Correndo contra o tempo

Com o plano já traçado, a rainha má, que foi deixada para trás, o espelho sarcástico, a anã morena e o verde estavam prontos para poder executar. No entanto, os guardas só chegariam ali na prisão ao amanhecer e isso não demoraria tanto, mas mesmo assim, Lucia precisava descansar até lá. Erick não era diferente, tinha fé que dessa vez ia dá certo, senão, iria morrer de qualquer modo mesmo... Os dois tentavam ser os mais flexíveis possível, tentando determinar a área que seria o ataque. Lucia conseguia arranjar um pedaço de pedra, do tamanho de sua mão, mas seria o suficiente. Erick agarrava a caneca de alumínio, como se aquilo fosse a coisa mais importante e uma bomba atômica que iria lhe salvar de tudo.

- Ownt! Que fofa! Mas preocupa não... Como disse, estou fadada a ficar aqui nesse espelho... Ah! Mas também nas coisas de Vossa Majestade – dizia fazendo reverencia a Rainha ao lado – Tem um espelho no qual posso me transporta para ele. Um de bolso... É apertado, mas eu não estou muito interessada em luxo não.

- Meu cofre tem tudo o que eu preciso. Aproveitaremos que a princesinha vai estar em sua guerra sem rumo para podermos fazer a poção e tudo mais. – dizia a rainha seriamente. – Agora durmam, não quero que vocês caiam em cima dos guardas de sono...

A voz áspera da rainha era o fim da linha no momento. As luzes das chamas na vela se apagavam, devolvendo a escuridão no local, fazendo a única luz sinistra a penetrar na cela a da lua e a do espelho (que não era grande coisa). Logo o espelho sumia, deixando Erick e Lucia sós. A dupla se deitava e adormecia, um abraçado com a caneca e a outra com a pedra. Foi ai que a noite passou tão veloz que entre um cochilo e outro a morena não descansava direito. O susto foi quando o espelho iluminou parte da sala e mostrava as imagens de dois guardas descendo as escadas para o calabouço.

- É agora. – a voz da rainha pronunciava o começo da missão.

A cela era aberta e já no espelho a imagem dos dois anões eram mostradas. No espelho, havia realmente dois anões e não um Pokémon esverdeado e uma morena com menos da metade do tamanho e barba. Parecia que os outros viam anões, enquanto Lucia via uma mulher pequena de barba e um Pokémon de igual modo. Um abria a cela e colocava a chave-mestra na cintura. Os dois entravam na cela e foi só o movimento dos guardas entrarem mais e mais na prisão para Erick sair sorrateiramente na cintura de um e arrancar a chave.

Os dois olhavam para trás, mas logo o espelho chamou a atenção. Quando olharam para frente, o rosto de um demônio vermelho de olhos verdes estava estampado na parte de vidro, assustando os dois, que caiam sentados no chão. Lucia golpeava com a pedra a cabeça de um, que apenas colocava a mão em cima, já Erick conseguia nocautear o outro com a caneca, sabe-se lá como foi possível. Sem tempo para explicações, os dois saiam da cela e trancava os guardas lá dentro, enquanto a rainha já estava na grade ameaçando Lucia e Erick.

- Não ousem me trair!

off: e que nunca acabe =w= não esquece que vc tem que se abastecer pra Y u.u

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Com o plano todo combinado, mesmo com a rainha parecendo esperar que a traíssemos a qualquer momento, deixando ela para apodrecer naquele lugar, continuei com minha busca e fiquei animada em ao menos encontrar uma pedra de bom tamanho, enquanto Erick parecia satisfeito com sua pequena caneca. Só nesse momento que lembrei que não sabia como ele tinha arranjado aquilo, mas preferi nem perguntar, o importante é que estávamos prontos.

Fiquei feliz em saber que ao menos a mulher no espelho poderia ir conosco, mesmo que fosse em uma versão menor e talvez um pouco menos confortável que a grande moldura em que estava naquele momento. Com seu jeito "gentil", a rainha pois fim ao assunto, fazendo com que todas as velas se apagassem.

Não querendo saber como as velas tinham se acendido e muito menos como tinha se apagado todas ao mesmo tempo, me ajeitei do melhor jeito possível naquele chão e fiquei observando o espelho se apagar lentamente, nos deixando de novo na escuridão. Eu não sabia que ainda estava tão exausta até finalmente relaxar e simplesmente dormir exatamente onde estava.

Quando acordei parecia que só tinha dormido alguns minutos, mas já era hora da nossa única chance de fuga, então antes mesmo de me preocupar em fazer qualquer coisa que me ajudava a acordar melhor, segurei minha pedra com ainda mais firmeza e fui para o esconderijo. Como combinado, os guardas chegaram e nossas imagens já estavam no espelho, mas tive que fazer muita força para não ficar encarando aquela imagem. Aqueles eram nós dois? Era assim que todos estavam nos vendo?! Era quase inacreditável, mas achei melhor deixar para pensar nisso quando não estivesse no meio de um plano de fuga.....

Erick foi ágil em conseguir as chaves e assim que o espelho conseguiu dar um belo susto naqueles dois, me surpreendendo um pouco também, eu consegui ao menos deixar o guarda com uma bela dor de cabeça, enquanto Erick nocauteou o outro e saímos juntos daquela cela. Joguei a pedra no guarda ainda acordado enquanto Erick trancava a porta, mais por revolta por não ter conseguido nocautear ele do que por qualquer outro motivo.

- Sério, por acaso a gente deu algum sinal que te trairia, ainda mais sabendo que só você pode fazer a poção e achar o melhor caminho para não sermos mortos? - Comentei um pouco cansada dessas acusações, afinal, devia ser a terceira ou quarta vez que ela ameaçava a gente por algo que nem nos tinha passado em mente. Erick apenas revirava os olhos enquanto já chegava e começava a tentar abrir a cela de majestade do mal humor.

Com a primeira parte do plano sendo concluída com sucesso, a rainha ainda estava cismada que Lucia e Erick iriam traí-la. Não era a toa que a mulher era daquele jeito e surpresa maior foi em como uma mulher tão precavida deixou que uma princesa a depusesse do trono. Mas isso era passado. No momento, o grupo precisava se preocupar com o futuro. Mais especificamente deles e do reino. De cara fechada, séria, mal-encarada, a rainha era libertada por Erick, que mesmo com desgosto, assim fazia, mas na realidade queria deixá-la apodrecer ali mesmo. O grupo deixava a masmorra, com um dos guardas nocauteado e outro com a cabeça tão doendo que nem abria a boca, após a pedrada da morena.

O grupo seguia as escadas e logo chegavam ao castelo. Era escuro, embora alguns raios solares penetrassem pelo vitral e tentassem iluminar alguma parte do local. A rainha ia devagar, postura ereta e mesmo que as roupas dela não tivesse nas melhores condições, ainda se comportava como da alta sociedade. Erick e Lúcia, que tinham as menores pernas dali, ainda assim eram os mais rápidos que a rainha. Hora ou outra eles paravam para deixar os guardas passarem sem que eles fossem vistos, mas a lerdeza da madrasta má era agonizante.

- Vossa Alteza não poderia ir mais rápido? – Erick debochava já sem paciência.

- Sou uma rainha, não uma atleta olímpica. – retrucava.

Sem mais o que fazer, o grupo seguia pelo castelo enorme no ritmo da mulher. Tudo estava indo bem, mas encontrar o quarto da rainha parecia estar longe. Ao passar alguns guardas, todos se escondiam detrás de cortinas grossas, e foi um milagre a mulher magérrima não reclamar da poeira. Por onde passava, ela esfregava o dedo na mobília.

- Essa princesa está destruindo o meu castelo. Nem mandar limpar ela faz mais.

Depois de subir algumas escadas, passar por corredores repletos de armaduras e quadros renascentistas, o grupo finalmente chegou até uma grande porta, que seria o quarto da rainha. Com um empurrão, a porta se abria e ali o caos era visto. Livros rasgados, uma cama destruída por flechas, cacos de vidro onde achavam que tinham. A rainha andava pelo quarto, ignorando tudo, indo até um guarda-roupa grande e abrindo tirava um vestido de dentro.

- Cuidem do local, não consigo trabalhar nessas condições. Empurrem aquele armário, detrás há um livro de feitiços. – ordenava na cara dura a rainha, enquanto ia para detrás de seu trocador de roupas para voltar a ter a sua aparência nobre.

off: a conta sua, decidi vc XD (bela compra)

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Finalmente deixando aquela masmorra para trás, Erick e eu começamos seguindo a rainha, mas depois de pouco tempo, mesmo tendo apenas metade do tamanho dela, logo a ultrapassamos e tivemos que ficar esperando por ela em várias ocasiões. O ritmo dela era irritante, ainda mais com aquela postura nobre que ela insistia em manter enquanto andava e me obrigava a ficar concentrada em ver se tinha alguém se aproximando simplesmente para não ter tempo de gritar com ela.

