Que comece o treinamento!

Enquanto ia buscar um pouco mais de comida para Bulbasaur e a Purugly, que naquela preguiça quase me fazia esquecer o quanto era assustadora, tive a impressão der ver meus pokemon conversando, mas era difícil dizer se estavam ou não se dando bem daquela distância.

Como eu poderia muito bem descobrir o que eles estavam aprontando quando voltasse, decidi não pensar muito nisso e voltar a me concentrar em não chamar atenção, pois não queria chamara a atenção de Gregory. Se ele me visse ali e não em alguma sala me preparando para os exames nem queria imaginar o que ele diria.

Felizmente Grgory parecia muito ocupado ignorando o outro médico que até aquele momento não tinha parado de falar, então me senti mais tranquila enquanto enchia o pote de Bulbasaur com ainda mais comida do que antes. Só faltava o de Purugly e quando eu já estava prestes a voltar com a comida pokemon senti como se tivesse alguém me observando.

Estava com medo de olhar e enquanto torcia para ser apenas a minha imaginação ou que fosse Samantha que estivesse de volta, me virei lentamente para trás, mas o que vi era exatamente quem eu não queria ver. Gregory estava parado bem na minha frente e antes que eu pudesse dizer alguma coisa ele logo começou a reclamar.

- Me desculpe, mas não vou voltar a fazer todos esses testes hoje. Quero encontrar minha prima e tentar superar meu medo sozinha, mas se você quiser tentar descobrir mais sobre isso é só ligar para os hospitais de Grung e Mengun. Lá tem minha ficha e os resultados dos exames que já fizeram. - Falei tentando parecer séria, mas como sempre quando estava com medo, minha voz saiu fraca e um pouco trêmula.

- Se me der licença tenho que levar isso para os meus pokemon. - Comentei tentando desviar de Gregory e voltar logo para onde estava sentada. Só esperava que ver minha ficha médica fosse o bastante para Gregory naquele momento, pois nada me faria ir fazer todos aqueles exames!

Susana encontrava-se com quem menos queria encontrar naquele refeitório. A menina se deparava com o sério Gregory que estava intimando-a realizar exames e mais exames, fora assinar o termo que lhe dava total liberdade ao médico em fazer com a ruiva o que ele bem entendesse. Decidida a não ser uma combaia, Susana dizia não estar interessada no que o médico falava e assim deixava Gregory ali, mas o médico foi mais insistente e assim tocava no ombro de Susana, a impedindo que andasse. Quando Gregory abria a boca para poder retrucar a opção de Susana, uma voz de alto falante ecoava pelo refeitório.

“Dr. Haltz, Dr. Beacth, Dra. Swall. Por favor, compareça na sala 101. Código azul”

A voz repedia o pedido diversas vezes. Parecia que era uma emergência para os três médicos que estavam no refeitório. Antes mesmo que Susana tivesse que discutir com o médico ali, o doutor tagarela e a médica que outrora estavam sentados com Gregory surgia nervosos e arrastavam o médico para longe. Parecia que daquela vez, depois de um dia turbulento, a sorte estava no lado da ruiva.

Sem Gregory, Susana retornava para mesa com a comida Pokémon e surpresa foi a da Amanhecer ao ver Samantha e a enfermeira batendo altos papos e dando risadas. Charmander conversava com Bulbasaur, enquanto Purugly parecia manter-se retorcida na cadeira.

- Su. Entreguei o livro. Estou livre de toda e qualquer multa. – dizia a mulher com o seu sorriso grande e bem visível ao rosto. – Venha, experimente esses bolinhos de arroz da enfermeira, são divinos. – dizia e nesse momento a enfermeira levantava a lancheira repleta de bolinhas e entregava para a ruiva pegar alguns.

Já estava pronta para voltar correndo para a mesa, deixando Gregory para trás quando senti uma mão em meu ombro. Parecia que Gregory não ficaria feliz em só ler minha ficha com resultados e opiniões de outros médicos, o que me deixou um pouco preocupada. Ele parecia pronto para falar muito, talvez sobre várias razões para eu ficar e fazer os exames, mas antes que ele pudesse falar qualquer coisa foi interrompido por um chamado para o trabalho.

Enquanto ele se afastava para ir resolver o código azul na sala 101, seja lá o que isso significasse, fiquei muito animada, pois com certeza teria tempo mais do que suficiente para comer, tomar banho e esperar Samantha antes que Gregory pudesse voltar. Se eu conseguisse, pretendia até estar fora de Nyender antes que o famoso médico tivesse tempo para pensar em me usar como cobaia.

Com um sorriso no rosto e caminhando com muito mais tranquilidade, cheguei para entregar a comida para meus pokemon, mas parecia que eu tinha ficado mais tempo longe do que tinha imaginado. Samantha já tinha chegado, trazendo Charmander também, o que tirou um pouco do meu bom humor e me fez sentar mais afastada do que antes.

Enquanto ouvia Samantha contar sobre o caminho para a biblioteca e sobre os bolinhos da enfermeira, entreguei os dois potes de comida para Bulbasaur e Purugly, que não perderem tempo antes de voltarem a comer. Bulbasaur ofereceu um pouco de sua ração para Charmander, não muito, mas conseguiu fazer com que a pokemon de fogo sorrisse ainda mais.

- Isso é ótimo. Não quero nunca mais ver aquele livro. - Comentei olhando para Purugly e depois para Samantha, esperando que ela entendesse que o que eu realmente queria era nunca mais ter que enfrentar nada como minha preguiçosa e terrível nova pokemon.

- Ah, obrigada. - Comentei antes de pegar alguns bolinhos que a enfermeira me oferecia. Eles estavam lindos e muito mais apetitosos que qualquer coisa que tinha naquele refeitório, mas antes de começar a comer, lembrei que ainda tinha um pokemon sem comida e que Bulbasaur não continuaria dividindo a ração por muito mais tempo.

