A cidade das águas: Desastre iminente!

Com os gritos ensurdecedores de Zoe e as batidas brutas na porta, Kyoichi parecia decidido em dá um jeito naquilo. Os gritos de Zoe eram tão altos que possivelmente poderia ultrapassar o subsolo e chegar até os andares da superfície. Querendo evitar confusão, o moreno já ia com o oléo de Zoe em mãos para poder passar nela, mas primeiro, teria que atender a porta, possivelmente algum colega gangster que estava ali para perguntar que zorra era aquela.

- Kyoichi, faça essa maluca parar.

Nancy colocava um travesseiro ao redor da cabeça, tentando o volume, sendo imitada por Muffin. Helena já balançava a sua cauda constantemente sobre o corpo do Pokémon terra, que se sentia incomodado. Morgana apenas colocava alguns fones de ouvidos negro em seus ouvidos, com caveiras brancas ao lado, sabe-se lá onde ela conseguiu, mas resolvia o caso dela, já que ela voltava a dormir. Ao abrir a porta, Kyoichi recebia um escorão do outro lado e assim a porta batia bem no nariz dele.

Dois ruivos de roupas escolares e olhos azuis entravam no quarto, sobre protesto, mas pareciam cada um estar discutindo com o outro. A semelhança do dois era notável e um parecia provocar ou desafiar o outro. Eles discutiam sobre a origem do barulho e nada que os dois falavam faziam muito sentido, ou ao menos o jovem moreno teria que prestar muita atenção, pois eles conversavam rápido demais

- Ganhei!
- Claro, que não, eu ganhei!
- Como ganhou?! Você falou que era um Dodrio. Só tô vendo uma cabeça e é de ferro.
- Não, não, não e não. Eu falei que era Skarmory ou Pidgeot. Você disse que era um Dodrio.
- Claro que não! Eu com certeza iria lembrar se falasse algo assim, não acha?
- Não acho, já que você tem uma cabeça de vendo.
- Cabeça de vento? Quem perdeu nossa querida Miltank foi você, não eu!
- Mais uma vez colocando a responsabilidade em mim. Você tem sorte que nem nossa mãe sabe nos identificar.
- Ela sabe sim, quem não sabe é o papai.
- Ah! É mesmo...

Ainda com a mão no nariz após receber o golpe, Kyoichi reparava que outros gangsteres gritavam de seus quartos, pedindo silêncio, mas o moreno estava ocupado demais com a “invasão” para poder notar alguma coisa.

- Você é o dono do Skarmory?
- Tá acordando todo mundo.
- Faça ela parar!

Os irmãos não falavam por mal, tinham certo humor na fala e pareciam estarem mais se divertindo com a confusão do que desesperados para dormir.

- A propósito, sou Sam
- Eu me chamo Carlos.
- Não, não, eu sou Carlos.
- Não, sou eu. Lembra quando nós resolvemos trocar de nome? Eu, Carlos, você, Maikon.
- Não, tá tudo errado...
- Errado é você...

E começavam mais uma briga, mas uma coisa o moreno tinha certeza, aqueles não eram os nomes verdadeiros dos gêmeos.

Com confusão no quarto do moreno, Nancy já tinha desistido de dormir, talvez, todas as pessoas do andar subterrâneo. Em contrapartida, Morgana dormia sossegadamente no sofá e só sua respiração era sentida dali. Os ruivos ainda discutiam por pouca coisa, enquanto Kyoichi verificava se seu nariz estava no lugar. Helena saltava de cima das costas do Grotle, que se erguia ainda bocejando. A gatuna rosada rosava as pernas de um dos ruivos e assim abanava a cauda, pedindo claramente que fosse pega.

- Viu? Por que não pode ser tão sociável quanto essa gatinha?
- Eu sou sociável, você que é bicho do mato.

Os dois riam e o moreno ainda não sabia se os dois brigavam ou brincavam com frequência. Enquanto tentava passar o óleo nas articulações de Skarmory, a ave bicava a cabeça do moreno diversas vezes e continuava com os gritos. Os ruivos analisavam a gravidade o ferimento na cabeça de Kyoichi, que nem sangram, mas os ruivos juraram que ele precisava ficar internado por um bom tempo.

