Cap. 12 - A volta e a Despedida

A pequena maratona para achar uma mesa vazia no refeitório apenas fez com que o estomago de Dria resmungasse um pouco mais, porem a garota não deixou de sorrir quando Lirio finalmente ocupou uma mesa chamando-a.

Distribuindo os pratos de ração para seus pokemons, Dria pode aproveitar seu prato de macarrão ao molho vermelho e salada de tomate com azeitonas, a conversa agradável com o mais novo Cadete morreu de forma rápida quando Dria percebeu seu celular tocando.

O sorriso da morena desapareceu conforme seu semblante se tornou serio, as indicações misteriosas fizeram com que o restante da fome de Dria desaparecesse deixando Auros e Léo em alerta quando sua mestra empurrou o prato para frente indicando que encerrava o almoço, quando Dria desligou o celular Lirio sorriu ao perguntar:

- Missão solo?

A jovem deu de ombros ao responder de forma evasiva:

- Vou precisar do Natsume... E quero que você vá ver sua mãe!

Ambos os Cadetes sorriram ao se levantar e ir entregar a bandeja de comida, Dria não demorou a voltar para a Delegacia indo depositar Iroh e Mei para só então receber Natsume de volta, quando Lirio se despediu a jovem suspirou ao se dirigir ao balcão dizendo:

- Preciso encontrar o Cadete Jonas.

Dria sorriu de maneira educada ao ser abordado pelo Cadete mais alto, sendo guiada até uma sala a primeira coisa que a garota fez foi dizer de maneira simpática:

- Jonas?! Silver Wing?

Depois disso a enxurrada de informações sobre a missão a pegou de surpresa, mal havia deixado Lirio para atras e se enfiar em uma missão daquele calibre era demais para a morena. Respirando fundo e observando o cuidado que Jonas tomava para verificar a segurança da missão, imperceptivelmente isso passava uma pequena segurança a Dria, porem quando este lhe estendeu a pokebola do conhecido pokemon fantasma a jovem fez sinal de que não aceitaria a pokebola dizendo de forma educada:

- Eu preciso depositar alguns pokemons e retirar meu Braxien... Os poderes psíquicos dele já começam a tomar forma e talvez me seja útil na missão!

Esperando a permissão para fazer a retirada e deposito de pokemon, Dria mantinha o semblante sério já se concentrando na missão que teria que fazer e equipando um dos Mega Rings ganhados durante o festival.

Concordando com a cabeça Dria seguiu para o Storage, levando algum tempo para achar a sala a jovem sorriu encontra-la, se aproximando do balcão enquanto a Cadete do outro lado se preparava para atende-la.

Dria pegou as pokebolas de Iroh e Mei depositando-as em cima da mesa enquanto dizia:

- Estou depositando meu Nidoking e minha Khangaskhan, também quero retirar meu Braxien guardado!

Dizia a morena sabendo plenamente que a falta de Iroh retirava do campo seu pokemon mais destrutivo, porem a nova missão pedia descrição coisa que seria difícil do lado do gigante Nidoking, já Mei era inexperiente demais para arrisca-la em tal evento.

Muitos pensamentos rondavam pela cabeça de Dria, porem a jovem tentava se concentrar unicamente na missão que teria de fazer, assim que recebeu a pokebola de Natsume a jovem o soltou retirando o seu quepe da cabeça do raposo, este claramente não gostou muito mas permaneceu quieto, sabia bem que Dria não faria aquilo sem um bom motivo.

Porem Natsume fez questão de acompanhar a Mestra ate a sala em que Jonas se encontrava, Dria sentou-se esperando que a ligação terminasse enquanto o avermelhado pokemon cruzava os braços ficando a suas costas com cara de poucos amigos para aquela situação toda.

Levantando-se para observar o mapa Dria sorriu ao ver que Natsume começava a mastigar o galho que carregava, tentando não rir da cena a jovem observou o mapa concordando com a cabeça enquanto falava de forma calma:

- Vou precisar de luvas, minha tatuagem esta a mostra e acho que só maquiagem nao vai dar conta de esconde-la.

A Cadete concordou em ser acompanhada até o Hotel, a falta de informação era grande demais e Dria não queria se expor a perigos desnecessários.