- Quer que eu pegue comida para a Charmander? ....Eu já tenho que ir pegar mais mesmo. - Falei quase em choque quando Purugly jogou o pote vazio mais uma vez em mim. Agora não era difícil entender como ela tinha ficado daquele tamanho e antes que Samantha pudesse responder, purugly miou tão alto que me fez pular de medo.

Susana ficava temporariamente feliz, afinal, não precisou nem começar uma discursão com o doutor, que o universo lhe salvava. Mas agora estava de volta a ficar perto da Charmander Shiny de Samantha, que mesmo com a cara mais fofa que poderia fazer, ainda assim deixava a ruiva assustada. Tudo o que via, não era uma Pokémon amarela fofa. Mas, sim, uma Pokémon amarela possuída pelo Blaze que acabou resultando no fim da aventura naquele dia. Susana estava ainda aprendendo a conviver com a pequena Charmander e isso deixava tudo bem diferente no momento. Talvez fosse o primeiro passo para vencer o seu medo... Ou não.

Ao experimentar o bolinho que a enfermeira lhe deu, Susana percebeu que aquilo valeu por todas as refeições daquele Hospital. A única coisa mesmo que prestava, era a comida para Pokémon. Charmander parecia dividir a comida com Bulbasaur, enquanto a grande gata lançava a tigela para Susana. A Amanhecer mal tinha entregado e a gata havia devorado todo o pote de comida! Aquilo deixou a jovem bem intrigada, mas logo o quase miado-rugido fez Susana perceber que teria que pegar mais comida. Mas Samantha levantava primeiro.

- Não precisa, eu mesma pego. – dizia pegando o pote de Purugly e assim saindo para pegar comida para ela e para Charmander, enquanto Bulbasaur continuava comer.

Charmander, que antes ficava em um espaço distante separado por sua mestra, pode ficar perto de Susana de novo. Mais uma vez a Pokémon saltava no colo de Susana, feliz por reencontrá-la, mas aquilo só fez o coração da ruiva disparar-se ao máximo e assim deixou a jovem pálida e a ouvir um pouco da música estranha em sua mente. A enfermeira logo percebeu o estado de Susana e logo reagia pegando Charmander em seu colo.

- Nossa, que Pokémon linda e rara. Olha esses dentes? – dizia e nesse momento a boca de Charmander se abria. – Ainda estou impressionada com ela. – nesse momento Samantha retornava com o pote de comida e Charmander sai correndo para comer. – Gente, tenho que ir agora. O Serviço me chama. Beijos.

A enfermeira recolhia suas coisas e deixava mais bolinhos para Susana e Samantha e voltava correndo para o Hospital. Ainda estava em serviço e agora Samantha se sentava no lugar da enfermeira.

- Nossa, quanto terminarmos, vamos tomar um banho, pois estou destruída... Já pensou para onde vamos quando sairmos de Nyender City? Temos, agora, que fazer coisas de Stylists, certo?

Ainda com o pote de Purugly em mãos e esperando apenas que Samantha decidisse logo se queria ou não que eu buscasse comida para a pokemon dela decidi comer um dos bolinhos, o que fez Purugly bufar, mas nem prestei atenção. Aquele bolinho de arroz estava tão saboroso e macio que quase me fazia esquecer completamente daquela sopa horrível ou de Purugly ainda me encarando.

Quando Samantha foi buscar comida para Charmander e para a minha gulosa Purugly eu finalmente voltei a me sentar e comecei a comer um outro bolinho. Não parava de dizer para a enfermeira o quanto eles estavam deliciosos, mas assim que ia pegar outro e perguntar se tinha sido ela que tinha feito, Charmander pareceu querer um pouco de atenção e quando percebi, ela já estava no meu colo!

Senti meu corpo paralisar imediatamente de medo e tudo o que eu consegui fazer foi fechar o olhos enquanto a musica começava a ecoar mais uma vez em minha mente. Não conseguia ouvir nada além da música e mesmo quando senti o peso de Charmander sumir ou quando senti uma das vinhas de Bulbasaur balançando meu ombro, eu ainda continuei de olhos bem fechados.

Minhas mãos tremiam muito e foi apenas quando senti alguém pegar o bolinho que estava na minha mão que resolvi abrir meus olhos. A música ainda ecoava em minha mente, mas para a minha surpresa, Bulbasaur estava no meu colo e nem precisei perguntar para saber que Purugly tinha pego meu bolinho, pois Bulbasaur a encarava enquanto ela parecia terminar de mastigar algo e engolir.

Quando Samantha finalmente apareceu de novo, fazendo com que Purugly e Charmander se afastassem de mim para irem comer eu respirei um pouco mais aliviada. Como Bulbasaur já estava satisfeito ficou apenas deitado em meu colo enquanto eu comia outro bolinho e assim que a enfermeira teve que voltar para o trabalho, nós nos despedimos e ele voltou sua atenção para as outras pessoas que estavam no refeitório.

- Depois de tudo você ainda quer fazer mais do que só tomar um banho e relaxar um pouco? - Perguntei me alongando um pouco ficando com preguiça só de imaginar ter que sair dali para voltar ao frio e os perigos das ruas de Nyender, mas nem precisei de uma resposta para saber que para Samantha, o dia estava longe de acabar. - Se quer tanto sair, eu tenho que ir buscar algumas coisas na estação de trem e acho que vi uma rua legal para fazermos alguma apresentação ou treino quando passei por lá ontem. - Comentei enquanto pegava outro bolinho e brincava um pouco de passá-lo de uma mão para outra antes de comer.

- Quando elas acabarem vamos sair logo daqui. Não faço ideia do que seja código azul, mas duvido que mantenha Gregory ocupado por muito tempo. - Concluí enquanto pegava o ultimo bolinho e olhava em volta para ter certeza que Gregory ainda estava ocupado e bem longe de nós.

Depois de ter sido salva, a jovem começava respirar melhor, tendo a shiny longe de si. Samantha sorria para a Pokémon amarelada que comia feliz com a grande gata tigre, que agora comia mais devagar com um olhar desconfiado com a nova personagem da mesa. Parecia que Purugly não gostava de ficar no mesmo lado de Charmander e isso deixava a Pokémon normal mais tensa. Mesmo assim, Purugly continuava comendo, na medida em que Bulbasaur ficava no colo de Susana, distraindo a Stylist. Mesmo sabendo do problema de Susana, a morena parecia ter dificuldade para entender e parecia sempre esquecer-se do medo da Stylist.

