Que comece o treinamento!

Off escreveu:

XD

Ainda temerosa, a Stylist parecia prever os movimentos de Purugly, mas sempre errava. Ora achava que a gata ia ataca-la, ora achava que ia atacar o Pokémon Grass. De todo modo, o último golpe que atingiu o Pokémon bulbo fora severo, deixando o Pokémon de Susana bem confuso e com o corpo que já começava a se fadigar com os passos. Bulbasaur parecia ainda meio tonto, enquanto Charmander inchava o peito para a grande gata tigre. Samantha apesar de tensa com toda aquela situação, sentia que os seus problemas estavam acabando. Era estranho como a jovem morena parecia enxergar um fim com um olhar cheio de esperança, mesmo que para a ruiva esse fim parecesse distante.

Mesmo diante de uma situação tão embaraçosa como aquela, era visto que até Purugly começava a vacilar em campo. A grande gata recebera grande dano e apesar de sua resistência- auxiliada por uma capa de gordura extra – a Pokémon normal estava em suas últimas. Bulbasaur e charmander se preparavam para novos movimentos, assim como a gata que encarava os dois como seus inimigos mortais.

- charmander, use uma sequência de scratch para tentar atingir o seu oponente. Em seguida, ember.

A Charmander erguia suas garras, nas quais começavam a brilhar em um tom branco. Bulbasaur dava os seus passos para frente da Fire e assim lançava um grito alto pelo corredor, o que parecia ser um Growl duplicado pela força do eco do local. As ondas sonoras atingiam a gata que se sentia extremamente incomodada. Mas nada que deixasse o purugly de joelhos. A shiny se movia depois do golpe do grass e assim começava a tentar atingir Purugly com os seus diversos Scratch. Purugly apenas dava passos para trás e movia-se com parte do seu corpo para desviar do golpe. Purugly não era apenas veloz a longa distância. O poder da Pokémon também se repetia a curta distância.

Aproveitando que Charmander havia cansado de tentar atingi-la, purugly erguia a sua garra e pareceu indicar que ela era quem mandava em campo para poder acabar com a batalha. Um verdadeiro Scratch atingia Charmander, a lançando longe. Bulbasaur, boquiaberto, saia correndo contra a Pokémon deferindo o seu Tackle poderosamente contra Purugly, que mesmo diante de todo o empenho do Pokémon, não conseguiu fazer a grande massa de Purugly mover. Ofegante, Purugly agarrava Bulbasaur com sua cauda e o girava longe, lançando contra a parede e o fazendo cair em suas últimas no chão.

Mas ainda não tinha acabado. Charmander erguia o seu corpo do solo e algo diferente parecia acontecer com a fire. A sua chama na ponta da cauda estava maior do que pensava e os olhos da Pokémon estavam vermelhos. Parecia que a Pokémon estava diferente. As chamas da Pokémon estavam cintilantes, como um vermelho vivo. Purugly via aquela forma da fire e encarava. Bulbasaur ficava boquiaberto. Susana sentia o seu coração disparar. Se fofa charmander ainda causava medo na Amanhecer, imagina naquele estado. Samantha apenas mantinha-se preocupada.

- C-charmander? Tudo bem?

Charmander olhou apenas para o lado, encarando a sua mestra. Por um momento a ruiva pensou que a pequena amarelada iria atacar a sua própria dona, mas logo com um pisar forte no chão, Purugly chamava a atenção da Pokémon que logo lançava um grito de guerra e saia correndo contra Purugly. A gata saltava para trás e charmander pareceu morder o ar. A Pokémon erguia as suas garras e assim saltava indo em direção da Fire. Essa, por sua vez, lançava o seu poderoso Ember, que parecia uma prévia para o Flamethrower. Purugly era atingida de frente pelo golpe e caia no chão nocauteada pelo poder da charmander, que continuava fora de controle e gritando, lançando brasas nas paredes do lugar.

Hora da Batalha
Condições da batalha: beco escuro, com terra fofa no solo, algumas poça d'água no chão, dois contêineres ao lado, assim como duas latas de lixo, com tampas ao lado. Repleto de lixo pelo local, como papel, frutas podres, pedras e pedaços de madeira.

Bulbasaur ♂ Lv. 08 Trait: Overgrow 13%, Status: -2 Attack

Charmander ♀ Lv. 08 Trait: Blaze 28%, Status: -2 Attack/ Blaze ativado

Vs.

Purugly ♀ Lv. 08 Trait: Own Tempo 0%, Status: nocauteada

EXP escreveu:54 de exp para Charmander e Bulbasaur

Assim que Samantha terminou de dar suas instruções para charmander, Bulbasaurjá tinha se recuperado do ataque de Purugly e do impacto contra as latas de lixo, então logo saltou para a frente da pokemon de fogo e tentou fazer a felina sair de seu esconderijo com um poderoso Growl, um dos mais altos que eu já tinha escutado. O beco fez com que p ataque de Bulbasaur ficasse mais alto, mas não tinha certeza se isso fosse o suficiente para afetar aquela pokemon.

Não querendo esperar que a Purugly agisse, Charmander preparou suas garras e logo ficou tentando atingir sua adversário com poderosos arranhões. Purugly continuava mostrando o quanto era ágil, desviando facilmente cada vez que Charmander tentava atacar.

Depois de um tempo Charmander perdeu o fôlego e parecia que sua adversária estava esperando exatamente isso, pois antes que a pokemon de Samantha pudesse fazer alguma coisa, Purugly resolveu mostrar o que era um Scratch de verdade e logo jogou Charmander para longe.

Tão surpreso quanto eu em como Purugly ainda estava poderosa depois de tanto lutar, Bulbasaur decidiu tentar acabar com aquilo de uma vez e logo começou a correr o máximo que podia para deixar seu ataque ainda mais forte, mas assim que atingiu a pokemon gorda ele continuou não conseguindo fazer com que ela se movesse nem sequer um único centímetro!

Antes que pudesse recuperar o fôlego para se afastar, Bulbasaur acabou sendo pego pela poderosa cauda de Purugly, o que me fez prender a respiração e assim que ela o jogou para longe, de onde ele não se levantou eu não consegui conter um grito e logo corri para ver se ele estava bem.

Enquanto ficava ajoelhada ao lado do meu pokemon, que não conseguia se manter em pé e só conseguia assistir a batalha naquele momento, Charmander voltou a se levantar, mas algo estava diferente. Algo muito impressionante e assustador. A chama de sua cauda estava mais intensa do que nunca e assim que ousei olhar para os olhos da pokemon senti meu coração vacilar de medo.