Missão de alto nível. Dria se via naquela sala com o seu raposo ao lado, que fazia cara de durão e reforçava a imagem mastigando um galho. A cadete logo via que a missão era delicada e qualquer movimento em falso poderia acarretar em um final não tão feliz assim. Nesse sentido, todo cuidado seria pouco!

Jonas tentava passar o maior número de informações possível, mas nem o cadete saberia o que poderia acontecer lá dentro, até porque ele tinha poucas informações sobre o que aconteceria lá dentro do prédio. Não demorava muito, após concordar com as luvas, e uma mulher, uniformizada como cadete, óculos redondos e presos em um rabo de cavalo volumoso aparecia com uma maleta. Os cabelos azuis exóticos não combinavam muito com os olhos negros, levemente acastanhados, mas uma cadete não deve ser “estilosa”, mas sim eficiente.

- Por favor, peço que se mexa o mínimo possível...

A mulher abria a sua maleta. Embora sua fala fosse mansa e deixava transparecer tranquilidade, a mulher sabia que qualquer trabalho em falso poderia pôr em risco a missão e por conta disso o seu papel ali era fundamental. Jonas se retirava e Natsume olhava para trás enquanto a morena trocava de roupa, seguidas vezes, até que a cadete maquiadora concordasse que aquela era a que melhor representava os gangsteres. Eram roupas bem folgadas, calça estilo militar, blusa cumprida bem colada, o que dava a Dria uma boa mobilidade.

Quando ela se sentou na cadeira, começou a maquiar a jovem. As mãos eram cobertas por uma grossa camada de pó, sumindo com o símbolo do persian. No fim, Dria ganhava duas pequenas cicatrizes no olho, seu cabelo estava da cor-de-fogo com um longa mexa loira. Seus olhos azuis eram coberto por olhos verdes e para dizer a verdade, Dria parecia mais uma gladiadora do que um gangster, mas qualquer aparência era boa, desde que não seja cadete.

- Está pronta, recruta! Boa sorte...

Toda e qualquer informação que Dria pudesse usar não era animadora, justamente a falta dela deixava a missão mais cheia de riscos do que qualquer outra situação na vida da Cadete, mas a jovem sorria de forma confiante ou pelo menos aparentava ser.

Estranhando a combinação de roupas da mulher a jovem sorriu de forma educada, servindo de cobaia para uma troca extensiva de roupas Dria se sentiu um pouco incomodada com o fato mas permaneceu quieta enquanto Natsume mastigava intensivamente seus galhos.

Respirando fundo quando finalmente sua roupa havia sido escolhida a jovem deixou que a maquiagem fosse feita, mesmo tendo a tatuagem encoberta a ideia da luva ainda era indispensável para o disfarce.

Por fim observando-se no espelho a garota sorriu ao nao se reconhecer, estava diferente e nem um pouco parecida com a Cadete que entrara na sala ha algum tempo.

Ouvindo as palavras da mulher Dria sorriu agradecendo, porem antes mesmo de sair da sala Dria liberou o pokemon fantasma que seria seu parceiro naquela empreitada, encarando o Banette a sua frente a Cadete sorriu ao estender a mão e dizer de forma suave:

- Hei garotão que tal fazer umas travessuras essa noite?

Esperando pela resposta do mesmo a Cadete tocou de leve em seu Mega Ring esperando que a união dos dois pudesse criar pelo menos um laço de confiança e respeito antes daquela missão praticamente suicida.

Off: Pode deixar =P

Com Dria pronta para poder ser chamada de tudo, menos cadete, a morena agradecia a cadete, que se retirava e assim tocava no seu novo parceiro temporário. Banette surgia de forma brincalhona. Seu sorriso era visível e sua forma de agir era típica de um fantasma bagunceiro. Dria não deixou de notar que ele tinha um Mega Stone bem exposta em seu pescoço e tocava levemente em seu Mega Ring, fazendo que ambas, Mega Stone e Mega Ring, brilhassem levemente.

Jonas entrava logo em seguida. O cadete estava sério, como sempre. Ele era visto como alguém muito profissional e deixava a sua missão a cima de tudo. Convocando Dria e seu parceiro temporário (que talvez arrancasse ciúmes de Auros) ela saiu do local e ia junto com Natsume a acompanhando. O grupo seguia pelos corredores até um carro estacionado ao fundo do prédio da lei.