- Ninguém percebe. - Murmurei quando a rainha respondeu ao pedido de Erick simplesmente dando uma desculpa vazia para não apressar o passo. Durante todo o caminho o ritmo era a única coisa que me incomodava, já que as reclamações da rainha não chegavam nem perto do nível de Anthony, que em certos momentos conseguia reclamar até do céu, mas ainda assim jurei que se fossemos presos, daria um jeito de minha ultima ação fosse jogar uma pedra nessa rainha da lentidão.

Evitando por pouco não tossir e nem espirrar por causa daquelas cortinas empoeiradas que acabamos tendo que nos esconder, tive que concordar mentalmente com a rainha que aquele castelo podia ter tido uma rotina de limpeza bem melhor. Até o chão estava imundo e quado isso é notado por alguém que nem se importava em arrumar a própria cama pelas manhãs é sinal de preocupação....

Quando finalmente chegamos no quarto da vossa alteza eu senti vontade de comemorar, mas isso passou assim que as portas foram abertas e eu vi o estado que estava aquele lugar, que com certeza teria feito meus pais pensarem duas vezes antes de falar mal do meu quarto. Parecia que uma batalha longe tinha acontecido naquele lugar, mas algo me dizia que não era a melhor hora para perguntar sobre aquilo, então apenas fechei a porta atrás de nós enquanto Erick cutucava uma das flechas presas no colchão, obviamente curioso também.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa ou simplesmente me acostumar com toda aquela destruição, a rainha já pegou um vestido limpo e foi se trocar, não sem antes deixar algumas ordens, como toda líder mal humorada. Erick apenas me encarou, obviamente não gostando nada daquilo, mas não falou nada. Não tínhamos outra opção se não cooperar com a rainha, então logo fui com ele empurrar o armário.

Enquanto a rainha se trocava, a dupla de anões tentava arrumar a bagunça no local. Primeiramente, Erick e Lucia foram até o armário pesado, no qual demorou de ser empurrado, seja pelo peso do mesmo ou pela falta de força dos dois. Mas logo, em pouco tempo, os dois conseguiram achar uma parte mais funda, de forma quadrada, e atravessado naquele buraco, estava um livro grosso de capa de pele de algum animal. Lucia retirava o grande grimório (nem percebendo que havia mais coisa no fundo) e na frente dele havia uma pedra branca em forma de coração cravada na cama, que ora assumia uma tonalidade vermelha, ora voltava para a cor branca.

A dupla começou a arrumar o local, mas não adiantava muitas coisas. Tudo o que fazia era como se tentasse amenizar o prejuízo, mas nada em dá uma boa impressão. A rainha retornava, com o seu belo vestido vermelho, realmente belo e nobre, mas desnecessário quando se encontrava na situação em que eles se encontravam. A bruxa rainha foi até a parte do buraco e dentro de lá retirava um caldeirão pequeno e jogava nas mãos de Erick. Fora isso, jogava algumas garrafas, vidros com coisas dentro. A rainha colocava tudo nos braços de Erick, que despejava na cama.

O olhar da rainha era de desdenho. Aparentemente não teria o seu quarto até tudo aquilo terminasse, então tratou de se apressar mais e reclamar menos. Erick colocou tudo da forma mais organizada que conseguia e foi ai que a rainha abria o livro de feitiço, usando Lucia como apoio para segurá-lo. A mulher pegava uma tocha que iluminava ainda o quarto e colocou no chão. Colocava o pequeno caldeirão sobre a tocha e de um pote rosa, parecendo que era um guarda-joia, tirava um pó rosado que ao jogar no caldeirão começava a flutuar centímetros a cima da tocha, fazendo com que o objeto aquecesse o caldeirãozinho.

- Faça exatamente o que eu mandar. Nada mais. Nada menos.

A voz da rainha era séria e logo em seguida apontava para o livro, que era jogado em Erick (o novo apoio) e começava a dá os ingredientes para Lucia. A morena encarava a rainha e o olhar da mesma era simples e traduzível: era para jogar dentro. A rainha fazia um leve movimento com as mãos na medida em que a quantidade estava boa ou ruim e assim Lucia prosseguia.

off: pontos, pontos, quero mais pontos \o/

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Com a rainha se trocando, sobrou para nós empurrarmos o armário para fora do caminho, o que não foi nem um pouco fácil, divertido e nem um pouco agradável. Não sabia se era por causa do meu tamanho ou se era porque eu não estivesse acostumada a ficar empurrando armários, mas ele era muito mais pesado do que parecia e demorou mais do que eu poderia gostar.

Quando o armário finalmente saiu do lugar e recuperamos o fôlego, entramos no que parecia ser um esconderijo secreto, do tipo que toda criança sonha para guardar seus doces e coisas que não quer dividir, só que muito mais sinistro. Não foi difícil achar o livro, então logo o pego e saio do esconderijo junto de Erick para nos preparar para o que precisava ser feito.

Primeiro passo, arrancamos todas as flechas da cama, o que foi até legal, pois vez ou outra saía um pouco de tecido e recheio do colchão, mas não tínhamos tempo para ficar brincando, então simplesmente jogamos as flechas em um canto e como o quarto estava um verdadeiro campo de guerra abandonado, no concentramos apenas em liberar o caminho e um bom espaço na cama para fazermos a poção do amor.

A rainha voltou quando já estávamos no fim e quase me pegando abrindo o livro de magias para dar uma pequena espiada, o que me fez quase derrubar ele de susto. Era possível ver a diferença entre o vestido velho e esse limpo e bonito, mas não tínhamos tempo para ficar admirando e logo a rainha sumiu no esconderijo para buscar outras coisas que eu nem tinha visto que estavam ali.

Depois de ela jogar as coisas para Erick arrumar eu fiquei apenas observando, até que em certo momento ela abriu o livro ainda nos meus braços, me fazendo de suporte e me impedindo de ver qualquer coisa. Tentei não falar nada, mas naquele momento eu não sabia se ficava com mais ódio do fato de estar tão baixa ou de ser tratada simplesmente como um móvel, um simples suporte.....

Sem poder ver nada eu só podia adivinhar o que estava sendo feito e me preocupar um pouco quando senti cheiro de fumaça, já imaginando a cama pegando fogo e esse se espalhando por toda aquela destruição. Fiquei feliz quando isso não aconteceu, mas só realmente me senti aliviada quando o livro foi passado para Erick segurar. Era tão bom poder ver de novo e ver Erick assumindo o meu posto de suporte era quase engraçado.

Quase não notei a tocha no chão quando vi o caldeirão simplesmente flutuando em cima dela, como se estivesse suspenso por fios invisíveis ou alguma coisa parecida. Não tive tempo para ficar olhando para o caldeirão e muito menos para curtir a ausência do livro, pois logo tive que começar a fazer a poção do amor.

Me mantive em silêncio enquanto pegava os ingredientes e os colocava no caldeirão, tentando ao máximo não colocar mais do que deveria e nem menos, mas era um pouco difícil quando eu não fazia ideia do que estava fazendo.

Cega diante do que fazia, Lucia dava uma de química e começava a fazer a poção que curaria todo o mal no coração da Branca de Neve. No entanto, se sentia desorientada, já que mal sabia o que estava fazendo, uma vez que apenas a rainha mandava Lucia jogar e ela assim faria. A poção só poderia ser feito por alguém que não tivesse um coração corrompido como a da mulher de belo vestido vermelho. Assim, Lucia prosseguia, jogando no caldeirão flutuante os diversos ingredientes, sem nem saber o que era. Erick permanecia segurando o livro, que era um pouco grande, e ele usava a sua cabeça como apoio.

Era um pó verde, um líquido rosa. Ao se misturar, um cheiro doce misturado com azedo sumia. Uma fumaça saia do caldeirão. Ao lançar uma pasta azul, a coloração vira vermelho-escura. A rainha mexia o que Lucia misturava, com uma concha fina de madeira. Pelo menos isso ela poderia fazer... a receita continuava e Lucia parecia uma aprendiz de feiticeira. Aos poucos, os elementos parecia reagirem entre si e depois de uma explosão, a fumaça sumia e restava um líquido rosado de aroma doce, aparentando ora cheiro de chuva/terra úmida e ora cheiro de grama cortada. A rainha pegava um frasco e com a concha o enchia com o líquido.

- Falta um ingrediente. Fio de cabelo de quem já amou. – dizia a mulher olhando para os dois anões e em seguida suspirou alto. – Óbvio que ninguém aqui amou nada. – dizia fazendo um bico.

A mulher voltava para o esconderijo e enfiava o braço ao mais fundo do local, procurando algo até tirar uma coisa que Lucia de antemão pensou ser uma concha, mas logo em seguida percebeu que era um espelho, de abrir e fechar, parecendo com o de maquiagem. A rainha abriu e por um momento Erick pensou que ela iria se maquiar naquele momento.

