Tape - VIII - It is time to fight!

qui 1, 7h10

Luna lembrava do exame e da necessidade de estar em jejum. Violeta chegava com o celular da jovem enquanto Nolan engolia o café da manhã para não atrasar a jovem. O stylist também aproveitou para fazer uma pequena marmita para quando a gladiadora terminasse o exame. Com todos prontos, a dupla deixou a casa e partiu em direção ao hospital.

As ruas estavam mais calmas àquela hora da manhã, mas calmas à la Twister. Em algumas esquinas, stylists realizavam suas apresentações para conquistar o pão de cada dia, o que enchia os olhos de Nolan. Hint também ficava entusiasmado com as apresentações e ficava agitado no ombro do rapaz. Virando um quarteirão, finalmente chegavam ao hospital para realizar os exames.

O lugar estava cheio como de costume, mas, pelo fato de ter exames marcados, nenhuma fila seria necessária. Estar em um hospital era um pouco aterrorizador, principalmente dado o motivo de estar ali. Uma enfermeira conduziu os jovens até uma sala onde seria colhida a amostra de sangue. A enfermeira pediu para que a jovem se sentasse em uma cadeira específica e aguardasse.

Depois de alguns minutos de espera, um enfermeiro entrou e saudou a todos ali já se aprontando para a coleta do sangue. Com uma agulha de um tamanho considerável, o homem falava por detrás da máscara.

― Muito bem, senhorita Yum. Está preparada para seu exame? ― A agulha ganhava um destaque nas mãos do homem.

Era notório o semblante de nervosismo no rosto da jovem, no entanto, medos existem para ser vencidos e nada melhor que começar por este. Nolan ficava se pé ao lado de Luna enquanto o enfermeiro preparava-se para a coleta de sangue. Encarar aquele projétil pontiagudo era algo difícil, até demais. Cada passo de aproximação do rapaz fazia o coração da Gladiadora parar de bater por alguns segundos e retornar do fim do poço.

- Sinceramente? Preparada eu não tô não, viu? - reclamava ela. - Não sou fã dessa sua amiga ai, mas acho que isso não é tão doloroso quanto um tatuagem, ou é? - ela olhava para o calcanhar que, anteriormente sofrera um pouco quando o assunto foi agulhas.

O Stylist permanecia ao seu lado. - Luna, acalme-se. Você já está pálida antes mesmo dele começar! - o jovem tentava tranquilizá-la, mas isso não era uma tarefa lá muito fácil.

qui 1, 7h30

A jovem começava a ganhar um aspecto pálido só ao ver a agulha nas mãos do enfermeiro. Nolan permanecia ao lado da jovem tentando acalmá-la para que não desmaiasse ali mesmo. O enfermeiro sorriu com a pergunta de Luna e começou a dar pequenas batidinhas em uma veia para que ela se sobressaísse. A gladiadora fechou os olhos e virou o rosto para não ver o exato momento da perfuração da agulha.

― Prontinho! ― O enfermeiro colocava à parte o pequeno tubo de vidro contendo a amostra de sangue de Luna e logo em seguida passava álcool e colocava um algodão no pequeno furo na pele. ― Mantena pressionado. O resultado do exame será enviado diretamente ao sindicato. Por hora, a senhorita pode se direcionar ao setor de atendimento psicoterapêutico localizado no terceiro andar, sala 302. Não esqueça de comer! Há uma pequena praça de alimentação no quarto andar.

O enfermeiro deixou a sala com a amostra em mãos. Nolan sorriu para a jovem com aquela expressão de “o pior já passou”.

O momento de tensão já havia passado. O enfermeiro estava terminando de sair enquanto a jovem pressionava o braço para estancar o sangue. Nolan pegava a mochila da jovem e ambos seguiam para o refeitório, assim como indicado pelo enfermeiro.

Não demorou muito para que eles chegassem ao quarto andar. O local não estava muito cheio devido a ser bem cedo e provavelmente horário de troca de turno entre os enfermeiros, então tudo estava tranquilamente calmo, ao menos naquela ala. Luna avistou um lugar confortável e longe do acesso principal ao refeitório. Os dois se sentaram e então a jovem pode tomar seu café da manhã com calma antes de prosseguir para o próximo exame.