O carro era simples e nem era tão chamativo assim. Os dois iam até onde Dria notava que era a área referente ao mapa e assim ia pensando em como poderia fazer aquela missão. Banette sumia e aparecia com o carro em trânsito e a mulher sabia que o Pokémon hiperativo.

- Não se preocupe. Ele foi treinado pelos melhores cadetes, então não há necessidade de temer mal algum com ele. É obediente e em batalha é focado.

Jonas comentava mais sobre o Pokémon. No fim, o carro parava e o oficial disse que era muito arriscado aproximar-se mais dali, o restante do caminho teria que ser feito a pé pela recruta disfarçada. O caminho foi tranquilo. Apesar de ser ainda dia, Nyender estava nublado, dando aspecto de fim de tarde. Não tardou para Dria se encontrar de frente do prédio. Natsume ainda mastigava o galho ali.

As pequenas peripécias do fantasma deixavam Dria mais confiante, podia sentir uma leve simpatia por este da mesma forma o mesmo demonstrava, seriam parceiros por uma noite e havia um pequeno respeito mutuo a ser cultivado ali.

Seguindo Jonas a Cadete permaneceu quieta durante todo o trajeto, seus pensamentos estavam longe e as brincadeira do Banette a faziam sorrir mesmo sem querer, porem a preocupação da garota a deixava seria e nem um pouco disposta para brincadeiras.

Quando o carro parou Dria suspirou, recolhendo Banette e Natsume a jovem sorriu ao perguntar:

- Onde vai ser o ponto de encontro depois da missão terminar?

Esperando pela resposta de Jonas, Dria abriu a porta do carro deixando que o vento frio de Nyender a ajudasse a relaxar.

- Aqui mesmo. Estarei aqui até voltar. Caso amanheça e você não tenha voltado, eu e uma equipe entraremos. A missão será abortada e prenderemos quem tiver ali, afinal, sem os que estiverem ali, não poderá ter atentado.

A resposta de Jonas foi rápida e assim Dria pode sair sozinha até o prédio. A manhã, ou tarde, estava já fria. Um vento soprava. As nuvens negras se acumulavam no céu. Logo choveria e as pessoas se recolheriam, apesar de naquele momento não haver pessoas naquele bairro. Dria seguia parcialmente temerosa pelo desenrolar da sua missão, uma vez que estaria sozinha junto de vários gangsteres.

A morena, pintada de ruiva, seguia pelas ruas até o prédio indicado. Aparentava sem nome e abandonado. Dali já era possível ver a estátua de Arceus a uma quadra dali, do Templo das Memórias. A cadete encostava a sua mão na porta e ela abria. Sem proteção e sem nada. O primeiro andar era coberto por sujeito e poeira. Nada muito sério. Aquele andar havia mobílias velhas, mas o que mais surpreendeu a cadete foi um espelho todo manchado que mostrava a sua nova cara. Ainda não estava acostumada com o disfarce...

Os cochichos eram ouvidos no andar de cima. Dria sumia as escadas, temerosa. A porta entreaberta emanava um pequeno feixe de luz. Não era possível ver quem estava ali. Do seu lado escuro, do outro lado a luz. Mas essa luz não era sinônimo de paz, muito pelo contrário. Antes que Dria tocasse na maçaneta da porta, um homem baixinho e gordinho, careca, de nariz pontudo e dentes visivelmente bem afiados abria a porta. Ele olhava para Dria, fazendo com que a mulher parecesse e a analisava de cima até embaixo.

- Está adiantada.

Dizia o homem, com uma voz fininha e engraçada, dando espaço para a nova convidada entrar. Uma seviper passava entre as pernas do possível gangster e assim que a porta se abriu, Dria percebia que aquela sala era mais limpa. Algumas pessoas estavam sentadas no sofá. Um homem com cara mais fechada estava sentada na ponta de uma mesa grande, com madeira bem trabalhada. Na janela, uma mulher de cabelos longos, negros com mexas roxas, encarava com uma cara inexpressiva a cidade, enquanto a chuva caia, causando um som ao se chocar na janela, criando um clima propício para dormir.

Banette se ocultava nas sombras do prédio mal abandonado. Quando Dria entrou na sala dos gangsteres, não poderia deixar de notar que estava no covil de um bando de fora da lei. O homem baixinho achava estranho a reação de Dria, mas não se importava muito. O homem na ponta da mesa era sério e parecia o mais dedicado ali, enquanto a mulher que olhava pela janela dava a entender que parecia não ser a melhor opção para um gangster usar.