Samantha continuava animada. A morena parecia querer mais ação. Mais do que já tinha conseguido até o devido momento. Já vira ações dos cadetes duas vezes por um dia e ainda continuava querendo mais aventuras. Susana era mais sensata e estava um pouco cansada. No momento, queria apenas relaxar e seguir a vida em seu devido caminho. A ruiva ainda se preocupava com o médico, que estaria atendendo o tal código azul, no entanto, logo ele poderia estar livre para encher a jovem Stylist com propostas e mais propostas. Assim que Purugly e Charmander terminaram de comer, Samantha erguia-se.

- Um banho cairia muito bem. O que você acha, Charmander? – a Pokémon Fire erguia o seu braço direito bem contente, mostrando-se pronta para o banho, o que contrariou a lógica do seu tipo.

Purugly estremecia com a euforia de Charmander ou com o fato de ter ouvido a palavra banho, que lembrava de água. Ao ver isso, a grande gata erguia-se do solo e avançava para os bolsos de Susana, derrubando Bulbasaur no chão. No fim, a Amanhecer apenas via a grande gata desaparecer em um raio escarlate vermelho. Assim, Samantha pegava a sua Pokémon e Susana Bulbasaur, além de guardar as gelatinas que havia pego. As duas saiam dali para os vestiários.

Como qualquer vestiário público, era dividido entre homens e mulheres. O banheiro era enorme, com vários azulejos pequenininhos, quadradinhos, coberto por toda a parte. Um grande espelho se estendia do começo até o fim e ali Samantha pareceu se encontrar em um paraíso, assim como Charmander. A dupla se dividia em dois dos vários chuveiros que estavam ali e assim começavam o banho. A água era quente, deixando Susana bem confortável, pois afinal, Nyender City encontrava-se em uma temporada de frio. A jovem ensaboava o seu corpo assim como o de Bulbasaur e o calor e conforto da água caindo em seu corpo, relaxava os músculos da Amanhecer. A sensação era de querer ficar ali para sempre...

Samantha terminava o banho primeiro e assim que Susana abria a porta, via a morena enrolada em uma toalha rosa, assim como uma outra toalha de mesma cor nos cabelos. A mulher pegava um paninho alaranjado que parecia úmido com a água quente do chuveiro e limpava Charmander, enquanto a ruiva secava o seu Pokémon. Susana foi mais rápida, havia conseguido trocar de roupa e se sentir bem confortável, enquanto, vestida, porém com toalha na cabeça, a morena se maquiava naquele grande espelho. Após a demorada maquiagem, a morena secava os cabelos e enchia as suas mãos de creme e começava a passar de mexa em mexa. Beleza era algo que Samantha cuidava bem...

- Pronto! Não quer que eu faça alguma maquiagem em você? Tenho creme, mas é para cachos, não deve servir para o seu tipo de cabelo... Vamos, agora, para onde mesmo?

Esperar Charmander e Purugly acabarem de comer até que foi bom para mim, pois apesar de ficar temendo que a qualquer momento Gregory poderia aparecer, ficar ali com Bulbasaur no meu colo e fazendo carinho era muito relaxante. Tive a impressão de que ele já estava quase adormecendo nos meus braços e sinceramente eu queria fazer o mesmo, mas como ainda não podia fiquei tentando me distrair olhando ao redor.

Enquanto estava tentando adivinhar se um cara era Gladiador ou cadete, as duas pokemon finalmente terminaram de comer, mas o que me fez realmente perceber isso foi quando Samantha se levantou e perguntou se Charmander queria tomar banho. Quando a pokemon do tipo fogo se entusiasmou com isso eu me surpreendi, mas antes que pudesse pensar nisso levei um susto quando Purugly pulou em cima de mim.

Sem entender o que ela queria e muito menos sem saber o que fazer, tudo o que consegui foi levantar Bulbasaur para ele sair do caminho e torcer para que Purugly não me mordesse ou arranhasse. Para a minha surpresa, pouco tempo depois senti algo se mexer no meu bolso e quando fui perceber, uma luz escarlate surgiu ao meu lado, fazendo com que Purugly desaparecesse!

Foi apenas quando tirei a pokeball de Purugly do meu bolso que eu finalmente entendi o que tinha acontecido. - Falou a palavra mágica. - Comentei enquanto olhava para Samantha e sentia meu coração ainda acelerado por causa do susto. Com Bulbasaur olhando para e depois para a pokeball sem entender muito o que tinha acabado de acontecer, peguei ele no colo e segui Samantha até onde tomaríamos nosso banho.

Sem aquela roupa suja e com aquela água quentinha tirando toda a sujeira e cansaço do meu corpo, me senti tão bem como não me sentia desde que havia saído de casa. Lavar Bulbasaur não foi uma tarefa fácil, pois ele parecia achar que só se molhar já era o bastante para ficar limpinho, então quando tentei esfregá-lo com sabonete, primeiro tive que conseguir segurá-lo, então demorou um pouco mais do que eu queria e depois de cair umas duas vezes de cara no chão, finalmente consegui e Bulbasaur estava completamente coberto por uma espuma branquinha.

Com Bulbasaur limpinho e um pouco bravo por ter entrado um pouco de sabonete no olho dele, o que não teria acontecido se ele tivesse ficado parado, então nem prestei atenção nas reclamações dele enquanto me secava e saia para ir pegar minhas roupas. Como ainda estava um pouco revoltado e com o olho ainda ardendo, Bulbasaur se secou sozinho usando suas vinhas para segurar a toalha.

Enquanto Samantha passava vários tipos de creme que não conhecia e Charmander tentava ajudar guardando e pegando os cremes na mochila de Samantha, eu logo peguei minha saia favorita e uma camiseta igual a que eu estava usando e logo já estava vestida. Como poderia estar chovendo lá fora só passei uma maquiagem básica, passei meu perfume e já estava pronta, mas parecia que Samantha ainda demoraria.

