Correndo contra o tempo

off: continuação direta dessa rota aqui

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O cheiro doce e o clima agradável do que deveria ser o maior campo de flores de todos ficava para trás, mesmo com Torchic carregando maior número de flores que conseguia carregar e com Chespin nos guiando e carregando a flor que Minerva tanto precisava. Mitsue era realmente lindo e incrível, mas as lembranças que eu carregaria estavam longe de serem agradáveis.

Até mesmo Chespin ainda não tinha se recuperado do encontro repentino com Lady Katarina, mas o que ela havia dito era o que mais perturbava os meus pensamentos e não permitia que eu conseguisse relaxar, mesmo já fazendo tempo que a mercenária havia desaparecido, literalmente. Parecia tão irreal imaginar Ângela ainda viva depois de tanto tempo e isso fazia com que eu duvidasse de quase tudo o que lembrava daquele dia. Eu tinha escutado os ataques e o som enquanto fugia. Como ela podia estar viva?

Ficar pensando nisso também me fazia sentir péssima, pois esse tempo todo em que estava preocupada apenas comigo, em como poderia fugir e me manter viva, nem ao menos tinha pensado em verificar se Ângela realmente tinha morrido. E se eu tivesse voltado? E se ela estivesse esperando ajuda quando fui obrigada a voltar para Nyender? Seria só coincidência que ela também tinha tentado fugir por Grung? Não, ela devia estar atrás de mim, mas porque? Essas perguntas explodiam em minha mente sem respostas e se não fosse por Minerva, agora estaria correndo para voltar para Grung.

Tirando o momento em que retornei Chinchou para sua pokeball para que ele tirasse um cochilo e as reclamações de Gligar, que só pararam quando eu o coloquei de volta em cima do meu ombro, o caminho até aquele momento estava muito quieto e percebi um pouco tarde que já não podia ver Mitsue daquele ponto da floresta. Estávamos completamente cercados por árvores de novo.

- Temos que ir logo, essa flor não vai aguentar por muito tempo. Falta muito para chegarmos Chespin? - Perguntei quando percebi que não fazia ideia de que parte da floresta estávamos, então dependeria apenas da pokemon grass para chegar de volta na cabana da Minerva. Enquanto esperava um resposta torci para que o susto de encontrar, ou reencontrar Katarina não tivesse prejudicado demais a concentração da Chespin, ou acabaríamos perdidos e tendo que ver a flor estragar antes de podermos ao menos mostrar ela para Minerva.

Após a sua aventura na terra das flores, Percival estava de volta à floresta. A luminosidade que cobria o campo de flores era engolida pela escuridão da floresta. Grandes árvores bloqueavam os raios solares, enquanto um vento passava balançando as folhagens e assim criando sons do mais variado possível. Lúcia parecia bem confiante em seus passos, apesar de achar que todo lugar era igual para ela, mas uma coisa era diferente, a determinação de Chespin em encontrar a sua treinadora e a falta da chuva chata que outrora assolava a floresta, parecia ter deixado Shinki.

Aos poucos passos, era visto alguns flores rompendo o musgo do solo e aparecendo. Torchic mal se equilibrava ao levar tantas flores em cima de si, embora fizesse questão de levá-las. Gligar continuava no ombro da exilada, hora ou outra, olhando torto para o Pokémon espinho, que liderava o grupo. Para Lúcia, era tudo igual, até uma grande pedra pontiaguda com musgo na ponta. A garota andava e andava, mesmo Chespin tendo afirmado que havia encontrado o caminho. Quando Lúcia passou pela terceira vez pela pedra grande, pontiaguda e com musgo na ponta, ai a exilada percebeu que havia algo errado.

A garota perguntava mais uma vez se o Pokémon estava indo pelo caminho correto, e assim Chespin abaixava a cabeça e os ombros, começando a tentar se explicar, não dando muito bem. Gligar apontava para ela, culpando-a e dizendo que era culpa dela, em sua linguagem, mas foi só ai que Chespin levantou a cabeça, olhou para o lado, de um lado para o outro e saiu correndo no meio da floresta. A morena a acompanhou, até que entrou em uma parte da floresta em que a mata chegava a sua cintura. Ao longe, Chespin estava abraçado com uma loira, roupas de casaco azul, blusa branca, cabelos curtos e olhar castanho, de fone de ouvido. Ao perceber a presença de Lucia, se aproximava.


- Olá... Você está com a Chespin?

off: sentiu saudades? \o/ -apanha
off²: aviso, post feito com sono então já peço desculpas pelos erros e se ele estiver uma porcaria x.x

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Apesar dos meus olhos terem demorado um pouco para se adaptarem a diferença de luz grande de Mitsue para Seimei, estava um pouco animada por estar de volta a estar cercada por todas aquelas árvores, pois isso era o primeiro passo para conseguir ajudar Minerva e voltar logo para Grung, onde Ângela estava esperando por ajuda. A falta da chuva que tanto tinha incomodado antes também era bem animador.

Outra coisa que estava diferente da minha ultima visita era o fato de várias flores estarem começando a brotar e algumas inclusive já abrindo suas lindas pétalas, exalando uma versão mais suave do que se podia ser sentido em Mitsue. Como já estava com dificuldades para andar e carregar toas as flores que tinha pego, Torchic apenas admirava as pequenas flores pelas quais passávamos, parecendo se esforçar muito para não tentar pegar outra flor para a sua coleção.

Como Chespin parecia muito segura do caminho, decidi apenas seguir e me manter um pouco atenta a todos enquanto pensava em planos para o que fazer assim que conseguisse tratar Minerva, já que não deveria ser tão complicado fazer um remédio com aquela flor. Vários planos loucos começaram a se formar, cada um mais suicida que o outro e só conseguia me deixar ainda mais preocupada com o que tinha que fazer.

Deixando a ideia de simplesmente chegar e ir atacando a delegacia, notei algo estranho no caminho, como se já tivesse visto tudo aquilo, mas só fui realmente confirmar minhas suspeitas quando passamos por uma mesma pedra, que por acaso tinha sido onde eu havia batido com o pé na primeira vez que passamos por ela!

- Chespin, não quero te criticar, mas acho que você está mais perdida que eu, certo? - Perguntei fazendo com que Gligar abrisse um sorriso em seu rosto enquanto a pokemon grass se encolhia de vergonha e tentava se explicar, mas como só Gligar, zigzagoon e Torchic estavam entendendo, só pude ficar observando enquanto Gligar parecia culpá-la e ria disso.

Não aprovava muito essa atitude de Gligar, mesmo considerando que ele tivesse tido um péssimo primeiro contato com Chespin, mas antes que eu pudesse acalmar as coisas e tentar juntar todos para encontrarmos uma solução, Chespin simplesmente saiu correndo para longe, me deixando um pouco sem ação no começo.

- Mas o que... Chespin não corra assim! Ah, que coisa! - Exclamei sem entender o que aquela pokemon queria, mas logo correndo atrás para não perdê-la de vista. Ela tinha a flor que Minerva precisava e era a minha única chance de encontrar a cabana logo, mesmo que ela estivesse um pouco perdida naquele momento!

Para a minha sorte a Chespin não foi muito longe, não que fosse bom andar no meio de um mato tão alto, mas assim que vi a garota com Chespin, decidi que o problema com a grama não era tão importante assim. As duas pareciam se conhecer, o que ao menos era uma boa noticia, mas como geralmente minha sorte nunca era boa, decidi me manter atenta, enquanto sentia Zigzagoon e Torchic tentando subir nos meus braços para saírem do meio da grama.

- Estou sim. Me desculpe, mas vocês se conhecem? E quem é você? - Perguntei sem nem ao menos tentar conter minha curiosidade. Não tinha tempo para perder, não sabia quanto tempo demoraria só para achar a saída da floresta e a ultima coisa que estava precisando naquele momento era ficar batendo papo com aquela garota.

Lucia se enfiava no meio daquele matagal que parecia cobria aquela área da floresta. Não havia passado por ali antes, então de fato aquele lugar não levaria para a casa na árvore. Uma garota de cabelos curtos estava junto da Chespin, que alegremente apenas comemorava o reencontro. Como Chespin apareceu na cada de Minerva após o terremoto, não era possível saber se a garota era a dona da Grass, mas era evidente que se conheciam. Lucia se aproximava, ainda um pouco tímida, ou melhor, receosa. Sua sorte era bastante instável para confiar nela naquele momento.

Torchic e Zigzagoon lutavam para poder sair do mato. O Pokémon Fire até ensaiou uma rajada de fogo, mas Zigzagoon a advertiu, evitando que todos morressem queimados. Gligar se sentia na linha de guerra ao ver as duas Pokémon procurando refúgio em sua treinadora, então no alto do ombro de Lucia, batia a sua cauda nas duas, derrubando-as no solo repleto de verde, deixando Lucia só para si. A situação do Pokémon escorpião-morcego era de extremo ciúmes, mas Lucia tinha outras coisas para se preocupar, como saber quem era aquela garota que reencontrava-se com Chespin.

- Ah! Chamo-me Hermione Lacerda. Esse Chespin apareceu na casa da minha avó. Por falar nela, estou tentando encontrar a casa dela, mas pelo visto, não me lembro mais...- a garota interrompia a sua fala ao reparar a flor na mão de Chespin. A garota reconhecia aquilo e assim ficou pensativa. – Nossa! Ela precisa do remédio de novo... Você foi buscar a planta? Pensei que fosse demorar mais... Eu trago remédios para ela sempre, mas eu não sabia que já haviam acabado e ela sempre recorre aos meios naturais. – a menina abaixava a cabeça, parecia bem pensativa e se culpando pelo estado em que ela achava que sua avó se encontrava. – Você pode me ajudar a reencontrar a casa?

O pedido da menina pareceu ingênuo. Chespin certamente estava com problemas para encontrar a casa da sua mestra e no momento nem Lucia conseguiria achar, afinal, ela estava naquele paraíso verde, sem um mapa para o ponto x da questão, que era a cabana da longeva.

off: sem comentários sobre o nome da neta da Minerva XD

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Ainda me sentindo incomodada ficando parada no meio daquela grama alta e achando um pouco estranho que Torchic e Zigzagoon não tivessem conseguido subir até meus braços, desistindo logo depois da primeira falha, fiquei esperando um resposta da garota. Me parecia idiotice pensar que talvez ela fosse a antiga dona da Chespin, então me animei pensando que talvez ela conhecesse Minerva também e se conhecesse, ela poderia nos guiar até a cabana!

Enquanto ouvia a resposta de Hermione minha animação simplesmente desapareceu e em seu lugar surgiu apenas duvida se eu ficava decepcionada ou com raiva daquela garota. Era péssimo saber que ela estava tão perdido quanto eu e Chespin, mas assim que eu descobri que era ela a responsável por trazer os remédios e que Minerva estava daquele jeito simplesmente porque Hermione tinha perdido a noção do tempo me dava vontade de começar a gritar ou jogar alguma coisa nela.

- Ah que legal! Então Minerva está agora doente, de cama por que você simplesmente esqueceu dos remédios e ainda por cima nem lembra como se chega na casa dela?! Nem quero imaginar então o que teria acontecido se eu não tivesse me perdido e por acaso encontrado a sua avó na hora certa! - Exclamei sem nem tentar conter a frustração que estava sentindo naquele momento e também aproveitando para extravasar um pouco, esperando que depois eu conseguisse pensar nos meus problemas mais calmamente e que isso desse o chacoalhão que Hermione parecia estar precisando.

- E respondendo, não eu não vejo como eu posso te ajudar se estou tão perdida quanto você. - Concluí apenas me contendo um pouco para não lembrar que como neta de Minerva, ela que deveria me ajudar a encontrar o caminho. Olhando para baixo enquanto esperava para ver como aquela garota reagiria, vi Torchic e Zigzagoon no meio da grama alta, o que foi o bastante para me dar uma ideia que poderia nos ajudar e logo peguei as duas nos braços, o que não agradou muito Gligar, mas ele ficou apenas observando o que eu iria fazer.