A estranha música logo voltava a ecoar em minha mente enquanto meu corpo estava completamente paralisado pelo medo. Até mesmo Samantha temeu quando sua pokemon olhou para ela do mesmo jeito que encarava Purugly, como se fosse apenas uma outra inimiga e se a felina não tivesse chamado sua atenção, eu poeria jurar que Charmander teria atacado Samantha!

Assim que Charmander partiu para o ataque eu recuei um pouco para trás, ficando exatamente entre a luta e meu pokemon. A shiny, que antes parecia fazer de tudo para ser adorável e gentil, agora estava atacando Purugly com uma ferocidade que quase fazia a gata parecer inofensiva. Purugly até tentou contra atacar, mas assim que Charmander lançou o Ember mais poderoso e assustador que eu já tinha visto, a felina não resistiu e caiu nocauteada.

Em vez e ficar feliz e animada por finalmente ter acabado com aquela pokemon maligna, eu só ficava cada vez mais apavorada enquanto Charmander continuava rugindo e lançando seu ataque para todos os lados. Samantha parecia petrificada, sem ter ideia do que fazer e eu também não conseguia juntar forças ou coragem para sair correndo, então resolvi tentar fazer com que charmander voltasse a razão.

- Para! Esta tudo bem, já acabou! Pode parar! - Gritei com a voz muito trêmula enquanto abria meus braços para tentar manter Bulbasaur fora a vista de Charmander, torcendo para que assim que ela não encontrasse nenhum adversário e que me escutasse, voltasse ao normal ou ao menos parasse de lançar seu ataque para todos os lados!

O beco escuro era iluminado por períodos efêmeros pela luz do forte Ember. Fortalecido por Blaze, Charmander enviava as suas rajadas de fogo aos ares, mostrando grande poder acumulado. O estranho era que há pouco tempo a pequena salamandra de cores singulares mostrava-se mais meiga que um Togepi recém-nascido e agora mudara totalmente a sua personalidade ao ver que estava com a sua habilidade ativada. Se antes Susana já temia a pequena fofa de olhos roxeados, agora a Amanhecer parecia parada em seus medos internos e como consequência a música em sua cabeça voltava a entoar em tom audível e deixando a visão mais misteriosa. Samantha parecia perplexa, assim como Bulbasaur, que via a sua amiga desorientada, procurando um oponente.

Susana se movia rápido, mas nesse momento, nada que a Stylist pudesse dizer poderia parar a fúria da Pokémon em campo. Bulbasaur ficava entre os braços da sua mestra, que tentava ao máximo esconder o seu Pokémon para que Charmander pudesse se acalmar e perceber que não tinha mais ninguém para com quem lutar. Entretanto, a Stylist estava trêmula e o seu Pokémon grass com grande curiosidade, ou ao menos estava querendo ajudar a sua amiga. Aquilo deixava a missão de Susana de querer proteger seu Pokémon ameaçada.

- Charmander. Preste atenção em minha voz. Não precisa de tudo isso... Estamos bem... sem Pokémon selvagem, só nós!

Samantha se aproximava de sua amiga, na tentativa de tentar desperta o seu verdadeiro eu. A menina estava nervosa e pela primeira vez a ruiva não pode ver o sorriso envolvente da morena, cujo olhar preocupado deixaria qualquer apreensivo. Em uma tentativa de acalmar Charmander, a morena se dirigia para perto da sua Pokémon. Ledo engano achar que era suficiente! Charmander, que outrora mirava para cima, encara a sua mestra e dispara uma forte rajada de brasas, levando Susana a perder a voz por um momento. A música intensificava-se...

Em um momento, Susana se via abrindo os olhos e assim via apenas uma explosão em sua frente. Bulbasaur caia rolando para perto de si e Charmander caia no chão. Ambos nocauteados, deixava a Amanhecer meio desnorteada e assim a jovem via Samantha indo até a Fire nocauteada com o braço direito com uma queimadura leve de primeiro grau. Purugly permanecia caído no chão, nocauteado com o poder do Ember. A ruiva havia perdido a consciência outra vez...

188 para Bulbasaur e Charmander
Bulbasaur aprendeu Vine Whip.
Charmander aprendeu Smokescreen.

Enquanto eu fazia de tudo para manter Bulbasaur escondido, o que não era fácil já que ele não parava de tentar ver o que estava acontecendo e meus braços não paravam de tremer, isso sem contar a música ecoando em minha mente que por mais que eu já tivesse escutado, ainda me distaria um pouco, Samantha parecia tentar encontrar um jeito de fazer Charmander voltar ao normal.

Quando ela começou a falar eu já sabia que não funcionaria, pois parecia que a pokemon não estava ouvindo nada.  No momento em que ela começou a se aproximar de sua pokemon eu não conseguia acreditar no que via, pois era loucura! Quando Charmander se virou com aquele olhar ameaçador tive vontade de gritar, mas não conseguia lembrar como se fazia isso e a ultima coisa que vi foi o brilho alaranjado do ataque da pokemon amarela.

Tudo estava escuro e a única coisa que eu ouvia, era aquela musica, que me fazia sentir muito mais calma como se estivesse deitada em uma cama quentinha e segura pronta para pegar no sono, mas também fazia com que meu coração gelasse de medo. Naquele momento a única coisa em que pensava era na música, que acho que até estava cantarolando, mas lá no fundo eu sentia que devia estar fazendo alguma coisa ou que tinha esquecido de algo muito importante!


Quando a musica parou eu abri meus olhos, imaginando estar na minha cama, mas tudo o que eu vi foi um brilho muito forte de uma explosão e assim que Bulbasaur quase caiu em cima de mim foi que me "acordar" e lembrar de quase tudo. Minha mente parecia rodar enquanto eu olhava de um pokemon para o outro e depois pra Samantha.

- Bulbasaur.... - Falei com minha voz saindo fraca e deixando claro para qualquer um que eu estava completamente perdida e confusa, mas acima de tudo me sentindo péssima por não ter ajudado Bulbasaur quando ele precisou. Eu sabia que o melhor era irmos logo para o hospital, mas tudo o que eu conseguia fazer era olhar para meu pokemon nocauteado e ficar massageando ele.

Samantha devia estar fazendo a mesma coisa, mas eu não estava prestando atenção a mais nada que não fosse meu pokemon, então assim que uma pokeball vazia caiu do meu bolso eu também nem reparei. A pequena esfera se expandiu com a queda e vagarosamente começou a rolar até acabar batendo em Purugly, que logo foi envolta por uma luz escarlate e desapareceu para dentro da esfera. Nem a luz vermelha ou o som conseguiram chamar minha atenção, então ninguém parecia dar importância para a pokeball, que agora balançava de um lado pra o outro.