- Espelho, espelho meu. Mostre quem um dia amou e hoje esqueceu. – a voz da rainha era séria e de onde Lucia estava era possível vê a fumaça roxa e a mulher rosada do espelho mágico dentro do pequeno artefato.

- Minha rainha, de fato você nunca amou – começava o espelho mágico com um tom de deboche, mas na verdade era o jeito dela – Mas uma pessoa no reino amou mais do que todos. Branca de Neve, por mais que agora só sinta ódio, amou profundamente Encantado e com o fio de cabelo dela, a poção estará completa com sucesso. – dizia o espelho – E segundo os meus informantes (eu) ela se encontrar no campo de batalha ao norte do reino. Encantado se aproxima com a sua frota. É bom se apressar. – dizia o espelho.

- O que vocês andam fazendo ai? Vamos! – a rainha saia triunfante do quarto, esperando que ou Lucia revelasse algo que pudesse ajudar, ou fosse com ela para a batalha.

off: wiiii \o\
off²: já imagina que move eu vou ensinar pro Erick? XD

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Jogando todo o tipo de coisa com as cores mais inusitadas naquele caldeirão estava tornando fazer aquela poção algo até que legal e bem interessante. Com a rainha ao menos fazendo o esforço de mexer a mistura enquanto dizia o que eu tinha que colocar no caldeirão, pude ficar apreciando a mudança de cor da poção, até que por fim ela explodiu na nossa frente e ficou com um tom bonito de rosa, além de um cheiro refrescante de terra molhada que me dava vontade de simplesmente deitar e relaxar um pouco. Será que tínhamos feito a poção da preguiça por engano?

Quando a rainha colocou um pouco em um frasco e faltou que faltava apenas um ingrediente eu vi eu tínhamos feito tudo certo, mas também ficava preocupada. Onde conseguiríamos um fio de cabelo de alguém que já amou. Não gostei muito do comentário da rainha, mesmo sendo verdade, então enquanto ela sumiu na passagem secreta, eu fiquei imaginando como descobriríamos quem já tinha amado naquele castelo enorme. Perguntando um por um até achar?

Não demorou muito para a rainha voltar com um pequeno objeto, que demorei muito para perceber que era a versão portátil do espelho mágico, que logo respondeu nossas perguntas jogando um problema ainda maior em nossas mãos. Como conseguir um cabelo de alguém que está no meio de um campo de batalha sem ela perceber e ainda conseguir fazer ela beber a poção depois disso tudo?

Enquanto Erick parecia pensar um pouco em voz alta em uma boa estratégia para conseguirmos o cabelo no meio da batalha, eu ficava para trás, pensativa. A ideia de irmos na batalha sem um plano ou a poção já pronta parecia loucura. A rainha logo me chamava, esperando uma resposta ou que eu andasse logo e isso me fez olhar de novo para o pequeno espelho, que me fez ter uma ideia que facilitaria muito nosso trabalho.

- Olha to tão ansiosa pra ir nessa guerra quanto vocês, mas que tal a gente passar no quarto da princesa antes? Acho que vai ser bem mais fácil achar um cabelo na escova dela do que arrancar um no meio da batalha. - Falei já começando a andar, esperando para ver se eles aceitariam a minha sugestão ou se continuaríamos com o primeiro "plano".

Depois da sugestão de Lúcia, a rainha parava e pensava. Parecia que toda a sua inteligência havia sido reduzida a nada, fazendo com que a vossa majestade suspirasse alto e em silêncio prosseguisse pelos corredores do castelo. Lucia e Erick iam logo atrás, dessa vez, a rainha parecia andar um pouco mais rápido que outrora. Em suas mãos, a poção e o espelho portátil. Pelo menos assim, eles poderiam saber o que aconteciam no campo de batalha enquanto terminavam de preparar a poção que salvaria todos, de anões a reinos.

Os passos pelo castelo foram cuidadosos. Alguns guardas ainda permaneciam ali, para poderem proteger o castelo, mas eram tão poucos que não foi difícil avançar até onde seria o quarto de Branca. Diferente do quarto da rainha (e talvez do resto do castelo), o local era bem limpo e belo. Sua decoração era principalmente rosa e sua cama era enorme, podendo conter os sete anões ali e ainda não cobriria metade da cama. A rainha foi até o criado da sua afiliada e ali ela pegava de uma escova um fio de cabelo tão negro que de longe a exilada poderia enxergar. Ao colocar dentro do frasco, o fio brilhava dourado até que desaparecia.

- Wew, wew. Parece que você seria um ótimo feiticeiro.

A rainha parecia ter elogiado Lucia pela primeira vez. Sem cerimonias, a mulher erguia-se para fora do quarto e Lucia e Erick continuavam a seguindo. Os passos pelos castelos continuaram cautelosos, até um local que parecia um estábulo. Fazendo alguma coisa, como se fosse a primeira vez, a rainha tirava um cavalo de dentro de um dos estábulos e dava para Erick. Para Lucia, entregava o espelho e em uma carruagem negra, ela entrava lançando de dentro uma capa longa, negra, com toca.

- Aprontem os cavalos e vamos para a guerra! – dizia entrando na carruagem, enquanto deixava o trabalho de preparar os cavalos e guiar a carruagem para fora do castelo, sem contar que para o disfarce, Erick e Lucia teriam que ser um só na capa. Diante dessa possibilidade, o espelho ria.

off: quase acertou XD to em duvida entre esse e Aqua Tail

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Enquanto eu ainda estava saindo do quarto a rainha e Erick paravam por um momento, parecendo pensar um pouco na minha ideia e até ficaram um pouco sem jeito por não terem pensado logo naquele ideia em vez de ficar imaginando um plano impossível de conseguir tudo no meio de uma batalha. Era bom saber que ao menos eu ainda estava tendo boas ideias, ou eu acabaria me sentindo muito inútil no meio de toda essa loucura.

Mesmo encontrando um ou outro guarda no meio do caminho, que nem apresentava desafios, já que era fácil nos escondermos em alguma cortina ou em algum canto daquele castelo enorme, continuamos com nosso caminho rumo ao quarto da princesa. Fiquei feliz por não ser muito longe, pois sinceramente não tinha dormido muito bem e não estava com energia para ficar correndo de uma lado para o outro do castelo.

Assim que entramos no quarto a primeira coisa que pensei foi: quanto rosa. Se ninguém me dissesse, eu diria que aquele quarto era de uma criancinha bem mimada e rica, não de uma princesa que tinha tomado o trono e agora estava no meio de uma guerra contra, aparentemente, seu antigo amor. Ia ser divertido se o quarto da Angélica que eu tanto conhecia e odiava fosse assim. Pokenews pagaria qualquer coisa para tirar uma foto.....

- Pelo menos aqui ela manda limpar. - Comentei me contendo muito para não me jogar naquela cama macia, principalmente quando Erick se aproximou e começou a passar a mão na cama, obviamente sonhando em deitar ali um pouco para descansar. Será que faria tão mal assim trancar a porta do quarto e descansar um pouquinho?

Me tirando dos meus devaneios, a rainha pareceu achar o fio de cabelo que tanto precisava e assim que o colocou na poção, nós três ficamos observando enquanto o fio desaparecia com um chamativo brilho dourado. Ainda estava olhando para o pequeno frasco quando a raiva fez um elogio tão inusitado que eu fiquei sem saber o que dizer e demorei um pouco para voltar a segui-los.

O caminho depois desse ponto foi muito tranquilo, com nenhum de nós baixando a guarda em nenhum momento, até que chegamos ao que parecia ser o estábulo e assisti a rainha pegar um dos cavalos e nos entregar tudo o que precisávamos para amarrá-lo a uma carruagem. Devo ter feito cara de boba enquanto via uma capa ser jogada e a rainha nos dizia para preparar tudo para a partida, pois era exatamente assim que eu me sentia. Nunca nem tinha chegado perto de uma ponyta ou desses cavalos, então não tinha ideia do que precisava ser feito.

- Pode nos mostrar como arrumar isso? Eu nunca fiz isso.... - Pedi abrindo o espelhinho que a Rainha tinha me entregado, já ouvindo a risada dela imaginando como a gente faria para nos esconder juntos em uma só capa. Assim que conseguíssemos arrumar tudo, eu e Erick decidiríamos de maneira justa quem ficaria em cima dos ombros de quem. Jogando o bom e velho jo quem po.

Já nos estábulos, com a poção pronta, uma carruagem para ser equipada e uma rainha que queria o seu trono de volta, Lúcia ficou constrangida ao pegar na sela do cavalo, que encarava a anã e parecia que o equino estava confuso. Talvez vesse como Lucia estava de verdade, e uma mulher de barba e um Pokémon verde, também de barba, não eram as coisas mais normais do mundo. Depois que a rainha sumiu para dentro da carruagem negra, a morena tentou se convencer de que não sabia como proceder, mas com o espelho em mãos, ela logo teve uma leve ideia.