Para passar o tempo guardei todas as coisas na minha mochila e fiquei organizando ela enquanto Bulbasaur ficava apenas sentado ao meu lado, torcendo para que eu não tivesse outra ideia que envolvesse sabonete ou qualquer coisa que pudesse cair em seu olho bom. Quando eu ainda estava escolhendo se seria melhor manter o celular na mochila ou no bolso, Samantha finalmente terminou, mas parecia que para ela minha maquiagem era básica demais....

- Não. Eu estou bem assim. - Comentei colocando meu celular no bolso e logo colocando minha mochila nas costas. talvez Purugly estivesse precisando de um banho, mas sinceramente não estava com a menor vontade de enfrentar esse desafio tão cedo.

- Vamos na estação de trem. Eu ganhei o prêmio desse mês da pokenews e já devem ter mandado! - Comentei parando por um momento na frente do espelho e refazendo o laço no meu cabelo. Eu tinha que parar de tentar arrumar meu cabelo sem um espelho, por que sempre acabava ficando pior do que se eu tivesse deixado sem mexer...

Com tudo arrumado e com nossos pokemon bocejando um pouco, eu e Samantha decidimos guardar eles em suas pokeballs e assim que estavam em segurança, nós fomos em direção da saída. Um pouco antes de sair do vestiário meu temor de andar na chuva sumiu completamente enquanto eu apenas torcia para que Gregory ainda estivesse muito ocupado.

As meninas Sylists terminavam de se arrumar. Samantha com muitos produtos e cabelo brilhos de creme e Susana com o básico, sabendo que a chuva poderia ser uma inimiga da beleza, saíram do vestiário e logo passaram pelo refeitório. Um grande Onix estava ali ainda comendo. O seu treinador parecia exausto de transportar tanta comida. Agora o local estava mais movimentado e as pessoas que estavam ali não estavam nenhum pouco satisfeitas com a refeição, muitos tendo trazido de suas casas a comida em papel filme, outros uma marmita de Onigiri. Assim, as duas passavam discretamente pelo local e seguia em direção à saída.

O caminho entre o corredor do Hospital para a porta de saída fora tenso, principalmente para Susana. Olhando para os lados, a menina se certificava se Gregory não estava por perto e assim redobrava a sua atenção. Ao passar pela ala da recepção, a enfermeira cuidadosa de cabelos azulados sorria enquanto Samantha acenava para ela e assim as duas Amanheceres deixavam o prédio e saíam em direção às ruas de Nyender City. Como percebido, a chuva continuava caindo de forma que deixava todos incomodados. A morena abria a sua bolsa e retirava a sua sombrinha e assim abria e se encostava em Susana. As duas seguiam andando pela cidade, na medida em que a chuva caia e o frio reinava.

As pessoas de Nyender City não pareciam receptíveis aos forasteiros. Por onde Samantha e Susana andavam, os olhares das pessoas se arrastavam por elas. Parecia reprovar pessoas como ela, mas Samantha retribuía a todos com um sorriso envolvente, deixando muitos constrangidos por pensarem mal dela. Felicidade e alegria eram nomes do meio da morena que buscava aventura em Shinki. Os passos da dupla não demoraram muito e logo elas viram uma passagem que levava à estrutura, com uma grande placa indicando que seria ali a Estação do Metrô.

As duas entravam e ali percebiam várias pilastras que sustentavam o alto teto. Pessoas iam e vinha. O soar do apito do trem era marcante. Um oficial fardado dava informações e assim muitas pessoas passavam por ele. Samantha fechava a sombrinha e deixava em mãos, para que o molhado não estragasse alguma coisa em sua bolsa. Ela logo foi até o homem e com o seu habitual sorriso pedia informações.

- Pode seguir reto, senhoritas. Vire a direita e verá uma mulher atendendo as pessoas. – dizia o homem.

Samantha agradecia e logo as duas seguiam o caminho que o senhor dizia. Eles avançavam e logo viram uma espécie de balcão circular no meio da estação. Não havia ninguém ao redor, mas havia uma menina que parecia bem entretida em ouvir música com grandes fones em seus ouvidos. Ela parecia cantar, não tão bem, e fazia gestos como quem estivesse em um show ao vivo. Parecia que nem se importava com o que acontecia ao seu redor. Enquanto as duas meninas se aproximavam dela, uma velhinha passava pelas duas reclamando ao do tipo: “Esses jovens hoje... Não têm mais decência”

Durante todo o caminho até a saída do hospital tive a impressão de ver Gregory umas quinze vezes, mas para a minha sorte sempre que eu olhava uma segunda vez percebia que era apenas outro médio ou enfermeiro passando por nós. Era impressionante ver quantas pessoas tinham chegado enquanto eu e Samantha nos arrumávamos, mas felizmente já tínhamos tudo o que precisávamos, então isso não era um problema.

Já fora do hospital, suspirei quando vi que infelizmente a chuva tinha recomeçado, então em vez de irmos tranquilamente até a estação de trem, eu e Samantha tivemos que nos espremer debaixo do guarda chuva dela e correr um pouco para não ficar muito tempo nas ruas, pois mesmo com um guarda chuva, nós ainda acabamos nos molhando um pouco.

Enquanto corríamos para chegar logo na estação de trem tentei não prestar muita atenção nas pessoas pelas quais passávamos. Não importa onde você esteja e muito menos se a cidade era hospitaleira ou mais fechada a visitantes, em dia de chuva o que mais se encontraria seria mal humor, principalmente de quem estava na rua sem proteção.

Seguindo com a cabeça baixa, tomando cuidado para não tropeçar ou pisar em alguma poça de água muito funda, logo chegamos na estação de trem. Mesmo já tento passado ali quando cheguei em Nyender era impressionante ver todo aquele movimento. Quando Samantha foi perguntar onde era o balcão de atendimento eu fiquei feliz, pois na primeira vez que passei ali estava com tanta pressa que nem prestei atenção por onde passava.