Uma coisa era certa: Susana apagara mais uma vez! Os colapsos de medo que a jovem Amanhecer tinha não haviam sido descobertos por nenhum cientista, no entanto, a jovem sabia que parecia ser mais um meio de sua mente se proteger do medo intenso do que algo ruim. No entanto, deixava a jovem indefesa nesse momento e como era esperado, muitas coisas aconteceram e ela teve que juntar os pedaços para poder entender o que se passava ali. Bulbasaur no chão. Charmander também. Samantha desesperada. Tudo isso acontecia no momento em que Susana sonhava com a música. E agora a jovem tentava ao máximo amenizar a sua ausência em campo.

Lançando-se no solo, a jovem olhava para o seu Pokémon Grass e o pegava, massageando-o. Nesse momento, de sua bolsa caia uma esfera bicolor e a mesma saia rolando por ai. O olhar de Susana acompanhava a esfera que logo batia no Pokémon normal nocauteado e assim se abria e assim um raio vermelho envolvia Purugly totalmente e a puxava para dentro de si. A esfera começou a se mexer de um lado para o outro e assim não demorava em mostrar um brilho ao redor de um barulhinho que significava que o Pokémon fora capturado.

A captura e o olhar de Susana foram redirecionados para os Pokémon. Feridos e cansados, ambos pareciam em péssimo estado, em especial Charmander, que parecia deveras exausta. Susana olhava para o Pokémon em seus braços e sabia que ele não estava nada bem e precisaria de um médico. Samantha parecia desesperada e assim ela olhava para a shiny sem saber o que fazer. Mas logo a morena teve um momento epifánico e assim saia correndo, segurando a mão de Susana, que só teve tempo de recolher a esfera bicolor, e assim saia correndo.

- Rápido! Eles precisam de ajuda médica. – o vislumbre sorriso da morena era escondido naquele momento. Poucas vezes a ruiva vera a sua recente amiga não sorrir e já estava com saudades do jeito dela.

O Hospital não estava muito longe dali. Pareceram poucos metros e a dupla entrava na estrutura e se deparavam com poucas pessoas – por sorte! No entanto, parecia que o que iriam encontrar ali seria uma barreira. Ao longe, uma atendente de cabelos azuis e de uma face serena

- No que posso ajudar? Oh! Parece que eles estão péssimos. Preencha essa ficha enquanto eu pego uma maca para eles. - dizia a enfermeira entregando as fichas.

Dados pessoais

Nome: ___________________________________________________
Data de Nascimento: __/__/__
Sexo : ( ) M ( ) F
Ocupação: _________________
Motivo: ___________________________________________________

Dados do Pokémon

Nome: ____________________________________________________
Tipo: _____________________________________________________
Sexo : ( ) M ( ) F
HP: _________________________Status: _______________________

Capturado escreveu:

Purugly  ♀

Lvl08 [000/250]
Trait: Own Tempo
Item:-x-
MoveSet
Fake Out
Scratch
Growl
-x-
-x-
-x-
Stat:
Hp: 4
Attack: 4
Defense:2
Sp. Attack: 3
Sp. Defense: 2
Speed: 5
pontos disponíveis para distribuição: 12

[justify]Personalidade: É uma gata é seria e bastante irritada com tudo, sempre fechada e com uma cara maior que o mundo, não fazendo questão de se divertir com ninguém. Orgulhosa, sempre se vangloria pela sua força e seu tamanho, tentando sempre tirar vantagens dos Pokémon menores. Difícil de engolir, a gata é briguenta e não perde a oportunidade se for entrar em uma briga. Detesta trabalho pesado e gosta de uma vida boa, ficando de barriga para cima maior parte do tempo e carregando consigo uma preguiça descomunal. Detesta que a acorde pelo dia, se tornando mais ativa pela noite. Detesta luminosidade e vai dá um rugido caso a liberem diretamente para o Sol.
Tem medo de água, hidrofobia, detestando o líquido gélido. Arrepia e dá um ataque se movimentando pelo lugar tentando secar o seu pelo quando entra em contato. Obedece quando quer e às vezes troca ordens e só respeita verdadeiramente a Charmander de Samantha.

Demais características: Garras maiores que o normal. Peso maior que o normal.

Minha mente ainda tentava juntar os fatos enquanto eu segurava meu pokemon nocauteado e tentava fazer ele ficar confortável. Enquanto Samantha pegava sua pokemon também algo chamou minha atenção e foi só naquele momento que eu finalmente percebi a pokeball no lugar onde antes estava Purugly. Parecia que eu tinha capturado minha primeira pokemon, mas será que isso era bom?

Antes que eu pudesse pensar mais nisso, Samantha apareceu carregando sua pokemon nocauteada em seus braços e logo começou a me arrastar para onde imaginava ser o hospital. Consegui pegar a pokeball de Purugly antes de sairmos do beco, mas isso me fez lembrar de algo. Onde estavam os cadetes e os pokemon que eles estavam combatendo?

Parecia que eu tinha perdido muito mais do que poderia imaginar e provavelmente, só Samantha poderia me ajudar a entender tudo o que tinha acontecido, mas não estava com vontade de perguntar naquele momento. Bulbasaur e Chramander precisavam de cuidados, então deixaria para acabar com minha curiosidade depois que nossos pokemon estivessem sendo tratados.

Para a nossa sorte a única coisa que encontramos no caminho foram mais poças de água. Assim que entramos no prédio branco eu me animei um pouco, pois agora tinha muito menos pacientes, então talvez não demorasse muito para conseguirmos que cuidassem de nossos pokemon, mas como eu tinha aprendido quando ia visitar Alice no hospital, um hospital vazio não significava atendimento rápido, então também fiquei preparada para ficar muito tempo esperando.

Samantha logo passou um das fichas para mim quando chegamos na recepção, mas como ainda estava carregando meu pokemon, tive que esperar trazerem as macas para poder colocar Bulbasaur em uma delas e poder preencher a ficha. Também coloquei a pokeball de Purugly na maca, mas sinceramente tinha esperanças de que alguém acabasse roubando ela ou que a perdessem no meio do caminho. Não me faria muita falta.