- Vocês poderiam ajudar? Tentem farejar o caminho, procurem o cheiro da Minerva ou algum que possa nos guiar de volta até a casa dela, mas evitem seguir os rastros da Hermione, que deve ter dado mais voltas nessa floresta do que nós. - Pedi sem me importar que Hermione escutasse e me "esquecendo" de propósito de me apresentar. Até aquele momento ela não tinha me dado muitos motivos para que confiasse nela e considerando que eu tinha menos de sete dias para encontrar Minerva, garantir que ela estava bem, encontrar a saída da floresta e ainda descobrir como faria para salvar a Ângela, não precisava adicionar a preocupação de Hermione simplesmente ligar para os cadetes quando descobrisse quem eu era e a recompensa que receberia se me entregasse.

Ríspida e sem nenhum pouco de sentimento, Lucia abria uma bronca para a neta de Minerva. A jovem de cabelos curtos se estatelava, antes por saber que sua avó estava mal, agora por ter recebido a maior bronca. Hermione aparentava ser uma garota da cidade, que não se dava muito bem com a floresta, tanto que hora ou outra a garota batia no braço, parecendo espantar algum inseto. Os fones de ouvidos ligados emitiam um som alto, mas era indecifrável. A exilada não tinha motivos nenhum de confiar na garota, mas diante do ocorrido, estava certa! Hermione enchia os seus olhos de lágrimas, engolia em seco, suspirava alto e abaixava a cabeça. Sabia que estava errada e agora apenas tentava não atrapalhar, ajustando a alça de sua bolsa.

- Desc... – a voz da menina falhava. Não era para a morena em sua frente que deveria pedir desculpas e, sim, para Minerva.

Depois de perceber que os seus Pokémon estavam no chão, quando outrora tentavam subir, Lucia os pegavam no colo. Gligar virava a cara para o lado, como se desgostasse do feito de sua mestra. Mesmo assim o plano de Lucia era simples. Torchic ainda estava envolta em suas flores, que cobriam o seu corpo, enquanto Zigzagoon estava pronto para sair pela floresta farejando. A guaxinim saltava de volta para o solo, tendo a mata a cobrindo novamente e assim a morena observava o mexer da grama, que significava os passos da Pokémon normal.

Chespin saia atrás e só era possível ver a ponta de seus espinhos na cabeça, que uma hora ou outra sumiam no meio de tanto verde. Lucia seguia os seus Pokémon, enquanto Hermione seguia com passos leves atrás, timidamente. Queria achar a cabana de sua avó tanto quanto a exilada. A flor ainda estava com o Grass, que seguia andando pelo matagal seguindo a Normal que farejava o lugar.

Não demorava e o grupo saia daquela densa mata, sendo possível vê o corpo de Zigzagoon e Chespin completamente. Nos braços de Lucia, um monte de flores e algumas manchas de Torchic, enquanto Gligar observava com desgosto a Pokémon Fire se aproveitando do colo de sua mestra. Os passos eram dados para fora, mas Zigzagoon farejava tudo, indo e voltando, sem tomar alguma pista.

- Já sei! – Hermione rompia o silêncio. – Quando estávamos no mato, conseguíamos, embora com dificuldade, enxergar o Chespin. Talvez se enxergássemos por cima da floresta, possamos encontrar alguma pista. – a menina falava animada, mas ao perceber que chamou a atenção da exilada, ia se reclinando em sua voz que abaixava até encerrar.

off: já até imagino aqui alguns nomes XD

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Fazer Hermione ver como aquela situação era séria, mesmo não contando que eu ainda tinha uma prazo para achar a ajudar Minerva já me fazia sentir muito melhor, mas também me fazia perceber ainda mais que se quisesse encontrar a cabana, teria que pensar sozinha. Quanto mais eu olhava para a garota e via como ela reagia, mais eu percebia que ela era só uma menina tipica da cidade, como um dia eu já tinha sido, que agora estava completamente perdida, fora do seu ambiente e provavelmente entendia do mundo fora das cidades tanto quanto sua avó entendia de como shinki funcionava agora, absolutamente nenhum conhecimento.

Com um longo suspiro e com minhas pokemon no colo, logo pedi ajuda a quem realmente podia fornecer alguma. Como estava coberta de flores que não queria perder, Torchic ficou onde estava, mas logo Zigzagoon se animou em poder ajudar e pulou dos meus braços para começar a farejar, sendo logo seguida por Chespin, que só queria entregar logo a flor para Minerva.

Seguir aquelas duas na grama alta chegava a ser engraçado, pois como eram pequenas, eu só conseguia ver a grama se mover por onde Zigzagoon passava, enquanto da Chespin eu só conseguia ver as pontinhas dos seus chifres, então por um tempo eu basicamente fiquei seguindo três pontinhos verdes se movendo no meio de todo aquele mato. Gligar e Torchic ajudaram muito, sempre indicando a direção quando eu perdia as duas de vista.

Quando finalmente saímos do meio de toda aquela grama eu não sabia se agradecia mais poder finalmente ver as pokemon que deveria seguir, ou simplesmente o fato de não sentir minhas pernas coçando enquanto andava por todo aquele mato. Como de costume, minha felicidade não durou muito, pois logo ficou claro que Zigzagoon estava tendo muita dificuldade para encontrar alguma pista e provavelmente só tinha saído da grama alta para tentar farejar melhor em um campo mais aberto.

Observando a minha pokemon andar de um lado para o outro, sempre sendo seguida por Chespin, arrumei Torchic em meu colo e comecei a pensar em outras jeitos de encontrar a casa de Minerva. Minha mente estava completamente em branco de ideias quando Hermione chamou minha atenção com uma ideia que até poderia dar certo.

- Lá em cima? - Murmurei olhando tão para cima que Gligar teve que se abraçar em meu pescoço para não cair no chão. Esse abraço repentino dele também me fez lembrar que com apenas um recém nascido na lista de pokemon voadores e quase nenhum bom escalador, aquela ideia começava a se tornar muito inviável.

- A ideia não é ruim, mas Gligar é só um recém nascido, como vamos chegar lá em cima? - Perguntei ainda olhando para cima, tentando me imaginar escalando alguma daquelas árvores sem acabar caindo antes de chegar na metade do caminho. Antes que eu pedisse, Zigzagoon foi tentar escalar uma das árvores e se ela conseguisse eu diria para ela procurar fumaça ou qualquer coisa que pudesse indicar em que direção ficava a casa de Minerva.

Uma parte minha torcia muito para que Hermione tivesse algum pokemon voador ou que escalasse bem as árvores, mas como isso era muito pouco provável, decidi que se Zigzagoon não conseguisse, eu mesma tentaria escalar uma dessas árvores, deixando Gligar e Torchic no chão, só por segurança. Eu já tinha escalado algumas árvores em Nyender, mas aquilo era um nível completamente diferente de dificuldade, que me deixava muito nervosa, ainda mais lembrando que antes eu podia ir no hospital se caísse, mas agora nem com isso eu podia contar para me dar mais segurança.

Os passos e a tentativa de Zigzagoon farejar o local em que Minerva morada não estava indo muito bem. Diante das diversas tentativas falhas, a ideia de Hermione não parecia de todo ruim, o problema era escalar todas aquelas árvores para poder vê por cima. Gligar era um bebê e mesmo sendo um voador, seria difícil o Pokémon recém-nascido voar por ali, além de muito perigoso. A jovem olhava para cima, observando como chegaria até lá, enquanto Hermione se recuou, afinal, a probabilidade de uma garota da cidade saber escalar a árvore tão enorme beirava a zero. Mesmo assim, uma voluntária se pronunciava e tentava.

Zigzagoon começava a grudar as suas patinhas em um grande tronco e assim começava a subir vagarosamente. Tremia e tentava manter os seus movimentos firmes, mas tudo o que conseguia era alcançar uma altitude de meio metro, quando escorregou e caiu em cima da cabeça de Chespin. A dor na verdade foi maior na guaxinim que sentou-se em cima do Pokémon Grass. Zigzagoon praticamente voou para cima em choro e deu a impressão que se subisse mais um pouco, certamente iria vê o que estava para cima, o que não aconteceu. A Pokémon caia nos braços de Lúcia, que derrubava Torchic no solo, com sua flores.

A Fire ensaia lágrimas sobre as flores amassadas e começava a catar todas com velocidade, soluçando bastante. Zigzagoon saia do colo da exilada, pedindo desculpas para a Fire e tentando ajudar. Gligar olhava com espanto, mas estava satisfeito por não ter ninguém para dividir a sua dona, enquanto Hermione elevava a mão na boca, curiosa com o que via. Quando Lucia notou a expressão da menina de cabelos curtos, surpreendeu-se ao vê Chespin colocar a flor em cima de uma pedra com musgo e pelo o que parece se preparar para saltar.

De fato, nem um Loppuny saltaria tão alto ao ponto de enxergar o que estaria por cima da floresta, mas a Chespin estava confiante e no primeiro salto, que pareceu nem alcançar uma altitude menor do que Zigzagoon alcançou, a Pokémon liberava vinhas verdes que lançava em um galho alto. Assim a Pokémon se puxava e assim abraçava o galho, se endireitando para ficar em cima dela. Depois, erguia as vinhas novamente e lançou sobre outro galho a puxou de novo, abraçando e se endireitando melhor. O movimento se repetiu até Chespin alcançar o mais alto, sumindo da vista do grupo.

Não demorava e Chespin gritava animada do alto. Parecia que a Pokémon havia encontrado lugar de volta e assim ela começava a descer com cuidado, lançando a sua vinha para um galho superior e esticando o cipó verde, para que ela pudesse descer com segurança. Chespin descia em movimento acelerado, esbanjando um sorriso enorme. Torchic aproveitava a situação e recolhia a flor para o meio de seu buquê, enquanto Zigzagoon continuava ajudando a Pokémon a reunir as flores. Os olhares de Lucia, Hermione e Gligar pairavam sobre a Pokémon e todos deram um passo para trás quando ouviram “Crack”.

O som era típico de um galho quebrando e assim Chespin olhava para cima assustada e entrava de desespero. A inquietação da Pokémon só serviu para que o galho voltasse a quebrar e assim a Grass despencava-se. Lucia nem teve tempo de reagir e um ser voador era atingido pela queda do Chespin. Um Yanma voava desesperadamente com um Chespin em suas costas e fazia de tudo para tentar libertar-se. Chespin, em desespero, segurava no Bug que entrava na mata a dentro com a Grass em suas costas.

off: tadinha da Chespin XD

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Ainda pensando nas vantagens e desvantagens de eu mesma tentar escalar uma da árvores, Zigzagoon começou a avançar bem em sua escalada, mesmo indo devagar para evitar cair. Acho que nem Gligar piscava enquanto observávamos um pouco aflitos a pokemon normal ir chegando cada vez mais alto naquela árvore, mas antes que eu pudesse comemorar o avanço, Zigzagoon perdeu o equilíbrio e acabou caindo bem em cima da Chespin.

Por um momento fiquei preocupada, pois não só os espinhos da Chespin podiam fazer um belo estrago, mas também o golpe podia fazer mal para a pokemon grass, que provavelmente nem teve tempo de pensar em sair do caminho. Antes que eu pudesse ver se elas estavam bem, Zigzagoon fez outra tentativa, dessa vez usando mais velocidade do que cuidado e logo caiu bem nos meus braços, derrubando Torchic, que nem viu da onde a outra pokemon tinha caído.

- Chega Zigzagoon, você vai acabar se machucando assim. Torchic, Chespin vocês estão bem? - Perguntei olhando primeiro para minha pokemon adoradora de flores, que apesar de estar muito triste por suas flores lindas estarem agora amassadas e espalhadas pelo chão, parecia bem e logo foi parando de chorar quando Zigzagoon foi ajudá-la e pareceu prometer ajudar a encontrar flores depois para se desculpar.

Em seguida me virei para perguntar se Hermione tinha algum pokemon ou alguma ideia para nos ajudar, mas assim que a vi olhando para algo, não resisti e me virei para ver também. No começo também estranhei ao ver Chespin deixando a flor, que tanto tinha dado trabalho para encontrar em uma pedra e parecendo se preparar para pular. O que ela iria aprontar?

Eu não conseguia nem imaginar Naomi dar um salto alto o bastante e ela era a que saltava mais alto entre todos os pokemon que eu tinha visto, mas Chespin parecia determinada e logo deu um salto, que para o seu tamanho, era alto. Parecia uma tentativa falha, até ela liberar suas vinhas e usar elas para alcançar um dos galhos! Como Erick nunca tinha tido interesse em subir em árvores, essa era a primeira vez que eu via um pokemon usar o vine whip daquele jeito e ficava bem impressionada com a agilidade e precisão da pokemon de Minerva.