Mesmo com tantas pessoas nos empurrando e passando por nós sem notar, preocupadas apenas com suas vidas, não demorou muito para encontrar a mulher responsável pelo balcão, mas mesmo antes de chegar perto alguma coisa nela já me incomodava. Foi só quando chegamos lá e vimos ela dançando e cantando despreocupada que eu percebi que ela estava com fone de ouvidos e não estava prestando atenção em mais nada.

- Isso vai ser.... interessante. - Comentei com Samantha enquanto dava passagem para a senhora que aparentemente desistia de falar com a atendente. Do jeito que a mulher dançava e se fazia como se estivesse no meio do um show achei que seria muito difícil conseguir pegar meus itens com ela.

- OOOOOIIIIIIIIII!! Poderia nos ajudar?! - Gritei usando todo o fôlego que tinha, o que fez Samantha tampar uma das orelhas, mas temia que isso seria o máximo que meu grito conseguiria fazer, além de chamar a atenção de todos ao nosso redor, o que me fez ficar com o rosto vermelho enquanto esperava para ver se a atendente tinha me escutado.

A atendente da Estação de Trem parecia animada em ouvir aquela música, que apesar de estar no fone de ouvido, Susana e Samantha conseguiam ouvir um pouco do barulho que vinha. A atendente dançava e até cantava, particularmente mal. Ela fazia uma coreografia de um show de pop e parecia despreocupada com tudo ao seu redor, inclusive com o seu serviço. As Stylists se aproximavam da menina e assim já sabiam que iriam ter que chamar a atenção dela. A ruiva gritava, tentando chamar a atenção da mulher, mas tudo o que conseguiu foi chamar a atenção de todos na Estação de Trem, menos da garota que dançava ali.

Susana se envergonhava e logo a cor de sua pele se assemelhava a cor do cabelo. A menina logo percebeu que teria que tentar outra estratégia ali para chamar a atenção. A atendente estava tão concentrada e animada com a música, que ouvia de olhos fechados e se uma Ekans tivesse passando por ali, certamente morderia a atendente. Os olhos da morena parecia revirarem-se no ar, procurando alguma solução. Ela se aproximava do balcão e percebia que não tinha como atravessar aquela estrutura de madeira e mármore para o outro lado, afinal, era restrito a funcionários. Ainda pensativa, parecia que Samantha tinha conseguido pensar em algo.

- Bem, se a música está nos impedindo de chegar até ela, então vamos tirar a música, certo? – dizia com um sorrisinho na cara e falando com Susana. – Use as vinhas de Bulbasaur para retirar o fone, isso deve fazer com que ela nos note. – dizia a morena.

A ideia não era ruim, mas o ruim seria a reação da mulher que dançava ali e não realizava o seu trabalho. Como ela poderia reagir ao ter a sua diversão cortada? Mas ela estava em horário de trabalho e Susana precisava dos itens que ali estavam...

Ver a atendente dançando e cantando, sem querer dar nenhuma atenção para o trabalho ou qualquer coisa ao seu redor era muito irritante. Dava quase para ver ela dentro de uma "bolha", onde só existia ela e sua música, que parecia ser boa demais para ser escutada em um volume menor, pois mesmo com todo o barulho, eu e Samantha conseguíamos ouvir o ritmo e até identificar um pouco a kletra que aquela mulher falhava em tentar cantar.

Minha tentativa de chamar a atenção dela falhou da pior maneira que eu poderia imaginar, pois além dela continuar agindo como se estivesse em seu próprio mundinho, eu consegui chamar a atenção de todos naquela parte da estação! Alguns até olhavam emburrados para mim, enquanto outros pareciam achar que eu era louca, então logo estava com o rosto completamente vermelho e escondido atrás do cabelo.

Queria ter uma pedra para jogar naquela atendente folgado e já estava quase pegando uma das minhas pokeballs, que deveria ter o mesmo que uma pedra, quando Samatha teve uma ideia melhor e um pouco menos violenta. Ainda estava com vontade de seguir meu plano, mas logo peguei a pokeball de Bulbasaur e o liberei em cima do balcão.

- Eu acho que um Ember chamaria ainda mais atenção, mas vamos do jeito seguro. Bulbasaur ta vendo aquele a mulher com os fones? Use seu Vine Whip para pegar os fones e se ela ainda nos ignorar pode chamar a atenção dela do jeito que você quiser. - Comandei Bulbasaur com um sorriso no rosto, pois ia ser muito engraçado ver o susto que aquela atendente levaria. A única coisa que me preocupava é se isso faria ela não entregar minhas encomendas.

No primeiro momento Bulbasaur ficou um pouco perdido olhando em volta e tentando se localizar melhor, mas assim que eu apontei para a atendente e expliquei o que ele faria, meu pokemon ficou tão animado quanto eu.

Ainda tentada em usar Ember de Charmander, Susana liberava o seu Pokémon grass, seguindo o plano de Samantha. A atendente continuava a dançar em seu ritmo e assim era visto o quão importuno era aquela situação. O engraçado é que em horas como essa o chefe nunca aparece e o que acaba saindo prejudicado eram as pessoas. Bulbasaur aparecia através da luz emitida pela esfera da ruiva. O Pokémon, de antemão, ficava confuso com o que estava acontecendo, mas logo em seguida começava a sorrir e ficar empolgado como a sua treinadora e a morena ao lado, que meigamente pegava o guarda-chuva com as duas mãos e ficava balançando para frente e para trás como uma gangorra.

Bulbasaur liberava Vine whip e assim as vinhas verdes seguiam velozmente até os fones na cabeça da atendente. O Pokémon semente começava a puxar e assim a atendente percebia o fone ser retirado de sua cabeça. O susto nela foi imediato. Ela olhava para trás e via o Pokémon Grass tentando “roubar” a sua diversão. Um “ei! Devolva isso!” era ouvido e assim a atendente segurava o fone, que era segurado por Bulbasaur. Um cabo de guerra começava e antes mesmo que Susana ou Samantha intervisse, Bulbasaur largava os fones.