- Beleza, cara. Mas vê se ela fica quieta depois, afinal, vai que o gerente decide expulsá-la daqui?
- Corta essa, ele nunca faria isso...
- Como você sabe?
-Ué, eu sei...
- A propósito, com você, somos gangsteres.
- Armagedons
- Vocês não são apocalipses, não é?
- Claro que não! Olhe para eles, são legais.

Os dois pareciam ainda não chegar ao consenso. Enquanto um tinha certeza que Kyoichi e Nancy eram armagedons, o outro tinha dúvidas. A ruiva, sentada com as pernas em sentado de índio, cochava o olho com a mão esquerda e acenava para os dois, se apresentando com nome e tudo. Helena estava nos braços de um dos gangsteres, mostrando-se muito animada com eles, enquanto o outro se atirava na cama com uma cara apaixonante.

- Nossa, mas você é linda! Parece um raio de sol... Flamejante, mas ainda um raio de sol...

Enquanto um dos gangsteres “dava em cima” de Nancy descaradamente, o outro respirava ofegante, como quem já viu aquela cena diversas vezes. Sam, Carlos ou Maikon pedia para que Nancy saísse com ele uma noite na cidade apaixonante que era Pugil, enquanto o outro segurava Helena e ia até Kyoichi, que conseguia fazer Zoe relaxar e dormir.

- Olha... Dormiu! Ela tem um temperamento forte... Você não é apocalipse, não, né? Não que isso influencie... Mentira, influência sim. – dizia um ruivo sorrindo, enquanto Helena tentava lamber a cara dele.  

Com uma mistura de sentimentos, Kyoichi decidia deixar o quarto e tomar um café-da-manhã bem cedo. Um ruivo ainda cantava a parceira do moreno e ainda tentava conseguir o número de celular de Nancy, fazendo Muffin ainda ficar com o seu olhar torto, que depois passou para Kyoichi como quem dissesse: “não vai fazer nada!?”. Enquanto isso, Zoe e Morgana dormiam, a primeira sabe-se lá o porquê e a segunda com os fones de rock que sabe-se lá onde conseguiu...

Nancy ainda estava com sono e se retirava para se arrumar no banheiro. Os ruivos se abraçavam, ou ao menos o apaixonado abraçava o seu irmão, afirmando que estava loucamente apaixonado, afirmação que fez os sentimentos do moreno se misturarem mais um pouco. Mas com o barulho resolvido e novos amigos feitos, os ruivos decidiram voltarem para cama e dormirem, afinal, segundo eles, teriam aula, o que fez Kyoichi notar que eram menores de idade.

- Até mais, Nancy, meu amor. Pode ter certeza que eu ligo. – dizia um, saindo saltitante com o celular na mão. Com certeza, havia anotado o número da ruiva.
- Pois é, sem nome. Vou indo. Tchau, Nancy, desculpe pelo jeito louco do meu irmão. Ele é normal.

Do banheiro, Nancy se despedia, aparentemente com a escova de dente na boca. Ao terminar, o grupo saia do quarto e começava a se dirigir para ala de serviço. Na superfície, eles iam para o restaurante, onde as comidas estavam todas colocadas, de pãezinhos com geleia às guloseimas. Eles não tiveram problemas em terem seus Pokémons ali com eles, com exceção de Zoe e Morgana que ficaram no quarto, já que devido ao horário, não tinha ninguém ao redor.

Aparentando desconfortável diante da situação que aconteceu nos andares inferiores, em plena seis horas da manhã a dupla parecia entrar em uma pequena discussão, da qual Nancy se consagrava vitoriosa. A ruiva parecia ter argumentos na ponta da língua e usava como se não fosse nada. A mesma apenas deixava claro que um dos ruivos era um bobo, o outro, mais centrado, embora o moreno não tenha gostado de nenhum dos dois.

