Cap 02 - Passo por Passo

A cadete ainda sentia o cansaço e dores devido ao stress da missão, que felizmente, pode ser concluída com sucesso. A jovem, porém ainda permanece aflita, a imagem de seu querido Auros, o Meowth que repousa após delicada cirurgia não lhe sai da cabeça, o sucesso da operação a acalmara um pouco, tem a certeza de que seu companheiro está vivo, porém nesse momento um novo desafio a recruta enfrentará: A recuperação do gato, ela sabe de sua responsabilidade para com o símbolo da força da corporação e qualquer problema com o felino acarretaria em sérias consequências, sérias mesmo. a dúvida a respeito de como será a reação dos superiores ao saberem do estado de Auros sobrevoam a mente jovem como fantasmas, Dria fecha as mãos em unho, apertando-os para manter o foco, entrar em desespero agora não ajudará em nada.

O silêncio da noite é cortado bruscamente pelo estridente som da sirene, ambulâncias chegam em alta velocidade: -SAIAM DA FRENTE!! Uma voz feminina grita e todos abrem espaço, são os cadetes, o reforço que ajudaram Dria a resolver o caso, trazendo as crianças em macas, não sendo possível para Dria observá-las, mas deduz que já estejam melhor, logo atrás a oficial passa seguindo o grupo, sem dizer palavra, joga o cachecol vermelho: -Terá que cuidar da limpeza dele. Diz seriamente, sem deter seu caminho. O grupo divide-se entre os elevadores e segue para os andares superiores a recruta novamente se lembra de sua inexperiência, o quanto deve crescer juntamente com Traviata, Léo e Auros.

A enfermeira, numa bandeja, entrega duas pokeballs, Glameow e Shinx. -Os dois estão em perfeito estado, já o Meowth... A funcionária, faz uma pausa, confere novamente o prontuário do pokemon para finalmente responder:-Quanto a seu estado, a cirurgia foi bem sucedida, mas ele terá que usar próteses, o reimplante não foi possível devido ao início de necrose, mas a equipe agiu rápido e conseguiu salvar o gato, o tempo, porém em que ele receberá alta é impreciso, depende de vários fatores, sem falar da própria vontade do pokemon, procure o visitar frequentemente, se quiser acelerar o processo, quanto as próteses, chegarão em breve.

A mulher sentia o peso de suas palavras sobre a cadete, podendo aumentar ainda mais seu sofrimento, porém a verdade, por mais dura que possa ser, é o melhor que deve ser dito. Dria sente frio na barriga, nem percebendo o momento em que a profissional distancia-se desejando boa sorte, a jovem perde-se por instantes em pensamentos confusos, o olhar fixo nas duas esferas, agora lustrosas em sua frente, ainda terá que seguir por um tempo sem Nyarth e ainda falta entregar a foto do gato e o relatório por escrito, tantos eventos em uma só noite.

A noite avançava lentamente, as horas passavam de forma tranquila, para muitos que nessa hora descansavam tranquilamente no conforto de seus lares. Quanto a cadete recruta Dria, no entanto, essa apenas estava começando. Ainda cansada de tamanha empreitada que enfrentou horas antes, tudo parece estar mais tranquilo, mas ainda restam coisas a fazer, sendo sua próxima obrigação apresentar o relatório da missão cumprida.

Passando através da noite silenciosa da capital, carregando consigo a imagem impressa de seu querido Auros, a jovem anda quase sem olhar para o caminho, desligada do mundo a sua volta, pensando na necessidade urgente de ter seu amigo de volta. Até mesmo Léo e Traviata saem de suas pokebolas e passam a acompanhar a jovem, demonstrando compreensão da situação. O trio felizmente não encontra dificuldades em chegar no prédio da corporação.

A movimentação noturna era com certeza menor que a diurna, as ocorrências diminuíam um pouco em quantidade, a organização, porém, não tem tempo para descansar. A jovem, adentra com seus pokemons, dirigindo-se diretamente à sala da comandante Angélica, encontrando, porém, o comandante substituto, Buck Kibato.


A jovem adentra à sala, uma gota de suor escorre levemente, descendo de sua fonte, percorrendo a extensão de seu rosto. Buck nem sequer havia notado a presença da recruta, entretido com muitos documentos. É alertado, então por seu Persian, que rosna ameaçadoramente, deixando Léo e Traviata intimidados recuando para atrás das pernas de sua mestre.  -Espero que seja importante, recruta, não me faça perder tempo! Rispidamente dirigiu-se Buck à jovem sem nem mesmo olhar para Dria.