- Você tem que colocava aquela sela, que está na ponta da carruagem, na sela do cavalo. Amarra o cinto por debaixo da barriga e em seguia, voilá, está pronto!

Lucia, com aquele tamanho, tentou. Erick seguia a exilada, lançando a sela por cima, com grande dificuldade. Os anões pareciam com problemas, mas para quem acordava todo dia cedo para trabalhar nas minas, aquilo era bem mais simples e menos torturante. Depois de aproximadamente meia-hora, entre os gritos da rainha que reclamava que estava demorando demais, os dois conseguiriam finalmente armar o cavalo, que apenas ignorava os dois pequenos seres estranhos.

Decidindo de forma justa (jo quem po), os dois acabaram tirando na sorte e Lúcia ganhou o privilégio de ficar no ombro de Erick. A morena subia no ombro do esverdeado e assim colocava a capa sobre os dois. Equilibrar Lucia não foi a missão mais fácil do Snivy, muito pelo contrário, mal conseguia aguentar a morena, e depois de quedas, tropeços e se machucarem muito, os dois conseguiram subir na carruagem e com o chicote conseguiram conduzir a carruagem. Demorou um pouco para Lucia pegar o jeito de comandar as rédeas do equino, mas logo pegou o jeito e lá estavam eles saindo do castelo, sem que nenhum guarda comentasse nada, o que era um pouco estranho.

A rosada no espelho comandava as direções. A rainha reclamava pelo dirigir da carruagem. Depois de um tempo, o campo ficou pior para a carruagem, e por um momento ou dois, Lucia pensou que a roda do veículo iria ceder. Mas ninguém estava sofrendo tanto, senão, Erick, que depois de um tempo de distância do castelo, saia debaixo da capa e pôde respirar livremente.

- Próxima vez será você que ficará por baixo. – informava mal-humorado o Grass.

Passando por algumas colinas e mato, o grupo logo se via em um grande monte. Vendo de cima, embaixo pareciam vários formigueiros se encontrando. Mas na verdade, o exército de Branca se encontravam com o exército de Encantado, tendo ambos os líderes na frente. A batalha propriamente dita ainda não havia começado, parecia que eles haviam acabado de chegar no local e a princesa encarava o príncipe, e vice-versa.

Com a ajuda do espelho mágica, que ainda conseguia manter seu bom humor mesmo naquele tamanho reduzido, conseguimos pouco a pouco preparar tudo para chegar até o campo de batalha, mas eu não podia ser culpada pela demora. Mesmo com ajuda, aquilo tudo era meio novidade pra mim e ser menor que tudo naquele lugar não ajudava em absolutamente nada, assim como as reclamações da rainha.

Quando Erick e eu finalmente ficamos satisfeitos com o resultado final dos preparos, só faltava resolver quem ficar carregando o outro dessa vez, então começamos com nosso jogo, que parecia só ser interessante para nós e o espelho. Com três empates seguidos eu comecei a ficar preocupada, mas logo o resultado saiu e não pude deixar de comemorar com a minha vitória, que só só fez Erick suspirar e chutar uma pedrinha para longe.

Depois de um pouco de trabalho, finalmente consegui jogar a capa por cima de nós dois e depois de vários tombos que me deixaram com alguns arranhões e novamente com dor de cabeça, conseguimos sentar na carruagem e seguir viagem. O conforto foi a ultima coisa que eu pensei, pois controlar aquele cavalo era muito mais difícil do que parecia e ele não estava querendo cooperar, preferindo ir para a direita do que simplesmente seguir reto na estrada....

Em um certo momento, me desliguei das reclamações constantes da rainha, prestando atenção apenas no que o espelho dizia e no caminho a nossa frente. Quando já estávamos bem longe, Erick surgiu muito bravo, já reclamando que na próxima seria ele que ficaria por cima, como se isso já não acontecesse desde que saímos da academia em Nyender e ele já decidiu que meu ombro seria seu lugar para descanso, vigia, passar o tempo......

- Chegamos. - Anunciei parando a carruagem da melhor forma que pude, olhando para os dois exércitos que estavam prontos para se enfrentar. Forçando um pouco a vista e a imaginação, eu até conseguia ver os dois lideres na frente dos dois exércitos, se encarando, prontos para a batalha, mas isso não era o maior problema. Como faríamos para eles beberem a poção agora?

Ao chegar no campo de batalha, os dois exércitos já estavam postos, tão próximos que se a batalha começasse ali naquele instante não levaria dois segundos para ter um chão banhado em sangue. Lucia descia da carruagem, assim como Erick que seguia com a sua caneca. A rainha descia pela carruagem do lado e assim apenas encarava o número de homens que Branca havia convocado. Os homens de Encantado também não perdiam em números. A armadura da princesa era reluzente, podendo-se dizer que era feita de prata pura se fosse o caso. O do príncipe, apesar de bem equipada, não reluzia metade do que a da princesa mimada conseguia reluzir.

Com passos pesados, a madrasta da princesa ia até o morro observar a situação. Em suas mãos, a poção de coloração rosada parecia brilhar na presença a princesa há alguns metros, que pareciam quilômetros. Erick tentava deduzir o que estava acontecendo, mas se fosse julgar pelo pouco que via, juraria que os dois estavam discutindo em campo. A rainha dava a poção para Lucia e tentava vê o que estava acontecendo melhor, já que escutar era impossível.

- Branca de Neve começou tudo isso. Ela acabará. Terá que dá a poção para ela e fazê-la beber o máximo que conseguir. – dizia vossa majestade, já tirando o dela da linha, já que se fosse lá, receberia uma flechada na cabeça.

- Digamos que se não se apressarem, vai haver morte do mesmo jeito. – dizia o espelho.

off: antes que vossa alteza reclame, tive que sair hoje, então só deu pra postar agora u.u

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A poucos passos da carruagem apenas ouvi quando Erick e a Rainha se uniram a mim para observar tudo o que acontecia lá embaixo, onde os dois exércitos estavam prontos e posicionados para começar a mais violenta das batalhas. Eram tantos homens em cada lado do campo de batalha que eu nem pensava em contar, apenas os via como uma grande massa de pontinhos observando outros dois, que eram a princesa e o príncipe discutindo.

Não demoraria muito até que eles se cansassem de discutir e começassem com a verdadeira batalha, que indicaria o fim do nosso prazo, pois nenhuma poção conseguiria mudar alguma coisa depois desse ponto. O pequeno frasco cor de rosa brilhava intensamente ao meu lado, nas mãos da rainha, mas isso não me ajudava a ver uma solução para tudo aquilo. Como três fugitivos poderiam convencer a princesa mimadinha a tomar um líquido rosa que brilha?

A rainha explicava o que precisava ser feito, o que não ajudava em nada a ver uma solução, mas ao menos deixava claro que quem teria que resolver isso seriamos eu e Erick. Era óbvio que se a rainha fosse até lá, seria morta antes mesmo que pudesse dizer um oi, então apenas concordei com a fala do espelho enquanto tentava pensar em uma solução.

- Nós vamos lá, de um jeito ou de outro, ela vai beber essa poção. - Falei já devolvendo o espelho para sua dona e esperando que ela me entregasse a poção em troca, já que eu precisava disso para ter uma chance de terminar o nosso plano e toda aquela confusão. Ainda não tinha ideia do que fazer e esperava encontrar uma oportunidade assim que chegasse lá, mas não demonstrei isso, jogando a capa para Erick, pois era nossa única opção de disfarce.

Trocando os objetos, espelho e frasco, Lucia sabia que se demorasse mais, deveria haver uma batalha naquele campo. Embora fosse a realidade, ela sabia que não tinha conhecimento de nenhum meio de fazer com que a princesa tomasse a poção e voltasse a se apaixonar por Encantado. Sabia, ao menos, que a rainha não poderia ser classificada para aquela missão, afinal, muitos notariam a presença de uma rainha, que deveria estar presa no campo, de batalha.

De posse do líquido mágico, Lucia começava a seguir morro abaixo para a batalha. Ao chegar naquela planície, Erick deu um sorrisinho antes de pegar o frasco e subir sobre a morena. Era a vez dela de carregar o Pokémon que, naquelas circunstâncias, estava muito mais pesado. Andando desengonçadamente, enquanto Erick sussurrava o caminho, Lucia seguia com o Pokémon em seus ombros até o campo de batalha. Parecia que a verdadeira guerra demoraria em começar, motivo pelo qual era desconhecido pelos dois.

Mesmo um sobre o outro, o tamanho da dupla não chegava a uma estatura de 1,60, o que era um pouco animador, já que os soldados tinham no mínimo 1,80 de tamanho ali. Mesmo assim, os homens, tantos de Branca quanto do príncipe, estavam preocupados muito mais em ouvir o que os seus respectivos líderes tinham a dizer, enquanto a dupla de preto avançava sem ser detida.

- Você me destratou! Eu sou o quê? Mais uma em sua lista? – a voz da princesa era reconhecida de longe, ainda mais sob os gritos.