Dados pessoais

Nome: Susana Havelle
Data de Nascimento: 26/03/30
Sexo : (  ) M (X) F
Ocupação: Stylist
Motivo: Curar os pokemon

Dados do Pokémon

Nome: Bulbasaur
Tipo: Grass/Poison
Sexo : (X) M (  ) F
HP: 0% Status: Fainted

Nome: Purugly
Tipo: Normal diabólica
Sexo : (  ) M (X) F
HP: 0% Status: Fainted

Assim que entreguei a ficha e junto com Susana, ficamos observando eles sendo levados. Eu sabia que eles ficariam bem e que provavelmente só precisavam de um tempo para descansar, então voltei minha atenção para Samantha. Não sabia se ela precisaria enfaixar aquele braço queimado ou não, então decidi esperar para ver, mas assim que tivesse uma chance eu perguntaria para ela exatamente o que tinha acontecido.

As jovens chegavam naquele Hospital de aparência vazia, ou melhor, tranquila. No entanto a ruiva reconhecia que Hospital vazio não era atendimento mais rápido. Os Hospitais de várias cidades de Shinki guardavam a capacidade de terem que fazer os treinadores esperarem mais do que deveria para ter os seus Pokémon de volta, sãos e salvos. Os dois Pokémon nos braços das Stylists pareciam cansados. Charmander havia usado toda energia que tinha para poder liberar o Blaze e naquele momento havia perdido a razão. Bulbasaur tentou impedir a Pokémon de machucar alguém e no fim havia resultado naquele momento em que ambos nocauteariam um ao outro. Susana perdera boa parte desses momentos, apesar de serem previsíveis.

Samantha preenchia a ficha, assim como a ruiva. Ambas caladas. Com os Pokémon na maca e ficha ao lado, a enfermeira levava para dentro. Susana avistava a maca com dois Pokémon e uma Pokéball indo em meio ao corredor e assim desaparecia. A menina avistava o seu Pokémon e ao lado, a esfera com o Purugly dentro. Mal acreditava que a sua primeira captura fora um acidente... torcia, no mais fundo, para que o purugly fosse roubado ou algo do tipo... Não faria falta ter uma fera. Poderia ter entregue aos cadetes, como líder do bando, mas quem acreditaria que uma Pokémon assim poderia ter criado um verdadeiro esquadrão da morte?

As meninas passaram vagarosamente até o saguão e assim sentaram em um sofá preto, em forma de “L”, que se destacava em um ambiente esbranquiçado. A menina xantofóbica observava as pessoas naquele Hospital. Pelos trajes, poderia supor que havia poucos gladiadores e maioria Stylist. A menina observava um a um em silêncio. Samantha segurava o braço queimado e pareceu ter esquecido de pedir ajuda para si mesma. O olhar da morena pairava o piso do lugar e pareceu que tudo aquilo era um sonho. Mas também a mudança de personalidade da Pokémon fire fora surreal, não espantava Susana pensar o mesmo.

Antes que a menina pudesse perguntar o que realmente havia acontecido, uma voz perturbava a falta de foco que as duas meninas tinham. Em sua frente, uma jovem, de cabelos azulados e olhar violeta sorria para as duas. Ela carregava consigo uma paz que só de olhá-la deixava Susana mais tranquila e Samantha olhava-a como se fosse o seu porto seguro. A jovem estava trajada de um Kimono avermelhado e o mesmo estava de forma bem arrumado e liso. Ao seu lado um Pokémon Ghost flutuava. Sua cor negra também o destacava muito naquela atmosfera branca e também carregava uma máscara de cor dourada. O Yamask parecia ser um Pokémon muito feliz, pois desde que Susana notara a sua presença, o mesmo não parava de rir.


- Desculpe-nos incomodar vocês, mas algo me diz que vocês estão muito tensas. Creio que não conhece o amor daquele que tudo pode fazer. Arceus se sacrificou para que vocês pudessem viver e para ele há propósito na vida de cada um, inclusive nas suas. Não temam! A vontade dele sempre prevalece e sempre é a melhor. – dizia a garota para as duas e em seguida saia sorrindo e se sentava em um lugar mais distante. Como mágica, o olhar de Samantha parecia mudar. Ela estava menos tensa e com um olhar mais esperançoso – como antes!

Assim que maca com nossos pokemon sumiu de nossa vista, eu e Samantha fomos vagarosamente até a sala de espera. Nenhuma de nós parecia estar com vontade de conversar e o silêncio que dominava aquela sala só me deixava com menos vontade de perguntar alguma coisa, então caminhamos ainda em silêncio até um sofá preto, onde ficamos sentadas.

Eu não tinha nem vontade de olhar para os lados, então assim que verifiquei que praticamente todos ali eram Stylists, eu fiquei olhando apenas para o chão e para as pegadas sutis que meus sapatos sujos haviam deixado. Mesmo que a batalha tivesse acabado a poucos minutos eu já estava começando a duvidar que tudo aquilo tinha realmente acontecido em vez de ser apenas um sonho ruim.

Ainda estava perdida em meus pensamentos e já estava quase cochilando quando o som de alguém falando ao meu lado quase me fez pular de susto. Assim que olhei para frente vi uma garota de cabelos azuis e um kimono tão lindo e impecável que me fazia sentir ainda mais suja e desarrumada do que eu realmente estava.

Por um momento consegui me concentrar nos olhos dela, pareciam emanar uma paz, como se nada pudesse atormentá-la ou assustá-la. Eu queria ser tão tranquila quanto ela, mas duvidava muito que algum dia conseguiria. Foia apenas quando ela começou a falar que eu notei o pokemon flutuando ao seu lado e quando vi a máscara que ele segurava, tive que desviar o olhar. Por que tinha que ser amarelo?

Não era preciso ser um gênio para perceber que ela era mais uma das seguidoras de Arceus que viajavam por todos os cantos espalhando "a palavra de Arceus". Mesmo que ela estivesse tentando ajudar eu não conseguia levar ela muito a sério, pois a lembrança das minhas idas até as igrejas para ouvir apenas que meu medo fazia parte de algum plano maior de Arceus ainda me incomodavam. Nunca tinha conseguido ver o lado positivo daquele medo que sempre me atormentava, então depois de um tempo parei de acreditar no que esses seguidores de Arceus diziam.

Assim que terminou o que tinha para dizer ela logo foi se sentar um pouco afastada, talvez para voltar a esperar seu pokemon ou esperar alguém mais desesperado aparecer, isso não me importava. Mesmo que a "conversa" não tivesse me animado ou tido qualquer outro efeito, parecia que Samantha tinha se animado um pouco, então decidi que aquele podia ser o melhor momento para voltar a falar.

- Não é melhor irmos procurar alguém pra cuidar do seu braço? - Perguntei já me levantando e sem esperar uma resposta dela, logo peguei na mão boa dela e tentei fazê-la se levantar para irmos logo procurar um médico A queimadura podia parecer não ser muito grave, mas eu não queria me arriscar.