A cadete estava nervosa, não sabia que reação o superior teria ao receber a foto de Auros deitado em uma cama de hospital, aquela poderia ser sua última atuação como cadete, o que faria se fosse dispensada de seu cargo? Dria procura não pensar nisso, mantendo-se calma enquanto espera as próximas instruções de Buck.

O jovem recebe os papéis, passando a analisá-los cuidadosamente, sem deixar escapar nenhum detalhe. O Persian imponente continua a rosnar ameaçadoramente, deixando Léo e Traviata receosos, mas permanecem ao lado de sua mestra. O cadete observava a fotografia do felino, sua expressão não era boa, uma série de expressões faciais demonstram o descontentamento do oficial. O comandante interino encara severamente a subordinada por instantes, logo antes, de iniciar seu discurso:

-Admiro sua coragem em me apresentar um relatório desses. Não foi capaz de levar a cabo uma missão oficial, e olhe o estado desse Meowth! A voz do cadete ia crescendo em intensidade conforme seu discurso discorria, realmente estava irritado. Ele se levanta, lança a foto de Auros sobre a mesa. -O que diz aqui? Patas arrancadas! DUAS PATAS ARRANCADAS! Como acha que pode ser útil para a organização se nem consegue cuidar de seu pokemon? Aliá não é SEU pokemon, nunca foi! É uma ferramenta designada pela organização para auxiliá-la, era SEU dever cuidar dela!!! Buck senta-se, novamente suspirando fundo, pondo a mão na testa enquanto meneia a cabeça, quanta incompetência! Pensa ele: -Tem sorte de a comandante Angélica não estar aqui, pois estaria REALMENTE encrencada, e queria eu mesmo rasgar sua licença! Não são permitidos gatos capengas por aqui! Volte para o hospital, e se não retornar com boas notícias cuidarei para que NUNCA volte a ter licença alguma!!!

Após as duras palavras o Persian salta sobre a cadete, suas potentes garras chocam-se contra o peito, empurrando-a para fora da sala, Léo e Traviata fugiam de medo do predador, seguindo rapidamente a jovem, que se recuperava da queda e do sermão, ao mesmo tempo que a grande porta se fecha fortemente propagando estrondoso ruido.

Dria se recupera da tensão de falar com o comandante Buck, o duro oficial não economiza palavras para disciplinar sua subordinada. A jovem permanece estática diante dele e seu Persian que rosnava sem cessar. Do lado de fora da sala, ela recolhe, seus pokemons que sorriam apoiando-a, saindo logo em seguida para retornar ao hospital para visitar Auros. Uma lembrança, no entanto, a faz mudar de planos, lembrança de que tem um Egg para retirar na estação. A recruta resolve, então partira para o local o mais rápido possível, quanto menos tempo longe de Auros, melhor.

A jovem chega ao local, suas pernas ainda estão cansadas, não se permitiu repouso enquanto seu companheiro está hospitalizado.
O guichê é supervisionado por um homem magro, aparentando uns 40 anos. a cadete se identifica devidamente, o cidadão verifica os documentos e o que há para entregar à jovem, logo em seguida o homem a entrega um grande ovo. Despedindo-se cordialmente.
Dria sente-se feliz ao tocar no ovo, observando por instantes seu mais novo futuro amigo, que pokemon sairá ao eclodir? Ela se pergunta.

A cadete saía da estação, quando seu celular toca, um número fixo, desconhecido chamava, insistentemente. Ao atender uma voz feminina a advertia: -Srta. Dria Galfin? Aqui é do hospital, deve comparecer urgente e procurar pelo Dr. Gregory. A mulher não entra em detalhes e desliga. A cadete sente mais um frio correr em sua espinha, o que terá acontecido a seu Nyarth?

Recruta recebe o Egg, retirando-o na estação. Ela acaricia a casca, cogitando por instantes que tipo de pokemon sairá dali, mas a noite ainda guarda muitas surpresas para a jovem, um telefonema urgente, originado do hospital, exige a presença da Cadete de imediato no local. Galfin gela, não acreditava no que ouvira da enfermeira, Dr. Gregory em pessoa quer conversar, algo talvez não ocorreu bem.