O baixinho fazia um carinho na Seviper, que ronronava como se fosse uma Skitty dócil. Mas a aparência da cobra era bem mortífero. Um Hypno aparecia com uma bandeja na mão, servindo uma bebida quente ao homem na ponta da mesa. Algumas pessoas no sofá faziam piadas discretas sobre os cadetes, falando o quão burros eles são.

- Pense ai, você está no meio da multidão com um Koffing, ele olha para você, mas simplesmente por estar em volta de várias pessoas, ele não fala nada. – dizia um.
- Isso não é nada, apenas falei que estava procurando a minha mãe e que o Drifflin era dela e a cadete me liberou. Eu acho que ela estava afim de mim, mas nem dei bola.

As piadas eram ridículas, apenas situações que os cadetes deixaram passar e o resultado era de pessoas feridas, prédios desabando e essas coisas. A ruiva com mexa loira se encostava na parede, observando tudo enquanto a reunião não começava. Hypno olhava ao redor. Por um momento, Dria lembrou-se das habilidades paranormais do Pokémon. Se ele entrasse na mente da cadete disfarçada, a missão teria que terminar ali.

O Pokémon hipnose parecia encarar um a um. Se Dria fosse uma paranormal, saberia o que o Pokémon amarelado faria, mas como não era, a única impressão era que ele estava lendo a mente de todos.

Hypno varria a sala de forma Psychic. O Pokémon hipnose tentava penetrar nos pensamentos das pessoas ali presente, no entanto, era a única coisa que a cadete disfarçada queria. As missões que Dria passou até hoje eram todos muito específicas e marcantes para a construção de sua personalidade e moral, no entanto, no momento, ela teria que se esquecer de tudo a fim de fazer a missão progredir.

Dria cantava mentalmente uma música, enquanto mesclava alguns pensamentos e esquecia outros. O Pokémon humanoide amarelado continuava varrendo a sala e parava na cadete que agora tinha um cabelo ruivo, olhos verdes e falsas cicatrizes no rosto. Os olhos de Hypno nem piscavam, mas quando Dria deu por si, percebeu que o Pokémon tinha gostado de ficar na mente dela, mexendo de um lado para o outro ao ritmo do poema cheio de musicalidade.

Aquele foi até engraçado, mas enquanto Hypno estivesse na cabeça da cadete, essa não poderia deixar de pensar em outra coisa. A situação aliviou quando o Pokémon desistia de ficar encarando Dria para poder encarar a menina que fixava os olhos na janela. Seus cabelos longos e negros, com mexas roxas eram lindos, mas a cara inexpressiva dela era agonizante. Hypno ficou encarando, perdido nos pensamentos da menina, enquanto mais gangsteres chegavam. Com certeza o que eles iriam fazer seria grande.

- Acho que chegou todos aqui. – dizia o gordinho baixinho, de voz esquisita que tinha o Seviper…
- Vamos começar! – dava a ordem, o homem que estava na mesa e encarava tudo e todos de forma brutal. Seu Hypno retornava para perto dele.

Aos poucos as pessoas começavam a se juntar ali. Eram em torno de 15 pessoas, contando com a cadete intrusa e assim todos sentavam. Fora o gordinho, a mulher sem emoção e o que parecia ser o líder da missão, os demais eram bem comuns, podendo se passar facilmente por civis. Um estava ainda de jaleco, o que poderia pensar que era um médico, dentista ou veterinário, ou um cientista. Uma mulher estava de macacão diz, uma blusa vermelha sendo uniforme da estação de trem, assim como o boné avermelhado da estação. Os demais pareciam pessoas normais.

- Estamos aqui para melhorar o nosso ataque. Mina não quer erros nessa missão. Após a tomada de Kalled pelos armagedons, deixou claro que temos que mostrar nosso poder. Mengun ainda está em guerra para poder ser tomada, mas não demorará muito. Relembrando: não pretendemos tomar Nyender, apenas desviar o foco.

O homem forte falava. A mesa era extensa e deu para todos sentar ali de forma bem confortável. A cada fala do líder da missão, o gordinho careca ria, bem estranho, sendo seguido por sua Seviper.