Os dois conversamos sobre o que fariam no restante no dia e como os próximos dias seriam corridos, tanto para Luna quanto para o próprio Stylist. Ambos tinham uma guerra em mãos e todo tempo que pudesse usar para se preparar era precioso demais para ser desperdiçado. Para Luna, nada como estar ao lado de quem ela gostava e ao que parecia, Nolan estava tão satisfeito quanto.

O dejejum fora bem breve, o suficiente para que ela se sentisse satisfeita e conseguisse aguentar até a hora do almoço. Com o estomago saciado era hora de descer uns dois andares e rumar para a sala 302, onde seu próximo exame lhe aguardava.

qui 1, 8h

A pior parte daquele dia finalmente findara. Depois das recomendações do enfermeiro, a dupla pegou o elevador e seguiu para o quarto andar do prédio. Devido ao horário, o refeitório estava bem calmo e sem muita movimentação. Apenas alguns enfermeiros e faxineiros circulavam por ali. Os jovens se sentaram e comeram o desjejum. A conversa entre os dois fluía a respeito de como seria o restante do dia e sobre os dias que ainda teriam em Twister. Piesok reservava surpresas que somente os cadetes sabiam. Ou talvez nem eles sabiam.

Depois de terminado o café da manhã, Nolan guardou tudo novamente na mochila e acompanhou a jovem. Luna iria descer dois andares, mas o stylist a lembrou que o local do exame seria no terceiro andar, logo abaixo de onde estavam. Rumando novamente para o elevador, a dupla seguiu pelos corredores terceiro andar em busca da sala 302.

Já estava quase na hora do exame e havia somente uma pessoa à frente da jovem. Uma jovem de cabelos rosados que parecia bastante aflita. A psicóloga surgiu e chamou pela rosada que entrou ansiosa. Luna e Nolan ficaram aguardando alguns minutos até que a jovem saísse de lá quase em prantos. Mais uma vez a psicóloga saiu e chamou por Luna. Nolan e Violeta logo se levantaram para acompanhar a gladiadora, mas a mulher proibiu a entrada de ambos dizendo que o exame era pessoal e que não poderia haver interferência emotiva. Nolan sentou-se novamente enquanto Violeta fazia uma cara nem um pouco contente.

Assim que entrou na sala, Luna observou logo um homem sentado em um poltrona. Em outra poltrona, a mulher se sentou enquanto pedia para a jovem se deitar no divã.

― Me chamo Fey LeMart e sou uma das psicólogas do hospital. Este é Rudolf VanJhering e é um dos psicanalistas daqui. ― O homem não falou nada e apenas continuou analisando a gladiadora como se fizesse um escaneamento complexo. Os dois seguravam pranchetas, mas era Rudolf que já estava escrevendo sem ao menos Luna ter dito nada. ― Muito bem, senhorita Luna, conte-me sobre infância e relacionamentos com outras crianças.

qui 8h45
60 dias para Piesok

A jovem contava sua história aos dois especialistas que ouviam tudo com total atenção. Rudolf continuava em silêncio e anotando. O olhar analítico avaliava postura, tom de voz e gestos da gladiadora. Enquanto isso, Fey analisava o conteúdo do que era falado pela jovem. Assim que Luna terminou de falar, algo incomodou a psicóloga.

― Temo que a senhorita não tenha entendido quando eu disse que não deveria haver interferência emotiva. Não me referi apenas no sentido físico, mas no mental também que é o nosso principal foco aqui. ― A mulher olhou fixamente nos olhos da jovem. A princípio, a gladiadora estranhou a fala da psicóloga, mas a presença de uma gardevoir atrás de si poderia ter revelado a presença de Kirah na mente da gladiadora. Rudolf ainda anotava. ― O sindicato me informou que a senhorita visa o trabalho de médica de campo. É uma profissão delicada e que exige muito esforço físico e mental da pessoa. Manter-se estável em situações extremas é de suma importância. ― Fey falava como se a própria Luna tivesse esquecido o motivo de estar ali. ― Prefiro dar a oportunidade da pessoa se abrir a nós, mas geralmente isso não ocorre. Não sou muito a favor de tal método, mas, às vezes, é o único que descortina a verdade a nós.

A gladiadora não fazia ideia de que método a psicóloga se referia. Em sua mente, a presença de Kirah desaparecia por completo. Gardevoir surgiu à frente da jovem com o seu TELEPORT. A última coisa que a jovem viu antes de seus olhos apagarem foram os olhos da pokémon sentimento em uma tonalidade rubra.