Quando Chespin sumiu entre os galhos mais altos eu fiquei olhando para a folhas, sempre esperando ver alguma coisa e Gligar se mexeu um pouco desconfortável no meu pescoço, como se quisesse ser ele no lugar da Chespin, ajudando todos a encontrar o caminho ou simplesmente estando desconfortável comigo levantando tanto a cabeça para ver o que estava acontecendo. No chão, Torchic e Zigzagoon ainda estavam juntando as flores, mas como também estavam curiosas, de tempos em tempos elas paravam um pouco para ficar observando também.

Já estava começando a ficar preocupada quando finalmente Chespin deu um sinal de vida, gritando animada lá do alto, me fazendo imaginar que agora ela sabia o caminho, ou que ao menos tinha chegado no topo da árvore. Era difícil dizer apenas vendo os galhos, sem saber o que estava acontecendo lá em cima, mas assim que a vi descendo usando suas vinhas como "elevador" improvisado, imaginei que ela tinha encontrado o caminho.

Tudo parecia estar indo bem e até parei um momento para observar que Zigzagoon e Torchic já tinham juntado todas as flores quando um som nada agradável chamou a atenção de todos. Era o inconfundível som de um galho lentamente se quebrando e antes que qualquer um pudesse gritar para que Chespin não entrasse em pânico, ela entrou e com isso acabou terminando de quebrar o galho que estava se segurando.

Tudo nesse ponto aconteceu rápido demais para que eu entendesse, mas quando fui ver, Chespin estava nas costas de um Yanma desesperado, que aprecia não estar gostando da passageira inesperada e agora os dois estavam voando quase sem controle para longe.

- Chespin pula! Tente usar Vine whip de novo, mas dessa vez para se segurar no tronco da árvore e sair de cima desse Yanma! - Gritei pegando Torchic e suas flores e logo começando a correr na mesma direção que aquele yanma tinha ido, tentando não perder os pokemon de vista e acabando nem verificando se Hermione estava nos seguindo. Só tive certeza que Zigzagoon estava nos acompanhando quando ela me passou e começou a correr na minha frente, mas ainda assim tentei manter meus olhos fixos no caminho e no pokemon inseto que carregava Chespin.

No primeiro momento, Lucia travou ao vê a queda de Chespin, tanto que nem notou que um Yanma se aproximava dali. O Pokémon Bug era pego de surpresa, tanto que os exploradores tinham dificuldades para seguir o voo do Yanma que parecia nervoso ao perceber que tinha uma passageira não convidada em suas costas. O Bug entrava mata adentro, enquanto Lucia só teve tempo de passar a mão na massa de flores ambulantes e sair correndo, sendo acompanhada por Zigzagoon em sua frente. O grupo entrava em disparada pela floresta, tentando ajudar Chespin de alguma forma. A jovem Hermione seguia o grupo de longe, parecia que correr não era bem a sua praia.

No alto de tudo, Chespin gritava, pedindo ajuda. A Pokémon estava muito nervosa, mas ainda assim ouvia o que Lucia tinha a dizer. Yanma, por sua vez, nem tanto. O Pokémon libélula parecia disposto a se livrar daquela intrusa e já estava em alta velocidade. O seu corpo brilhava verde e a velocidade do Pokémon inseto só crescia, se distanciando do grupo. Ao longe, a exilada percebia que as vinhas da Pokémon eram lançadas e assim contornavam uma árvore, se soltando de Yanma, que sumia na densa floresta, enquanto Chespin caia.

O Pokémon começava a bater de galho em ganho e não conseguia se concentrar em abraçar uma árvore ou lançar a sua vinha em outra. Caia em um arbusto, cheia de machucados e bem tonta, mas de resto parecia bem. O que não parecia bem eram os Pokémon em forma de ovo que saiam do arbusto junto de Chespin, sendo um desses ovos tendo um galo na cabeça, como se fosse uma segunda cabeça. Furioso, Exeggcute começava a tremer e assim um pó verde invadia o corpo da Chespin, mas não causava nada na Pokémon. Mais furiosos ainda, os Pokémon ovos premiam mais e assim misturava um pó amarelo e roxo, deixando Chespin paralisado e envenenado e logo em seguia os olhos vermelhos colocavam o Pokémon para dormir com Hypnosis.

Zigzagoon foi a primeira a alcançar a Pokémon caída. O alto do nariz da Chespin, única que sabia onde estava a casa de Minerva, estava roxo e uma estática amarela percorria o corpo, enquanto a Pokémon dormia respirando ofegantemente. A guaxinim cutucava a Pokémon e quando Lucia se aproximou, Torchic desviava a atenção da Lótus que estava consigo, para prestar atenção na Pokémon que dormia, paralisada e envenenada. Hermione vinha de longe, ofegante, mas não demorou para o grito da menina de cabelos curtos ecoar pela floresta. Lucia agora estava com Chespin em um mal estado em sua frente e com Hermione que parecia ter se metido em encrenca atrás.  

Zigzagoon logo olhava para os lados e assim pegava no chão uma semente, que parecia ser um item valioso e mostrava para a sua mestra.

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Um pouco distante dali, em uma cabana lá no alto, o dia parecia ser diferente da semana que se passou. Com o Sol sobre a grande floresta e um cheiro de mofo combatendo o cheiro das flores, Anthony com um avental rosada, que tinha uma flor preta no meio e um chapé de chef de cozinha, regava as plantas que ficavam espalhadas na casa. Erick permanecia olhando fixamente o ex-gladiador cantarolar pela casa, enquanto tinha um regador vermelho em uma mão e uma espátula em outra. No cômodo ao lado, Minerva respirava ofegantemente, tentando disfarçar a dor que sentia em seu coração. Naomi, ainda na cama, parecia ter comido alguma coisa nesse tempo em que a morena estivera fora e já estava bem mais inchada do que antes.

Minun mexia nas coisas da longeva. Na prateleira, a Electric parecia passar por livros e alguns vasos, até cair em um pote repleto de pó para a face, no qual não era usado há muito tempo. Erick parecia patrulhar a casa, como se fosse o guardião dali e não demorava em perceber que estava sendo vigiado, mas o que o Grass não sabia era quem ou se era só um pressentimento.  No colo da longeva, um álbum de fotos, onde a foto de Hermione com Minerva, ambas com um sorriso imenso e um moreno de óculos logo ao lado, que forçava um sorriso para agradar as duas.

- Meus netos. – dizia a mulher para Naomi, que prestava atenção. Ela passava vagarosamente as páginas, até que a pata de Naomi pairava sobre o livro. – Isso? – percebia que a Dark apontava para um adesivo de um Pokémon Grass, que parecia ter partes Psychic. – Esse é um Pokémon bastante peculiar, minha cara. Diziam os antigos que ele tem o poder de voltar no tempo. Eu voltaria, não muito tempo, só de quando o meu velho era vivo... Ah, que saudades!  - exclamava a velha, chamando muito a atenção de Naomi, que ficava olhando para a figura do Pokémon meigo que estava ali.

off: não, pelo menos eu tive a boa ideia de comprar lum berrys na loja do incentivo \o/
off²: escolha difícil, duvida entre Erick e Minun @w@

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Com Torchic em meus braços e Gligar se segurando como podia para não cair dos meus ombros, o que me fazia lembrar um pouco quando estava com Erick, mas um pouco mais doloroso por causa das garras do meu novo pokemon, comecei a correr o máximo que podia atrás do pokemon inseto. O caminho não era fácil, mas eu conseguia pular ou contornar facilmente as raízes enquanto corria, o problema maior era não perder Yanma de vista, já que a cada momento ele parecia ficar mais rápido.

Em algum momento, quando já estava começando a temer perder Yanma de vista eu via Chespin lançar suas vinhas em uma das árvores, mas infelizmente o resultado foi bem diferente do que eu tinha imaginando. Sem conseguir se segurar e com medo demais para conseguir mirar em algum galho para se agarrar, Chespin caiu como uma fruta, batendo em vários galhos antes de finalmente aterrissar em uma arbusto.

Quando eu consegui chegar mais perto fiquei feliz em ver que ela só tinha alguns arranhões e o susto da queda, mas antes que eu pudesse perguntar se realmente ela estava bem, um Exeggcute, que parecia ter o azar de estar bem onde Chespin acabou caindo, surgiu muito irritado e logo lançou o que eu imaginei ser Sleep powder. Por reflexo eu me afastei e cobri minha boca e nariz com uma das mãos, enquanto via o pó esverdeado não ter nenhum efeito na pokemon grass.

A falha do ataque pareceu enfurecer ainda mais os pokemon ovos/sementes, se é que isso fosse possível naquele momento, e enquanto Chespin tentava entender o que estava acontecendo para começar a "chover pó verde", o pokemon irritado a atingiu com esporos muitos piores que os anteriores, que eu sabia serem Poisonpowder e Stun powder e como se ainda não estivesse satisfeito, Exeggcute usou um ataque de efeito semelhante ao que tinha falhado, o famoso Hypnosis, que fez Chespin cair no sono na hora.

Zigzagoon e Torchic não perderam tempo para ir ver como Chespin estava, algo que não me agradou, pois Exeggcute podia atacar de novo, mas como não tinha muita escolha, falei para Gligar esconder seu rosto no meu cabelo, cobri parte do meu rosto com a minha blusa e corri para pegar Chespin no colo e voltar a me afastar do pokemon irritadinho, torcendo para que Zigzagoon e Torchic me seguissem, ou que a raiva de Exeggcute já tivesse passado.

Com a pokemon em meus braços, me ajoelhei um pouco enquanto Gligar continuava escondido e comecei a vasculhar minha mochila atrás do que Chespin precisava. Zigzagoon e Torchic logo estavam rodeando a Chespin, olhando e tentando acordá-la, estando muito preocupados com o aspecto doente que ela estava, mas logo as animei mostrando uma pequena berry verde, que seria perfeita para aquele momento.

- Isso não vai ser agradável. - Murmurei esperando que dar uma berry para um pokemon dormindo fosse pelo menos um pouco semelhante a dar para um pokemon confuso ou congelado, já que eu tinha um pouco de prática nos dois casos e logo enfie a fruta na boca da pokemon adormecida, fazendo o que pudesse para que ela a engolisse. - Pronto, acho que agora você vai ficar bem melhor. Ah, obrigada Zigzagoon, isso aqui pode ajudar depois. - Falei pegando a pequena semente com Zigzagoon, já imaginando o que era, mas deixando para ver melhor se estava ou não certa quando estivéssemos na casa da Minerva. Antes que pudéssemos ver se a Chespin melhoraria ou se precisaria de outra Lum berry, o som de Hermione gritando chamou a atenção de todos.

- Hermione?! - Chamei quase que automaticamente, pois sabia que dificilmente ela me responderia, então logo suspirei e comecei a correr para ver o que estava acontecendo com ela, carregando Chespin e verificando sempre se Zigzagoon e Torchic estavam conseguindo me acompanhar. Tentava não pensar no tempo que tudo aquilo estava me custando, me focando em não tropeçar em nada e ficar imaginando o que poderia ter feito aquela garota gritar, torcendo para ser uma coisa simples, como um Caterpie na blusa ou um Wurmple no cabelo.



Já fazia muito tempo desde que Lucia saiu com seu pequeno grupo de busca (se é que dá para chamar aquilo de grupo) e isso estava me incomodando. Ainda sentia muita vontade de chutar algo ou simplesmente acertar minhas vinhas em alguém só de lembrar que ela tinha simplesmente me deixado para trás! Eu estava ótimo, não estava mais cansado e com certeza sabia diferenciar flores melhor que qualquer um ali! (não que me orgulhasse muito disso)

O único motivo, praticamente a única coisa que tinha me impedido de simplesmente sair pela janela e pular bem na cabeça da Lucia, estava agora de avental rosinha, assobiando alegremente enquanto regava as flores e insistia em carregar aquela porcaria de espátula de um lado para o outro. Não tinha como confiar nele sozinho cuidando de Minerva e como Naomi contava menos que uma pokeball vazia desde que Castiel morreu, tinha sobrado apenas eu para cuidar de tudo.