O resultado foi a queda da atendente, sentada no chão e massageando a região lateral. A queda fora brusca, e Susana poderia jurar que quando a menina caiu um tremor foi sentido. O que sucedeu foi uma furiosa garota emergindo do chão, com fogo nos olhos e com um fone quebrado nas mãos.

- Qual o problema de vocês? Estão loucas? Olha o que vocês fizeram? Quebraram o meu fone. O MEU FONE! – a raiva dela parecia ser substituída por um sinal de luto ao fone quebrado em sua mão, quase lascado ao meio.

Bulbasaur ficou assustado e descia do balcão para ficar perto de Susana. Samantha respirou fundo e já começava uma pequena confusão ali, atraindo olhares de todos que passavam, mais do que quando a ruiva gritou para a atendente.

- Isso não teria acontecido se você tivesse realizando o seu trabalho. Estamos há um bom tempo aqui esperando ser atendidas e isso porque há pessoas que já devem ter desistido de chamar a sua atenção. Você poderia escolher entre as vinhas do Bulba ou as chamas da minha Charmander! – dizia a morena em tom de autoridade.

- Hã! Vocês são todas iguais. Acham que tem um Pokémon e podem mandar no mundo. Quero a restituição do meu fone, agora. E a loja mais próxima é em Pugil City. – exigia a garota.

off: isso me fez lembrar quando meu primeiro fone quebrou XD

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Enquanto Samantha fingia se distrair um pouco com seu guarda chuva, eu fiquei atenta aos movimentos de Bulbasaur, que assim que viu o fone de ouvido liberou suas vinhas e foi vagarosamente em direção ao seu alvo. Como a mulher estava completamente distraída Bulbasaur não teve nenhum problema e assim que ela parou a dança para cantar mais, meu pokemon pegou o fone.

Assim que Bulbasaur puxou o fone e a atendente percebeu começou a acontecer um "cabo de guerra" entre eles, o que me deixou tão surpresa que não sabia se devia torcer para o Bulbasaur o mandar ele parar, já que já tínhamos chamado a atenção dela. Quando a disputa começou a ficar séria Bulbasaur largou os fones de ouvido, o que fez a atendente cair no chão e eu tive que me conter muito para não rir alto daquilo.

No momento em que ela se levantou e começou a gritar de raiva por termos quebrado o precioso fone de ouvidos dela, tive que me esforçar ainda mais para não rir, pois ela logo passou do ódio para lamentações sem fim por seu fone de ouvidos "morto". E ela não podia nem reclamar, pois se não tivesse tentando segurar, provavelmente o fone ainda estaria inteiro, então não me senti nem um pouco culpada.

Enquanto Bulbasaur descia do balcão e se escondia ao meu lado, com um pouco de medo da reação exagerada da atendente, Samantha tentava mostrar que a culpa tinha sido nossa, mas em vez de ela prestar atenção e perceber que estava errada por não estar trabalhando, ela começou o mesmo discurso enjoado que todos os que não tinham pokemon faziam.

- Escuta, se você estivesse fazendo seu trabalho em vez de ficar dando um "showzinho" de dança eu nem teria chamado o meu Bulbasaur. Você devia nos agradecer, pois agora você vai ter que procurar um fone novo em vez de ter que arranjar um novo e-m-p-r-e-g-o. Agora, você pode pegar minhas encomendas ou vamos ficar aqui conversando até seu chefe chegar e descobrir quantas pessoas você deixou de atender para ficar ouvindo música? - Perguntei enquanto apoiava meus braços no balcão e ficava observando aquela atendente ainda com os fones de ouvido nas mãos. Eça podia esperar sentada, porque só Angélica me faria ir até Pugil pra comprar fones de ouvido.

A confusão estava armada. As pessoas que andavam pela estação viam os gritos do trio e o Bulbasaur temeroso que se posicionava atrás da ruiva tentando se proteger dos gritos da irá da atendente. Susana parecia conter-se sempre para não rir, afinal, a situação era realmente engraçada. Samantha era mais direta e já começava a confusão, elevando o tom da voz, assim como a atendente fazia. As pessoas falavam e suas expressões e olhares para ali indicavam que achavam aquilo a maior baixaria, mas como eles também não tinham Pokémon, acabavam ficando do lado da atendente que não tinha feito o seu trabalho corretamente, do que das Amanheceres.

Samantha e a atendente discutiam e apesar dos argumentos da morena serem bons, a atendente queria saber mais era do seu fone quebrado, exigindo que elas fossem até Pugil City para buscar. Talvez nem Angélica faria com que as Stylists fossem comprar um novo fone em Pugil City e isso já estava irritando Susana, que abria a boca naquela briga. A atendente ainda fazia pose de ranzinza, mas quando a ruiva ameaçou denunciá-la ao chefe, a atendente pareceu murchar toda e de boca aberta parecia ficar tentando traduzir o que a mulher na sua frente havia dito. Quando percebeu que aquilo poderia acabar ruim para ela, a atendente pareceu ficar mais calma.

- Fone? Eu disse fone? Ele já estava velho mesmo, mas vamos lá, posso ver a sua documentação. Estamos cheio de novos produtos... e... e estou aqui para atende-las

Mudando da água para o vinho, a atendente pareceu dá uma risada sem graça enquanto tentava contornar a situação, pois longe dela querer ser denunciada ao chefe e perder o seu emprego. Vendo que aquilo poderia acabar ruim para ela, começava a sua tarefa diária para poder atender as Stylists.

- Agora ela fica quietinha... oras! – dizia Samantha.

off: maldade, eu falo dos seus erros no chat, não em off =.=

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Eu tentava me manter concentrada só na nossa discussão, mas o número de pessoas paradas ao nosso redor, comentando sobre algo que provavelmente nem sabiam como aquilo tinha começado, só queriam saber de defender a "pobre" moças das Stylists cruéis e abusivas e de seus terríveis pokemon. Será que eles não tinham nada melhor pra fazer?

