Cap 2 - Passos na Areia

Após uma carícia que lhe permitiu sentir o coração de Cacnea, a giratinista entregou a alma do pokémon à Giratina. A lâmina negra enterrou-se na carne com facilidade e surgiu, momentos depois, coberta pelo sangue verde. Após o sacrifício, Galatea lançou duas pokébolas, capturando os outros dois adversários nocauteados e retornou Hell para sua esfera. A pokémon merecia um descanso depois da dura batalha.

Ao se aproximar do corpo do homem, Galatea constatou que ele estava morto. Os arranhões de Skarmory não eram profundos, entretanto eram em grande quantidade e, de cada um, uma generosa quantidade de sangue escorria. Porém não eram os arranhões da ave que mataram o homem. Após uma analise mais minuciosa, Galatea descobriu espinhos de Cacnea na altura do pescoço do homem. O cruel pokémon pelo visto sabia que iria perder e fez questão de deixar uma vítima para traz.

Balançando a cabeça e se permitindo deixar escapar uma última lágrima, a mulher se ergueu e partiu levando as garrafas de água que o homem tentara proteger. Atrás de si o sangue verde e o vermelho se encontravam na ponta da estrela. A areia eternamente maculada pela dor e pela esperança.

Arrumando as garrafas de água em sua mochila a jovem fez uma pequena oração para o homem morto, depois se retirou do beco com rapidez, sem pensar duas vezes a jovem corre na direção da estação do trem, Galatea sabia que Nincada merecia um dono carinhoso e a jovem conhecia a pessoa certa para cuidar do inseto.

Correndo o mais rápido que podia a jovem sorriu ao sentir o vento frio em seu rosto, guardando o sorriso para si mesma assim que chegou a bancada da estação, a jovem coloca a pokebola sobre a mesa dizendo:

- Preciso enviar este pokemon para Nyender, em nome de Fleur Delacour! Ela pagara o envio, e se eu não me engano ela mandou itens no nome de Galatea Grey.

Disse a jovem esperando o atendente fazer seu trabalho antes de voltar para o templo e tratar das feridas de Hell e sua nova companheira Rellis.

Os pés de Galatea deixavam marcas profundas na areia enquanto corria até a estação de trem para enviar Nincada a uma amiga e receber alguns itens da mesma. Ao chegar no lugar, a atendente confirmou os itens e mandou o pokémon inseto para Nyender City, rumo sua nova dona. Após colocar o Lucky Incense e a Pokébola na mochila, a giratinista tomava o caminho do Templo. Hell precisava de cuidados e a mulher só confiava nas sacerdotisas para curar sua pokémon. Entretanto, no meio do caminho, a mulher sentiu uma criança puxar sua roupa. Ao olhar para trás, uma menininha de cerca de 5 anos, descabelada, suja e com roupas desgastadas apontava para uma das garrafas de água que via saindo da mochila. O pedido mudo era incrivelmente claro.

O pequeno puxão de seu casaco fizeram com que Galatea olhasse para a pequena menina, os cabelos e roupas sujas indicavam um meio de vida precário para a pequena ainda mais quando esta apontou para uma das garrafas na mochila da Giratinista.

Sem pensar muito a jovem tira uma das garrafas cheias, abrindo-a de forma que não derramasse e que a menina pudesse abrir com facilidade, depois se agachando até ficar na mesma altura da criança Galatea entrega a garrafa com um sorriso bondoso e palavras ditas em um to meigo:

- Que Giratina guie seus passos Criança!

Levantando-se a jovem rumou na direçao do templo com a maior rapidez possível, em seus pensamentos esta via claramente as ações desencadeadas pela escolha de combater aquele maligno Cacnea e agora poder saciar mesmo que um pouco a sede de um necessitado, e com um sorriso calmo a jovem encarou a noite seguindo pelos caminhos de seu destino.

OFF: Olá ^^ Serei seu novo narrador, então espero me divertir junto com você!

A jovem Giratinista estava a sentir bem, mesmo que por alguns momentos de sua ela tenha que fazer sacrifícios, mas seu coração estava calmo agora podendo ter ajudado a pequena criança a se aliviar do excesso de calor presente em toda Kalled.

