01 - Academia de Policia

Nyender City, a grande capital, ponto de partida à todos aqueles que desejam obter uma licença para seguir jornada com um parceiro pokemon, recebe o jovem Will Tokisuru, a metrópole sempre fez parte da vida do jovem, natural do lugar, as calçadas tintas de rosa, o cenário comentado mundialmente fazia parte do cotidiano dele que, na ocasião, caminha em direção do prédio da Academia de Polícia com o intuito de obter a permissão de viajar através do continente sob a classe Gladiador.

Nenhum dos famosos cartões postais era capaz de desviar o olhar escarlate do rapaz que caminha decidido, passos firmes o levam rapidamente para o prédio cinza e creme da Academia.
Nada mudava a vontade do corajoso, sentindo-se preparado para o que der e vier, ele entra no prédio, cordialmente informando-se onde deverá realizar o teste. A escadaria que leva ao primeiro andar foi transposta rapidamente, instantes depois lá estava Will diante do gabinete cuja plaqueta exibia o nome mais temido e admirado de todo o continente: Angélica Thompson.
A surpresa vem no momento em que o jovem bate à porta, uma voz masculina o permite entrar, um oficial acompanhado de um Persian sentava-se confortavelmente na grande poltrona de couro da capitã. Esse é o oficial Buck Kibato.


Ele nem sequer olha para o jovem, está mais preocupado com o pelo de seu pokemon, que ronrona feliz ao receber carinho de seu dono.
-Vai dizer o que quer ou vai ficar aí parado?O cadete exige respostas de Will.

Buck, o oficial encarregado de cuidar dos afazeres da comandante Angélica Thompson que está fora em missão analisa o candidato Will Tokisuru. O imponente fardado pretende descobrir o quanto ele sabe sobre pokemons, julgando se será digno ou não de carregar uma licença e um inicial, permanecendo para isso de cabeça baixa, seu olhar pousa carinhosamente sobre seu felino predador, o Persian que permanecia deitado à direita da mesa oficial, entre o móvel metálico, a escrivaninha de cor acinzentada disposta no ponto de intersecção das duas paredes e a estante confeccionada em madeira de lei, feita sob medida, encomenda da comandante. A visão aguçada, um dos atributos do felino, colidiam silenciosamente com o olhar de seu mestre, sendo possível ouvir o sonoro ronronar em plena aceitação da atenção do policial.

A sala intocada tornava a demonstração de afeto do Persian um som bastante alto devido a acústica, o passar dos minutos era perfeitamente registrado no relógio antigo posto no alto da estante cujo tic tac emitido por suas engrenagens constituíam-se no único som que se atrevia a dividir espaço com o ronronar da fera.
Uma gota de suor faz seu caminho sobre a superfície da face do candidato, o jovem não consegue prever ao certo que tipo de teste o policial prepara para ele. É de conhecimento de todos que os cadetes podem ser imprevisíveis, principalmente os pertencentes às altas patentes, discretamente o jovem olha para os lados, podendo identificar o local, notando um cabideiro que exibia um sobretudo confeccionado em couro, uma das peças do vestuário da comandante possivelmente esquecido o qual ninguém em sã consciência atreveria-se a sequer tocá-lo. Naquele momento mais som, desta vez metálico e arrastado, fruto do atrito entre duas peças de ferro sem a devida lubrificação, sobrepõe os demais sons: A poltrona se move, o cadete passa a olhar o jovem, ao som do último ronronar de seu pokemon.

Ele ajeita o quepe, revisa as abotoaduras das mangas da farda, sua voz soa suave, muito serena como o pokemon, que agora repousava ainda embriagado pela êxtase do carinho recebido:
-Ainda não tenho certeza, sobre o modo que acabarei com você. Meu Persian adoraria lanchar algo diferente, será que você daria um bom petisco? Me convença a testá-lo. Fale-me sobre você, por que eu deveria aplicar em você a prova não sinto nenhuma determinação vinda de você.

O cadete conclui seu discurso e torna a olhar seu pet já adormecido, deixando Will em silêncio.