A seguidora parecia ter boas intensões em tentar ajudar os outros com suas palavras. Às vezes, para um seguidor, salvar uma alma ou deixar alguém que necessita de ajuda bem, valia mais do que receber vários nãos seguidos na cara. Susana era uma das pessoas que não levava muito a sério o que esses religiosos diziam, pois toda vez que ela tentava arrumar uma resposta para o seu medo, os arceusianos indicavam que era parte de um plano maior. Mesmo assim a menina sabia que não queria essa fobia, mesmo se fosse parte de algo bem maior. Sem saber o que Samantha achava das ideias dos religiosos, a surpresa da ruiva foi ao ver o sorriso aconchegante voltar para a face da morena.

As palavras poderiam ter sido lançadas ao vão pela mulher e seu Yamask, no entanto, para Samantha, aquilo foi tão profundo que a tocou de forma que poderia deixar a morena mais ativa. Ela pareceu deixar todo o pensamento lá fora e assim ela erguia-se de modo que pudesse ver a antiga Samantha ali em sua frente. Susana segurava no braço bom dela e a guiava para ver um médico. Embora a queimadura fosse de primeiro grau, Susana sabia que teria que ter cuidado para poder não se tornar algo inoportuno no futuro.

- Claro, nem tinha lembrado. – dizia em um sorriso branco e envolvente.

No começo era Susana quem levava a jovem morena, mas logo passou a ser Samantha a levar Susana até a enfermeira que lhe atenderam no começo. A mulher olhava para as duas com naturalidade bom humor. Parecia ser bem eficiente em seu serviço e foi assim que ela perguntava se poderia ajudar. Não foi preciso nem uma resposta concreta e a mulher percebera que o braço de Samantha não estava nada bem;

- Nossa! Por que não disse antes? Siga o corredor até a direita. Um doutor irá lhe atender. – dizia a mulher.

off: me desculpe o post fraco x.x

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Com a seguidora nos deixando em paz e Samantha de volta ao seu humor normal, não foi difícil fazê-la lembrar do braço queimado e antes que pudesse perceber, já era ela que estava na frente indo até a atendente. Era bom ver ela feliz de novo, mas esse bom humor não conseguia me contagiar, então apenas esbocei um sorriso enquanto chegávamos novamente até a gentil enfermeira.

Quando a mulher viu o braço de Samntha nós não precisamos falar nada pra que ela entendesse. Samantha só falou que tinha esquecido por estar preocupada demais com sua Charmander. A enfermeira pareceu entender e logo nos disse por onde ir para que o braço de Samantha recebesse cuidados. Como normalmente eu só entrava naquela área para visitar minha prima fiquei um tempo sem saber se devia ou não ir junto, mas logo Samantha decidiu e entramos juntas.

- Será que não tem mesmo problema eu entrar também? - Perguntei um pouco inserta. Já tinha ouvido falar que o Gregory era mal humorado e tinha comprovado isso com meus próprios olhos, então a ultima coisa que eu queria naquele momento era ouvir ele e as enfermeiras reclamarem da minha presença.

Preocupada com Samantha, Susana tentava entrar com a morena, apenas para acompanha-la. A enfermeira assentiu com a cabeça, mas parecia mais que respondia a outra pergunta, pois nem aparentava ter ouvido a ruiva comentar algo, devido ao fato de estar olhando para vários papéis. Samantha, dessa mais contente e com um olhar esperançoso de que tudo irá dá certo, saia arrastando a menina ruiva contigo até o corredor e em seguida para dentro da sala.

- Ora, que pergunta. Você está me acompanhando, vamos! – dizia com o seu marcante sorriso branco na sala.

Era pequena, havia apenas uma pesa e uma maca ao lado. Parecia ser simples apenas para casos igualmente simples como o de Samantha. Susana observava e lembrava-se do quarto de sua prima na época que a visitava no Hospital. A ruiva parecia inquieta. Encontrar Gregory seria tudo o que ela não queria e por isso ela temia tanto. Mas assim que adentraram na sala e Samantha sentava na maca, Gregory entrava com um papel na mão.


Haltz: - Samantha.... Alguma coisa... Tecido necrosado por supra-desidratação. Possibilidade de amputar membro... – dizia o doutor olhando para Susana, ao invés de Samantha.
Samantha:- Doutor, sou eu aqui a Samantha, mas não sei se é caso de amputar. – dizia Samantha com os olhos arregalados e mais alva do que Susana.
Haltz:- Você formou em medicina onde mesmo, menina? – dizia o homem, com tom de arrogância e superioridade.
Samantha:- Er...

Haltz nem esperava a resposta da morena e pegava o braço da mesma. Olhava para o braço e em seguida para o papel que segurava. De novo para o braço, para o papel e em seguida soltava o profundo suspiro.

Haltz:- Disseram-me que estava em estado degenerativo e era quase impossível cuidar. Enganaram-me! – dizia Gregory em tom calmo, mas era difícil dizer se o médico estava calmo o irritado.

Sem dá mínima satisfação, o homem virava de costas e assim seguia para fora da sala. Parecia que cuidar de uma simples queimadura de primeiro grau não era algo que lhe agradasse muito e assim Samantha pulou da maca e falou o que o Dr. Queria ouvir.

Samantha:-Bem, eu não tenho nenhum doença rara ou em estágio terminal, mas eu posso contar ao senhor alguém que tenha uma doença que esteja em um nível a cima de todas. Nenhum médico de Shinki conseguiu identificar qual doença é... – dizia a menina olhando para Susana de leve, fazendo-a engolir em seco.
Haltz:- E o que seria?

Samantha sorriu para o doutor com o sorriso de vitória e assim mostrava o braço. Deu a entender que a menina trocaria a informação se assim o doutor realizasse o seu trabalho. Pegando algumas coisas na gaveta da mesa, o médico começava a fazer o curativo e em menos de cinco minutos, o braço de Samantha estava com um grande esparadrapo.

Haltz:- E então?
Samantha:- Rápido, hein? Susana, a minha amiga, tem xantofobia. Causa? Ninguém sabe. Os principais médicos de Shinki já tentaram saber o que é... Nenhum conseguiu. – dizia segurando o ombro de Susana e em tom de suspense.
Haltz:-É verdade, menina? – perguntava Gregory diretamente para Susana.

