Chermont, ouvindo um chamado.

Os corpos dos pokemon nocauteados me incomodavam muito. Minha vontade era levá-los para um hospital, ou para a Igreja, para que se recuperassem, mas esses pokemon precisavam mais de uma cura espiritual do que de um cura física. Seus ferimentos seriam facilmente curados, mas suas almas só mudariam se fossem tocadas pela mão de Arceus. Só ele poderia curá-las.

Enquanto eu olhava os corpos dos pokemon caídos, Ekans abocanhou o corpo de sua parceira e jogou-o sobre Spearow. Esse total desrespeito pela vida irritou Gucky e Spearow, a serpente aproveitou esse  momento de indecisão e paralisou Natu, que caiu em direção ao chão.

Parece que o preparo físico que eu me impus, estava fazendo efeito, pois eu consegui pegar a ave antes que ela tocasse o solo. Eu consegui alguns arranhões com isso, mas nada sério.

Indignado com o ocorrido Spearow soltou um grito estridente que, com certeza, foi ouvido pelo bando a qual ele pertencia. Ekans deveria tomar cuidado quando saísse as ruas novamente.

Sabia que mesmo paralisado,Guycky  poderia usar seu psychic e eu iria tirar vantagem disso. devia me prepara para uma reação rápida da serpente. Gucky não podia se defender, então eu teria que mantê-lo a salvo. Falei baixinho, perto de Gucky.

-Gucky use seu Psychic em Ekans e tente manter ela imóvel o máximo de tempo que você puder. tente prende-la como se ela estivesse com uma blusa bem apertada. Spearow sobrevoe a serpente tentando distraí-la, tente  usar o peck logo após o ataque de absol. Absol, quando você ver que a serpente está presa ou distraída acerte ela com um Feint e se coloque em segurança logo depois. Lembrem-se de ficar fora do alcance da serpente, sua área de ataque é grande e pode atacar para qualquer lado, inclusive para cima. Mantenham-se em segurança.

Eu me mantinha em alerta pronta para pular em qualquer direção para fugir da cobra. Eu tinha um pokemon indefeso em meu colo, por isso poderia virar um alvo. Também não podia tirar os olhos da sacerdotisa, ela era tão ou mais perigosa que a serpente.

Os corpos dos pokemon nocauteados permaneciam no mesmo lugar onde foram deixados, inclusive Tails que permanecia no mesmo lugar onde a serpente o largou. Alguma coisa na cerimonia mudou meu interior. As sensações dos pokemon ao meu redor me afetavam mais profundamente. Eu sentia suas dores, suas alegrias e suas intenções.

Os pokemon executaram os comandos com muita precisão, porém Spearow foi atingido pela serpente. Ela era muito rápida, mas estava um pouco cansada, devido aos ataques que sofrera. Embora dois dos três pokemon da giratinista estivessem nocauteados, ela não admitiria a derrota. Somente pela proteção de Arceus eu escapei de sua adaga e de um ataque da serpente. Como eu imaginava esses pokemon não tinham nenhum preconceito contra quem atacar. Qualquer ser vivente servia.

A ruiva disse algo sobre Gucky e seu sacrifício que me deixou um pouco irritada.

- Por que você não sacrifica a si mesma. Creio que Giratina nunca recebeu um sacrifício assim. Pensando bem, não, ela não se satisfaria com isso. Somente em sua mente doentia que Giratina aprova este mar de sangue e crueldade. Giratina é um ser bondoso e deseja apenas que vivamos em harmonia. Algo que sua mente tacanha não pode aceitar.

Queria terminar logo com isso, Tails e mesmo Gucky, Absol e Spearow necessitavam de cuidados, e eu gostaria de providenciar isso o mais rápido possível. Falei o mais baixo possível, para que os ataque contivessem um que de surpresa.

- Gucky use seu psychic na serpente e esmague-a o máximo tempo que puder. Absol, use o Feint na serpente e Spearow use seu Peck logo a seguir. Gucky tentará dar o máximo de tempo possível. Lembre-se de colocar a distancia do ataque da serpente, tente achar o tempo certo. Nós estamos a serviço de Arceus e sua proteção não falhará.

Olhei para os pokemon querendo protege-los, mas eles logo estariam no santuário e suas dores seriam sanadas.