Dria bocejou quando percebeu que o Hypno havia gostado do velho poema cantado, sem muito esforço a garota ficou a repeti-lo de cor e salteado, este havia feito parte de sua infância e até mesmo a figura de Eren vinha na mente da garota ao lembrar do poema.

A Cadete sentiu um leve alivio ao perceber que finalmente o pokemon amarelado havia mudado o foco, respirando com calma e fingindo um novo bocejo Dria esperou enquanto volta e meia ainda recitava as velhas frases de seu tempo no orfanato, tempo este antes de se imaginar como uma Cadete.

Por fim quando a reunião começou a garota se sentou a mesa com cuidado, fazendo cara de tédio a jovem sentiu um calafrio ao ver a garota aparentemente sem expressão, observando a todos aparentemente sem muito interesse Dria buscava características que pudessem ser usadas para identifica-los, logo tratou de marcar bem o rosto da mulher da estação e do homem de jaleco.

As palavras do homem acompanhado pelo Hypno, deixaram claras as intenções do grupo encarregado dos ataques, a distração seria perfeita principalmente por se tratar da grande cidade cede do continente.

A risada do mais baixo porem era o que deixava Dria preocupada, apesar da jovem achar quase impossível não identificar o anão de voz fina, a garota não tinha certeza nenhuma da risada do homem o que a deixava aflita, olhando de relance para aquele que seria o líder da missão Dria tentou marca-lo em sua mente, tomando o cuidado para que o velho poema ressoasse com força enquanto cada informação era marcada por de trás de suas palavras.

A reunião havia começado e de antemão Dria soube o que se tratava: uma distração! Mengun era o alvo principal e como todo e qualquer cadete era mandado a partir de Nyender, com certeza Cornélios iria tirar o foco de Mengun e se concentrar na capital, afinal, o presidente não iria querer um ataque em casa. As pessoas ali pareciam tão entediadas quanto a garota. Hypno saia dali e ficava observando a chuva pela janela;

Um Mismagius surgia ali no momento. Dria até se assustou, mas logo passava, quando a fantasma ficava ao lado da garota inexpressiva de longos cabelos. Dria engolia em seco e continuava com a música na cabeça, enquanto continuava cantando o poema em sua mente. Esperava que o foco de Hypno tivesse sido desviado.

- Vamos dividir em três ataques. – continuava o líder, chamando a atenção da morena – o primeiro vai ocorrer de forma discreta. Iremos atacar a estação de trem, mas tudo deve ser como um acidente.

- Para mim é fácil! Preciso de só mais dois .- dizia a mulher, com voz emburrada, com uma mistura de confiança. Logo, os dois que faziam piadas sobre cadetes no sofá se voluntariavam e o chefe da missão aceitava.

- O segundo ataque vai ser de um grupo de cinco. – já dizia apontando os líderes daquela missão, que era o carequinha e a mulher inexpressiva junto de seu Mismagius. – Será o ataque principal, no hospital! Lá vocês devem acabar com o maior número de vidas. Midian e Marcus irão liderar e já tem o plano de fuga pronto. – dizia o líder – Enquanto isso, o restante – incluindo Dria – Irão comigo para ataques isolados nos bairros residenciais. Temos que deter toda ajuda possível e por isso é de suma importância que os cadetes usam o maior número de cadetes possível. Temos informações de que os cadetes estão tentando saber dessa missão e pelo visto temos um aqui perto... - a frase final foi torturante para Dria.

As noticias e planos eram repassados em meio ao poema cantado na mente de Dria, tudo parecia estar dentro das linhas traçadas entre os Gangster e até mesmo pelos Cadetes, ouvindo as localizações dos ataques Dria sabia que uma grande quantidade de pessoas sofreriam, e muitas mais talvez morressem de o plano fosse executado.

Pronta para recomeçar a cantar o poema a mente de Dria se silenciou com as palavras do lider da reunião, seus olhos azulados escondidos sobre a lente verde olharam para o homem encarando-o.

Nada passou pela mente da garota que se forçava a cantar o poema, nem mesmo os músculos do corpo da morena se moviam embora o movimento quase mecânico de respirar fosse mantido a jovem parecia não absorver o ar deixando apenas que este imundasse seus pulmões mantendo-a viva e respirando.

