandes em cima. - Agora, se quiserem o dentista, ele está ali. - Ela seguia falando e apontando para o mesmo homem. - E se quiserem o veterinário, ele também está ali. - Mais uma vez o dedo em direção ao homem que dormia com os cinco copos. - Mas se preferirem aula de história, é ali. - Ela completava apontando uma vez mais para o mesmo homem e depois se retirava sem comentar sobre os outros itens que aparentavam estar a venda próximo ao bar.

Dia 1
17:37

O leve cansaço por ter andando em terra firme fez com que Kiba desejasse um local para sentar e se proteger do sol, a simples vista do que seria o mercado da ilha fez com que o jovem Gladiador sorrisse mantendo seus passos na direção da sombra.

As informações dadas pela atendente do local sobre o Médico/Dentista/Veterinário/Professor de História fez com que Kiba olhasse para o homem com curiosidade, e curiosidade maior ainda para as inúmeras canecas vazias em volta do homem, olhando descrente para Fleur e Helena o jovem balança a cabeça negativamente dizendo:

- Podemos beber alguma coisa aqui e tentar descobrir pokebolas pros pequenos! Mas não aconselho precisar do Médico.

Helena deu um leve tapa no braço de Kiba dizendo em tom baixo:

- Garanto que ele só teve um dia ruim!

Fleur agora se perguntava onde poderia haver pokébolas a venda, se é que realmente havia... A rosada olhava seu Pokémon amarelado aparecer e desaparecer algumas, muitas, vezes. Os meninos eram a grande maioria, sendo trabalhoso para o Pokémon conseguir juntá-los por muito tempo. Conseguir algum Pokémon para cada menino facilitaria as coisas.

Ver algo que parecia o mercado da ilha era animador, observando a senhora e ouvindo suas informações, seguindo o local para onde ela apontava cada vez que repetia o gesto.

-É a mesma pessoa.

A gladiadora comentava mais para si mesma, embora dissesse alto o comentário óbvio. Acenava de forma positiva quanto ao comentário de Kiba, embora não compreendesse a razão de ele achar que não seria uma boa ideia precisar daquele médico.

-Será que vendem pokébolas aqui?

Fleur perguntava, olhando ao redor em busca de algo que pudesse indicar que vendiam outros itens, além de bebida, naquele ambiente.

Kiba gostaria de acreditar em Helena, contudo seus instintos lhe diziam que a jovem estava errada. O comentário de Fleur, sobre os quatro homens serem o mesmo, passava desapercebido pelos outros dois. Logo o grupo se sentava em uma mesa mais afastada, tentando ficar longe de encrencas.

- E ai rapaziada. O que vão querer? Rum ou cerveja?

A mesma mulher voltava e perguntava, enquanto retirava um pano sujo da cintura e passava pela mesa, retirando, supostamente, a sujeira. As poucas opções fizeram o trio se encarar sem saber direito o que fazer, até que Helena, assumindo a frente, perguntou se não haveria algo sem álcool. A julgar pelo público da pequena ilha, a jovem não pretendia se embriagar.

- Bem, tem água se quiserem. - O grupo olhou para o pano e para o povo local. Água não parecia algo no cotidiano deles... E em nenhum aspecto. - A não ser que as criancinhas queiram um copo de leite quente.

Após o último comentário, alguns estranhos que estavam por perto começaram a rir, como se a mulher tivesse contado uma piada. A atendente seguia mirando o grupo, a espera da resposta. Entretanto, ao invés de pedir algo, Fleur optou por primeiro perguntar se existiam pokébolas a venda. Kiba mantinha-se sério, observando todos ao redor, porém principalmente o grupo que ainda ria.

- Bem, Pokébolas custam 375Pk$ queridinha. - A mais velha respondia, surpreendendo o grupo com o preço abusivo da esfera. - E então? O que querem? Tenho mais o que fazer do que ficar esperando se decidirem.

Dia 1
17:45

O jovem Gladiador observava as coisas a sua volta imaginando quanto tempo levaria para uma briga começar, as risadas insistentes dos homens da mesa mais perto deixavam Kiba em alerta.

Ao ouvir o preço abusivo das pokebolas o jovem até pensou em olhar sua carteira e ver quanto tinha, mas se o fizesse provavelmente seria obrigado a comprar pelo menos uma pokebola, tocando de leve no cotovelo de Fluer e Helena o jovem as puchava para sair dali e de certa forma tentar evitar uma briga desnecessária.

- Obrigado pela atenção nós ainda estamos decidindo oque fazer!

Dizia o Gladiador em um tom educado mas frio.