Mais uma vez dei uma olhada pela janela, tentando ver ou escutar qualquer coisa que indicasse que Lucia e as garotas estavam voltando, mas tudo o que eu conseguia era ver um Caterpie sair reclamando do assobio desafinado de Anthony. Por que elas estavam demorando tanto, será que era tão difícil assim pegar uma mísera florzinha?

Como se não bastasse essa demora e ficar imaginando o que Lucia faria sem mim, ainda mais considerando que ela não conseguia passar um minuto do dia sem acabar no meio de um problema ou ser completamente cercada por aqueles cadetes irritantes, eu não conseguia deixar de sentir que tinha alguém olhando para mim. Eu devia estar ficando paranoico depois de tudo, mas se eu descobrisse quem estava me espionando, ele iria descobrir rapidinho o que acontece com quem me irrita, além de saber o poder de um Iron tail bem feito.

Sem poder fazer muito, decidi andar um pouco e aproveitar para ver se estava tudo em ordem ou se alguém precisava da minha ajuda. Anthony estava quieto, feliz regando as flores, mas com certeza eu voltaria depois apenas para ter certeza. Minun foi mais difícil de achar, já que ela estava explorando as partes altas da casa, mas assim que ouvi algo cair e vi uma pequena nuvem de pó, já sabia onde ela estava e fiquei apenas observando ela dizer oi para mim e logo começar a descer, espalhando pó e parecendo muito mais pálida do que realmente era.

- A mamãe já voltou? - Perguntou ela fazendo olhar pidão, como se isso fosse fazer a Lucia aparecer magicamente atrás de mim. Os ataques fortes dela e como ela agora conseguia pular e correr tão rápido de um lado para o outro ás vezes me faziam esquecer que ela era só uma filhote, que achava que Lucia era a sua mãe, apesar da clara diferença entre as duas. Antes que eu pudesse responder, ela espirrou por causa de todo aquele pó, então acho que nem preciso dizer que todo o meu rosto ficou coberto de pó também. Maravilha.

- Ainda não. E a gente não tinha combinado que você podia explorar, desde que não fizesse bagunça? - Perguntei chacoalhando e esfregando meu rosto com as mãos tentando tirar todo aquele pó fedido, mas não adianta e logo estou espirrando tanto quanto ela, que apenas riu e pediu desculpas em vez de me responder.

Ainda espirrando muito e com Minun me seguindo, ainda querendo saber se eu sabia quando a "mamãe" ia voltar e porque ela estava demorando tanto, continuei andando pela casa, parando finalmente para ver como Minerva estava. O quarto parecia estar do mesmo jeito desde a ultima vez que tinha passado ali, mas agora Minerva e Naomi pareciam olhar um livro, fazendo que Minun fosse correndo animada, pensando que fosse de histórias.

Por um tempo só fiquei encarando Naomi, que estava ocupada demais vendo o livro para perceber que eu a observava. Antes eu estava com pena dela, afinal ver Castiel morrer não tinha sido fácil para ninguém, ainda mais para ela, mas aquela greve de "não vou comer nada enquanto Lucia estiver olhando" só me dava vontade de gritar com ela para parar de ser ridícula, ou o que ela queria que nós tivéssemos feito?!

Mesmo estando com um pouco de vontade de ver aquele livro eu me mantive afastado, já tinha pokemon demais em cima da Minerva e ela precisava descansar, então fiquei apenas ouvindo elas falando sobre um pokemon que podia voltar no tempo. Aquilo era legal e me fez ficar imaginando, o que eu faria se pudesse voltar no tempo? Hummmm, a lista era grande, mas logo pensei em algo mais importante que afugentar Anthony em Jorvet ou mudar nosso caminho na rota 2. Não atacaria aquele cadete em Nyender.

Eu sabia que Lucia não me culpava e muito menos pensava mais naquele dia, mas parte de mim sempre se perguntou o que teria acontecido se eu tivesse simplesmente ignorado aquele idiota em vez de perder o controle daquele jeito e começar toda aquela confusão, transformando Lucia na fugitiva que ela é hoje. Era desanimador pensar em como tudo tinha começado e não pude deixar de suspirar, enquanto olhava mais uma vez para trás, esperando ver ou ouvir qualquer coisa que indicasse que Lucia estava chegando e que estava bem.

A corrida pela floresta deixou a jovem exilada um pouco ofegante, mas aliviada ao perceber que os Exeggcute haviam ido embora. Talvez o Grass/Psychic tivesse pensado que apenas o veneno se encarregaria da vingança que ele desejava no momento e de fato estava certo. Chespin estava deitada no chão, ofegante e parecia que não tinha a oportunidade nem de descansar o sono de Hypnosis em paz. Pelo menos, quietinha e dormindo, o veneno demoraria mais para se espalhar e garantiria para a Pokémon um pouco mais de força. Mesmo assim, causaria danos para a missão de Lucia, que tinha na Grass a esperança de encontra a casa de Minerva.

Os passos até a Pokémon que roncava eram rápidos e logo a turminha do exílio estava tentando ajudar Chespin, mas nada era mais seguro naquele momento do que a Lum berry que a morena tinha. Não sabia muito bem o procedimento para poder dá uma berry para um Pokémon dormindo, então tentou o método mais fácil, logicamente. Colocou a berry verde na garganta da Chespin e assim esperava para saber o que acontecia, mas antes disso, o som de Hermione chamou a atenção da exilada. Dois problemas em mãos e poucas soluções...

Lucia partia correndo com Chespin nos braços, Gligar nos ombros. Zigzagoon e a massa de flores que era Torchic corriam logo atrás. A Lótus estava com a Fire, que estava satisfeita de rever a flor novamente e tomava todo o cuidado, pois a flor singular era uma benção não só para ela, mas principalmente para Minerva. Os passos pela floresta foram poucos, até um buraco onde Hermione se encontrava no fundo. A grande estrutura sedimentada era visivelmente feita por agentes naturais, descartando a hipótese de que foi alguém que tinha feito. No meio do caminho, Chespin acordava assustado, levando Gligar a ter ciúmes por sua dona estar levando-o em seus braços e desejando que a Pokémon se afastasse.

Hermione, sentada no chão, esbanjava um sinal de choro. Parecia que tinha torcido o pé e teria dificuldades para ficar em posição vertical. Chespin voltava para o solo e assim esticava-se, mostrando que estava bem e que não deveriam se preocupar com ela, apesar de alguns arranhões, mas o único sério mesmo era um pequeno corte na cabeça que já estava ficando avermelhado, com o sangue lutando para sair e já começando a coagular.

A Grass erguia-se e junto com suas vinhas prendia a cintura da garota da cidade e começava a puxá-la. O grupo ajudava, assim como a exilada e os Pokémon. Gligar não queria ajudar e nem teria tanta força para dá alguma contribuição significativa. Ao menos, o Pokémon deveria deixar Lucia livre para puxar a garota, mas assim não fez. Logo Hermione estava junto ao resto do grupo, mas a sua expressão era diferente. Ela pegava sua bolsa e empurrava para Lucia, com a cabeça abaixada, a sua voz tinha dificuldade de sair.

- Por favor, leve a bolsa e os remédios da vovó. Você está certa! Sou uma desastrada e não tenho a capacidade de nem lembrar com frequência da minha avó. Não deveria estar te seguindo para atrapalhar. Pode me deixar aqui, eu vou dá um jeito... mas ajude-a. – dizia com o rosto baixo e um pouco deprimida com tudo o que tinha acontecido.

Seimei parecia guardar o choro da menina, que de fato se sentia culpada por tudo o que estava acontecendo. Decidia não querer mais seguir em frente e deixar para Lucia prosseguir o seu trabalho, sozinha. Mas o tornozelo de Hermione estava ferido e ficar sozinha em uma floresta, sem ao menos ter o direito de correr...


A cabana estava calma, se não fosse pelo assobio de Anthony enquanto regava as plantas. A lareira improvisada estava ardendo em chamas e logo o exilado parecia parecer confiante que iria cuidar bem de Minerva, já que a longeva cuidou dele e mais do que isso, Minerva parecia uma mãe para o ex-gladiador, o que era cômico vê a velhinha de baixa estatura ao lado do filho grande e forte, porém mimado e com uma personalidade tão singular. O gladiador começava a pegar a massa na tigela, que ele havia batido e jogar em uma frigideira, que engenhosamente estava equipada na lareira de modo que permanecesse horizontal e pronta para ser aquecida pelo fogo, e colocava lá, parecendo panquecas.

Erick continuava a sua patrulha. O Pokémon Grass parecia confiante que protegeria todos, embora acreditasse que seria mais útil com a morena, procurando flores. Tudo bem que Chespin era uma grass também, mas a Pokémon era tão infantil quanto o grupo que saiu com Lucia e por isso Erick confiava mais em suas habilidades do que dela. Mesmo assim, o pequeno Grass saia andando pela casa e repreendia Minun pela sua traquinagem. Mas a bebê respondia rindo e assim começava a subir na cama e ficar no livro, observando as gravuras, onde outrora achava que era um livro de histórias.

Naomi parecia melhor com a longeva. Apesar de seu sentimento de ter perdido Castiel, a Pokémon ainda era uma seguidora e como tal ajudar idosos e crianças era a sua função principal. Erick achava toda aquela depressão de Naomi um saco, mas não havia uma semana direito que o seguidor havia morrido e o luto da Dark continuava. O Pokémon sério patrulhava o local como um general, mas se sentiu tentado pela história de Minerva sobre o Pokémon que conseguia viajar no tempo. Sabia que sua parceira não o culpava por tudo o que havia acontecido, mas seria bom ter dias de sossegos ou dias que Lucia não entrasse em confusão.

A senhora de alvos cabelos fechava o livro em seu colo. Respirava mais uma vez pesadamente e colocava o álbum ao lado da cama, mais ao chão. Era visto o extremo esforço que ela fazia para conter a dor e assim se aconchegava melhor na cama, esperando o retorno da exilada. Lucia demorava de retornar, mas tudo teria que continuava da melhor forma. Naomi, vendo a situação de Minerva, se erguia da cama com Minun em sua boca. Minun sorria, achando aquilo divertido e incomum para a Pokémon alva fazer. Ela saia do quarto com a electric na boca e Erick deixava Minerva descansar.

No único cômodo da casa, fora o quarto, Anthony enfeitava as suas panquecas, fazendo carinhas com as frutas. Minun era deixada no chão e assim Cubchoo entregava para ela um prato com panquecas. A Pokémon ficava animada, pois não comia alimentos sólidos e seria uma experiência incrível para ela. Ela sentava-se no chão e tentava morder uma frutinha que decorava a massa, mas tinha dificuldades e então optava por comer a massa que era mais leve. Piplup também trazia para Naomi e Erick, e surpresa foi do Grass ao ver a Pokémon desastre comer, depois de quase uma semana sem comer nada aparentemente.

- Erick – a voz da Dark era diferente de tudo o que o Grass tinha presenciado. Nem com Castiel a alva havia demonstrado a sua voz. Era séria, bem formal, mas era até bonita de se ouvir. – Estou com um mal pressentimento. – alertava a quadrúpede. Certamente, desastres era a ocupação principal da Pokémon, que pressentia tudo ao seu redor, sendo um bom sinalizados, mas no momento, saber o desastre que vinha sobre a cabana era bem mais importante.

off: sim sim XD
off²: curtindo narrar dois pontos de vista? XD

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Com Chespin dormindo em meus braços e Gligar agarrado em meu pescoço não querendo de jeito nenhum cair e acabar ficando para trás, corri com minhas pokemon tentando voltar e achar exatamente onde tínhamos deixado Hermione para trás. Zigzagoon conseguia passar na minha frente sem problemas, passando a quase guiar nosso caminho, enquanto Torchic se esforçava para ficar ao meu lado sem derrubar nenhuma flor.

Para a nossa sorte não demorou muito para encontrarmos a neta de Minerva e logo Chespin pulava dos meus braços, parecendo muito melhor, só com alguns arranhões que poderiam ser tratados depois, mas nossas boas noticias acabavam ai. Da onde estava era difícil dizer, mas parecia que Hermione havia se machucado e sua cara já dizia que em breve ela começaria a chorar muito.