Ainda de cara fechada, os armagedons serviam comida para os Pokémons. O salão estava deserto e apenas um homem vestido de garçom colocava mais coisas na farta mesa. Certamente, ser gangster tinha suas regalias... Nancy devorava tudo ao seu redor e por isso ela recolocava as energias completamente.

A dupla terminava a sua refeição, assim como seus pokémons. Nancy bocejava e Muffin já deitava sua cabeça no colo dela. Assim a menina não pode resistir e tirou um muffins e deu de sobremesa para o Pokémon.

- Bem... Agora vou voltar a dormir! – dizia a garota coçando o olho, mas com preguiça de voltar para o subsolo.

- Sono é mais importante. – Respondia a jovem entre bocejos - Aqui está: Pk$2,000. Pode comprar para mim o que achar necessário? Obrigada!

Sem dá chance para o jovem responder para a menina, ela se levantava e saia com Muffin a seguindo. Ainda estava cedo e parecia que a ruiva não iria agir bem até que dormir suas 18 horas de sono por dia, deixando Kyoichi encarregado de ir até o centro comprar os mantimentos. Grotle ria de Kyoichi e da cara de bobo que ele ficou após ser deixado sozinho ali. Helena ria de tudo, então não era surpresa do jovem não distinguir se a Pokémon estava rindo da situação ou estava agindo normalmente.

Agora restava para o moreno seguir para o centro, enquanto Nancy, Muffin, Zoe e Morgana dormiam...

Sendo deixado sozinho ali, o ex-gladiador recebia a missão de seguir a diante com o plano de procurar mantimentos na cidade. Nancy deixava o salão, sonolenta, afinal, possivelmente o centro nem havia aberto ainda, mas Kyoichi sabia bem de um lugar que funcionava 24 horas: a estação de trem. Ignorando os debaches dos seus primeiros Pokémons. Zoe ainda não estava apta para ser chamada, embora a Pokémon fosse tão furiosa quanto antes. Morgana era de lua. Às vezes fazia o que Kyoichi mandava, às vezes fazia o que queria e no momento ela queria era dormir.

O moreno deixava Kazumi Hotel, se certificando que nenhuma Pokébola estaria a amostra e assim se despedia do gerente na recepção com um bom dia, recebendo uma boa sorte ao modo do gerente. Kyoichi seguia pelas ruas com o guia de bolso, com páginas rasgadas no final, indo em direção ao local desejado. Enquanto tentava trazer para Shinki um pouco de justiça, a mãe do moreno achava que o mesmo estava se divertindo sendo gladiador...

As ruas de Pugil pareciam bem receptivas. O nível do rio parecia ter abaixado, enquanto o céu dividia-se em totalmente aberto e com um brilho do sol quente, com algumas nuvens pesadas, que embora fossem negras, não apresentavam qualquer risco de precipitação. Os barcos ainda usavam as rotas de rio para atravessarem a cidade, enquanto Kyoichi preferiu seguir a pé. As ruas estavam úmidas ainda e havia algumas poças d’água espalhadas aleatoriamente por onde passavam.

Depois de uma boa caminhada, quase que em linha reta, o rapaz dobra a esquina, descia direto e dobrava de novo, chegando à estação. O barulho do maquinário era audível. Saia um trem e já chegava outro. A estação tinha um nível menor do que a rua, enquanto os pés do armagedon logo foram submerso na água que estava acumulado naquele local. Um funcionário, de forma frustrada parecia estar tentando tirar a água do local, mas quanto mais tirava, mais chegava. De relance, o arruaceiro avistava Amu e seus cabelos rosados embarcar em um trem, ao lado de seu Espeon, seguindo aparentemente para Chermont.

- Bom dia, posso ajuda-lo?!

Um funcionário, que estava detrás de um balcão, parecia um pouco desconfortável com tanta água, mas tentava atender o jovem da melhor forma possível. Em seu computador, ele esperava o pedido do rapaz. O moreno informava o que era pedido e assim o homem mandava os itens para o rapaz, em uma cesta. Ali, três discos de golpes novos, podendo garantir ótimas batalhas para o futuro do rapaz...