Neste momento o que eu mais queria era que o livro sagrado de Arceus fosse bem grande. Aquela garota conseguia me levar ao limite. Deveria ter previsto seu comportamento quando recolheu seus dois pokemon caídos. Ela estava se preparando para uma fuga, caso o ataque de Ekans não surtisse efeito.

Seria pouco provável pois ela estava enfrentando três pokemon ao mesmo tempo. Uma batalha meio injusta, mas nesse caso os fins justificam os meios. Ekans foi derrotada e com uma desculpa a Garota foi se distanciando de nós. Meu primeiro impulso era impedi sua saída, mas um Abra surgiu e usando teleport, levou a seguidora e seus pokemon embora.

Naquele armazém abandonado, o silencio imperou por um momento. Caminhei até Tails, ele estava muito machucado. Eu poderia colocá-lo em uma pokebola, evitaria a dor que ele sentiria durante o caminho, mas minha mochila havia ficado no santuário. Arrumei Gucky em meu ombro da melhor maneira  que eu pude. Absol tinha condições de caminhar ao meu lado.

Delicadamente pequei o corpo de Tails em meu colo e saímos para a noite de Chermont. A lua cheia ainda brilhava no céu, mas o frio da madrugada se fazia sentir. Eu havia me distanciado bastante do local de minha iniciação. Olhei para Spearow, ele também havia sido atingido e precisava de cuidados.

- Spearow, você está ferido. Se você quiser pode nos acompanhar e será bem cuidado. Ninguém vai prende-lo contra sua vontade, mas se você quiser, poderá fazer parte de nossa equipe.  


Após uma boa caminhada a igreja surgiu a nossa frente. Essa imagem me acalmava e me incutia a sensação de estar chegando em casa. Acalmava meu coração, ali eu sabia que os pokemon seriam cuidados e suas dores sanadas. Um bom descanso também viria a calhar agora. A batalha fora exaustiva e me deixara bastante angustiada, como certas pessoas poderia ter aquele comportamento cruel e ainda por cima chamar isso de fé.

Amanhã seria um outro dia, eu tinha um assunto pendente em Grung e pretendia me dirigir para lá.
Uma ideia me surgiu porém, nessa época do ano acontecia um festival em Erobring. Alina iria gostar de conhecer o festival e pra falar a verdade eu também. Um momento de lazer seria muito bom depois dessa batalha estressante.

off: vou tentar, ando com pouco tempo nesses dias.

A claridade me despertou, eu abri os olhos e me vi na mesma cadeira que eu sentara a noite passada. O cansaço havia me vencido e eu adormecera ali mesmo. Um cobertor me aquecia e eu me sentia renovada.

Olhei ao meu redor, Absol dormia placidamente num tapete ao meu lado. Gucky fazia par com Natu e dormiam com a cabeça  enfiada embaixo da asa. Os dois estavam exatamente na mesma posição. Tails estava no mesmo lugar onde o deixamos, seus ferimentos foram tratados e ele respirava mais tranquilamente.

As imagens do que ocorrera no depósito voltou a minha mente. Na ânsia de trazer os pokemon que estavam feridos eu havia me esquecido do corpo da garotinha que ficou sozinho deixado para trás. Eu não podia fazer mais nada por ela e precisava levar rapidamente Tails para se tratar. Não adiantava voltar no local, provavelmente aqueles seres já deviam ter limpado o local. Apesar de toda crueldade que eles praticam, eles fazem de tudo para não atraírem a atenção dos cadetes sobre eles.

Eu estava grata a Spearow, sua ajuda viera em boa hora. Eu gostaria de ter retribuído sua ajuda, mas ele resolveu ficar com seu bando. Eles cuidariam bem dele. Lembrei de seu último ato, fornecendo-me algumas penas. Sei que elas iriam me ajudar quando eu precisasse.

Barulhos na cozinha me lembraram que Sarah já havia começado sua rotina diária. Levantei-me, e notei que eu estava com a mesma roupa que eu usei na cerimônia. Corri para o banheiro e tomei um rápido e revigorante banho. Me vesti e me senti renovada e pronta para o dia.

Quando Tails acordasse deveria coloca-lo em uma pokebola, isso apena formalizaria a união existente entre nós e seria um modo seguro de levá-lo, caso houvesse necessidade.