Com a ajuda de Chespin usando seu Vine whip, conseguimos pegar Hermione com um pequeno trabalho braçal. Chespin e Zigzagoon me ajudaram a puxar Hermione, mas com Gligar nos meus ombros o trabalho foi bem complicado e assim que a garota estava sentada em segurança, eu me sentei ao lado dela para recuperar o fôlego, enquanto Torchic aproveitava para se sentar no meu colo.

No momento em que a garota empurrou a bolsa que carregava para os meus braços, até mesmo Chespin ficava surpresa, mas foi só ouvir o que ela tinha a dizer para entender. Não pude deixar de suspirar enquanto colocava a bolsa de lado e olhava tentando parecer menos séria para Hermione. Eu tinha pegado pesado demais, não tinha como negar ela era só uma garotinha da cidade que queria ajudar a avó, mesmo sendo péssima em qualquer coisa fora da cidade.

- Você não é desastrada, só precisa prestar mais atenção e continuar tentando. - Falei fazendo um cafuné na parte que conseguia achar da cabeça de Torchic antes de colocá-la de volta no chão. - Vamos lá! Você tem uma missão e sua avó esta esperando, vamos juntas entregar esses remédios e mostrar para Minerva que você pode ajudá-la também. - Falei tentando animá-la um pouco para poder ter a garantia que Hermione continuaria cuidando de Minerva depois que eu fosse embora e também que ela fosse comigo, pois não tinha como deixar ela sozinha em Seimei. Provavelmente ela não duraria cinco minutos sozinha...

Me levantando ainda estando um pouco cansada depois de ficar correndo, de puxar Hermione para fora do buraco sem ter dormido quase nada na ultima noite, peguei a mão de Hermione e a puxei para se levantar e se apoiar no meu ombro para continuarmos andando. Vendo isso Chespin já se levantava e parecia se preparar para nos guiar até a casa de Minerva.



Observando Minerva ainda vendo aquele livro, que pela cara de Minun não era um livro de historinhas, eu ficava um pouco dividido entre ficar ali com elas ou voltar para a janela ver se Lucia estava ou não voltando. Ela estava demorando demais para voltar e lembrando quem tinha ido com ela, não conseguia ficar tranquilo e a qualquer momento, ficava esperando ouvir uma explosão ou o som das viaturas passando levando Lucia para Angélica.

Quando já estava pensando em sair de fininho e talvez tentar subir no topo de uma das árvores para ver se conseguia ver qualquer sinal de Lucia ou de algum movimento suspeito na floresta, Minerva pareceu decidir dormir um pouco, então fiquei esperando Naomi sair, carregando a pequena Minun que estava adorando o passeio surpresa, para logo deixar o quarto também.

- Eu to voando! - Falava Minun esticando seus bracinhos enquanto Naomi a carregava, mas logo ela era colocada no chão, onde ficava sorrindo para todos até receber as panquecas de Cubchoo, ficando um tempo pulando de animação antes de desistir de comer as frutas e começar a comer a massa macia da panqueca, que por incrível que pudesse parecer, parecia estar gostosa.

Naomi ficava ao meu lado enquanto recebíamos panquecas com frutas também, o que me deixava um pouco desconfortável. Desde quando ela ficava tão alta mesmo sentada? Foi um momento um pouco estranho, ainda mais com Anthony cozinhando e cantarolando com aquele avental ridículo, mas conseguia me manter distraído comendo um pouco e me mantendo atento a qualquer som que não fosse Anthony assobiando ou Minun choramingando por ter queimado sua língua.

Ver Naomi comendo era outra coia que estava me incomodando. Ainda me lembrava bem de Lucia quase implorando e precisando da ajuda da Zigzagoon para fazer essa chorona comer um pedacinho de maçã e agora, com Lucia longe, essa pokemon comia como se não tivesse nenhum problema. Parecia que ela só estava querendo atenção e a única coisa que me impediu de falar umas poucas e boas, foi ela ter falado primeiro.

- Posso não ser tão preciso, mas também não estou com um bom pressentimento desde que a Lucia saiu. - Comentei fazendo apenas uma pequena pausa para tentar não começar a criticar ela, comendo mais um pouco de panquecas, até que meu prato ficou vazio. - Será que é melhor irmos procurar ela ou você quer comer mais um pouco antes que ela te veja. - Perguntei sem olhar para ela enquanto pegava uma ultima fruta e a comia, esperando a opinião da Naomi antes de decidir o que fazer.

Depois de um bom trabalho de equipe para retirar Hermione do buraco, Lucia parecia satisfeita em poder ajudar a garota da cidade. Chespin estava bem e Torchic entretida com as flores. Parecia que depois de finalizar com o fim das confusões e problemáticas naquela floresta, a exilada se via disposta a responder com um pouco mais de ânimo, tentando incentivar a menina em não desistir. De fato a exilada foi um tanto quando ríspida com a menina, que poderia ser um caos na floresta, mas também não era o seu habitat. A menina só queria ajudar a sua avó e ficar ali sentada não iria ajudar nem um pouco.

Com palavras que levantaram um pouco a moral da menina, Hermione continha o choro e assim apenas olhava para a mulher que ajudava mesmo sem ter nada haver com a longeva. Lucia poderia deixar a velha sozinha, deitada e desmaiada no meio de sua cabana, mas mesmo assim a ajudou. A morena era tudo, menos ingrata. A garota de cabelos curtos tentava achar forças para não se achar uma total idiota e depois de olhar para trás e perceber a quão tenebrosa era aquela floresta daquele ângulo, Hermione decidia lutar mais um pouco.

- Continuar tentando... – repetia baixinho para si.

Com um aceno de cabeça, a menina indicava que estaria pronta para continuar a missão, que era de entregar os remédios para a sua avó e assim ela se erguia, apoiando-se em Lucia e assim mancando pela floresta. Chespin já entendia que era hora de encontrar a casa de sua amada amiga e assim liderava de peito estufado o caminho, sendo acompanhada por Zigzagoon, Torchic e a dupla de humanas. O caminho se passava por meio as árvores e nenhuma trilha era vista, na qual facilitaria a passagem. As duas seguiam caladas e Hermione estava pensativa.

- Sabe... Como deu para perceber, sou péssima em andar por essas florestas. Sempre que venho aqui, me perco... Queria tanto que a vovó fosse comigo para Grung... Seria um sonho tê-la conosco... Pelo menos assim teríamos facilidade em ajudá-la... Talvez você possa falar com ela, o que acha?





Na cabana, todos estavam em suas devidas tarefas, pelo menos Anthony, que estranhamente ajudava a manter a “ordem” na casa. O gladiador parecia disposto a compensa Minerva por tudo o que ele fazia era de bom grado e de coração, o que fazia o velho, narciso e conhecido Anthony sair de cena para entrar um exilado até que amigável. As panquecas estavam comíveis. Certamente cozinhar não era a especialidade do grandalhão, mas dava para o gasto, caso precisasse sobreviver sozinho.

Cubchoo e Piplup distribuíam as panquecas do exilado com alegria. Pidgey se aconchegava na janela, enquanto Anthony ia entregar a panqueca de Minerva, mas retorna com o alimento no prato, já que a velha estava dormindo no momento. Naomi surpreendia Erick, comendo a panqueca e assim ela começava a mostrar o seu ponto de vista, deixando a serpente de grama irada, por perceber que Naomi só comia na ausência de sua mestra. A Pokémon alva erguia o seu olhar sério para o Grass.

- O mundo não gira em torno de sua mestra... Não sentia vontade de comer... Mas por não comer eu tive um péssimo desempenho contra o Umbreon e a Surskit... – dizia a Dark. – Não que seja boa com brigas... Não gosto, mas o mundo é um tanto mais perigoso do que Castiel contava... – dizia a Pokémon, já enchendo os olhos de lágrimas, pelo simples fato de pronunciar o nome do seu finado mestre.

Anthony passava com alguns grandes potes de barro. Colocava alguns na bolsa e outros nos braços e assim seguia pela cabana, com Cubchoo no ombro e dizendo que iria pegar água e que até lá Piplup iria estar no comando. O Pokémon Water inchava o peito começava a se vangloriar no momento, mas não se passava nem alguns segundos que Anthony cruzou a porta e um grito era ouvido.

Imediatamente Naomi e Erick saiam correndo para fora, enquanto Minun reclamava que sua língua estava doendo e saia andando cambaleando pela cabana com a língua para fora. Do alto da árvore, Erick observava Anthony e o Ice no chão, envoltos por uma seda e no chão. Os olhos do Pokémon e do dono estavam em espiral, mas de resto parecia que ambos não se machucaram, embora estejam com arranhões e ramos verdes por todos os lados do corpo.

off: XD sério? XD quem foram os coitados?
off²: não esquece que eu quero participar do evento @.@

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De pé, já vendo minhas pokemon e Chespin prontas para continuarem com a caminhada, fiquei esperando um resposta de Hermione, temendo que minha tentativa de animá-la um pouco fosse atrapalhada por minha falta de argumentos. Um bom sinal foi que logo ela parou de ameaçar a chorar, ficando apenas com os olhos vermelhos enquanto olhava em volta e parecia pensar um pouco nas opções que tinha.

Murmurando algo que não entendi muito bem, mas que me pareceu ser algo como "continuar tentando" ou talvez "sonhando", um pouco de animação logo surgiu em seu rosto, então a ajudei a se levantar e passei seu braço sobre o meu ombro, o que não foi fácil com Gligar ainda ali se recusando a ir para o chão, finalmente estávamos realmente prontas para continuar.

Chespin ia na frente, com Zigzagoon logo ao lado, que observava e ria um pouca da postura confiante e de liderança que a pokemon tinha, talvez lembrando que ela havia andado do mesmo jeito mesmo estando completamente perdida, e com Torchic ao meu lado, parecendo estar escolhendo que flores combinariam melhor com o cabelo de Hermione quando começasse a enfeitar ele de flores, o caminho foi relativamente agradável. Mesmo avançando mais devagar do que eu queria, saber que estávamos no caminho certo já me animava, então até conseguia ignorar o desconforto de ter o braço de Hermione e Gligar apoiados em meus ombros.

O silêncio estava um pouco incômodo, mesmo tendo o caminho complicado e alguns sons da floresta para nos distrair. Já estava começando a imaginar se Hermione tinha esquecido a voz em alguma parte do caminho ou se só não sabia o que dizer, quando ela finalmente quebrou o silêncio, fazendo um pedido que eu não tinha muita certeza de como e se realmente queria ajudar.

- Olha....., eu posso tentar, mas não sei não. - Comentei pensativa lembrando como Minerva ficava a vontade e estava acostumada a viver nessa floresta. A mudança com certeza tinha muitos pontos positivos, mas os aspectos negativos eram os que mais passavam em minha mente. - Tenho certeza que ela vai gostar de passar mais tempo com você e a família, ela esta precisando, mas será que ela realmente vai ser mais feliz longe daqui? De tudo o que ela conhece, de onde ela se sente bem e pode ficar com Chespin quase sem preocupações? Aqui ela consegue fazer tudo sozinha e conhece bem o ambiente, não consigo imaginar como ela conseguiria se acostumar com uma cidade tão grande e única como Grung... - Concluí ainda estando pensativa e sem parar de olhar para Chespin, que mesmo não demonstrando, com certeza estava nos escutando, então nem quis comentar que se elas fossem para Grung que não demoraria nada para os cadetes confiscarem Chespin por Minerva não ter uma licença.

Me perguntava se Hermione já tinha pensado nisso quando teve essa ideia de levar Minerva para a cidade. Esta certo que eu não podia negar que a acesso ao hospital, companhia da família e talvez até de amigos que pudessem ajudá-la sempre que fosse preciso seria muito melhor do que ficar sozinha na floresta dependendo apenas de si mesma, chespin e de sua desastrada Neta, mas será que Minerva veria as coisas dessa forma? Eu não sabia dizer, então continuei andando com a mente longe e os olhos quase fixos nos movimentos de Chespin.