Fleur, após ouvir as opções de bebida, piscava um pouco.

-Meus pais não vão gostar se descobrirem que bebi...

Falava com naturalidade, inclinando de leve a cabeça. Ignorava o comentário sobre o leite, não tendo muito interesse nesse item, fazendo uma leve careta ao ouvir o preço das pokébolas. Caro demais... Suspirou, estando desapontada, antes de ser puxada pelo Gladiador. A rosada agradecia a mulher pela ajuda, enquanto seguia Kiba. Cyndaquil se apressou, seguindo a Gladiadora.

-O que fazemos?

Fleur perguntava para Kiba e Helena. Claramente não tinha ideias de para onde ir ou o que fazer. Ajeitava de leve a mochila, ouvindo o rosnado de Purrloin como resposta, constatando que ainda possuía o “chaveiro” por perto.

Guiados por Kiba, o grupo se retirava do bar, tentando evitar brigas desnecessárias. Enquanto Helena seguia o gladiador sem questionar, Fleur ainda agradeceu o atendimento. Os pokémons seguiam o trio, também sem a intenção de provocar brigas desnecessárias. Contudo era difícil evitar aquilo que lhe procura...

- Hey vocês três. Temos uma proposta para vocês.

Dois homens chamavam ao lado do bar do qual se retiraram. O primeiro, alto e com uma barriga protuberante, o segundo, de tamanho mediano e mais magro. Os dois apresentavam sinais de bebida na roupa e no cheiro, além de carregarem duas canecas e um jarro mais da metade vazio. O mais gordo soluçava com frequência, além de cambalear às vezes, dando indícios de estar totalmente embriagado. Já o mais magro, apesar de aparentar estar mais equilibrado, apresentava a face corada da bebida também.

- Se nos vencerem em uma batalha, deixamos vocês em paz. Se não, limpamos suas mochilas, carteiras, bolsos, sapatos...

O mais gordo começava a listar possíveis lugares onde o grupo teria algum dinheiro escondido, alegando levar pokémons também. O mais magro divertia-se, imaginando o quanto poderia cobrar por um Totodile ou por um Cyndaquil, pokémons inexistentes na natureza. Kiba suspirava, em frente ao tipo de situação que queria evitar. Abra, igualmente, suspirava, satisfeito pelos trigêmeos agora estarem quietos ao lado de Fleur, ansiosos pela batalha. Azoun deu um passo a frente, batendo a pata no peito e pronto para o combate. Purrloin rosnou e seguiu roendo a alça da mochila.

Kiba suspirou cansado ao perceber que não havia sido rápido o suficiente em evitar batalhas desnecessárias, o Gladiador permaneceu calado ao ouvir a proposta insana dos dois bêbados.

Antes de pensar em negar a proposta o jovem percebeu o pequeno crocodilo se apresentar para a luta, com um sorriso o jovem concordou adicionando uma condição a luta:

- Ok, mas se vencermos vocês entregam qualquer pokebola vazia que tiverem!

Esperando pela reação de Fluer, o jovem retirou uma pokebola vazia de seu bolso colocando nas mãos da Gladiadora dizendo:

- Meu presente pros pequenos!

Azoun por sua vez batia forte a mandíbula esperando pelo inicio do combate.

Fleur mirou a dupla que chamava o grupo, torcendo de leve o nariz ao sentir o cheiro de bebida que parecia impregnada nos desconhecidos. Fora isso, sua expressão continuava impassível, como se mostrava na maior parte do tempo. Ver os três meninos juntos ao seu lado ganhava mais atenção que a dupla embriagada.

Cyndaquil, por outro lado, acendia suas chamas e mirava os dois homens, claramente irritado. Raspava uma das patas no chão, ansioso por atacar, mas não o fazendo sem um comando. A rosada suspirava.

-Meus pais não ficarão nada satisfeitos se souberem que eu me rebaixei até este nível...

Demonstrava um lado mais mesquinho, desapontada em ter que enfrentar meros bêbados. Mirou o outro Gladiador, sorrindo enquanto pegava a pokébola, juntando a que possuía. Agora faltava apenas uma.

-Obrigada. – Fleur agradecia Kiba com um leve sorriso, pegando a pokébola de Smeargle e a materializando. Cyndaquil ia para o lado da Gladiadora.

Os homens escutavam a contra proposta de Kiba, sorrindo logo depois do mesmo. O mais alto pegava um jarro que estava preso na cintura, retirava a rolha usando os dentes, a cuspia para longe, soltava um riso baixo e virava o conteúdo na boca. Vários pingos escorriam de sua boca, descansando na camisa já encardida.