Dria tinha total noção do que aconteceria a seguir, e os resultados esperados pela mesma nao eram nada animadores, embora lutasse contra o medo de reagir e se entregar a jovem travava uma luta maior ainda contra seus instintos, eram eles que a comandavam em batalha, a mente sempre fora deixada de lado nessas situações, mas dessa vez a jovem lutava com toda a força que tinha para não reagir, em sua mente os trechos que mais amava do poema ecoavam com força.

A situação era tensa para Dria. Talvez porque agora a jovem sabia que haveria uma grande quantidade de feridos, caso o plano apocalipse fosse executado. Talvez porque Hypno estaria cirandando a sua mente toda hora. Talvez porque haviam informantes que estavam traficando dados para os gangsteres. Talvez porque as pessoas ali presente sabiam que existia alguém atrás das informações deles. As possibilidades se uniam e somavam com força, embora a cadete fizesse o possível para não esbanjar emoção.

Plano simples, mas muito bem arquitetado. Um grupo na estação de trem, para provocar um acidente. Um grupo liderado pela menina inexpressível e pelo gordinho de voz super-fina iriam atacar o hospital. O terceiro grupo, onde Dria supostamente fazia parte, iria ser liderado pelo chefão e atacaria alguns bairros residenciais. A chuva caia lá fora. Os gangsteres ainda discutiam os últimos detalhes, mas a informação ainda estava no ar. Hypno permanecia imóvel na janela.

- Hypno. Vá e traga o curioso para nós.

A voz do chefe dava a ordem ao Hypno. Talvez fosse o fim de Dria, mas para alívio dela, o Pokémon abria a janela e saia voando com Psychic, fechando logo em seguida. O alívio de Dria foi temporário. Se o espião não era Dria, quem seria? Jonas! O eco do nome do cadete que esperava a morena a poucas quadras dali parecia cruel. Poderia Hypno ter tirado essa informação da mente da menina e passado telepaticamente para o líder? Sendo isso ou não, o disfarce de Dria ainda estava salvo e Banette ainda escondido nas sombras.

- Vocês sabem o que fazer. – dizia o homem, enquanto a chuva continuava lá fora. Para surpresa de Dria, a missão dos gangsteres seria executada naquele instante, o que contrariava os planos e expectativas dos cadetes. A morena se moveu devagar, mas ciente que ela teria que seguir o grupo.

Os primeiros a sair foram o grupo da estação. A mulher dizia que iria ter que entrar para trabalho logo em seguida e que a dupla iria fazer manutenção. Dria seguia o líder e mais quatro gangsteres. Ela estava no meio e o líder esperava um bom trabalho dela. Os movimentos de Dria estavam escassos. Se saísse para avisar os cadetes, iria ser descoberta. Se ficasse, iria ter que ajudar os gangsteres. Ou não...

No momento, a cadete estava encrencada. Ela sabia de todas as informações possíveis, mas não sabia como alerta aos cadetes. A missão iria ser executada naquele mesmo momento, o que deixaria Dria a mercê dos gangsteres. A menina seguia o grupo que descia as escadas do prédio empoeirado. Banette aparecia na cabeça da menina, quando essa deu-lhe o sinal. Alguns ficaram surpresos, outro nem tanto. Pelo menos reforçava a sua imagem como apocalipse.

Os grupos se dividiam. A mulher que trabalhava na estação de três seguiu com mais dois cadetes para uma direção. O gordinho e a mulher sem emoções, junto do grupo deles, iam para outro lado. O líder, dono do Hypno, seguia com mais quatro gangsteres, além de Dria. Banette dava língua para todos e era ignorado. O grupo de Dria seguia em linha reta.

- Vamos dividir em duplas. Vocês dois, Rua Ice Fang. Vocês duas, Rua das três Marias. Eu e você. – disse apontando para Dria. – Avenida do Recomeço.

O grupo se subdividia. Dria ia acompanhando o líder da missão, enquanto a chuva caia calmamente. A cadete engolia em seco. Iria para o bairro de classe mais elevada e não poderia deixar de notar que Hypno estava junto de Jonas nesse momento. Para desgosto da Cadete, ela e o apocalipse seguiam por uma direção diferente da que estava o carro do cadete, o que impossibilitava a jovem disfarçada de obter mais informações.

A chuva caia nas ruas de Nyender. O céu nublado dava aspecto de fim de tarde. Ninguém nas ruas. Dria passava por algumas casas e via uma criança junto de sua família tomando o que seria um chocolate quente. Se a cadete não fizesse nada, poderia ter sido a única bebida que a família do garoto pudesse tomar juntos e logo as coisas iriam esquentar.