O armagedon, ao chegar à estação de trem, retirava os seus itens e apreciava suas novas TMs. Sem perder tempo, ele retirava dois itens e pedia para ser enviado para uma gladiadora em Nyender. O atendente pegava as informações do nome em seu computador, etiquetava os itens e colocava em uma caixa. Tudo isso parecia ser quase que automático e o funcionário mostrava grande habilidade.

- Como os itens serão pagos na hora de sacar, não gera protocolo. Posso ajudar em mais alguma coisa?

O funcionário informava para o moreno e foi ai que o rapaz arruaceiro dava uma olhada ao seu redor e avistava de longe dois rapazes caminhando, olhando para os lados de modo pensativo e assim pareciam estarem procurando alguma coisa. Kyoichi não pode evitar de encará-los e assim acabava percebendo que já havia visto eles. Um era alto com cabelos azulados, assim como seus olhos. Carregava uma blusa de frio nas mãos e seguida um rapaz de cabelos castanhos e olhos também de iguais cores. Kyoichi estava lembrando que eles eram um dos gladiadores que estavam na arena de água, quando o moreno e a ruiva roubaram o Lotad do outro gladiador...

Kyoichi se via diante de um pequeno problema. A estação era grande e movimentada, mas o rapaz sabia que se desse na telha, poderia facilmente se deparar com os dois gladiadores em sua frente. Já não bastava ser um alvo para os cadetes, agora Komuro tinha que fugir dos gladiadores de Pugil, nos quais estavam furiosos pelo roubo que o armagedon fez no dia anterior.

Mas usando de um pouco de paciência, Kyoichi se misturava no meio do povo e assim tentava sair livremente dali, sem levantar suspeitas. Os gladiadores, e qualquer ameaçada, eram deixadas para trás e assim ele saia com segurança da estação, já pronto para ir ao mercado da cidade. Komuro abria o guia e assim seguia como ali orientava, no entanto, mal notou quando se deparou na área em que ele não deveria estar: de um lado, a delegacia de polícia, do outro, o dormitório cadete. Kyoichi chegou arrepiar, decidindo instintivamente ir por trás da delegacia de polícia.

Deixando ficar aos olhos abertos da Primeira Avenida, o armagedon passava pelo terreno abandonado atrás da delegacia, mas logo tomou um susto por sussurros que eram ouvidos dali. No entanto, as vozes eram familiares para o jovem Armagedon, que não temeu se aproximar ao deparar com os ruivos de mais cedo que estava, como sempre, discutindo.

- Eu disse para fazer silêncio!
- Você quem tá gritando, eu estou sussurrando.
- Não, eu estou sussurrando, quem está gritando é finge que está sussurrando é você.
- Nada haver! Eu sou silencioso, quando nasci nem chorei.
- Claro, acharam que estava morto!
- Não é verdade, você sabe a verdadeira história!
- A mãe nem sabia diferenciar nós naquela época.
- Até hoje não sabe!

No último relato de um dos ruivos, a briga virou piada. Os dois pareciam estar fazendo algo sério. Kyoichi identificava no alto deles uma janela com grandes de ferro, possivelmente a ala dos presos. Quando os ruivos pararam de rir, perceberam a presença do moreno.

- O menino sem nome amigo de Nancy,
- Nancy?! Onde? Como? Ah! É ele... Como vai, cara? – cumprimentava um dos ruivos, certamente o que deu em cima mais cedo, mas essa observação foi esquecida, quando ouviram uma voz do outro lado da parede.
- Rapazes, vocês vão chamar a atenção de toda Pugil desse jeito! Deem um jeito de me tirar daqui, rápido! Kibato está fora e o único policial aqui está dormindo...
- Certo! – dizia os ruivos em uníssono, mas aparentemente eles não faziam ideia de como libertar o preso do outro lado...