Enquanto comia as panquecas e observava Anthony andar de um lado para o outro com aquele avental, uma cena que dificilmente eu conseguiria esquecer, fiquei imaginando até que ponto aquele cara conseguiria me surpreender. O seu tamanho já tinha sido um choque para mim, mas parecia que a cada minuto eu descobria algo ainda mais estranho ou surpreendente sobre ele. As reclamações podiam me dar de cabeça e uma vontade irresistível e praticar arremesso de chorão, coisa que só piorava com ele querendo que Lucia fosse até os cadetes, mas agora ele estava tão diferente, ajudando, animado e quase quieto que me fazia querer que ele nunca partisse, só para ver o que mais esse grandalhão escondia.

Quando Anthony voltou com o prato de panquecas, tendo o bom senso de deixar Minerva dormindo, eu cheguei a conclusão que mais nada que ele fizesse poderia me surpreender. Tinha vontade de conversar um pouco com Piplup, mas enquanto eu não decorasse o nome bizarro dele, a única resposta que conseguia era ver esse pokemon sair de perto reclamando que não era tão difícil assim decorar um nome, Pidgey conhecia ele menos do que eu e como Cubchoo não parecia alguém com quem eu pudesse conseguir uma resposta clara, só me restava observar aqueles três.

Olhando um pouco em volta e pensando que a pouco tempo éramos apenas eu e Lucia lutando entre as rotas e as cidades, era um pouco surpreendente ver como nosso grupo havia crescido. Em alguns momentos eu ainda esperava abrir os olhos e me ver sendo o único pokemon com Lucia, mas tinha que admitir que até que era bom estar em um grupo maior, já pelo menos as piadinhas da Lucia tinham parado e agora eu tinha com quem conversar.

Me tirando de meus pensamentos, Naomi respondeu, mas como estava falando entre uma mordida e outra nas panquecas e com a lembrança clara de ouvir os estômago dela roncando, com ela ignorando a comida que Lucia deixava para ela, não levei o que ouviu muito em consideração. Ela era teimosa, então só me restava ver quem de nós seria o mais cabeça dura: eu, ela ou Lucia.

- Você é boa em combates e não precisa gostar deles para isso. - Falei me esticando um pouco ainda sentado e logo usando meu Vine whip para juntar nossos pratos e deixar eles fora do caminho, onde Anthony ou talvez Lucia pudessem lavá-los quando voltassem. - Tenho certeza que Castiel te contou sobre todos os perigos do mundo que ele conhecia, mas você vai ver que exilados enfrentam coisas que você nem consegue imaginar. - Concluí olhando para a janela, sem conseguir olhar para Naomi tentando não voltar a chorar pelo seguidor de Arceus. Minha preocupação só aumentava, chegando ao ponto em que estava começando a contar os minutos. Lucia, por que tanta demora?

Passando bem na minha frente, Anthony estava carregando vários potes, pronto para ir buscar água com Lord Bear. Isso poderia ser um problema, que me fazia querer ir avisar ao Pidgey para ficar de olho e ajudar Anthony a achar o caminho de volta, mas deixei essa ideia de lado assim que o chato colocou se Piplup no comando. Eu apenas observava o passarinho se achar o melhor por causa de seu novo "trabalho", pensando quanto estrago causaria se amarrasse ele assim que viesse me incomodar com alguma ordem ou sugestão idiota.

Não tive nem tempo de olhar para Naomi quando o som de gritos quase me fez cair de cara no chão de susto. O som era claramente o grito estérico de Anthony, o que me fez levantar junto com Naomi para ir ver o que tinha acontecido e se ele precisava de ajuda. Quando chegamos, fiquei um pouco sem saber o que fazer enquanto observava os dois caídos, cobertos por aquela teia nojenta que os pokemon insetos produziam. Eca.

- Estou começando a odiar insetos, o que aconteceu aqui? - Perguntei para Piplup enquanto olhava em volta em busca de qualquer sinal de perigo ou de algum pokemon inseto nervoso que poderia ter feito aquilo. Minha vontade era de esticar minhas vinhas e ficar cutucando aqueles dois até que acordassem, mas deixei para fazer isso quando finalmente descobrisse o que tinha acontecido ali.

As exploradoras continuavam o seu caminho e ao vê que parecia ser um tanto quanto longo, as duas persistiam sob a liderança de Chespin. Zigzagoon sorria pela postura da Pokémon que era bem confiante, embora fosse a mesma posição de quando a turminha se perdeu pela primeira vez. O grupo se calava, ouvindo alguns zumbidos no ar, mas logo Chespin percebeu que era um Yanma e hesitou em prosseguir. Mas assim que o Pokémon libélula passou, ali estava o grupo voltando para uma caminhada em meio a mata.

Lucia era bombardeada com um pedido. Convencer Minerva em ir para a cidade não era uma tarefa fácil. A longeva parecia em perfeita harmonia com aquele lugar. Talvez fosse bom para a mulher dá uma olhada em sua saúde a partir de aparelhos mais modernos e saber o que realmente a Lótus causa em seu interior. Apesar disso, fazer Minerva morar em uma cidade tão grande quanto Grung, é tão desastroso quanto fazer Hermione morar em uma floresta como aquela. Ambas pareciam serem tão diferentes, mas os laços familiares ainda ligavam-nas e com tudo o que cada uma aprendeu, era hora de reconhecer a sua limitação.

- Eu sei... eu sei... Já a levamos uma vez... Ela detestou a cidade, o barulho e tudo. Voltou para a floresta sem fazer alguns exames... Eu e o meu irmão precisamos nos certificar da saúde dela... Só uma semana fazendo exames e nos divertindo em casa, seria ótimo... Você também pode ir se quiser. Nossa casa é grande e dá para você e seus Pokémon ficarem lá tranquilamente... – dizia a menina.

As duas avançavam ainda pela floresta. Chespin usava os seus chicotes para abrir a mata e assim que elas se abriram meio ao matagal, lá estava a grande árvore que tinha a grande cabana no alto, quase que camuflada. No chão, a visão de Naomi usando as sua foice para poder libertar Anthony da ceda. Cubchoo parecia fazer drama e encenar um desmaio e assim Minun saia correndo no meio da floresta e saltava sobre Lucia, arrancando um olhar congelante de Gligar. No céu, o laranja do fim de tarde começava a chegar e assim possivelmente logo a noite acompanharia...




Erick realmente não tinha opções, a não ser torcer para que o Piplup de nome complicado não lhe desse ordens tolas. O jovem grass começava a recolher os pratos, quando o som de Anthony chamou a atenção de todos. Naomi se erguia e assim corria para fora, surpreendentemente antes do som ser ouvido. A percepção da Dark era um tanto quanto impressionante e poderia detectar os inimigos de Lucia segundos antes de ser atacadas. Se a Pokémon soubesse colaborar, talvez a vida de Erick e de sua mestra deixaria de ser um pouco cheia de surpresas...

Erick olhava para baixo e via a imagem de Cubchoo e Anthony envolta de teias de seda. Ao lado, alguns Caterpies começavam a fugir da bagunça que estavam fazendo na casa na árvore. Alguns diziam algo sobre o fato de terem avisado que havia gente na cabana, outro dizia que no dia seguinte retornaria, como todos os dias no fim da tarde. Parecia ser um hábito dos insetos fazerem a sua casa naquela árvore e talvez toda tarde Minerva os expulsassem. No solo, Erick tentava entender o que era e percebeu que não era nada de importante. Naomi descia da casa na árvore com um salto majestoso.

Talvez fosse possível que o único pressentimento ruim que Naomi havia sentido era a queda do ex-gladiador e os olhos que observavam a casa eram de Caterpies sem-terra. Piplup aterrissava no solo, caindo da escada e rolando. Tinha se machucado, mas estavam bem, ao contrário dos dois que iriam sair para pegar água, que pareciam estarem gemendo de dor, mesmo Erick e Naomi vendo que eles estavam bem. Minun saia correndo da árvore. Conseguia descer com segurança e em seguida começava a pular em cima do grandalhão, falando para ele acordar.

- Tio, tio. Levanta. Levanta. – a Electric tentava acordar, mas o peso da Pokémon pouco fazia diferença para levantar o grande exilado, até que ela soltava uma carga elétrica que atingia Anthony e Cubchoo, fazendo o moreno levanta com o seu cabelo todo destruído e Cubchoo fingindo estar “Fainted”.

- AAAAAAAAAAAAAAh! Essa coisa acabou comigo... Só tinha que ser esse vermezinho azulado e cheio de energia. – o som do velho Anthony retornava e assim era visto que a reclamação iria voltar.

- Mamãe? Mamãe, mamãe! – Minun rompia o drama do exilado e saia correndo pelo campo, indo em direção da morena que chegava ao lado de uma garota de cabelos curtos e o grupo que havia saído para buscar a flor. O laranja do céu era a cor do reencontro do grupo, mas algo parecia bem mais diferente e se tratava do Pokémon escorpião-morcego no ombro da exilada...

Off: Pode voltar a postar normal XD

off: ah, eu vi XD
off²: pronto, tudo junto de novo
off³: ahhhh, vou postar desse jeito só uma ultima vez =w=

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Parando apenas por alguns segundos para Chespin se recuperar do susto quando um Yanma passou por nós sem dar muita atenção, continuamos andando pelo caminho que já estava ficando longo de mais para o meu gosto. Talvez fosse apenas por estar carregando Hermione, o que me fazia andar muito mais devagar do que o normal, mas ainda assim era incômodo e eu não via a hora de finalmente chegarmos na casa de Minerva.

A resposta de Hermione, contando sobre a vez que conseguiram convencer Minerva a viver um tempo na cidade só reforçava o que eu tinha imaginado, que ela não se adaptaria a vida estressante e barulhenta da cidade. Talvez por causa das lembranças e do fato de já estar completamente acostumada com o ambiente, Minerva nunca iria conseguir deixar essa floresta para trás, mesmo que seja para ver os netos, mas ainda assim eu tentaria ajudar. Talvez se ela ficasse só o bastante para fazerem os exames....

- Talvez de pra convencer ela a ficar o tempo para fazer o exames, mas acho que não vai ser fácil. - Comentei ajudando Hermione a pular uma raiz que estava em uma posição estranha, levantada para fora do chão, mas com minha mente focada no convite de Hermione, que só me fazia lembrar que não poderia ficar muito mais tempo com elas. - Depois a gente conversa sobre isso. - Falei sem conseguir olhar para ela, me mantendo focada no caminho e em como Chespin estava usando suas vinhas para afastar a vegetação. Um gosto ruim surgia em minha boca imaginando como eu poderia explicar para Hermione que eu teria que partir e que ela teria que fingir não me conhecer para se manter segura, mas deixei para pensar nisso depois.

Antes que Hermione pudesse responder, Chespin tirou os últimos galhos da nossa frente e ajudei a garota a passar pela ultima parte complicada do caminho senti uma pequena bolinha de pelos pular no meu braço livre. Nem precisava olhar para saber que era a Minun, já que ela não parava de falar enquanto me abraçava, algo que eu queria retribuir e acabar logo com a saudade que estava sentindo, mas primeiro teria que terminar de ajudar Hermione, que parecia achar graça enquanto Minun corria do meu ombro para o dela antes de voltar ao chão, um pouco confusa com o Gligar que estava em minhas costas.

No chão mais a frente, bem na frente da "entrada" da casa da Minerva estavam Anthony e Cubchoo completamente amarrados por teias e Naomi usando seu chifre para soltá-los, mantendo sua expressão séria enquanto nem me olhava. Erick logo descia também, no começo parecendo disposto a me dar as boas vindas, mas assim que viu Gligar e Hermione, sua expressão mudou para "o que esta acontecendo aqui?"

- Depois eu explico tudo, mas enquanto isso você e Chespin podem ajudar Hermione a subir? Torchic está com a flor, então deem uma ajudinha para ela também, eu quero ver como o Anthony esta. - Comentei olhando em volta e sentindo gligar beliscar levemente a minha orelha, claramente querendo saber quem eram esses com quem eu conversava agora. Erick aceitou, suspirando alto antes de voltar para a árvore, onde junto de Chespin, preparava suas vinhas para puxar Hermione, que logo eu deixava apoiada na árvore, apenas alguns centímetros afastada de Anthony.

- Será que eu vou querer saber como vocês dois acabaram assim? - Perguntei me agachando ao lado de Naomi enquanto observava os dois se livrarem das últimas teias. Estranhamente o cabelo de Anthony e o pelo de Cubchoo estavam bem arrepiados, o que me fez olhar para Minun, que ajudava pegando a bolsa de Hermione junto com Zigzagoon e a levando para dentro.