- Muito bem. Se vocês fizerem o milagre de nos vencer, daremos as pokébolas vazias que temos. - Dizia o mais baixo.

O mais gordo parava de beber e soltava um ar gutural, como se achasse graça em tudo isso, para logo depois soluçar. O olhar arrogante, embriago e confuso caía sobre o trio. Uma pokébola era erguida e o sorriso cínico ainda estampado na face. O mais baixo também ergueu sua esfera e ambos os pokémons foram liberados ao mesmo tempo.

Dois pokémons até então nunca vistos pelos exploradores.

Helena suspirou alto, surpresa com os monstrinhos que se assemelhavam a duas lulas. Fleur, cujo comentário tinha sido ignorado pelos desafiadores, observou intrigada. Kiba franziu a testa, sem reconhecer os Pokémons. Os bêbedos riram mais uma vez.

- Não há como vencer aquilo que não se conhece. - O mais baixo disse arrogante.

- In... Hic... I... Hic... - O mais gordo tentava falar, claramente tendo dificuldades.

- Inkays! Preparem-se!

As lulas, prontamente, se posicionaram para o combate, aguardando a próxima ordem.

- Vocês podem começar. - O mais magro gracejava.

- É... Hic... É... - O mas gordo concordava rindo e soluçando, enquanto virava mais uma vez a garrafa que rapidamente se tornava vazia.

Kiba olhou sério pros dois pokemons lulas, era a primeira vez que o jovem via um e pelo cenho fechado era claro a preocupação deste.

Respirando fundo as primeiras ordens foram do Gladiador:

- Azoun nada de arrancar pedaços! Vamos começar com um Toxic impulsionado pelo Water Pulse! Mantenha-se afastado por enquanto!

O pequeno crocodilo fechou a cara por saber que não ganharia petiscos no meio da luta, mas aceitou as ordens de bom grado sabendo que no final da batalha ainda seria o vencedor.

Fleur não apresentava qualquer reação perante as palavras daqueles homens embriagados, focando-se mais nos dois monstrinhos que a dupla possuía e ficando intrigada. Um olhar analítico, tentando identificar seu tipo no primeiro instante. O nome era Inkay, já possuía uma informação.

Pegou de sua bolsa o caderno e caneta, anotando as informações que possuía dos Inkays, tentando definir seu tamanho e desenhando rapidamente. A câmera havia ficado no barco.

-Smeargle, avance por trás do water pulse, ocultando-se e usando Tackle no Inkay mais próximo. Fique atenta para desviar de qualquer ataque e use um segundo Tackle no Inkay que estiver mais próximo. – A rosada comandava, ainda com caderno e caneta em mãos, os olhos fixos nos Inkays. Algo novo para aprender e lutar com o desconhecido, uma nova experiência, isso a alegrava, apesar da expressão de sempre.

Fleur estava contente em poder analisar os novos pokémons. Azoun estava triste por não poder arrancar alguns pedaços. Kiba estava preocupado com a batalha. Cada um com uma emoção mais diferente que a do outro. O gladiador assumia um estilo de batalha mais defensivo enquanto a rosada se dividia entre fazer anotações em seu caderno e comandar sua Smeargle.

Uma bola roxa e gosmenta era lançada para o ar e, em seguida, uma esfera de água a encontrava e guiava contra os Inkays. Smeargle começava a correr atrás da esfera, aproveitando a brecha que ela abriria. O primeiro Inkay, a fêmea, desviou da esfera e tentou surpreender Smeargle por cima. O macho tentou se esquivar, porém foi lento demais e acabou sendo atingido de raspão, contato mais que suficiente para o Toxic fazer seu efeito.

- Muito bem, agora é a nossa vez. - O mais magro falava sorrindo ao ver a Inkay fêmea desviar muito bem do ataque. - Inkay, hora da combinação Swagger e Topsy-Turvy!

- Hic... Foul Play... Hic... Inkay... - O outro comandava o macho.

A Pokémon canina, porém, conseguiu atingir a Inkay quando esta desviou dos ataques de Azoun. O Tackle empurrou a Pokémon um pouco para longe. Um pouco afastada, Inkay aguardou o momento em que Smeargle tentou avançar com o segundo Tackle para surpreendê-la com Swagger. O golpe, no entanto, não teve o efeito desejado na canina graças a sua habilidade, apesar de ainda assim aumentar o ataque da mesma. O macho, se recuperando do ataque de Azoun, aproveitou o momento em que Smeargle pousava no chão após usar o segundo Tackle e usou seu Foul Play, não encontrando dificuldades em atingir seu alvo. Já a fêmea aproveitava a situação para usar um golpe desconhecido pela dupla: Topsy-Turvy, enquanto Smeargle se erguia após ter sido arremessada contra o chão pelo golpe do macho.