- Você entendeu tudo errado, Branca. Não foi isso que eu quis dizer ou falar. Mas achei que já éramos noivos e ai...- parecia que o príncipe estava se desculpando.

- Ai nada! Você é o pior tipo de homem que possa existir. Ter a sua cabeça encravada em minha espada é muito mais importante e mais recompensador do que tudo.

- Branca, deixe disso e vamos para casa. Nós somos noivos.

- Prefiro ter o meu coração arrancado pela Rainha Má do que dá-lo a você...

A discursão parecia séria, no entanto, o motivo nem tanto. Entre a capa e Erick, Lucia e o Pokémon observavam os dois, quase na frente da batalha da Branca de Neve. O príncipe não era nenhum galã de novela. Alto, corpo um pouco franzino e pálido, tinha os seus cabelos grisalhos, um queixo fino e um comportamento nada da realeza.

off: não reclamarei, pois será apenas culpa minha e de qualquer modo, já planejei uma solução para o caso disso acontecer u.u

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Deixando a rainha e o espelho para trás, já imaginando que elas veriam tudo o que faríamos daquele lugar mesmo, segurei firmemente a poção brilhante enquanto seguíamos morro a baixo, direto para o campo de batalha. Com certeza não era uma boa ideia e a cada passo eu me questionava sobre como faria para a princesa beber a poção em vez de simplesmente morrer tentando.

Estava tão perdida em pensamentos e planejamentos que só percebi que tínhamos chegado na planície quando Erick parou ao meu lado todo sorridente, mostrando a capa que usaríamos de novo como disfarce. Só pude suspirar enquanto um Erick muito mais pesado do que de costume subia nos meus ombros e jogava a capa por cima de tudo.

Mais uma vez foi uma caminhada muito complicada para nós dois, mas pelo menos eu não caí nenhuma vez e logo conseguia seguir com mais naturalidade as instruções que Erick me passava, imaginando que agora não estávamos mais parecendo duas crianças tentando se passar por adultos......

Quando já estávamos passando pelos soldados, que estavam dando mais atenção a alguma outra coisa do que um estranho de capa andando descaradamente em direção aos líderes dos dois reinos, comecei a entrar em pânico por não ter pensado em nada, mas continuei me esforçando. Perto de desistir e simplesmente enfiar a poção na garganta da princesa, ouvi o que tanto distraía os homens em campo de batalha e até esqueci o que estava pensando para ficar ouvindo também.

Se aqueles dois se amaram algum dia, isso parecia ter sido esquecido pela princesa, que estava teimando em culpar o príncipe por alguma coisa grave que ele tinha feito ou dito. Seja lá o que tivesse acontecido entre aqueles dois, com certeza tinha sido culpa do príncipe Encantado sem encanto, pois ele não parava de tentar se desculpar e se "desviar" das ameaças.

Ouvindo toda essa discussão até mesmo Erick parou para ouvir, mas o que me importava é que tinha me dado uma grande ideia quase infalível pra fazer a princesa beber até a ultima gota da poção. Explicando aso sussurros para Erick, pedi para que ele me ajudasse a achar outra caneca ou algo do gênero. Assim que achássemos, eu dividiria a poção nas duas canecas e deixaria para Erick entregar para a Princesa, explicando que uma das canecas de "vinho" tinha o veneno certo que faria o príncipe pagar por tudo o que tinha feito. Era um pouco arriscado, mas estava contando com a fúria dela para nos dar alguma vantagem, só esperava que fosse o bastante......

Sem um plano traçado em mente, a jovem morena seguia carregando o seu Pokémon, bem mais pesado, nas costas. Os dois não eram notados pelos homens que estavam mais preocupados na briga de namorados, do que na batalha propriamente dita. Branca de Neve, com toda fúria, atacava verbalmente Encantado. Ele mal poderia supor que a raiva de sua amada parecia não ter fim e só terminaria quando ela fosse ao funeral do príncipe. Lucia, por sua vez, enquanto Erick estava em seus ombros, percebeu a caneca que o verdinho havia pego na prisão, que agora estava na cintura do Pokémon.

Como se fosse mágica, Lucia despertava um plano arriscado, mas se levando em consideração o que havia ocorrido em questão, talvez a princesa não notaria. Passou a explicar o seu plano para o Pokémon esverdeado e logo em seguida, os dois passaram para se infiltrar no campo e batalha. Passava pelos guardas, procurando onde eles guardavam os mantimentos. Na última linha de esquadrão, a dupla enxergava uma carroça amarrotada de coisas e ao chegar perto via tanto comida e coisas para usarem como utensílios que os olhos deles não puderam nem contar direito.

Parecia que a procura da caneca cegou os dois, mas logo encontrou não só uma caneca menos amassada que a de Erick, como também pão e peixe, em que os dois fizeram questão de pegar uma boa quantidade e foram comendo até chegar no centro do confronto verbal, onde Branca já estava pronta para dá a ordem aos guardas, nos quais erguiam suas lanças, espadas e escudos para poderem batalhar. O mesmo acontecia com encantado, que dava passos para trás, já tentando subir em seu cavalo, para distanciar da chacina. Mas a voz de Erick parou os dois.

- Majestade? Aqui está o seu servo. – dizia cordialmente para Branca de neve e a morena apenas olhou com toda a fúria para o Pokémon encapuzado. – Que tal evitar um derramamento de sangue, quando a vossa senhoria da nobreza pode ter apenas o príncipe. Aqui está duas canecas com vinho. Essa que estou te dando é sua e essa a qual seguro está envenenada.

Não precisou nem Branca pedir mais informações e um sorriso enorme preenchia os lábios vermelhos da mulher. Ela olhava para o servo que ela nem conhecia (e nem fazia questão de conhecer) e assim pegava a outra caneca e com passos que pareciam de uma adolescente apaixonada, ela foi até o príncipe de cabelos grisalhos.

- James? Percebi que nossa briga é mesmo sem foco. Que tal acabar com isso tudo em um brinde. Deixarei o reino da Rainha Má e irei com você para o nosso.

- Sério? É o que mais quero meu amor.

O príncipe pegava a caneca e em um brinde tomava. Branca de Neve sorria para ele e logo em seguida tomava o céu. Nesse momento, os guardas abaixavam as armas confusos e foi ai que a caneca de ambos caiam no chão. Tanto Branca quanto Encantado pareciam ter faltado o ar e por um momento Lucia realmente achou que deu veneno para os dois, mas logo ela viu o olhar da princesa e do príncipe, que apaixonadamente se beijavam em meio ao campo, enquanto os guardas se olhavam confusos mais do que nunca.

Segurando Branca no colo, Encantado subia em seu cavalo e colocava a princesa sentada de lado em sua frente. Cavalgando como se fosse a pessoa que ele mais amasse em sua vida (e realmente era!), ele saia em direção de seu castelo e assim os seus guardas formavam um corredor. Os guardas da princesa se perguntavam se eles estavam sem reis ou rainhas e uma desordem começou, até que todos ficaram em silêncio e um corredor se formou em direção de Lucia e Erick.

- Wew.. Wew.. Vocês conseguiram! – dizia a rainha má, avançando pelos corredores com o espelho de bolso em mãos. – De fato menosprezei a força de dois anões desse tipo. Para provar que não sou tão má assim, eu deixarei vocês dois livres, assim como os seus irmãos. Espero que lembrem-se da misericórdia de sua rainha, plebeus. E enquanto a vocês? Eu sou e sempre serei a sua rainha. Voltem para o castelo imediatamente e quero ver aquele lugar brilhando!

Saindo logo, antes que a Rainha decidisse voltar atrás, a dupla encapuzada seguia correndo pelo corredor, mas não sem antes passar por um guarda e ver no reflexo da armadura uma pessoa bem conhecida por eles.

- Acho que a rainha quer dá um presente a mais para vocês. – dizia a Espelho Mágico apontando para a carroça cheia de mantimentos.

Erick olhava para baixo e Lucia para cima, quando os dois resolveram montar na carroça recheada de comida e assim começarem a partir para longe do campo, para longe do reino, voltando para a Floresta Encantada e para os seus irmãos. O pôr-do-sol cercavam os dois, que dessa vez, conseguiram comandar os cavalos de volta para casa.


Lucia despertava na medida em que não sabia se a luz em sua frente era o pôr do sol ou se realmente era uma luz na sua frente. Quando abriu os olhos por completo, reparou que era uma vela, em que Anthony insistia em passar na cara dela para que ela percebesse a diferença de iluminação e acordasse. Ao seu redor, tudo girava e ao se erguer, com a cabeça doendo, percebeu que estava no quarto de Minerva, em um colchão fino no chão, ao lado da cama da senhora, que olhava feliz para ela. Hermione dava pulos em comemoração e Anthony chorava no ombro dela.