Tinha que admitir que os reflexos de Naomi eram invejáveis, mas imaginava que saber quando algo ruim fosse acontecer ajudasse bastante na hora de reagir. Seria ótimo se algum dia ela usasse isso para nos ajudar a evitar os problemas que sempre apareciam nós, mas acho que eu poderia me considerar com sorte se ela tentasse nos ajudar em situações de vida ou morte.

Ver Anthony e o Cubchoo praticamente nocauteados por causa de um simples ataque de teias conseguia me fazer rir um pouco, ainda mais quando olhei para o lado e vi o pequeno bando de Caterpies se afastando depois de terem atacado Anthony. Tive vontade de gritar para eles que tinha visto uma árvore desocupada não muito longe de onde estávamos, mas como eles logo sumiram entre as folhas, decidi me concentrar no problema que tínhamos agora.

- Será que esse é o problema que você sentiu chegando? - Perguntei enquanto observava Naomi cortando aquelas teias e pegava um pouco delas para observar na minha mão, logo me arrependendo, já que aquilo grudou como cola e só saiu quando eu esfreguei minha mão  discretamente na casa da árvore. Teia nojenta e pegajosa, eca.

Naomi já estava no fim quando fomos "agraciados" com a chegada de Piplup, que só não era mais desastrado que o Anthony, caindo de maneria dolorosa no chão, bem ao meu lado. Minun também não demorou a chegar, descendo da maneira correta e segura, me impressionando um pouco e logo indo tentar ajudar o "tio". Não pude deixar de rir quando ela usou um pouco de eletricidade, tão pouco que nem devia ter doido, fazendo o "bom e velho" Anthony resmungão voltar.

Pior que ele estava apenas Cubchoo, que parecia querer que todos acreditassem que estava nocauteado, se esquecendo apenas que pokemon assim não se mexem muito, enquanto ele virava e mudava de posição, procurando o jeito mais confortável de ficar jogado na grama. Já estava prestes a olhar para Naomi, ainda esperando uma resposta, quando Minun passou correndo a toda velocidade, quase me derrubando, mas anunciando algo que eu estava esperando a horas. Lucia finalmente voltou!

Foi um grande alivio e surpresa ver que ela estava inteira e segura, apesar de esta claramente cansada, carregando aquela menina estranha que parecia estar machucada. Zigzagoon logo me cumprimentou de forma rápida, preferindo ficar ao lado de Lucia enquanto esta se aproximava e demorei um pouco para descobrir que aquele pequeno montinho de flores com pernas na verdade era Torchic que nem conseguia dizer uma palavra com tantas flores que carregava.

Quando Minun voltou ao chão, meu olhar se focou no pokemon que Lucia carregava. Enquanto ele me encarava do mesmo modo que eu o observava, várias perguntas surgiam em minha mente. Quem era ele? Onde Lucia tinha encontrado um pokemon que eu tanto ouvia dizer que andava com Gangster? E o que ele achava que estava fazendo pendurado no ombro dela em vez de ajudar carregando um pouco das flores da Torchic ou simplesmente não servindo de mais peso morto para Lucia carregar?

Era engraçado como Lucia me conhecia agora, pois logo prometia as respostas que eu tanto queria, mas é claro, antes eu teria que ajudar essa estranha a entrar na casa da Minerva. Sinceramente não gostei nem um pouco da ideia, mas decidi confiar, então chamei Chespin para subirmos logo e acabar com aquilo de uma vez.

A presença de Lucia caia por terra toda a preocupação. Até Naomi ficava mais aliviada. A Dark previa que algo aconteceria, mas não sabia dizer o quê, então o simples ataque dos Caterpies em Anthony e Cubchoo justificaria as suspeitas da alva Pokémon. Lucia apresentava-se com uma menina nova, fora o novo Pokémon que estava em seu ombro. Erick queira respostas, e Lucia prometia dá-las. Diante de todo aquele reencontro, Minun caminhando de um lado para o outro, Anthony com o seu drama no solo e o Ice fingindo estar nocauteado e precisando de atenção e ajuda urgente, Hermione só se impressionava com tantos Pokémon ao redor. Piplup se erguia se limpando e voltando a tentar escalar a árvore, não tendo muito sucesso e caindo, mesmo usando as escadinhas.

Lucia ia até Anthony e assim Hermione era guiada pelos Grass. Chespin, sempre disposta a ajudar, seguia com Erick. Ambos lançavam as suas vinhas para o alto e assim se puxavam para o topo onde a cabana se encontrava. Do alto, quatro vinhas desciam rapidamente e amarravam a menina de cabelos curtos. Com força, os dois Pokémon começavam a puxar a garota, que agora subia em velocidade constante. Minun e Zigzagoon se viravam para poder levar a bolsa pela escada, enquanto o monte de flor ambulante seguia caminhando por ali e por não enxergar nada direito, batia na árvore e caia sentada no chão, enquanto as flores voavam e desesperadamente voltava a catar algumas.

Torchic só teve tempo de pegar Lótus de Minerva e assim vinhas verdes seguravam a Pokémon e puxavam-na para o alto, enquanto a Pokémon chorava por conta das diversas flores que ficaram para trás. Anthony já erguia reclamão, como Lucia conhecia, não tendo, a exilada, a oportunidade de conhecer o Anthony de bom coração que Erick presenciou outrora.

- Essa bola de pelo que você chama de Pokémon acabou com o meu penteado. Sabe quanto tempo demorei para fazer? Sabe? Se tirarem mais uma foto minha para colocar nesses cartazes eu iria sair tão desarrumado que destruiria a minha imagem. – enquanto falava, Bear no solo apenas erguia a pata direita, confirmando o que o seu mestre dizia. – e você demorou muito... Pensei até que me abandonaria aqui com essas pestes que você cria.

Anthony, revoltado, nem esperava a resposta da morena e voltava a subir para a cabana, desistindo do que aconteceu. Piplup arrastava Cubchoo para perto da árvore e começava a pensar como iria subir com o Ice, até Erick revirar os olhos do alto e lançar as suas vinhas e puxava os Pokémon Anthony para cima. Lucia entrava na casa totalmente cheia. Hermione estava saindo do quarto da avó e de dentro de um cantil tirava água para uma panela de barro e colocava no fogo. Pegando a flor de Torchic, que ainda chorava por ter deixado tantas espécimes lá embaixo, a menina começava a tirar cuidadosamente as pétalas e abrindo o bulbo verde.

Jogava as pétalas na água e com o que parecia ser caroços brancos com o que ela tirava do bulbo verde, pisava em um moedor e assim jogava junto, tampando a panela e esperando que acontecesse algo que levasse a menina a acertar a fazer o remédio.

- Eu nunca a vi tão fraca... – falava baixinho, refletindo o estágio da sua avó, com um celular na mão que tentava procurar sinal.

Enquanto Lucia avistava a preocupação da menina, a noite chegava à floresta. A lua cheia iluminava o local e assim, de uma das janelas, a morena conseguia avistar o céu, que as copas das árvores tanto escondiam. Mas alguém estava preocupada, fora Hermione, e era Naomi... A Pokémon andava olhando para as paredes e assim começava a abrir todos os armários antigos da cabana e tudo o que poderia esconder algo. A Pokémon parecia uma louca.

- Pronto! Agora até a Absol enlouqueceu. – dizia Anthony cruzando os braços, fazendo biquinho e batendo o pé no chão.

off: pronto, de volta aos posts normais (e menos bíblicos XD)

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Esperando uma resposta de Anthony e de Lord Bear, era difícil não notar o pequeno Piplup se levantar de um óbvio tombo para logo cair de novo em uma tentativa falha de voltar a subir para a casa de Minerva. Era engraçado e ao mesmo tempo dava pena dele, mas antes que eu pudesse pensar em ajudá-lo, Anthony se levantava já começando com as reclamações, a única coisa que tinha me deixado feliz por ir com um grupo pequeno para Mitsue. Não ouvir mais ele chorando na minha orelha.

Dedicava apenas parte da minha atenção a reclamação dele sobre Minun e da minha demora para voltar, pois queria ter certeza que Erick e Chespin conseguiriam colocar todos para dentro sem problemas. Hermione subiu sem problemas, em um ritmo muito bom e depois que Torchic foi puxada para dentro também, chorando um pouco por perder algumas flores, percebi que não havia com o que me preocupar e decidi responder Anthony, enquanto sentia Gligar subir até sua cabeça ficar em cima da minha, como se tentasse ficar mais alto que o exilado.

- Ohhhhhh, sentiu minha falta e ficou preocupado? Que fofo. - Comentei rindo um pouco enquanto observava Anthony subir as escadas e ficava agradecida quando Gligar descia e ficava apenas em meu braço, enrolando sua cauda no meu ombro direito enquanto recolhia as flores de Torchic, esperando Erick e Chespin levarem os pokemon de Anthony para dentro.

Assim que vi os dois sendo erguidas pelas já conhecidas vinhas verdes e já estava com todas as flores de Torchic seguras em um de meus braços, fui até a árvore e comecei a subir, uma tarefa razoavelmente complicada com um Gligar nas costas e podendo usar apenas uma das mãos, mas ainda assim consegui. Para o bem das minhas costas, Gligar desceu assim que entramos na casa, ficando apenas agarrado na barra da minha calça enquanto andava.

Hermione passou por mim apressada, finalmente entendendo que o estado de Minerva era muito certo, mas como não havia mais nada que eu pudesse fazer naquele momento, apenas comentei com Hermione que era por aquele motivo que eu estava tão nervosa, antes de me sentar e entregar as flores para Torchic, que parou de chorar e pulou tão alto de felicidade que até fiquei um pouco impressionada.

Não demorou nada para Gligar subir no meu colo, sendo seguido por Erick e Minun, o que não agradou nada o meu novo pokemon, que só não fez nada pois eu passei a mão em volta dele e o segurei quietinho, o que mais agradou ele do incomodou. Minun estava feliz, querendo carinho e parecendo querer contar tudo o que tinha acontecido, mas logo Erick falou algo que até mesmo eu entendi. Ele queria saber o que tinha acontecido.

- Não vou falar tudo agora por que é muito longo e eu estou cansada, mas demorei por simplesmente não ser fácil achar uma flor especifica no meio do maior "jardim" de todos. Esse aqui é o Gligar, ele nasceu de um daqueles ovos que Aya nos deu para cuidar, sejam gentis, ele não teve um bom começo hoje. - Comentei enquanto Minun dizia "oi" para o novo companheiro de equipe e Erick apenas revirava os olhos como se pensasse "ninguém aqui teve um dia perfeito". - Aquela ali é a Hermione, neta da Minerva, veio aqui trazer mais remédios e ver como a avó esta. - Falei preferindo falar apenas isso de Hermione, já que o fato dela ter esquecido completamente que Minerva precisava dos remédios a muito tempo, que ela tinha se perdido e que era um completo desastre na floresta não precisava ser contado para todos.

Não pude ver a reação de Erick ou Minun ao descobrirem quem Hermione era, pois logo Anthony começava a reclamar de novo, mas daquela vez, falando algo que realmente era do meu interesse. Ver Naomi andando de um lado para o outro daquele jeito, preocupada e parecendo querer encontrar alguma me deixava preocupada. Absols são conhecidos por prever desastres e aquela era uma péssima hora para recebermos mais más noticias.

- Naomi qual o problema? Precisa de ajuda pra encontrar alguma coisa ou para guardar? - Perguntei sem saber o que pensar, decidindo chutar que ela só estava procurando alguma coisa. Meus olhos se mantinham focados no pokemon dark e na Zigzagoon, que não parava de seguir ela, esperando que qualquer um das duas me desse uma resposta ou fizesse algo que me ajudasse a entender o que estava acontecendo.

off: assumindo sua rota, sorry a demora e espero que possamos nos divertir ^^

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off: oi Ali \o/ espero que se divirta também \o/

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Algumas lembranças estranhas vagavam em minha mente. Ficar revirando os armários de Minerva, ver sei pares de olhos vermelhos me observando intensamente, Anthony reclamando, Naomi preocupada, eram coisas tão vagas que só podiam ser sonhos, então apenas me virei para tentar voltar a um sono mais profundo, sabendo que não me lembraria disso quando acordasse. Estava tão confortável e o sono tão gostoso que quando ouvi o som de batidas na porta, apenas amaldiçoei quem estava batendo e nem me mexi, ignorando o som.