Diversas imagens passavam pela mente da gladiadora. As pessoas caçoando dela devido à timidez. O sentimento de raiva pelos vizinhos. O fogão tendo seu gás liberado. O fogo sendo aceso. A explosão. O atentado à estação de trem da capital. Os irmãos apocalipse. O sequestro de Nolan. A floresta Negra. A voz. O descontrole. O demônio amarelo....

Luna despertou subitamente e ofegante. Gardevoir estava afastada surpresa com o fato de ter sido afastada da mente da jovem. A pokémon sentimento transmitia tudo aos especialistas que mantinham a mesma expressão de sempre. Certamente, tanto Fey quanto Rudolf eram acostumados a encontrarem casos peculiares.

― Creio que terminamos por hoje. O nosso parecer será enviado ao sindicato ainda hoje. Tenha um bom dia. ― A psicóloga falou pressionou a caneta para “fechá-la” e colocou a prancheta sobre a cômoda ao lado.

qui 9h30
60 dias para Piesok

A invasão na mente de Luna fez a jovem relembrar alguns momentos ruins. Mas ao mesmo tempo, a jovem percebia que foram aqueles momentos que a fortaleceram e a fizeram chegar onde estava. A jovem se levantou sem dizer nada e se retirou do consultório. Do lado de fora, Luna transmitiu uma expressão que ocultava o que realmente havia acontecido durante a sessão. Disfarçando os embaraços da memória, a jovem perguntava para onde iriam a seguir. A primeira ideia era seguir para o curso de autodefesa, mas a gladiadora se lembrava da estação de trem e da necessidade de recolher algumas coisas.

Do hospital à estação era uma boa caminhada. Os jovens seguiam em silêncio. Particularmente, a gladiadora sentia o seu pulso ainda dolorido devido às lembranças do demônio amarelo. Assim que chegaram à estação, Luna pediu para que o stylist a aguardasse do lado de fora enquanto resolvia tudo com as encomendas.

A gladiadora se dirigiu ao balcão de encomendas e aguardou alguns minutos na fila. Quando finalmente chegou sua vez, retirou algumas pedras para serem enviadas e recebeu algumas pokébolas, dois itens e dois pokémons novos. Um dos exp. Share eram direcionados com as pedras enquanto a jovem guardava o restante. Devido possuir apenas mais um slot para pokemons, a jovem precisou chamar Nolan para receber o segundo.

Com tudo resolvido, a dupla deixou a estação.

No caminho para o shopping Luna e Nolan aproveitaram para avaliar o que havia no interior das novas esferas bicolores. A cápsula sobre os cuidados de Luna continha um pequeno e felpudo Starly, enquanto Nolan tinha pousado em seu braço um belo Rufflet.

A Gladiadora não conseguia conter sua excitação ao ver a pequena ave no braço do rapaz. - Por Arceus! - gritou ela. Pegando ave em seus braços e erguendo no ar. - Você é tão fofinho! - Rufflet sorria com o jeito engraçado com que Luna o tratava. Nolan nem precisou perguntar se ela queria ficar com ele, pois o mesmo fez questão de usar seu ombro como poleiro. Assim o pequeno Starly vira que em meio ao excesso de "fofura" da Gladiadora, havia alguém um pouco mais centrado ali, e assim ele pousava em sua cabeça, organizando seus fios marrons em forma de ninho.

Luna ria da cena e agora, ambos estavam satisfeitos e ajustados em seus respectivos lugares. Então eles puderam seguir para o shopping onde o próximo curso lhes aguardava. Pelo horário, o shopping tinha somente os funcionários e algumas pessoas em busca de seus cursos, bem como a dupla de enamorados.

qui, 10h
60 dias para Piesok

Enquanto se dirigiam ao shopping, Luna, curiosa em saber que pokémons haviam recebido, liberou as esferas juntamente com Nolan. Logo duas aves surgiram diante seus olhos. A gladiadora, apesar de estar com a esfera de starly, ignorou a ave e se lançou diretamente para o Rufflet que estava empoleirado no braço do stylist. Os jovens trocavam entre si as esferas para melhor adequarem a seus gostos. Com a curiosidade de ambos sanada, o caminho para o shopping era retomado.

Assim que adentraram o grande centro de compras, a gladiadora tivera a impressão de que somente funcionários e cursandos estavam presentes ali. Mas logo ela percebia que já haviam pessoas fazendo suas comprar apesar de ser um número reduzido já que o shopping apenas abrira a trinta minutos atrás. A dupla seguiu até o terceiro andar e adentrou a loja onde realizariam o curso. Dirigindo-se diretamente ao balcão, os jovens se identificaram.