Era até engraçado ver como a atitude da atendente mudava conforme eu ia falando, mas não deixei que isso aparecesse enquanto eu falava. Bulbasaur me olhava um pouco impressionado, já que até agora ele só tinha me visto com medo ou apavorada, então assim que eu vi a surpresa nos olhos dele fiquei muito feliz.

Quando a atendente finalmente percebeu que estava errada, ou talvez só tivesse visto que se chamássemos o chefe dela não teria outro resultado além dela ser demitida, ou ter todos os seus aparelhos eletrônicos confiscados durante o período de trabalho, ela mudou completamente de atitude e tentou disfarce o fato de que estava enrolando até aquele momento.

Agradecendo a atenção e tendo a impressão que as pessoas que nos observavam já estavam começando a voltar para seus afazeres, entreguei os documentos que ela precisava e fiquei observando por um tempo ela trabalhar. Só esperava que o que eu tinha ganhado na PokéNews já tivesse chegado, ou tudo aquilo teria sido só uma bela perda de tempo.

- Ela só precisava ver que não somos bobas e quem realmente estava errada nessa história. - Falei pegando Bulbasaur no colo para ele também ver o que estava acontecendo do outro lado do balcão.

As Stylists conseguiram finalmente serem atendidas pela atendente que perdera o seu fone de ouvido. Parecia que uma simples ameaça conseguia manter a atendente trabalhando, fora isso, pouco iria fazer a mulher mexer-se dali e fazer o seu serviço. Agora, as pessoas que observavam as duas Amanheceres discutindo com a atendente e julgando com o pouco que viram pareciam se dispensarem. As pessoas voltavam para as suas atividades corriqueiras e assim Susana e Samantha puderam vê uma calmaria no local e um atendimento adequado partindo da menina que outrora turrava para as duas.

A atendente recebia os documentos de Susana e assim começava a procurar nas prateleiras detrás do balcão circular. Susana pegava Bulbasaur, que agora parecia impressionado como a sua treinadora agia em situações como aquela, já que outrora só conhecia a medrosa ruiva que detestava a simples presença dos Pokémon amarelos. A atendente demorou um pouco, mas logo trazia consigo uma cesta, grande, cheia de coisas dentro. Havia algumas berries, um vale, várias TMs e um tipo de Pokéball que se ganha como prêmio. Visto isso, Samantha logo se impressionava.

- Uau! Quanta coisa, hein? – dizia Samantha muito feliz com as novas aquisições de sua amiga.

A atendente entregava o documento de Susana de volta para ela e assim dizia algo como recomende ao chefe, mas Susana pouco ouviu, já que a sua atenção maior no momento era em seus itens que pareciam serem bem “apetitosos”.

off: =.=
off²: pra mim você não avisa quando eu ganho os dois pontos u.u -apanha

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Depois de um tempo, em que eu e Bulbasaur observávamos a atendente e Samantha se distraía balançando seu guarda chuva, que acabava jogando um pouco de água em mim, finalmente a mulher pegou o que tinha chegado para mim e quando vi fiquei muito surpresa. Da Pokenews eu só esperava um cupom e talvez algumas berrys, mas na minha frente tinha um cesta cheia de itens!

A pokeball vermelha e as TMs eram o que mais chamavam a minha atenção. Em cima delas tinha um pequeno envelope rosado e assim que eu vi o selo de Koffing e a assinatura toda desenhada eu já sabia de quem era. O envelope era lilás, outra coisa que minha mãe adorava e aassim que o peguei em mãos senti que não era só uma simples carta, era um cartão de aniversário.

A capa era toda decorada com glitter, desenhos de pokemon venenosos e todos estavam em volta de um enorme bolo de aniversário, como se estivessem em uma festa. Na parte de cima tinha uma grande balão de fala, onde estava escrito "Feliz aniversário!!!". Com o rosto um pouco rosado e um sorriso bobo no rosto eu o abri. No interior era decorado com vários adesivos de pokemon venenosos, nenhum amarelo, e apesar de ter uma mensagem impressa, a que me interessava era a escrita a mão abaixo da outra.

Feliz aniversário Susu!

Esperamos que suas viagens estejam sendo divertidas e seguras ao lado de seu novo pokemon, mas o mais importante, que tenha tido um ótimo aniversário. Foi uma pena você ter saído antes de podermos comemorar, então eu e seu pai decidimos mandar seus presentes por correio, espero que goste.
A pokeball é o mais especial, pois tenho certeza que é a sua cara, mas não vou estragar a surpresa nessa carta, então abra ela e descubra!

Tenha um ótimo aniversário e uma viajem melhor ainda,
com amor Mamãe e Papai.


PS: não se esqueça que você pode voltar para casa a hora que quiser. Nossas portas vão estar sempre abertas, você tendo ou não superado seu probleminha.

Eu tentei ler sem Samantha ficar vendo, mas assim que eu acabei ela pegou o cartão e começou a ler também. Enquanto ela fazia isso eu coloquei Bulbasaur no chão e comecei a guardar todas as TMs e os outros itens, deixando a pokeball vermelha por ultimo. Fiquei olhando cada detalhe dela tentando descobrir o que ela tinha de especial além da cor, mas depois de um tempo sem ver nada, decidi apertar o botão e assim que uma grande feixe vermelho saiu em direção ao chão eu quase pulei para longe de susto.

Bulbasaur ficou um pouco oculto atrás das minhas pernas, apenas observando aquela luz tomar o formato de um pokemon. Era pequeno, com orelhas até que compridas e seu corpo era bem esbelto, pelo menos comparado com meus outros pokemon e assim que a luz se dissipou, eu fiquei ainda mais chocada com o que vi. Era um Umbreon! Ou pelos menos, parecia com um.....

Ele olhava para mim com doces olhos verdes, mas o que mais chamava a atenção de todos eram sua cores mais do que incomuns. Em vez de ser preto ele era roxo, no meu tom favorito, e seus anéis brilhavam em um forte tom de vermelho, que fazia Bulbasaur sair de seu esconderijo e ir olhar a nova pokemon mais de perto.