Apenas quando o som ficou impossível de se ignorar que eu finalmente desisti de dormir e comecei a me espreguiçar, sem a menor vontade de ver o que estava acontecendo. Sentia algo errado, começando com o fato de eu estar em uma cama, fazia dias que eu não via uma, mas antes que pudesse pensar melhor no assunto, ou talvez enfiar a cabeça de volta no travesseiro para dormir mais, ouvi a porta sendo derrubada e logo pulei para o chão.

Minha cabeça girava em duvidas enquanto olhava em volta, ainda me sentindo estranha, e via que tinha mais pessoas comigo, talvez umas seis. Não tive tempo de ver se conhecia alguém ou muito menos para lembrar como tinha parado ali, pois logo via Anthony entrando no quarto, como sempre sem nenhuma educação, mas ele parecia especialmente maior naquele momento. Seria o sono me pregando peças ou ele esta com o dobro, talvez o triplo do tamanho?

Ver ele gritar tão alto, sem reclamar ou ficar choramingando como sempre fazia me assustou o bastante para me tirar a vontade de simplesmente mandar ele calar a boca, então segui em silêncio os outros que já formavam uma fila para sair, resistindo muito a vontade de chutar Anthony assim que ele me empurrou para ir mais depressa. Continuava sem entender nada e ter que quase machucar o pescoço olhando para cima para ver o rosto de Anthony não ajudava em nada.

Meus olhos ainda estavam ardendo um pouco de sono enquanto seguia em frente, procurando qualquer coisa em minha mente e ao redor que pudesse explicar tudo aquilo, então decidi esfregá-los para tentar terminar de acordar. Me sentir uma "tampinha" não foi nada comparado ao susto que levei quando senti um monte felpudo de pelos na minha cara, que demorei muito para assimilar que era uma barba!

A primeira reação que tive foi de arrancar aquela coisa asquerosa do meu rosto, já imaginando como eu me vingaria de quem tinha colocado aquela coisa falsa no meu rosto, mas depois de puxar mais de dez vezes, cada vez com mais força e só parando quando meus olhos começaram a lacrimejar de dor, senti minha mãos começaram a tremer enquanto tentava aceitar que aquilo era de verdade! Anthony estava gigante, mais mal humorado que o normal e agora eu tinha uma BARBA, ou um monte de pelos no rosto (que era um pouco mais fácil de aceitar, mas não me fazia gostar  da ideia).

Ainda nem tinha parado para olhar por onde íamos! Minha mente estava muito confusa para se concentrar em qualquer outra coisa. Era um sonho? Uma alucinação? Será que eu tinha conseguido pirar ainda mais que a Margareth e agora era assim que eu via tudo? Que lugar era aquele? Quem eram os outros que estavam comigo? Onde estávamos indo, o que tinha dado no Anthony? Eram tantas perguntas em minha mente que eu demorei para ver que tinha alguém falando comigo.

No momento em que me virei para ver quem era que estava falando comigo, quase tropecei em meus próprios pés ao ver Erick do meu tamanho, falando e ainda por cima com uma barba comprida! Eu tinha alguma duvida de que tinha pirado, ou que aquilo fosse um sonho/alucinação? Agora não tinha mais.... Não sabia o que tinha naquele chá que Hermione estava fazendo, que tipo de flor maluca eu tinha cheirado ou se aqueles seis pares de olhos me encarando tinham alguma coisa a ver, só sabia que não tinha a minima ideia do que estava acontecendo.

- O que...como.....onde? Mas o que é isso? - Murmurei puxando a barba de Erick, sem conseguir arrancar e o deixando ainda mais irritado, mas nem me importei. Tinha coisas mais importantes para pensar. - Conversamos depois. - Murmurei com a voz um pouco insegura, enquanto forçava a parar de encarar Erick para ver onde estávamos e para onde íamos, dando uma ultima puxada naquele monte de pelos em meu rosto e dando um forte beliscão na minha barriga, apenas para garantir.

off: personalidade do Chinchou mandada por MP ^^

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Com os olhos ainda lacrimejando e sentindo meu rosto dolorido, embora o que mais me incomodasse fosse o fato das lágrimas estrarem sendo absorvidos por aquele monte de pelos nojentos, segui ignorando as reclamações de Erick, ainda tentando entender o que estava acontecendo. Saindo da cabana, ou pequena cela, consegui encontrar mais perguntas do que respostas e ver que ainda estava escuro, provavelmente de noite não ajudou em nada a me animar.

Que lugar era aquele? Por que tudo tinha crescido tando? Se fosse o contrário, então por que tinha perdido boa parte da minha altura e agora tinha essa coisa no meu rosto? Erick sempre tinha sido resmungão e chato assim ou só começou agora que eu o entendia e que ele também tinha uma barba? Eram tantas perguntas em minha mente que só percebi que estávamos no meio de uma floresta depois de um tempo de caminhada.

Contando com Anthony, que se continuasse daquele jeito eu mostraria como deveria ser bom cair de um cavalo, tinha outros quatro caras enormes nos acompanhando, ou deveria dizer, escoltando. Nas várias vezes que me imaginei sendo presa, nunca tinha imaginado nada parecido, mas parte de mim começava a se concentrar nessa possibilidade. E se em algum momento eu tivesse sido presa? Não, seja lá como fossem as cadeias não deveriam ser assim e muito menos conseguiriam encolher e colocar barba em seus prisioneiros.... Confuse ray, Hypnosis e vários outros ataques podiam confundir muito a mente, mas duvidava muito que qualquer um pudesse ter um efeito tão bizarramente realista e ao mesmo tempo surreal....

Mesmo nunca tendo sido boa em achar caminhos ou avaliar distâncias, pela dor em meus pés eu imaginava que se estivéssemos saindo de Nyender, provavelmente já estaríamos em Jorvet ou até mesmo em Chermont, mas ainda assim, a única coisa que tinha mudado era o sol aparecendo para incomodar meus olhos. Não sabia mais quanto tempo aguentaria andar e nem fazia ideia de onde estávamos indo, só sentia vontade de me jogar no chão e continuar ali até que me esquecessem. Erick resmungando bem do meu lado também não ajudava a muito a melhorar o clima, mas só o fato dele estar andando com seus próprios pés, em vez de em cima do meu ombro já devia ser um motivo para me animar um pouco.

Quando finalmente chegamos ao local fiquei um tempo sem acreditar no que via. Teríamos que trabalhar em uma mina, escavando e procurando um monte de pedras o dia todo? A única coisa que me manteve em silêncio e seguindo os outros para dentro eram as armas dos guardas e um pequeno pensamento, que mais tarde Anthony pagaria caro por tudo. Isso era certo.

A boa noticia era que apenas nos sete éramos os únicos que conseguiam entrar, então mesmo ficando com os braços doloridos de tanto escavar e pegar pedras preciosas que faziam meus olhos brilharem só de imaginar quanto valiam e como eram bonitas, ao menos não teria que ficar encarando aqueles quatro o tempo todo. Estava preferindo tanto o interior da mina, que juntava o máximo de joias que conseguia carregar antes de sair de novo para o sol.

A situação do lado de fora estava tão ruim que me fazia cogitar mandar outro carregar as pedras para que eu pudesse ficar apenas lá dentro, mas essas idas e vindas me davam chances únicas de conseguir mais informações e procurar uma outra saída, então mantive minhas ideias apenas para mim. Seja lá o que fosse que estava acontecendo, nós não éramos os únicos a sofrer. Não conseguia acreditar no número de animas que eles conseguiram juntar para carregar tudo o que escavávamos. Aquilo era horrível e muito errado.

Lançando um olhar de desgosto para Anthony e olhando para todos aqueles animais sofrendo, sem nem querer pensar em como eu mesmo estava, não conseguia parar de pensar no que estava acontecendo naquele lugar. Quem era responsável por tudo aquilo? Quem poderia permitir esse tipo de coisa e por que? Se aquilo era apenas um delírio, por que então eu estava me importando tanto e sentindo cada vez mais que era real?

Entrando de volta na mina chutei uma pedra solta quando um outro pareceu adivinhar que eu tentaria falar com Erick, logo vindo falar que deveríamos trabalhar para cumprir nossa cota diária ou algo assim. Ouvir Erick reclamando já era demais, eu não precisava de outro reclamando na minha orelha, ainda mais naquela situação, então resolvi mostrar que não seria ele que mandaria em mim, parando perto de Erick para trabalhar.

- Você não fazia fotossíntese pra matar a fome? - Perguntei sem parar de trabalhar, deixando bem claro que mesmo já estando ficando sem fôlego, que eu podia muito bem fazer os dois. - Eu ainda estou esperando você me explicar que lugar é esse e o que aconteceu. Não me importo de ficar te perguntando a mesma coisa o dia todo, eu vou perguntar até você responder e acho que você já me conhece o bastante para saber que falo sério. - Concluí batendo a picareta com um pouco mais de força que precisava, o que fez um pouco de terra entrar na minha boca, mas não demonstrei isso. Eu queria respostas e nada me impediria de consegui-las.

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off: ficha atualizada ^^

off: \o/

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Ainda sentindo gosto de terra na minha boca, o que não ajudava em nada a me fazer esquecer da fome que estava sentindo, fiquei ouvindo a resposta de Erick. Não era nada animador também, mas ao menos agora ele estava me ouvindo e fazendo mais do que simplesmente reclamar, o que já era um grande avanço, então decidi me contentar com isso por enquanto.

- Vou adicionar isso na minha lista de descobertas do dia. - Comentei usando minha picareta para arrancar outra pedra preciosa da parede, já começando a imaginar se encontraríamos pedras evolutivas e como podiam ter tantas jóias em um só lugar. - Eu estava confusa, perdida, tentando entender em que maluquice é essa que entramos e você gritando não ajudou em nada. Considere-se com sorte por ter sido a barba e não um soco. - Falei sem parar de escavar e ir jogando mais pedras preciosas na pilha, que já estava quase na quantidade máxima que eu aguentava carregar.

- Tente descobrir algo, daqui a pouco vou enlouquecer aqui. - Murmurei enquanto pegava minha carga de pedras preciosas e me preparava para encarar o sol e tudo lá fora mais uma vez. Falar com Erick e fez perceber que outra coisa me incomodava em toda aquela história. Onde estavam todos os outros? Gligar, Naomi, Minun, Torchic, Zigzagoon, Minerva...... não tinha visto nenhum sinal deles e muito menos escutado qualquer coisa. Será que estavam pior do que nós ou estavam como Anthony, aparentemente do lado mais poderoso?

Meus pensamentos foram brevemente cortados enquanto meus olhos voltavam a se acostumar a luz do sol, mas logo voltei a ficar atenta para qualquer rosto ou voz familiar que pudesse escutar. Já estava colocando as últimas pedras no vagão, enquanto o pequeno cervo parecia tentar aproveitar cada instante para descansar quando ouvi um som diferente que me fez parar com uma pedra verde e brilhante em mãos. Parecia som de cascos....

Quando finalmente encontrei da onde vinha o som quase cai de costas no chão de susto e tive que me segurar muito para simplesmente não sair correndo ou simplesmente tentar me esconder. Não conseguia acreditar no que via, algo que estava começando a se tornar repetitivo naquele dia, mas isso conseguia superar tudo, aquela era mesmo Angélica? A Angélica? O que ela estava fazendo ali e vestida daquele jeito?!

Parte de mim achava aquilo a primeira coisa lógica que encontrava, pois quem mais poderia estar por trás de uma prisão como aquela, ainda mais comigo fazendo esse tipo de trabalho, mas ainda assim era tão estranho que quase me esqueci de respirar enquanto observava. Eu simplesmente não sabia o que fazer, então assim que ela falou comigo, só consegui jogar a pedra com as outras antes de cair no chão.

Engolindo no minimo uma centena de perguntas e observações que queria dizer, continuei colocando as pedras preciosas no caminho, mas assim que terminasse e fosse voltar para a mina, eu pararia um pouco depois da entrada, indo fundo o bastante apenas para não me verem mais. Se Angélica estava ali eu iria querer escutar tudo e qualquer coisa, pois com certeza me ajudaria a entender o que estava acontecendo.