Dria guarda o objeto em sua mochila, com Léo e Traviata na segurança de suas pokebolas ela se dirige o mais rápido que podia de volta ao hospital. O silêncio da noite era cortado pelo som do solado das botas policiais chocando-se com a calçada. O tapete rosado da capital era ofuscado pelo breu noturno. O sistema da bem iluminada praça era impedido pelos galhos das abundantes Sakuras, deixando as ruas com um ar penumbroso. Os selvagens que saíam na busca de alimentação fugiam ao se aproximar a apressada, um mendigo passa pedindo esmola, um casal ainda permanecia ocupando um banco de praça. na mente de Dria somente uma imagem fixara-se: A saúde do felino e consequentemente seu futuro na corporação.
A escadaria do estabelecimento fora escalado aos pares, trios, Dria quase saltava da calçada até a porta. Ofegante ela se identifica com dificuldade, sendo conduzida até a sala do Dr. Gregory. Que o doutor não era nada simpático é de conhecimento de todos, porém naquela hora ele estava havia algo de sombrio, algo fazia a cadete tremer, pensando na pior notícia possível.

O médico estava sentado, com os cotovelos sobre a sua grande mesa, as mão postas frente a boca. Ao avistar a cadete o homem dá um profundo suspiro.
-Bem, você é a dona do gato certo? Ahhh que decepção ... Uma pausa e Dria não se move, se tiver que enfrentar a situação, que seja! O médico continua: -Testei no gato um experimento, uma nova técnica de reimplante que estou desenvolvendo que consiste em... ah o que estou dizendo, é algo muito complicado para que você possa entender por isso vou direto ao assunto. Testei minha técnica de reimplante, não sabia o que aconteceria, aliás era isso que eu tinha em mete ao submetê-lo à cirurgia, observar em quanto tempo seu organismo rejeitaria o reimplante até chegar ao total colapso...

A recruta apenas fita seriamente o profissional que retruca: -O que foi? Vai dizer que achava que podia continuar com um gato aleijado? Angélica tem um monte desses, poderia te dar algum outro. De qualquer forma a cirurgia foi bem sucedida (eu não esperava ). A cadete é conduzida por Gregory, os dois chegam a uma sala anexa ao escritório. Sob uma maca a visão de Auros ainda sob o efeito da anestesia causa um tremendo alívio a reação da dona foi imediata, acariciar o pokemon, quando foi recolhido sem o mínimo cuidado para a pokeball. O homem adverte, liberando a cadete de levar seu pokemon com uma condição: Assinar um termo, retirando totalmente a responsabilidade do hospital e do médico de quaisquer complicações que porventura ocorrerem, a partir dali, ela estará sem o mínimo amparo. -Ele não me serve mais, mas só sairá daqui se assinar esse termo.

A cadete não apreciava as declarações do doutor, ficava com raiva ao escutar o médico se referir a Auros de forma tão desprezível e ainda por cima tendo usado para um experimento, uma cobaia! Sorte de que Auros não é um gato ordinário, sua vontade de viver e estar ao lado de sua mestra foram fortes o suficiente para fazê-lo superar todas as dificuldades, e essa não será diferente.

O doutor manuseava desreocupadamente o precioso objeto esferico enquanto mencionava as condições para Dria que mesmo expondo-se, assumindo totalmente os riscos da recuperação, preferiu ter o felino junto de si. O médico retruca, negando, porém, as condições da cadete:

-Não sei se precebeu, mas o Nokori Hotel fica no outro quarteirão! Está liberada juntamente com o gato, mas pode, no máximo, passar uma noite aqui.

TERMO DE COMPROMISSO

  Declaro para os devidos fins que retiro meu pokemon, assumindo inteira responsabilidade quanto a sua recuperação, bem como os custos referentes ao tratamento, também isento o Dr. Gregory Haltz juntamente com toda a equipe do Hospital e Nyender de toda e qualquer responsabilidade no que diz respeito à complicações pós operatórias, reconheçendo, enfim meu total consentimento de bom grado ao dispor voluntariamente meu pokemon á cirurgia realizada.

ASS.______________________

Este e muitos outros papéis foram apresentados à cadete antes que Gregory lhe entregasse a pokeball de Auros. O doutor dispensa Dria "delicadamente", mandando que retorne à recepção e peça um dos quartos para finalmente descansar da conturbada noite.