Ainda não estava me sentindo bem indo com Samantha sem falar nada com a enfermeira, que já estava ocupada demais para perceber se eu tinha ido com Samantha ou voltado para a sala de espera. Mesmo com Samantha garantindo que não tinha nada demais de eu estar lá, isso não me ajudava a sentir melhor, mas felizmente logo chegamos na sala e assim que entramos eu fui para um cantinho da sala, onde esperava não atrapalhar e nem chamar atenção.

Como eu esperava a sala era bem simples se comparada com o quarto onde Alice ficava. Aquilo era só uma sala para tendimentos rápidos e talvez algumas consultas também simples, enquanto o quarto onde minha prima havia ficado era reservado apenas para casos como o dela, em que a pessoa precisava de equipamentos apenas para se manter vivo.

Ainda estava pensando em Alice quando o médico chegou, e infelizmente era o Gregory o que me deixou um pouco surpresa. Ele parecia muito interessado com os papéis que tinha em mãos e embora eu não tivesse ideia do que fosse, provavelmente não era uma descrição precisa da paciente, pois ele
logo veio na minha direção!

Mesmo não entendendo muito o que ele estava dizendo, assim que ouvi ele mencionar "amputar membro" instintivamente escondi os meus dois braços atrás das costas e fiquei torcendo para que tivesse escutado errado e que ele percebesse logo que eu não era a Samantha! Meus braços estavam muito bem onde estavam e eu gostava muito de tê-los ali mesmo!

Assim que Samantha falou e fez com que Gregory passasse a dar atenção para ela eu soltei um longo suspiro de alivio, mas mantive meus braços escondidos, só para garantir. Até que era legal ver os dois discutindo sobre se o braço de Samantha precisava ou não ser amputado, mas definitivamente eu não gostaria de estar no lugar dela.

Enquanto Gregory olhava do papel para o braço da Samantha eu logo vi que tinham exagerado muito na ficha, talvez para fazê-lo ir trabalhar, mas parecia que isso não iria sair como o planejado. Assim que ele percebeu o que realmente estava acontecendo não demorou muito para ele sair da sala, o que me deixou mais tranquila. Quem sabe agora viesse um médico ou enfermeira que enfaixasse logo o braço da Samantha para sairmos logo dessa sala.

Antes que eu pudesse comemorar, Samantha chamou Gregory de volta, mas o que ela usou para chamar a atenção do médico me deixou preocupada. A música começou a ecoar na minha mente assim que Gregoru voltou, muito ansioso para ver que doença rara era aquela. Escondi parte do meu rosto usando meu cabelo e tentei dar alguns passos para trás. Era bem improvável, mas mesmo assim eu estava torcendo com todas as minhas forças para ela não estar falando de mim!

Vendo o lado positivo, não demorou mais que um minuto para que Gregory pegasse tudo o que precisava e cuidasse do braço da Samantha, fazendo um curativo um pouco maior do que eu esperava, mas estando tratado já estava mais do que bom para mim.

Minha vontade era só agradecer pelo atendimento, ouvir as recomendações dele sobre quando tirar o curativo e sair correndo mais rápido que eu conseguisse. Mas infelizmente Gregory não se esqueceria tão cedo do que Samantha disse e para a minha total infelicidade, era realmente de mim que ela estava falando.

Enquanto ela descrevia tudo o que eu tinha falado sobre o meu medo e até mencionava um pouco do que tínhamos lido nos livros eu só ficava torcendo para conseguir passar por aquela parede ou simplesmente aprender teleport para sumir de uma vez daquele hospital!

- É verdade. E não, eu não nasci com isso. - Falei desanimada, já imaginando todo o tipo de pergunta que teria que responder. Tinha até medo de imaginar se ele iria pedir algum exame e assim que Gregory desviasse o olhar, eu iria fazer uma ameça silenciosa de morte para Samantha. Pra que me meter nessa confusão? Custava tanto esperar o Gregory mandar uma enfermeira fazer a porcaria do curativo?

Susana engolia em seco desde que Gregory a confundiu com Samantha até o momento em que a morena apresentou-lhe como grande trunfo. Samantha parecia ser cabeça dura e querer as coisas na hora dela, pois assim como não quis abrir mão do livro que Purugly havia ditado como seu, também não deixou Gregory sair dali sem antes fazer o seu trabalho, e assim a garota tocou no ponto fraco do renomado médico. Doenças raras era a especialidade do doutor e se fosse para lhe dá mais um renomado prémio, ali ele atuaria. Após fazer a sua parte do acordo com Samantha, a morena entrega Susana para o doutor.

De antemão, a menina já sabia o que lhe esperava. Primeiro, várias e várias perguntas ao ponto de que esgotaria a ruiva e depois as primeiras hipóteses, seguidos de diversos exames. Susana sabia bem que tudo aqui não iria dá em nada, pois afinal de conta, a própria menina já passou por isso diversas vezes e nenhum médico pode explicar porque isso acontecia. O medo de coisas amarelas era um mistério para a própria garota e estar diante de Gregory, apenas a deixava mais nervosa. No entanto, Gregory era conhecido por descobrir várias doenças e vários meios de curá-las e por isso ele poderia ter um diferencial dos demais médicos.

Foi pensado e feito! Gregory começou um questionário imenso, mas metades das respostas foram dadas por Samantha. O médico anotava tudo, não deixando passar nada. Até o modo de como Susana respirava parecia ser anotado pelo médico. Samantha até deixava as coisas bem mais sérias, pois a morena ainda indicava que ela parecia perder a consciência várias vezes e após essa revelação, o médico ficou pensativo. Susana se preocupou, pois Gregory parecia agir como se isso fosse decisivo para o diagnóstico. A morena e a ruiva se encostavam perto do doutor, mostrando curiosidade pelo diagnóstico do médico, mas tudo o que elas puderam ouvir foi o rocar da barriga do médico.

Haltz:- Lembrei que ainda não comi!

A revelação de Gregory frustrou as Amanheceres. Samantha quase caia no chão de tão decepcionada com a resposta, mas nem tanto quanto Susana, que por um momento acumulou alguns traços de esperança. O médico recolhia o material que usou para fazer o curativo na morena e tirou uma parta da gaveta da mesa, onde estavam vários papeis presos por um clipe.

Haltz: - Bem, acredito que você deva assinar aqui para começarmos os exames. Iremos usar dos mais modernos aparelhos para fazer uma leitura sobre sua mente na ausência e da presença de Pokémon amarelados. Não é bem minha área, mas na faculdade recomendam liberar o trauma, que causou essa fobia... mas eu não era muito de seguir o que aqueles velhos falavam, então vamos fazer tratamento de choque, que cura tudo relacionado à mente!

off: gostei do novo avatar ^^

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Como já havia quando Samantha falou do meu medo para Grgegory, começou um interrogatório quase sem fim. Até me sentei na cama em que Samantha estava, pois sabia que aquilo iria demorar, mas para a minha surpresa eu não fui a única respondendo. Boa parte das respostas estava sendo dada por Samantha, o que me deixou surpresa no começo, mas assim que vi que ela descrevia muito melhor do que eu, apenas me concentrei em responder o que ela não podia e fiquei torcendo para que assim acabasse mais rápido.