Quando Dria deu por si, estava de frente de um Froslass, dois Koffing e um Weezing, todos do gangster. Os Koffings eram sorridentes e alegres. Nem pareciam Pokémons de um apocalipse. Froslass era elegante e olhava tudo com desdenho, enquanto Weezing era mais na dele. Sob as ordens, os dois Koffings saiam voando velozmente pelo ambiente. De longe Dria observava o brilho ao redor dos Koffings, quando de repente, duas explosões eram vistas. Duas casas começavam a entrar em chamas e explosões secundárias surgiam. O chão começou a tremer de novo e Froslass trazia os dois Poisons com Psychic, ambos cinzentos e nocauteados.

- O que você está esperando? Comece a “festa”. – dizia o homem para Dria, fazendo referência a última fala da falsa ruiva quando essa entrou na sala de reunião do prédio abandonado.

Se afastando do ponto de encontro Dria sentia a pressão do que estava por vir, mesmo separada do resto do grupo estar com aquele que parecia ter o maior posto entre os gangster a deixava tensa e preocupada, mas nem por isso a garota deixava de entoar o poema em sua mente.

Observando a sua volta a morena sentiu que logo deveria agir, a imagem da família a frente de sua casa a fazia ter certeza de que se não agisse rápido o estrago seria grande e muitos inocentes pagariam por isso.

Vendo as duas primeiras explosões acontecerem Dria não pode evitar de sorrir ao ouvir as palavras do homem a sua frente, ciente dos pokemons e mais ainda de suas ações a jovem deu de ombros ao liberar Banette enquanto dizia:

- Sim vamos começar!

Tocando na pulseira a espera da mega evolução Dria não perdeu tempo em liberar Auros, Léo e Natsume, ordens rápidas eram dadas a todos na tentativa de eliminar os pokemons e deter o homem com rapidez:

- Léo Flash agora! Auros Bite na garganta do Hypno, faça sangrar! Natsume Psybeam em todos! Léo use Spark no ataque de Natsume! Banette cuide da Froslass!

Ainda liberando Andrômeda a jovem apenas apontou para as chamas sabendo que a raposa cuidaria disso, ja sua mao procurava o celular no bolsa na tentativa de ligar para Jonas ou para a central.

Os primeiros estragos foram feitos. Ao longe, ouvia-se mais explosões. Os outros subgrupos já estavam agindo em bairros mais afastados. O líder da missão estava em frente de Dria e a menina estava diante de um cara-a-cara. O sorriso de Dria se sobressaia e logo Banette Mega Evoluía.  A luz roxa logo dava forma ao novo protagonista da cena e assim Auros, Léo, Natsume e Andrômeda aparecia. Froslass estranhava Auros, afinal, um Persian. O homem demorou para notar que haviam dois iniciais cadetes ali. Um poderia ser curioso, dois, suspeito.

- Persian e Luxray?!

A resposta de Dria foi diferente do esperado. Banette pulava contra Froslass, com Shadow Claw, mas a fantasma respondia com protect, defendendo-se com êxito do ataque do fantasma. Auros procurava o Hypno em campo, mas parecia que o Psychic ainda se encontrava na caçada ao Jonas. Um Flash seguido de Psybeam surgia e dessa vez foi a vez de Weezing se defender. Natsume continuava usando seu Psybeam, que era distorcido no ar pelo Psychic de Froslass.

- O que significa isso? Uma cadete no nosso meio? Acabem com ela, agora. A missão é prioridade! Você escolheu o gangster errado para lutar, mocinha! – o homem recolhia um Koffing e lançava um spray em outro, começando o processo de cura do Pokémon poison.

Vaporeon não demorou para ir até o foco do incêndio que aumentava. Algumas pessoas saiam das suas casas desesperados. Vaporeon erguia o seu golpe de água para parar o fogo. Water Pulse fazia um belo trabalho, mas algumas pessoas estavam simplesmente desesperados. Como se nunca tivessem sofrido um atentado. E realmente eram coisas raras em Nyender. Dria ligava para Jonas, atendendo o celular no meio de uma espécie de ... batalha!

- Jaguar, Shadow Claw! Dria?! Você está bem, estou um pouco ocupado agora... – dizia de forma irônica.