― Senhorita Luna, seu curso de autodefesa até o certificado 5 terá uma duração de 38 dias e custará 450 Pk$. Já para o senhor Nolan, terá uma duração de 92 dias e custará 750 Pk$. Desejam fazer alguma alteração na configuração dos cursos ou já querem iniciar?

qui, 10h05
60 dias para Piesok

Ao analisarem a duração dos cursos e o tempo que ainda possuíam em Twister, a dupla decidiu mudar a quantidade de certificados que iriam cursar. O atendente começou a fazer alguns cálculos com base nas aptidões de cada um.

― Para a senhorita, os dois certificados ficam em 27 dias. Para o senhor, ficam em 52 dias. ― O atendente olhou apreensivo para os dois. ― Sei como é difícil isso. Muitos gladiadores e stylists estão correndo contra o tempo devido a convocação. Desejam manter assim?

qui, 10h15
60 dias para Piesok

Após avaliarem a segunda proposta fornecida pelo atendente, a dupla consentiu em realizar os dois níveis de curso. Com a convocação para Piesok, todos precisariam estar preparados ao máximo. Porém, nenhum dos dois queriam sacrificar o tempo para passarem juntos. Além do mais, procurariam realizar outro curso para que pudessem aproveitar ao máximo o tempo que tinham. Com tudo pago e com o início do curso agendado para o dia seguinte das 8h às 12h, os jovens deixaram a loja.

Assim que saíram, Nolan deu um beijo na testa de sua amada e falou que precisava resolver algo no teatro da cidade pedindo à jovem que olhasse o outro curso que fariam. Nolan deixou o shopping ficando Luna no térreo em frente a uma sorveteria. Assim que se virou, Xavier olhava com uma expressão curiosa para a filha.

― Não sei se vou me acostumar com isso... ― O homem falou enquanto olhava na direção em que Nolan havia desaparecido. ― Mas mudando de assunto, minha filha, precisamos conversar sobre sua mãe.

Nolan deixava a Gladiadora para resolver algumas coisas no teatro da cidade, por sorte seu Pai surgia meio que inesperadamente. - Ah papai, você sabe que não sou mais uma criança, é bem notório isso, eu acho! - ela ri. Violeta seguia próxima da jovem enquanto a dupla caminhava. - O que aconteceu? - disse ela. - Aconteceu alguma coisa? - questionava, temendo a resposta.

Era manhã e em uma cidade movida a energia, mas com a ausência dela, as coisas corriam um pouco mais lentamente, já que a Elektrowni estava em fase de reparos. O dia seguia normalmente bonito, sem previsões de chuva para a infelicidade da jovem que, adorava um banho de chuva.

qui, 10h25
60 dias para Piesok

Ao ver seu pai que acabara de surgir repentinamente, Luna o repreendia falando não ser mais uma criança a respeito de seu relacionamento com Nolan. Entretanto, a jovem se preocupava a respeito do teor da conversa que o homem se propunha a ter. O homem olhou com uma expressão preocupada para a filha.

― Precisamos de um lugar mais reservado. ― Xavier conduziu a filha até fora do shopping e se dirigiu até um beco ali próximo. Apenas os dois, Violeta e uma brisa gélida que agitavam levemente os cabelos da gladiadora. O olhar do homem demonstrava uma preocupação que parecia estar guardando a dias. ― Sua mãe... ― as palavras saíram com dificuldade e pesadas. ― ela não está bem, minha filha. ― Os olhos do homem lacrimejavam. ― Já faz alguns meses que nós descobrimos. Sua mãe, minha filha, está com câncer de mama.

O silêncio invadiu o beco.

qui, 10h30
60 dias para Piesok

Assim que ouviu as palavras do homem, os sentimentos transbordavam em lágrimas. A lembrança da tia surgia imediatamente à mente de Luna. A enfermidade era conhecida por ser hereditária, o que só confirmava a possibilidade do que estava acontecendo. A jovem se entregava à dor de tal informação e questionava o fato disso ter sido ocultado de seu conhecimento.

― Não queríamos que você se envolvesse. Você estava tão focada em sua jornada como gladiadora. E nós estávamos esperançosos de que o tratamento fizesse o tumor regredir, mas... ― Uma breve pausa surgia. O coração da gladiadora parecia ser pressionado por um wrap de uma arbok. ― ele está apenas avançando. ― O homem soluçava devido ao choro.