Quando as perguntas acabaram começaram os exames básicos. já tinha feito aquilo tantas vezes que fazia quase tudo automaticamente, o que não parecia incomodar tanto Gregory, que agora focava sua mente no mistério que era o meu medo. Se aquilo continuasse por muito mais tempo eu acabaria cochilando ali mesmo.

No exato momento em que Samantha falou sobre meus "desmaios" ou seja lá o nome que se dê para eles, eu não gostei muito da expressão que Gregory fez. Aumentou um pouco minha vontade de sair logo dali, mas minha curiosidade venceu naquele momento e logo me juntei a Samantha em ficar olhando enquanto o médico fazia anotações e pensava muito.

O silêncio e modo que ele anotava e relia tudo o que tinha escrito em sua pequena prancheta me fazia imaginar que ele estava prestes a tirar alguma conclusão de tudo aquilo. Quando ele finalmente falou alguma coisa, foi só sobre o fato de não ter almoçado. Samantha pareceu ficar muito decepcionada, mas eu me animei mais, pois isso poderia querer dizer que eu já estava liberada para ir embora.

Enquanto Gregory guardava o que tinha usado para fazer o curativo em Samantha eu logo me levantei da cama e me espreguicei um pouco, pronta para ir para a recepção buscar meu Bulbasaur, mas assim que vi ele com vários papéis em mãos minha animação despareceu por completo. Ainda estava olhando a quantidade de papéis quando o médico falou que eram autorizações para os exames e antes que eu pudesse falar ela já saía para almoçar.

- Ai, ai, eu não sei não. - Comentei enquanto dava uma lida em todos aqueles papéis. Era mais do que óbvio que eu não estava entendendo tudo o que lia, mas o que eu procurava era apenas a parte que dizia se eu poderia ou não desistir no meio dos exames, pois não estava com vontade de servir de cobaia para sempre.

- Será que realmente vale a pena? - Perguntei chamando a atenção de Samantha. Eu não conseguia me decidir, pois apesar de querer dar logo um fim para o meu medo, tinha sido para evitar exatamente isso que eu vim para Nyender. Enquanto esperava um resposta e aproveitando que Gregory não estava mais lá, eu me virei para Samantha e disse apenas: - Você vai me pagar por isso.

A ruiva estava diante de um bloco de papéis todos voltados ao tratamento da jovem para poder ser livrar do medo impregnado nela. Susana não sabia a sua origem e desde o presente momento ninguém visto em Shinki poderia ajudar. Da área espiritual à área médica, tamanha fora a variedade de pessoas com as suas mais diferentes e bizarras crenças que tentaram deixar a jovem mais confortável, no entanto, a menina não obteve nenhuma alteração em seu comportamento. Agora, diante do médico renomado que já descobriu curas que muitos ainda duvidam, a menina poderia dá uma chance ao conhecimento do doutor que não assistia aulas na faculdade por considera-las chatas. Seria possível confiar em um médico que dividia a sua mente entre a genialidade e o desinteresse?

Samantha era a autora da atual situação. Procurando ajudar a sua amiga, a stylist começava a criar uma situação nada agradável para Susana. Ser cobaia de diversos exames, sendo muitos já feitos pela menina, seria uma situação de risco, até porque a terapia de choque não era algo que se pode dizer ser muito agradável. A mente da Amanhecer se dividia de modo que ela estava em dúvida o que optar e assim folheava aquele termo. Dentre algumas linhas e outras, a menina encontrava coisas do tipo, “não nos responsabilizamos por perda de memória”, “estado vegetativo é provável durante o tratamento e a equipe não tem qualquer responsabilidade que possa ser imposta”, “o paciente poderá sair do tratamento até 15% do mesmo concluído, após isso, ela não terá discernimento para poder fazer escolhas e todos os direitos civis seriam reduzidos ao básico”, e assim ai...

- Eu? Mas isso é uma ótima oportunidade para você conseguir vencer esse medo. Pensa ai você não ficar com medo da Charmander? Isso poderia fazer nossas apresentações em dupla muito mais interessante. E além do mais, existe um grande grupo de Pokémon amarelados que você poderá capturar... – a morena parava – O que quer dizer que “morte encefálica ao ser constatada, será empregada eutanásia sem aviso prévio aos familiares”? Caso não dê errado eles não faram nada para te ajudar? – dizia Samantha, que lia junto o termo com Susana e apontava para a folha.

Resumidamente, o termo dava toda e qualquer autoridade para Gregory realizar a sua função em Susana, mas não garantia eficácia, apenas o livrava e sua equipe de qualquer responsabilidade que poderia causar, e em caso de falha, não se responsabilizaria pelo o que sobrar da Stylist. Realmente, o risco do tratamento parecia pior do que ter a fobia para sempre...

off: sim ^^ é bem simples, mas legal \o/

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A pilha de papéis em minhas mãos era tão grande que me dava até medo descobrir tudo o que tinha escrito, mas logo comecei a ler. Apesar de terem vários termos que eu conhecia descrevendo o que eles fariam, mas o que mais me chamou a atenção foi a parte em que dizia eles mostravam o que não se responsabilizavam. Era enorme!

Em todas as minhas visitas ao médico eram os meus pais que liam essas coisas, então eu nunca me preocupei muito, mas agora que estava vendo senti meu rosto ficar levemente pálido. Provavelmente a melhores coisas que li era até que ponto eu podia desistir e a consequência mais suave de todas naquela lista era a perda de partes da memória.

Conforme eu ia lendo aqueles papéis, minha vontade de participar daquilo diminuía cada vez mais. Aquilo estava parecendo mais uma declaração que aceitava virar uma cobaia do que uma simples autorização para exames! Que tipo de louco aceitaria condições como aquelas?

Quando Samantha chegou eu quase me assustei, pois cada vez que lia mais uma das prováveis consequências eu acabava me imaginando naquele cenário. Não prestei tanta atenção no que ela falava, mas no começo ela continuava muito animada com a ideia de achar uma solução para o meu medo. Deu pra ver exatamente quando ela começou a ler também, pois logo os devaneios de me ver curada foram substituídos por ela lendo todas as consequências também.