Sabendo que os gêmeos poderiam ser destrutíveis perante aquela missão de salvar um homem, Kyoichi percebia que teria que dá uma ajudinha para que eles não fossem presos na tentativa de libertar um preso. Helena surgia em campo abanando sua cauda e ronronando de forma meiga, deixando um dos ruivos maravilhado. Não demorou para a gatinha pular no colo dele e receber um carinho, para logo em seguida congelar as barras da janela alta. Mas quando Swift atingiu as barras, parecia que a força não foi o suficiente para poder romper com aquilo.

Os olhos de Kyoichi ainda pairavam sobre o local e assim que percebeu a sua falha, ele pensou em como poderia ser tudo mais fácil se Morgana tivesse vindo e cooperasse sempre com o arruaceiro. Mas depois de tudo, os jovens irmãos Armagedons pareceram ter tido uma ideia.

- Isso! Como você é burro.
- Eu?
- Não vai à escola? Poderíamos fazer um choque térmico aqui.
- Como não vamos à escola? Não vamos à escola há um bom tempo.
- Mas a mãe acha que vamos
- Sim, mas não vamos
- Não importa. Pansear, eu preciso de você.

Com uma esfera, um macaquinho surgia através da luz dela, como se estivesse acabado de acordar. Mesmo sendo cedo ainda, o macaquinho pós a se espreguiçar e ter a certeza de que ali teria ação. Helena, já no chão, balançava a cauda para o novo amigo e o Pansear acenava para ela. Simultaneamente, uma Panpour surgia ao lado e por isso ele sorria e pulava no meio do campo, cumprimentando a Pokémon rosada.

- Vamos tentar de novo, galera.

Com as informações dadas, Helena e Panpour congelava mas barras novamente com Ice Beam. Com Flamethrower, Pansear deixava a barrar quente, sendo resfriada em seguida por um golpe de água da macaquinha azulada. A sequência de golpes continuava e por fim o Swift sozinho destruiu as barras, mas ainda tinham um problema... A altura!

- Jovens, ainda não consigo sequer alcançar a janela... – comentava o homem do outro lado da parede.
- Vixe – dizia os gêmeos em uníssono.

Depois de resolverem o problema com a grade, agora tinha um novo: a altura. Kyoichi analisava seus Pokémons. No momento só tinha Helena e Tochi, nos quais não poderiam fazer nada sem levantar poeira no local. Infelizmente, no momento em que eles estavam prontos para irem pensando algo, Kyoichi citou as possibilidades, mesmo parecendo que elas eram poucas, os gêmeos tinham que concordar que não estavam tão preparados assim.

- Já sei! Onix, saia.

Um dos ruivos sacava a Pokéball e trazia para fora o gigante de pedra. O moreno se afastava e por conta disso ele poderia dizer que estava um pouco perdido. Um Onix chamava muita atenção, ainda mais o que estava presente. O Pokémon choramingava no campo devido a parte molhada da cidade. Definitivamente, Pugil não era um lugar para ele.

- Amigão, pode nos ajudar?
- Ajudar como?
- Ué, usando o chifre para poder puxar o Eduard.
- Mas o seu Onix é super desastrado, ele vai acabar matando a gente.
- Claro que não, ele é a coisa mais linda do mundo. Não escute ele não, querido. Ele é mau. É mau!- dizia o ruivo abraçando a cauda do Pokémon que choramingava.

A ideia não era má. O chifre do Pokémon poderia facilmente preencher a abertura da janela, o armagedon preso poderia abraçar o chifre e assim Onix puxava. Decidido a provar que não era desastrado, Onix rugia, chamando mais atenção ainda e por conta disso colocou o chifre ali. Helena assistia tudo com o seu sorriso bobo na cara e não demorou em que os olhos da felina passavam de um para o outro, finalizando no gigante de pedra.

Kyoichi observava, afinal, sua ajuda foi dada e assim Onix conseguia puxar o homem para fora. Moreno, alto, de barba mal feita e incrivelmente magro. O armagedon liberto abraçava o trio com seu sorriso amarelado e dizia que amava eles agora. Mas antes mesmo da comemoração findar, a voz de detrás do Onix chamava a atenção do grupo. Um pelotão cadete corria pelas ruas, juntos dos seus Meowths e sendo liderados por ninguém menos do que o delegado local e seu Arcanine. O grande Onix continuava na alegria e no barulho...