Azoun gritava, tentando chamar a atenção dos adversários e tirar seu alvo da canina, contudo a dupla de Inkays somente riu do mesmo.

Os bêbados sorriram. Apesar do Water Pulse ter acertado somente de raspão e mesmo assim ter envenenado o Inkay macho, a fêmea ter sido atingida por um Tackle certeiro de Smeargle, os desafiantes pareciam em melhores condições.

- Muito bem Inkay! Use um Swagger no Totodile agora! Depois detone a Smeargle com o Psywave!

- Vai... Hic... Inkay.... - O mais gordo dizia, pouco antes de sair correndo e vomitar com o braço apoiado na parede do estabelecimento.

- Ok... - O mais magro falava para o companheiro. - Se aproxime do Totodile e se agarre nele com o Constrict, depois atinja-o com o Peck!

Aparentemente o Inkay macho não tinha dificuldades em obedecer ao segundo homem e logo se posicionava para fazer o ordenado.

Kiba rangeu os dentes ao ver que Smeargle era o alvo primario dos ataques dos dois Inkays, isso fez com que o jovem mudasse um pouco sua estrategia defensiva optando por uma mais ofensiva na tentativa de proteger a pokemon canina:

- Azoun morda pra deixar marcas mas não arranque nada! Comece com um Bite no Inkay macho e depois os afaste usando um Water Pulse!

Dizia o jovem ao Crocodilo azulado que rapidamente avançou com um sorriso no rosto.

Fleur analisava seus oponentes, anotando o ataque que um dos marinheiros havia ordenado, descrevendo-o com a mais quantidade de detalhes que era possível, junto com seu efeito. Não queria perder nenhum detalhe dos ataques que eles usavam, anotando inclusive os golpes conhecidos, mas que os Inkays poderiam aprender.

Apesar de concentrada nas anotações, Fleur também se mantinha atenta ao combate, vendo que Smeargle era o alvo principal, a retornando rapidamente.

-Pega...

Fora a única palavra da Gladiadora, mas o suficiente para Cyndaquil acender suas chamas e pular para o campo. O Pokémon Fire aproveitava sua velocidade para tentar desviar do ataque e combinar seu Swift com Ember, tentando atingir ambos os oponentes e distraí-los, para tentar evitar que o Swagger atingisse Totodile e tentar ajudar o crocodilo a se aproximar para atacar, mas também querendo causar danos. Se atingisse, a rosada aproveitaria para verificar o estrago que o golpe de fogo causaria, tentando ver se, apesar da aparência, aquele Pokémon possuía o tipo Water.

Ao perceber a situação, Fleur deixava um pouco suas anotações de lado e recolhia Smeargle em sua Pokébola. Kiba optava por abandonar a estratégia defensiva e avançava para um ataque mais direto. Azoun avançava contra o Inkay macho, ficando com a guarda baixa e sendo atingido pelo Swagger da fêmea. Apesar da confusão, quando o Inkay macho o prendeu com o constrict, Totodile não teve dificuldades em usar o Bite. O Inkay macho tentava se livrar do crocodilo, que mantinha suas presas firmes e o impedia de contra atacar com o Peck.

Sem Smeargle para golpear, a Inkay fêmea mirou Cyndaquil e tentou atingi-lo com o Psywave, porém o pato de fogo foi mais rápido e evadiu do golpe. Suas chamas acesas e pronto para atacar. Swift e Ember se encontraram no ar. A fêmea tentou desviar, porém as estrelas a perseguiram e a lançaram contra os outros dois. Ao serem atingidos pelo corpo da adversária, Azoun soltou o macho e usou o Water Pulse, atingindo os dois adversários, porém mais a fêmea do que o macho.

O veneno enfraquecia o Inkay macho e, lentamente, os dois se levantavam e se reposicionavam novamente para o combate. Azoun piscava constantemente, mirando tudo ao seu redor e tentando se orientar. O desafiante amaldiçoava os exploradores, chocando Helena com seu vocabulário. Kiba pensava no que fazer para ajudar seu Pokémon a se livrar da confusão mental antes que isso o prejudicasse na batalha. Já Fleur retomava as anotações em seu caderno, um pouco impressionada com os dois pokémons adversários que aparentavam não ter fraqueza ao tipo fogo nem ao tipo água, além do fato de aprenderem tanto ataques negros quanto ataques psíquicos e normais.