Ela então continua sua caminhada para chegar ao Templo de Giratina, este que fica na parte mais isolada da cidade, mas para alguém tão determinado não foi difícil. A senhorita Grey chega ao lugar onde tudo é escuro, sem vida, porém à tranquilidade e um silêncio consumista. Antes que ela pudesse se aproximar da entrado do local uma mulher de sombra assustadora se põe atrás da jovem e diz:

- Saia já daqui! A menos que você saiba a palavra chave!

A indagação era exatamente clara e pergunta perfurou o silêncio que a pouco era sem igual.

A jovem sorriu fazendo uma pequena mensura enquanto estendia as pokebolas de suas companheira falando de forma educada:

- Espero estar seguindo os caminhos de Giratina com Afinco! Minhas companheiras e guias precisam de cuidados para suas feridas!

Galatea manteve-se parada a frente da Sacerdotisa esperando ter a permissão da mais velha para adentar no Templo de Giratina e cuidar de Hell e a pequena Skarmory que resolvera nomear de Rellis.

- Oh, sim! Desculpe pelo inconveniente, me acompanhe!

A Guardiã segue em frente em direção ao grande portal que dá acesso ao interior do Templo, abrindo e dando passagem a jovem que seguia carregando os globos contendo seus aliados feridos e que precisavam de cuidados rápidos!

- Bem, acho que não preciso dizer onde e como você deve recuperar seus pokémons, você está em casa, só não fique transitando por ai sem motivo! - Disse a Guardiã apontando para sua frente e sumindo em meio a escuridão do Templo, deixando a jovem sozinha com seus Pokémons.

A voz da Guardiã surgiu ao fundo novamente... - E que Giratina te proteja minha jovem e a todos nós!

A jovem adentrou no templo escuro seguindo a Sacerdotisa mais velha com um leve sorriso no lábios, a escuridão do templo tao aterradora para as pessoas comuns era reconfortante para Galatea, mas o que mais lhe chamou a atenção foram as palavras da mais velha.

Com um sorriso timido a jovem responde de maneira sincera e humilde:

- Ainda não sou digna de andar por entre a Casa de Giratina!

Galatea estendeu as pokebolas continuando:

- Então eu lhe peço para você cuidar de minhas companheiras, assim nao profanarei a Moradia do Grande Senhor do Caos!

- Como sempre, não é? - diz a Guardiã saindo da sombras. "Essas aspirantes a Giratinistas, como querem ser capazes de algo se não tomam nem iniciativa e demonstram um pouco de pró-ativismo?" Pensa a mulher, reclamando em seus próprios pensamentos.

- Me dê eles aqui minha jovem! Aliás, enquanto eu tomo conta deles, seguindo a sua frente tem o altar de orações para Giratina e terceira porta a sua direita tem um quarto, lá poderá descansar até que eu termine com esses pequenos. - diz a Guardiã adoçando a voz e guardando seus pensamentos para si.

A mulher some novamente em meio a escuridão e deixando pra trás a jovem, após ter indicado os locais para que a mesma pudesse descansar da sua cansativa caminhada até este Templo.

A jovem assentiu com a cabeça para logo seguir a direção indicada pela Sacerdotisa mais velha, pela primeira vez naquele dia Galatea sentia o cansaço de suas andanças e o acumulo de esforço.

Adentrando no quarto a jovem rapidamente coloca a pesada mochila em cima da mesa juntamente com a adaga de lamina negra, para então se deitar e descansar um pouco antes de partir novamente.

A Guardiã deixou a menina sozinha para que essa pudesse descansar um pouco enquanto curava seus pokémons e os revitalizava para retomar seu caminho novamente guiada por Giratina. Após algumas horas, a jovem adormece profundamente, assim acorda dentro de um sonho, um mundo novo onde todos os Pokémons extintos estavam vivos e em grande harmonia com o restante dos outros Pokémons, seria este o mundo antigo? Antes da guerra? Ou de alguma forma uma visão do futuro mandada por Arceus como um aviso?... O fato mais marcante durante seu sonho foi que em meio a harmonia de todos os Pokémons uma luz brilhante e intensa vinda dos céus dizia: Meu sacrifício foi desprezado por vocês, seres insignificantes! Não terei mais compaixão de vós... E Galatea viu uma grande explosão e acordou assustada.

- Olá minha jovem, está tudo bem? - Diz a Guardiã parada ao lado da cama! - Você estava sonhando, eu suponho. Gritava loucamente o nome de Arceus, afinal, com o que foi que você sonhou minha querida? - A mulher coloca as cápsulas da jovem na mesinha ao lado da cama e senta-se na cama, esperando que a jovem lhe explicasse com o que tinha sonhado.