- Ah.... Eu.... Samantha, Umbreon shiny é assim mesmo ou é um pokemon que eu não conheço? - Perguntei olhando da pokeball para a pokemon, que naquele momento estava cheirando meu Bulbasaur enquanto este usava suas vinhas para tocar de leve nos anéis vermelhos que ela tinha no corpo.

A ruiva recebia uma cesta recheada de itens. De cartão à Pokéball, Susana tinha presente itens que ela esperava e não esperava obter. Samantha ficou admirada com tanta coisa, principalmente o número de Tms que havia ali. Poderia criar um verdadeiro arsenal de batalha. Susana apreciava cada item que ali estava, olhando-os com curiosidade, mas não tanta quanto para a esfera vermelhada que fazia parecer uma Pokéball e realmente era. A carta ali presente em um bolo dizia que os itens não eram só da Pokénews, mas também dos pais da nova Amanhecer, que apesar de preocupados, não esqueceram o aniversário da pequena ruiva.

Susana tentava ler a carta, apesar da morena estivesse curiosa, não estava tanto quanto Bulbasaur. Após Susana terminar de ler, lá vinha Samantha lendo por cima, retirando a carta da mão dela. Bulbasaur se ocultava nas pernas da ruiva e assim ela fitava a esfera em sua mão, tentando imaginar o que teria ali dentro. A cada linha que Samantha lia na carta, expressava um visível e audível “hummm” e assim terminava de lê até deixar a cartão com sua dona original. Susana desistia do suspense e assim erguia a esfera vermelhada para o alto e assim ela se abria, liberando ali na estação um raio escarlate e assim, junto com o mesmo, liberando um aparente Umbreon.

A Pokémon dark surgia ali com graça. Diferente de tudo o que a ruiva havia visto, aquela Pokémon parecia diferente da original de sua espécie, fazendo Susana lembrar que poderia ser uma Shiny. Os seus aneis avermelhados pareciam acederem e apagar momentos em que um trem chegava e cobria o foco de luz da estação. A Pokémon de fato era uma Umbreon, mas por que tinha cores tão singulares?

- Olha, uma Umbreon eu tenho certeza que é, mas sei também que não é um Shiny. Shinies tem aneis azulados, ao invés de vermelho. – dizia a morena ajoelhando-se no chão e analisando a Pokémon de perto.

Bulbasaur aproximava-se do novo membro de sua equipe. Assim que o Pokémon chegava perto, parecia se comunicar, possivelmente em sua linguagem Pokémon. A morena se erguia e olhava para cima e via tímidos raios solares brilharem no céu. Apesar das diversas nuvens e do vento, Nyender City abria o céu para poder oferecer aos seus cidadãos e para as Stylists um novo modo de aproveitar o dia.

- Acabou a chuva! – Samantha guardava a sua sombrinha na bolsa, que depois de tudo já estava bem seca. – E agora? E que vamos fazer mesmo, Su?

off: ehhhhh \o\
off²: cria você \o/

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Assim que Samantha devolveu meu cartão e eu o guardei em minha mochila, nós ficamos observando minha nova pokemon. Ela e Bulbasaur pareciam conversar animados, já se tornando bons amigos, mas o que realmente me interessava eram as lindas cores que ela tinha. Ver os anéis vermelhos brilharem sempre que a luz diminuía me deixava ainda mais admirada, mas também mais intrigada. Por que será que ela é assim?

Samantha também ficava impressionada e assim que disse que normalmente Umbreons shines tinham anéis azuis em vez de vermelhos percebi que ela devia ser única. Só esperava que não trouxesse mais nenhum problema para nós, por que sinceramente já tive aventuras demais para um único dia!

Enquanto eu ainda estava pensando sobre as cores da minha Umbreon e me aproximava para fazer carinho tanto nela como em Bulbasaur, Samantha viu que o tempo já estava melhorando, então perguntou se eu tinha algo mais para fazer. Sinceramente eu só tinha planejado vir buscar meu cupom da pokenews, mas agora que tinha tantos ataques novos e até uma pokemon incrível decidi me arriscar mais um pouco, mas dessa vez longe de Nyender.

- Que tal a gente ir na rota 1 praticar algumas apresentações e combinações de ataques? - Perguntei pensando em todas as TMs que meus pais haviam mandado e em quais pokemon ficaria melhor ensinar cada ataque. As que mais me animavam eram Sunny day e Solarbeam e só de imaginar Bulbasaur usando essa combinação já me fazia querer sair correndo para chegar logo na rota 1!

Ainda de olho em sua Umbreon de cores singulares, Susana tentava pensar o que causou em Umbreon que levou a Pokémon Dark a ficar com cores tão diferentes do habitual. Nesse sentido, a ruiva se perdia em seus pensamentos, até que ela decidiu apenas abaixar e acariciar os seus dois Pokémon. Era a terceira na linha de captura da menina, já que Purugly ainda estava preso na Pokéball da garota. Logo os raios de Sol, tímidos, apareciam no alto da janela de vidro da estação. Samantha parecia se alegrar, parecia adorar o clima daquele jeito.

Decidida ir para fora de Nyender city, Susana logo revelava a sua vontade de ir para a rota 1, local onde poderia treinar e testar os mais novos golpes que conseguira de presente de seus pais. A jovem logo erguia-se e seguia para fora da estação, ao lado da morena. Bulbasuar e Umbreon a seguia. A dark parecia animada e ia conversando com Bulbasaur. O Pokémon parecia contar as suas aventuras desde que Susana o escolheu. Assim o Pokémon semente parecia contar sobre os componentes da equipe e quando ele fez uma careta, poderia estar contando sobre a gata-tigre mal-humorada.

- Então, vamos para a rota 1. É como eu disse: se não tem para onde ir, qualquer lugar é um bom lugar. – dizia a morena apontando para a rua que levava para fora da cidade.

O frio continuava, através do vento. Sol e frio brigavam para ganhar espaço, mas nada impediu as jovens de saírem da cidade, nem mesmo os olhares mal encarados...