“Garota estúpida”. A voz na mente de Luna ecoava. O tom sombrio e cruel já era conhecido pela jovem.

qui, 10h33
60 dias para Piesok

Mais uma vez o intruso se manifestava em sua mente. Luna percebia que algo estava estranho em toda aquela situação. Mesmo distante de Kuroi Mori e Erobring, o parasita em sua mente parecia se deleitar em sua mente. A jovem gladiadora se esquecia de seu pai por alguns momentos. A presença de Hypno chamava mais sua atenção.

― Minha filha, você está bem? ― O homem percebia a mudança na fisionomia da jovem. ― Não acha que sua mochila está muito pesada? Posso segurá-la para você. ― O pai sorria tentando confortar a filha e aliviar a tensão sobre a informação que acabara de dar. ― Sei que não é fácil para nenhum de nós, mas vamos superar isso juntos. ― A mão era estendia para alcançar a mochila da gladiadora.

Na mente da jovem, a presença incômoda ainda se fazia perceber. Luna sentia o sentimento que o parasita emanava para ela. Deboche, sarcasmo, ódio. “Curiosa você... Vou deixar você mesma se destruir.”

qui, 10h36

Luna ficava incomodada com as sensações que que Hypno a fazia sentir, mas, pelas palavras projetadas em sua mente por ela, ela percebia que o real problema ali não era o psíquico. Com o entoar de sua voz, invocava Kirah de sua pokébola fazendo-a surgir entre Luna e seu pai. O homem recuou um pouco e fez uma expressão confusa.

― Pra que isso, minha filha? ― A invocação da Kadabra ali era confusa para o homem.

Enquanto isso, a gladiadora se mantinha mentalmente conectada com a psíquica e era advertida sobre um perigo eminente. Tudo convergia para suspeitas contra o próprio pai. Os olhos da jovem se ergueram e fitaram o homem que esperava alguma resposta da filha.

― Eu? Estou tentando me manter forte com toda essa situação, mas não entendi porque você liberou sua Kadabra...

Uma brisa gélida agitou levemente os cabelos alvos da gladiadora. A cauda de Violeta balançava de um lado para o outro como um obediente ponteiro de um metrônomo. Por algum motivo, o clima não estava mais familiar.

qui, 10h40

Luna sentia, e cada vez mais tinha certeza, que algo ali não estava certo. Violeta se aproximou do homem e o farejou. A Glameow saltou para trás e emitiu um miado ameaçador. Ficou evidente para Luna e para Kirah o que estava acontecendo ali. O homem ainda ficava sem entender todo aquele “teatro” e fazia uma expressão confusa.

Luna começava a falar enquanto amarrava seus cabelos. Junto a Kirah, a jovem desmascarava o homem, mas sem falar diretamente a ele. A audácia que o impostor tivera em mexer com os sentimentos da gladiadora fora grande e ele pagaria por isso. Tanto a psíquica quanto a felina concordavam com as palavras da mestra e se preparavam para atacar.

― Nunca imaginei que minha própria filha iria se levantar contra mim. ― O homem levou a mão direita à testa e falou sem nem ao menos se preocupar com a nuvem de veneno que se aproximava. ― Mas quer saber de uma coisa? Eu já estava cansado de você e deste joguinho. ― Repentinamente a expressão mudou para algo mais ameaçador e psicótico. Ao ver que a nuvem de veneno estava bem próxima, o homem apenas fechou os olhos e sorriu. Uma barreira verde surgiu impedindo o avanço do veneno e logo a jovem viu um Beheeyem saindo detrás do homem que se transfigurava em uma imagem totalmente diferente. Enquanto isso, as cópias de Violeta já estavam espalhadas pelo beco. ― Nada de ser uma menina má. Se quer brincar, vamos fazer isso direito!

Três esferas surgiram no ar liberando três pokémons em campo. Um Carnivine que balançava suas vinhas de forma um tanto alegre; um Tentacruel com uma expressão sádica no rosto; e um Grumpig que apenas parecia estar com fome.

― Vamos ensinar a você a ser uma filha obediente! Carnivine, comece com Ingrain e Growth. Tentacruel, encha o campo com seu Toxic Spikes e se envolva em seu Aqua Ring. Grumpig, Telekinesis na gata e Drain Punch. Isso vai ser muito divertido! ― O impostor começava a rir.