- EU NÃO ACREDITO QUE QUASE TE PERDI. SE VOCÊ ESTIVESSE MORTA, QUEM IRIA FALAR QUE EU SOU SÓ UMA VÍTIMA NESSA HISTÓRIA FATAL. – gritava o moreno.

Minun e Gligar logo pulavam no colo da exilada, esse último empurrando Erick, sonolento, para debaixo da cama. Torchic surgia de detrás das flores e Naomi, um pouco mais inchada por ter comido nesses últimos dias, sorria pela primeira vez para Lucia, mostrando-se bem mais fácil de se conviver do que ontem.

off: tirar Growth

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Com um plano em mente e pouco tempo para conseguirmos tudo, deixei que Erick ficasse com a parte da busca, enquanto eu apenas me concentrava em aguentar o peso dele e andar o mais rápido que eu podia sem tropeçar ou acabar derrubando ele dos meus ombros. Vez ou outra quase batíamos em um guarda ou perdíamos um pouco o equilíbrio, mas ainda assim conseguimos chegar até os mantimentos.

Achei estranho ninguém nos notar, ainda mais quando meu estômago roncou alto com o simples cheiro da comida guardada ali. Como a discussão entre os dois ainda duraria muito, eu e Erick aproveitamos para comer um pouco depois de dividir a poção em duas canecas de aparência limpa que encontramos. Quando deixamos os mantimentos para trás eu ainda estava mastigando um pão, mas infelizmente não podíamos mais perder tempo, então seguimos reto até o centro da disputa.

Fiquei um pouco preocupada quando vi os dois já se afastando e preparando suas tropas para o combate, mas felizmente com uma pequena corrida que quase nos fez cair, chegamos bem a tempo de entregar as poções para a princesa. Tive que morder a língua para não atrapalhar o discurso de Erick, mas assim que vi a expressão da princesa Angélica, tive que me conter simplesmente para não rir. Ela caiu direitinho.

Se desconfiar de nada ela pegou as canecas cheia de animação para finalmente se vingar de uma maneira direta e muito cruel. Com todos olhando para eles eu pude arriscar espiar um pouco e fiquei rindo em silêncio enquanto via o teatro que ela fazia para convencer o príncipe a beber a poção, o que não foi nenhum desafio, já que ele parecia disposto a tudo para corrigir sabe se lá o que tinha feito de errado.

Em um momento em que até eu fiquei preocupada, os dois deixaram as canecas vazias caírem no chão, parecendo estarem morrendo sufocados ou algo parecido. Será que eu tinha feito algo errado com a poção? Ou seria esse o verdadeiro plano da rainha? Matar os líderes e deixar que os dois idiotas receberem toda a culpa parecia algo que ela faria, mas felizmente, não foi isso que aconteceu.

Os dois logo voltaram a respirar normalmente e antes que qualquer um ali tivesse coragem de perguntar se eles estavam bem, os dois se beijaram e logo estavam se afastando montados no cavalo do príncipe, em direção a onde eu imaginava que ficava o castelo deles. O exército dele começou a segui-los um pouco confusos, mas os que realmente estavam sem saber o que fazer, eram do exército da princesa, que agora nem líder tinham para seguir.

Nesse momento oportuno a rainha apareceu no meio de todos, já anunciando que ela era a rainha novamente, coisa que todos aceitaram, já que dificilmente tinham alguma outra opção. Eu apenas aproveitei aquele momento para tirar Erick das minhas costas já meio doloridas e logo a rainha vinha nos parabenizar por conseguir resolver tudo.

Era muito bom ouvir que éramos livres agora, ainda mais ignorando completamente a parte de como ela era misericordiosa e bondosa nos dando a liberdade. Erick e eu apenas agradecemos da melhor forma que conseguimos pensar e demos no pé dali antes que a rainha tivesse a chance de mudar de ideia e nos fizesse cavar tesouros para ela. Já estava imaginado o melhor caminho a mulher do espelho apareceu em uma das armaduras, mostrando um "pequeno" presente que a rainha havia preferido nos dar de maneira mais discreta, que era a carruagem de suprimentos que havíamos "atacado" um pouco antes.

- Mande nossos agradecimentos e boa sorte com o reinado. - Comentei sem me importar com o que o guarda achava daquilo, indo logo em direção ao nosso presente antes que ele ou outra pessoa pudesse nos impedir. Subir foi um problema, mas depois disso foi apenas um caminho muito tranquilo com Erick guiando os cavalos e eu apenas olhando para o céu, curtindo algo que eu não podia a muito tempo, paz e a tranquilidade de saber que não havia ninguém me caçando, nós estávamos livres.......




Estava difícil pensar com aquela dor de cabeça e uma luz passando na frente do meu rosto, então não tinha ideia de quando tinha dormido e muito menos por quanto tempo. Só me lembrava de estar olhando para um céu azul e bonito, me sentindo muito bem com o que tinha feito, mas aparentemente eu tinha apagado, pois o sol já estava se pondo. Outra coisa que estranhei foi a falta de movimento, mas como poderia ser apenas a carroça que tinha parado, só resolvi abrir os olhos quando percebi que a dor de cabeça e essa luz irritante não me deixariam voltar a dormir.

Demorou um pouco para meus olhos se acostumarem com a luz que parecia estar sendo esfregada bem no meu nariz, mas assim que consegui ver tudo tive muita sorte por ter me assustado demais até para gritar. Anthony estava tão perto que eu podia até ver um pouco da maquiagem que ele estava usando, mas o que ele queria? Vingança por causa da confusão com os cavalos? Por que estava tudo girando e quando foi que eu tinha chegado no quarto da Minerva?

Sinceramente não estava entendendo mais nada, ainda mais quando vi que Anthony estava chorando e que estava todo mundo olhando pra mim como se estivessem simplesmente feliz por eu estar ali. Eu tinha perdido alguma coisa? Era óbvio que sim, mas antes que eu pudesse perguntar, Anthony veio me abraçar, sendo seguido por Minun e Gligar, que vieram tão rápido que eu só descobri onde Erick estava quando o vi rolando para debaixo da cama, empurrado por algum dos três.

- Gente....assim eu não respiro... - Falei com o pouco de fôlego que conseguia no meio daquela bagunça, mas ainda assim demorou um pouco até que só sobrassem Minun e Gligar no meu colo e Erick sentado ao meu lado, olhando tudo tão confuso quanto eu. Torchic pulava feliz do monte de flores onde estava, mas o que mais chamou minha atenção foi Naomi na porta. Ela parecia estar tão bem que tive a impressão até de ver um pequeno sorriso em seu rosto......

- Pra que tudo isso? O que foi que eu perdi? - Perguntei esfregando uma das minhas mãos na parte dolorida da minha cabeça, enquanto a outro se ocupava em dar carinho para Gligar, depois Minun e por fim Zigzagoon, que se contentava em ficar deitada ao lado do colchão em que eu estava.

Após o sono e o sonho, Lucia despertava um pouco sem orientação. Ver todo mundo a olhando, quando necessariamente o centro das preocupações seria Minerva, deixava a exilada um pouco nervosa, ao passo em que Gligar e Minun (fora Anthony) se debruçavam na morena na tentativa ou de sanar a saudade de pouco tempo ou de realmente mata-la. Mas logo a cabeça da exilada parava de girar e Erick saia de debaixo da cama da senhora, que feliz encarava a sua salvadora.

- Um Exeggcute atacou você e o seu Snivy com Hypnosis. Você dormiu por 12 horas e tentamos te acordar com calma, mas nada. – explicava Hermione, ao lado da cama da avó.

- Você conseguiu, querida. Graças a você e esse coraçãozinho vai bater um pouco mais. – brincava a senhora deitada ainda.

Os Pokémon faziam festa. Minun saia correndo e pegava as mãozinhas do grass e começava a pular girando com ele, que na verdade não estava nem um pouco a fim de brincar. Gligar não largava a morena e de longe Chespin acenava para Lucia, dizendo que estava muito feliz por ter conseguido. Anthony já se levantava e deixava o seu lado melancólico de lado, passando a desempenhar o papel do antigo e velho Anthony, que não era mais um caçador.

- É... Pois se tivesse morrido iria até o inferno para te trazer, derrotar e levar para a Angélica. – dizia o homem, fazendo a morena se recordar da sua “amiga” Lady Katarina, que proporcionou uma informação valiosa.

Enquanto Lucia se erguia, Naomi se aproximava dela, apenas acenando com a cabeça para a morena. Talvez pensar que fosse perder Lucia fizesse que a dark realmente manifestasse os seus sentimentos verdadeiros por ela. Pela janela, era visto a escuridão na floresta e hora ou outra a neta de Minerva batia no braço, espantando algo que nem ela mesma sabia o que era. Anthony saia do quarto, assim como o resto. Na parte em que era a sala-cozinha, em uma mesa feita de madeira da floresta, já estava posto o jantar.