Olhei para o relógio, Alina deveria estar dormindo ainda. Entrei na cozinha e Sarah estava preparando o café a manhã. Seria bom que Alina estivesse dormindo, assim eu poderia contar o ocorrido em detalhes. Alina havia sofrido muito e não precisava ficar sabendo de toda crueldade que as pessoas eram capazes de fazer.

- Bom Dia, Sarah. O cheiro está maravilhoso. Algo horrível e inacreditável aconteceu ontem a noite...

Eu contei em detalhes tudo o que ocorreu desde que eu sai logo após a cerimônia até o momento em que eu retornei com os pokemon feridos.

Apesar de reconhecer a sabedoria nas palavras de Sarah. Um coisa me preocupava. O sofrimento de  Tails. Ele já havia sofrido demais quando foi separado da garota a primeira vez, tanto que após esperar por muito tempo decidiu deixar essa vida. Apenas pelo milagre de Arceus ele retornou para viver o amor com essa garotinha. Agora ela se fora também, e não havia nada que eu pudesse fazer para mudar isso.

Só me restava ama-lo, e isso eu fizera desde o dia em que o conheci. Parecia que havia muito tempo que isso ocorrera, mas não foi tanto tempo assim. Contudo eu havia mudado bastante, assim como meus objetivos. A cada passo que eu dou eu estou aprendendo muito, agora estou vendo o que é ser uma seguidora e uma xamã.
Passos soaram próximos de nós e Alina surgiu segurando uma das folhas de Frodo. Esfregava seus olhos sonolentos e abriu um sorriso quando nos viu.
Sarah colocava o café da manha sobre a mesa e nós o atacamos com vontade. O café estava maravilhoso e despertou meus sentidos. A omelete fofinha e o pão quente estavam perfeitos,nós agradecemos  refeição e em pouco tempo não restava mais nada.
Nós ficamos sentadas satisfeitas, por uma refeição tão gostosa.

- Alina, eu soube que em Grung há um orfanato pokemon, e eu estava pensando em adotar um, seria mais um amigo para nossa equipe. Mas antes disso, poderíamos passar por Erobring e visitar o festival. O que você acha, você já viajou de trem ?

Os olhos de Alina se arregalaram com a possibilidade. Ela olhou para Frodo, em busca de uma resposta.  Frodo parecia animado, mas Alina parecia envergonhada.

- Eu nunca sai de casa, como é um festival? Meu pai falava que isso era coisa de pessoas que não tem o que fazer.

Eu entendia bem o que se passava nesta casa, O pai da menina fazia o possível para mante-la reclusa e infeiz, assim como ele era.

- Você vai adorar.  Primeiro a viagem de trem, a paisagem passando por você, os pokemon selvagens em seu habitat natural. Depois o festival, sua decoração colorida, várias barraquinhas com jogos e muita diversão. Não podemos perder a oportunidade. Sem falar que as passagens tem desconto nessa época e vamos gastar bem menos do que em outra época qualquer.  Será uma oportunidade única.

Eu nunca fui a um festival, mas minha mãe falava muito sobre ele e eu estava ansiosa por conhece-lo. Era algo que gostaríamos de fazer juntas e quando eu olho para Alina posso entender porque.

- Sarah, você foi maravilhosa conosco e seremos sempre gratas a você por tudo, mas agora devemos partir. Essa noite serviu para mostrar que eu tenho que investir na minha equipe, se eu quiser cumprir meus objetivos. Isso me leva a Grung e para falar a a verdade eu também estou ansiosa para o festival. Alina que tal nos aprontarmos para sair?

Alina abraçou Sarah, deu lhe um beijo e correu para o quarto guardar suas coisas.
Meu celular apitou avisando da chegada de uma mensagem. Não pude deixar de sorrir, minha mãe havia me enviado algo. Estava na estação de trem, eu poderia pega-las antes de partir para Erobring.

off: Enviarei em breve a personalidade da Absol. A personalidade de Tails, sou eu ou você a responsável por ela?

Off: Tails já tem personalidade ^^
Pode já criar o tópico em Eorbring e aproveitar o festival \o/
em breve atualizo a ficha com os itens ^^

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