A paz que vinha das imagens do sonho fizeram com que Galatea sorrisse com a paz da cena fazendo com que até mesmo lagrimas de felicidades escorressem pela face da jovem, a paz e harmonia que pareciam eternas rapidamente mudaram quando a voz poderosa ecoou no céu.

Despertar com a voz da Sacerdotisa em seu quarto a fez dar um pequeno pulo de susto em cima da cama, rapidamente Galatea enxuga as lagrimas voltando a sorrir do mesmo modo abatido de sempre, sentando-se na cama a jovem observa as duas esferas bicolor em cima da mesa.

Ao ser inquerida sobre oque sonhava, Galatea passou a mão sobre o cabelo dizendo de forma simples:

- Sonhei com a morte de Arceus e com a morte de sua fé no mundo antes da Grande Guerra!

Os olhos avermelhados da jovem encaravam a mulher mais velha como se esperasse respostas para seus sonhos.

A Guardiã sorriu e encheu seus olhos d'água olhando calmamente para a chove que acariciava seus cabelos enquanto ainda estava sentada recuperando-se do susto e do "Grande" sonho que a alma de Arceus lhe proporcionou. A jovem sorriu e a Guardiã indagou:

- Foi uma Guerra horrível, onde o maior Criador se entregou para dar vida e salvar a todos os que sobreviveram, para que pudessem seguir em frente e ir além das expectativas, superar limites, conquistar objetivos. - ela enxugou os olhos e voltou a falar, pegando nas mãos da jovem - Você é uma dessas agraciadas por ele, tanto que creio que ele mesmo te mostrou esse sonho, tenha Fé querida, um dia isso vai terminar e teremos nosso mundo de volta, livre da ganância dos homens, da crueldade que flui dos corações maus, tudo será novo, outra vez!

Ela apertou as mãos de Galatea fortemente e sorriu e sussurrou: - Eles estão prontos para seguir esse caminho com você! - ela disse fitando as esferas em cima da cabeceira da cama!

Galatea sorriu gentilmente com as palavras da Sacerdotisa, e assim esta se levantou dizendo:

- Eu vou me Esforçar para que Arceus desperte o mais rápido possível!

A jovem recolheu as duas esferas rapidamente liberando Hell, a pokemon por sua vez sorriu ao ver sua mestra novamente.

Com um sorriso mais decidido a jovem se despede rumando para fora do templo rumo ao grande deserto.

Galatea resgata suas cápsulas e se põe de pé, decidida a preparar o mundo para a volta de Arceus segundo que o lhe foi mostrado em sonho, talvez pelo próprio Criador.

Hell é trazida para fora em um raio escarlate que em instantes trouxe a tona o roxo espectral que dá tonalidade ao corpo da pequena fantasma. Sorrindo ela se pôs em frente a jovem alegre e recebeu outro sorriso de volta, este demonstrando toda determinação e vontade de Galatea que ruma para a saída do local quando ouve:

- Até mais jovem Giratinista, cuide do seu sonho... Poucos são escolhidos como você foi! - A Guardiã acenou se despedindo e entrando novamente no templo.

A jovem partiu, com o sonho de Arceus no coração e a determinação de realizá-lo estampada no rosto!

Galatea acaricia a cabeça lilas de Hell sorrindo de forma gentil e calma, mas ao ouvir as palavras da Sacerdotisa a jovem se vira fazendo uma mensura enquanto respondia me modo simples e educado:

- Vou fazer o meu melhor para Honrar meus sonhos e o Grandioso Arceus!

Ainda olhando com admiração a mulher mais velha, o velho sorriso abatido toma conta do rosto da jovem, que sem esperar ou olhar para trás segue seu caminho para fora do Templo. Galatea ainda podia sentir o cheiro adocicado e ferroso do sangue em grudado em sua adaga, e para a jovem aquele era o primeiro passo em busca de sua redenção.

" A jornada começou Titia... Só espero que você me perdoe pelo caminho que eu escolhi!"

Pensou a jovem ao puxar o capuz de seu casaco para cima de seu rosto encarando um novo dia que amanhecia, os olhos avermelhados da jovem encararam o caminho até a Rota 5, e seus passos rumaram para aquela direção.