Arroz, um caldo cheiroso de carne e o que parecia ser um purê de batata. Era de se encher os olhos e parecia que a refeição feita no fogão de barro era muito mais gostosa do que o convencionou. Com o auxílio da neta, a senhora sentava-se na cadeira da ponta.

- Fiz enquanto estava desacordada. O bom do chá lótus é que seu efeito é de 8 horas. – sorria e ainda brincava com o que aconteceu, embora a situação fosse bem mais séria.

off: \o/

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Sentindo pouco a pouco minha cabeça voltando ao normal, eu conseguia lembrar um pouco mais de antes de toda aquela loucura começar. Naomi inquieta, Anthony choramingando como sempre e do nada, seis pares de olhos avermelhados olhando diretamente para nós, me fazendo sentir cansada demais para ficar acordada. Isso me soava tão irreal quanto nossa pequena aventura sabe-se-lá em canto obscuro do mundo dos sonhos, então fiquei esperando alguém explicar em vez de ficar forçando a memória.

Ainda com Minun e Gligar nos meus braços, agora disputando para ver quem ficaria em cada ombro, já que simplesmente ficarem quietos sentados no meu colo não era o bastante, fiquei ouvindo a rápida explicação, que só me fazia entender porque tinha visto tantos olhos..... O sonho, ou sei lá  que foi aquilo ainda era muito real em minha mente, me fazendo odiar simplesmente a possibilidade de ter sonhado com Angélica.

- Exeggcute.... ai, hypnosis é uma droga. - Comentei enquanto sentia a cabeça latejar uma ultima vez e tentava esquecer de uma vez por todas aquilo que só podia ser chamado de sonho, sem duvidas o mais estranho da minha vida. Ver Minun arrastando um Erick ainda sonolento para dançar ajudava muito a distrair, mas enquanto eu não fizesse alguma coisa não conseguiria esquecer a sensação temporária de liberdade que senti, então logo ajeitei Gligar nos meus ombros e levantei.

Era bom saber que minerva agora estava muito melhor, fazendo até um pouco de piada com o ocorrido, mas minha mente estava tão cheia de problemas para resolver que era difícil ficar animada. Ainda tínhamos que convencer ela a ir morar na cidade, onde ficaria melhor que na floresta, achar um jeito de explicar tudo que elas descobririam sobre mim quando voltassem a Grung.... eram coisas demais, que só me faziam ter vontade de fugir mais uma vez para o mundo dos sonhos, por mais estranho que ele fosse.

- Isso me lembra que ainda não tivemos nossa batalha. Um dia vamos resolver isso com um combate três contra três? Acho que seria mais legal que só o Erick contra Lord Bear. - Comentei seguindo todos até a cozinha e aproveitando qualquer momento em que ninguém estava olhando para simplesmente ficar esfregando minhas mãos no rosto, só para sentir ele lisinho e sem nenhum vestígio daquela barba nojenta. Isso era tão bom quanto o cheiro delicioso que estava sentindo já a algum tempo.

Vez ou outra eu via Naomi em algum canto, parecendo muito melhor do que na vez em que estávamos vasculhando toda a casa atrás de algo que agora só Arceus sabia, mas foi só quando ela se aproximou mais que eu pude ver a diferença. Ver um pouco mais de ânimo na expressão dela já era um avanço, mas assim que vi que ela já não estava com os ossos quase aparecendo, torci para que fosse verdade que ela estivesse comendo melhor e não só fazendo isso enquanto a causa de todos os problemas (eu) estivesse longe.

Chegando na cozinha/sala de jantar/sala de estar/o que se precisasse no momento, tive sorte do meu estômago não roncar alto, pois assim que vi a mesa, senti como se tivesse um buraco vazio na minha barriga e lembrei com tristeza que tudo o que eu tinha comido nas ultimas doze horas eram apenas coisas da minha cabeça. Pouco a pouso estávamos todos sentados e prontos para comer, mas antes mesmo de começar a comer, deixei de me sentir tão ansiosa para começar.

Olhar para Minerva e Hermione me lembrava da conversa que ainda precisávamos ter sobre voltar para Grung, onde Minerva devia ficar morando com a família, mas também me lembrava de algo ainda mais urgente, que me fazia quase querer arrancar os cabelos por já ter perdido mais de doze horas. Ângela estava em alguma cela em Grung, presa a mais tempo do que eu teria coragem de admitir. Ela estava lá precisando de ajuda assim como um dia eu precisei, mas em vez de estar lá, eu estava jantando no meio de Seimei..... Tentei disfarçar meu mal estar comendo um pouco e agradecendo pela comida que estava ótima, mas isso não ajudava em nada e eu ainda me sentia péssima.

Com o sonho ainda em mente, as explicações ao léu, Lucia se localizava naquela história toda, que misturava contos de fadas com a realidade. Pensar que era uma anã (ou anão), pareceu ser torturante em estatura ou em barba. O pior foi encarar a Angélica no sonho, enquanto Anthony era o machão da história. Depois de conseguir recobrar tudo o que perdeu e deixar Minun e Gligar bem confortáveis em seu ombro, apesar de não sentir o mesmo, a jovem seguia para a sala de jantar, ou seja lá o que aquele cômodo era...

O cheiro era adorável e Hermione fazia a questão de servir todos, enquanto dava algumas olhadas para a exilada, lembrando-a de que tinham uma missão ainda, que era convencer a senhora em ir para Grung com ela. A comida estava ótima, mas a preocupação da morena era maior do que tudo, afinal, ainda tinha uma informação em mente, já que Lucia ainda sentia que teria que ir ajudar a cadete que a ajudou a conseguir Erick e a fugir de Angélica, que a perseguia até em seus sonhos.

- Ts.. ts.. ts..- Anthony protestava de braços cruzados. – Você diz isso, pois Lord Bear iria acabar com esse Pokémon verde. Mas não importa, três contra três traria a minha vitória de qualquer jeito. Invicto! – informava o jovem de braços cruzados e ao ver o prato cheio de comida que Hermione trouxe, começava a comer imediatamente, perdendo a pose de machão, para de criança gulosa.

O jantar passou tranquilo e após a refeição, que até Naomi participou, Hermione recolhia a louça e ia lavar com Anthony e Kirei Kōtei, esse último usando suas bolhas para darem a lousa de barro um novo brilho. Na mesa, a senhora ficava bebendo o seu chá e servindo Lucia também. A visão de Anthony de avental era nova para a exilada, mas não para Erick, que batia na cara ao ver a cena.

Gligar discutia baixinho com Minun, que parecia desconhecer o motivo da discursão e apenas abraçava forçadamente Gligar. Chespin não saia dos pés de sua mestra, enquanto Zigzagoon dormia ali no chão, ora observando tudo, ora roncando. Naomi pareceu mal viva do que antes. Talvez o período de luto houvesse chegado ao fim, ou tivesse encontrado esperanças em algo. A dark saia da sala e em seguida retornava com o álbum de Minerva, colocando na mesa e mostrando para Lucia a imagem de um lendário, Celebi.

- Parece que nossa amiga tem esperança de encontrar Celebi. – dizia a senhora rindo. – Será que a flor deu trabalho para você, minha filha? – A senhora mudava de assunto, enquanto Torchic pulava na piscina de flores, enquanto Lord Bear tentava entrar no meio e Bādo Kingu repousava no frio da janela.

off:

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Com Hermione nos servindo, só me restou esperar e rir um pouco de Anthony se gabando de ser invencível, coisa que eu duvidava muito que fosse verdade, mas em vez de falar, apenas agradeci quando recebi meu prato e comecei a comer. Nossa batalha um dia aconteceria, não importa quanto tempo fosse demorar, assim que tivéssemos uma chance, batalharíamos como dois gladiadores sem preocupações....

A comida estava simplesmente incrível, então não senti um pingo de vergonha em repetir e me permitir aproveitar o máximo que pudesse. Anthony comia do seu jeito único, que basicamente me fazia lembrar um Snorlax ou um Munchlax no meio de um banquete, era muito vergonhoso, mas como eu não podia fazer muito, decidi fingir que não estava vendo.

Enquanto o jantar acontecia ninguém parecia disposto a falar, o que era bom e ruim para mim, que não precisava fingir estar prestando atenção no assunto, mas infelizmente só ficava com meus problemas rondando meus pensamentos. Quando todos acabaram fiquei feliz em ver que Naomi tinha esvaziado seu pote de comida, mas antes que pudesse falar alguma coisa, Gligar e Minun chamavam minha atenção. Eles estavam discutindo, mas como parecia ser só por causa da carência da Minun, decidi deixar que eles resolvessem tudo sozinhos.

Era difícil não rir de Anthony cantarolando baixinho enquanto lavava a louça com aquele lindo avental, então decidi me virar e disfarçar a risada cobrindo minha boca com a mão. No momento em que me virei me assustei quando não vi Naomi, mas logo ela reapareceu com um pequeno álbum, mas em vez de mostrar alguma foto, Minerva e Naomi olhavam para um pequeno adesivo.