Com o gangster libertado, os ruivos batiam uma mão na outra, fazendo um toque parecendo ser particular dele. Onix ainda estava feliz por ter ajudado e assim balançava a sua cauda como se fosse um cachorro feliz. Kyoichi não via muita alegria nisso, afinal, o gigante de pedra desempenhava uma função um tanto quanto escandalosa, ainda mais no meio de um treino liderado pelo delegado local.

O grupo de cadetes se aproximavam do dormitório, que ficava perto da delegacia. Onix era grande o suficiente para chamar a atenção dos cadetes e por conta disso poderia ser o fim da missão libertária. Enquanto os olhos de Kyoichi percorriam a cidade, ele não pôde pensar em nada a não ser libertar Tochi e tentar deter o grupo de cadetes, antes que eles chegassem até aqui.

- Você é louco?! Não pode deter todos eles.
- Com certeza meu ir mão está certo. Onix, vamos.
- Ele vai ser preso...
- Antes ele que é de rank baixo do que o Eduard, que têm informações importantes.
- As coisas não funcionam assim.
- Vai ter que ser. Cuidado ai, sem-nome.

Onix deu um rugido, que dessa vez chamou definitivamente a atenção dos cadetes. A serpente de pedra começava a girar sua cabeça e começava a cavar um túnel, fazendo com que os gangsteres seguissem o Pokémon. Enquanto isso, Helena abria um Ice Beam e congelava o chão, inclusive os pés dos cadetes. Kibato dava ordens ao seu Arcanine, que antes do golpe da gatinha, saltava para o lado. O Pokémon era inquieto e parecia ter uma cara bem fechada, diferente dos outros caninos de mesma espécie. Grotle fixava no canino e assim do solo saiam gramas brilhantes, prontas para amarrar o canino, mas esse desviava formidavelmente.

Correndo e saltando como um verdadeiro lobo, Arcanine conseguia chegar atrás da delegacia em uma velocidade impressionante. O Pokémon parecia ser bem treinado e naquele momento ele se comportava como o Persian e o Luxray de Angélica Thompson. O canino latia e rangia para Tochi, que não se amedrontou. Já Skitty, deu alguns passinhos para trás, pedindo para o seu mestre para poder evitar aquele confronto para ela...

Mesmo diante do plano de fuga, Kyoichi pensava antes em proteger os outros, do que se proteger. Talvez as compras no mercado negro poderiam demorar, mais, o que deixava a situação mais complicada para o jovem moreno, mas pelo menos ele poderia dizer que voltaria a ver Nancy? Arcanino era um Pokémon majestoso e se movia incrivelmente rápido, o que poderia ser um problema para o lento Grotle. Mesmo diante do momento em que o rapaz estivesse ali, o canino se deparava com o Pokémon inicial e o mesmo não deu moleza;

O esguicho do líquido roxo e viscoso ia na direção do Arcanino e logo o Pokémon saia saltando entre as paredes da delegacia, desviando habilmente e deixando claro a diferença de nível. Com um ruivo alto do cão de fogo, que chamou a atenção de todos, Tochi era envolto de uma luz vermelha e desaparecia em campo, retornando para a Pokebola. Skitty pulava nos braços do moreno e antes que ele pudesse entrar no túnel, as patas de Arcanine pairavam sobre os ombros de Kyoichi no momento exato. Os dentes do canino eram enormes e Helena tentou até agir, mas logo um Persian aparecia ao lado, batendo sua pata grande sobre o corpo pequeno da rosada.

- Ora, ora. Um fugitivo bem procurado... Capitão Darbas irá adorar levar esse presente para Nyender...

Os cadetes chegavam, todos sem sapatos e de meias no chão, outros descalços, porque os seus calçados estavam presos no gelo. Se as presas de Arcanine não tivessem perto do pescoço do moreno, a cena seria cômica...