- Celebi? Espera.....eu lembro.....não é aquele pokemon lendário que diziam que podia viajar no tempo? Sempre imaginei se algum dia ele teria coragem de viajar até depois da guerra. - Falei pensativa enquanto olhava para o pequeno adesivo e tentava entender o que tinha de tão interessante em um pokemon que nem existia mais. A parte que me lembrava de ele poder viajar no tempo me fez começar a imaginar o que eu mudaria se pudesse ter esse poder, mas antes que alguma ideia grande me surgisse, Minerva resolveu mudar de assunto e me pegou de surpresa com uma pergunta.

- A flor? Não chegou a ser difícil, mas eu posso dizer que as flores que Torchic trouxe não chegam nem na metade da quantidade flores que eu vi parecidas com a que a gente precisava. - Comentei rindo um pouco e ignorando completamente o olhar de Naomi, que provavelmente percebeu que eu estava escondendo alguma coisa. - Minerva..... você não acha que é muito arriscado ficar morando aqui sozinha? Eu sei que você es Chespin se viram bem na maior parte do tempo, mas e se eu não tivesse por aqui quando seu remédio acabou? Acho que seria melhor se você tivesse mais ajuda aqui ou talvez fosse morar com alguém.... - Comentei olhando para Torchic e depois para Hermione, esperando que ela ao menos viesse dizer algum coisa também em vez de me deixar sozinha para convencer a avó dela.

Depois da refeição deliciosa, que deixou Lucia até empanturrada, a jovem se deparava com o álbum que Naomi trouxe. O adesivo de Celebi fez com que a morena pensasse o que aconteceria se ela pudesse voltar ao tempo, ou Celebi avançasse para depois da guerra. O lendário, que já era difícil de se encontrar, hoje estava extinto, se a história que diz que Arceus matou todos fosse certa. No entanto, Naomi parecia muito mais atenta ao Pokémon, dando a ela novas esperanças, que era melhor do que a velha Pokémon de luto.

Com a mudança de assunto e um tombo de torchic sobre as flores, que pareceu mais do que feliz, Lucia mudava de assunto, chegando naquilo que Hermione tinha pedido: uma chance de levar sua avó consigo. Mesmo assim, parecia que todos concordavam com o que a morena disse. O silêncio reinou no local, já que Anthony deixava de mexer na bacia com água, Hermione guardava o pano de secar a louça e até a discursão de Minun e Gligar cessava, na medida em que o único barulho fosse as luzinhas de Chinchou acendendo e apagando.

- É verdade, vovó; - intervia a neta – É muito arriscado te ter aqui. A casa da mamãe em Grung é enorme e sei que você é bem-vinda, sempre foi. Não me deixe vim aqui da próxima vez apenas para levar o seu corpo. – as lágrimas corriam pela face da menina, que de braços juntos, tentava, frustrada, evitar o choro. – Por favor.... Se quiser, ligo agora mesmo para o Harry e ele vem nos buscar de carro... Mas por favor.... volte!

Os olhares da neta, Lucia e Naomi eram os mais sérios. Erick compreendia a seriedade da situação e ficava quieto. Minerva encarava todos, um por um e assim se levantava da mesa indo até uma das paredes da casa e tocando ali levemente, como se fizesse um carinho em alguém.

- Às vezes o passado tem que ficar no passado... Seria também se Celebi viajasse no tempo e trouxesse o meu marido de volta. – a senhora dizia com os olhos cheios de lágrimas e conseguia segurar o choro – Mas o que passou, passou. As lembranças boas ficaram e eu sei que esse lugar só faz me lembrar dele... Eu vou! – sua resposta final foi olhando para Hermione, que abria o choro nos braços de sua avó.

Erick se aproximava rindo satisfeito pela missão cumprida, piscando o olho direito para Lucia, enquanto Anthony, Cubchoo e Piplup se abraçavam e choravam no canto. A discussão dos menores continuava, Minun e Gligar, enquanto Chinchou pareceu torcer para eles. Zigzagoon e Torchic lançavam flores para o alto, buscando alegrar a paisagem e assim era mais um final feliz, depois de tantos ruins, na vida de Lucia. Mas ainda não tinha acabado!

off:  fazer o que, né?
off²: sobre os nomes, sem comentários XD

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Assim que eu terminei de falar, chegando finalmente no assunto que Hermione tanto queria falar, mas não conseguia começar sozinha, um silêncio bem desconfortável surgiu na pequena sala de refeições da casa. Até mesmo os pokemon ficavam olhando para nós, mas eu apenas passava o dedo por cima do adesivo do pequeno pokemon enquanto observava Hermione e Minerva, esperando para ver quem se manifestaria primeiro.

Algo me dizia que não seria nada fácil convencermos Minerva, mas deixaria para pensar em mais argumentos depois que as duas falassem e para a minha sorte, Hermione logo conseguiu coragem o bastante para finalmente falar tudo, sem brincadeiras ou hesitação. Ela não conseguia conter as lágrimas, mas isso só ajudou, pois mostrou para todos a sinceridade que tinha naquelas palavras.

Minerva logo se levantou e afastou, o que me fez pensar que talvez ela fosse querer se esquivar da conversa indo para outro lugar, mas em vez disso ela apenas se aproximou de uma parede e ficou passando a mão, perdida em seus pensamentos. O que ela disse depois quase me fez cair de costas com a cadeira. Não esperava que fosse tão rápido, mas ela aceitou sem questionar, o que me fazia pensar quantas vezes esse assunto já tinha sido discutido.

Nesse momento, comigo ainda segurando na mesa depois do susto de quase cair, todos comemoravam e até mesmo eu tive que sorrir com toda aquela animação, pegando uma das flores que Torchic e Zigzagoon estavam jogando para cima. Todos estavam muito animados e até Erick estava satisfeito, demonstrando do jeitinho dele e logo subindo no meu ombro.

- E lembre-se, você não precisa ficar em Grung até não aguentar mais de saudades daqui e voltar. Vocês podem vir passar uns dias aqui para relaxar e fugir um pouco da bagunça que é aquela cidade. - Comentei me esticando um pouco e quase caindo de novo, pois bem no momento em que decidi me levantar, Minun e Gligar também quiseram colo, então acabei com Erick em meus braços, Minun no ombro direito e Gligar no ombro esquerdo.

Eu estava muito feliz por tudo ter acabado bem, mas para mim, aquele era só o menor dos problemas que eu tinha para resolver. Meu coração ficava apertado só de imaginar como eu faria para explicar o que elas descobririam sobre mim em Grung, então de incio me concentrei apenas em arrumar minha mochila para ir embora e escolher que pokemon teriam que voltar para as suas pokeballs.

Depois da surpresa de ouvir Minerva aceitar de antemão a proposta das duas meninas, Lucia parecia feliz por ter finalmente acabado com um dos seus inúmeros problemas. Talvez a sensação de estar quase sozinha fosse demais para longeva que agora aceitava passar pelo menos um tempo na casa da neta. Aquilo soou festa na casa na árvore, o que deixou Minerva bem mais tranquila, embora preocupada com o que viria passar na cidade. Hermione, por sua vez, não se preocupou por isso. Estava radiante com tudo e foi até Lucia em um abraço de agradecimento.

- Já volto, tenho que ligar para o Harry.

A menina saia, na procura de sinal, o que fez Lucia lembrar-se do que as duas poderiam pensar dela quando chegarem a Grung. Depois disso, e de ser atacada por diversos Pokémon que lutavam pelo ombro de Lucia, a exilada se retirava para arrumar a mochila e decidir que Pokémon iria ficar na Pokéball. Torchic e Zigzagoon arrumavam as flores ali. Chinchou, já na mesa, tentava entrar em um copo de barro com água, ou chá, mas seu tamanho não permitia, embora continuasse tentando. Erick já subia na mesa, tentando retirar o Pokémon dali com suas vinhas. Naomi observava tudo e até ensaiava um risinho tímido, embora o coração da dark estivesse longe dali.

Anthony, ao ver que sua parceira estava arrumando a mochila, tratava logo de pegar a sua e recolhia os seus Pokémons para suas respectivas cápsulas. Minerva se recolhia no quarto, para arrumar suas coisas, quando Hermione chegava toda fez de volta para o ambiente da casa.

- Harry vai vim nos buscas, mas temos que ir para o lado da floresta que o jipe dele passa. Aqui a mata é densa demais para isso. Você vem conosco, né, Lucia? – perguntava a menina.

- Claro que vamos. Meus pés criaram calos na última vez que sair andando e andando por essa mata sem fim. Eu só quero que o meu bunbuzinho se repouse em um veículo, pois sem isso não dou nem mais um passo daqui. – Anthony interrompia Lucia, já informando e se queixando pelo tanto que os dois andaram da última vez, só para chegar ali. Erick revirava os olhos na mesa, enquanto tinha em suas vinhas o Pokémon elétrico, que pensava estar brincando com o grass e abraçava as suas vinhas.