- Hummmm. Viver sem medo ou virar uma cobaia.....que duvida difícil, ein? - Perguntei deixando apenas Samantha com os papéis, já que eu já tinha lido mais do que o suficiente para me decidir. Até aquele dia achava que meus pais deviam ter me levado em mais médicos para ouvirmos outras opiniões, mas agora eu não podia estar mais grata por não terem feito isso.

- Fui. - Falei indo em direção a porta, torcendo para que Samantha concordasse comigo. Por mais que eu tivesse vontade de me livrar logo daquele medo, não iria voltar para aquela vida de exames e testes sem fim, então logo sai da sala pronta para ir até a recepção ver se Bulbasaur e Charmander já estavam recuperados.

A ruiva parecia que estava totalmente imersa nas dúvidas de aceitar ou não o termo. De um lado ela poderia encontrar conforto de não ter mais aquele medo que era proveniente, aparentemente, do nada. Do outro, ela teria o risco de passar por vários procedimentos que não lhe garantiriam a cura de imediato, e sim uma tentativa em achar uma cura. O efeito poderia ser desastroso, de perde de memória ao estado vegetativo. E ainda tinha o fato de que caso fosse constatado qualquer sinal de morte cerebral, os aparelhos seriam desligados imediatamente.

Samantha até o momento estava adorando a ideia de ter achado um meio de ajudar Susana, todavia, na medida em que Samantha lia o termo, mais a ideia dela ia esfriando. Parecia que Gregory estaria fazendo Susana se tornar a sua cobaia do que ajudando a mesma. Agora Samantha observava que não era uma ideia tão boa assim e assim olhava boquiaberta para cada página e na medida em que avançava, ficava cada vez mais indignado com o que lia. Susana parecia ter tomado a sua decisão. Voltar a viver em um hospital, cercado por médicos e vivendo fazendo exames não era o que a Amanhecer queria e por isso ela estava pronta para ir embora, e parecia não ter que convencer a morena a ir também, pois a expressão da garota indicava que desaprovara os termos.

- Que horror! Não era bem isso que eu tinha em mente... – dizia a morena lançando o termo na maca.

As duas saiam da sala pequena, usada para curativos daquele nível. Samantha parecia bem melhor. Voltava aos poucos ao seu normal. Os passos daquele corredor que levava de volta para a ala principal do Hospital de Nyender City foram calmos, até Susana ser esbarrada por Samantha, que saia correndo para o meio da ala hospitalar e ali ela agarrava a sua Pokémon que estava em uma maca, ao lado de Bulbasaur, esperando suas donas. A alegria das duas era contagiante. Charmander parecia bem, de bom humor. Nada parecido com o monstrinho possuído pelo Blaze do corredor ao lado. Agora, ela parecia nem ter arrependimento e tocava a patinha no machucado de Samantha, com uma cara de “aonde você conseguiu isso?”

- Não se preocupe, não foi nada. Você vai treinar e acompanhar o seu crescimento, para se tornar mais forte, ok? E vamos controlar essa fúria toda, está certo? – Samantha abraçava mais uma vez a sua amiga shiny e essa parecia não saber o que a morena falava, parecia não se lembrar do que houve, ao contrário de Susana que se lembrava perfeitamente e sempre recordava da cena ao olhar para Samantha. – Você está com fome? Tem um restaurante aqui. O melhor é a comida grátis... – perguntava a morena para Susana.

Enquanto eu ajeitava minha mochila nas costas e terminava de elongar minhas pernas, Samantha pareceu já ter lido o bastante daquele termo. Era até um pouco engraçado ver o sorriso se transformar em indignação conforme ela ia lendo mais e mais coisas que o hospital não iria se responsabilizar se eu assinasse aquele termo.

Assim que eu ameacei sair, Samantha jogou os papéis de volta para a maca e saiu comigo daquele lugar. Gregory teria que achar alguma outra cobaia ou alguma outra coisa para fazer, pois eu é que não iria ficar ali. Como o corredor continuava vazio, não tivemos problemas e nem ninguém nos impedindo de sair, o que era ótimo e tirando um pequeno momento em que ficamos em duvida sobre que lado seguir, achar a recepção foi muito fácil e rápido. Talvez por eu estar quase correndo para sair dali.

Quando estávamos quase chegando até a recepção, Samantha saiu correndo e eu quase cai de susto quando ela passou por mim, o que me fez olhar para trás temendo ver algo nos seguindo, mas assim que não encontrei nada, fiquei um pouco confusa. Foi só quando olhei para frente e vi uma maca com nossos pokemon que eu realmente entendi o motivo de tanta pressa.

Com Charmander no colo de Samantha eu me senti um pouco insegura de chegar muito perto e vendo isso, Bulbasaur pulou da maca e veio até mim. Eu o abracei muito feliz por ele estar bem e sem saber o que dizer. Me sentia culpada por ter deixado ele praticamente sozinho quando mais precisava, mas ele só parecia feliz em me ver, então o que eu podia dizer.

Me tirando de meus devaneios e fazendo Bulbasaur olhar também enquanto eu o pegava no colo e colocava a pokeball de Purugly no bolso, Samantha perguntou se eu queria ir comer alguma coisa. Naquele momento eu nem precisava responder, pois meu estômago já estava roncando e o de Bulbasaur também, o que nos fez ficar um pouco envergonhados.

- Vamos lá! Acho que todos merecemos comer algo quentinho. - Comentei animada imaginando como seria bom tomar uma sopa bem quentinha ou alguma coisa assim depois de ficar tanto tempo passando frio por ai.

Susana logo via o quão feliz estava Samantha ao reencontrar a sua amiga Shiny. A lagartinha olhava para os lados de modo que apenas compreendia enxergar ali a face límpida de uma Pokémon adorável e fofa. Mas para quem havia visto a sua última fase, como Susana, saberia que Charmander não era assim todo o tempo. A salamandra dourada havia concentrando uma personalidade em seu interior que viria à tona caso ela erguesse a sua habilidade especial, Blaze. Com ou sem Blaze, a ruiva continuava temerosa ao ver a Pokémon e percebendo isso, Bulbasaur saia da maca e ia até a sua mestra. Susana o recebia com carinho e assim os dois se reencontravam enquanto a Stylist morena entregava a Pokéball de Purugly para a ruiva.

- Bem, você pode ir para o restaurante da Hospital, que eu vou para a Biblioteca Central, entregar esse bendito livro que nos deu tanto trabalho. – dizia ela rindo, com seus alvos dentes e muita alegria.

A morena deixava a ala hospitalar despedindo-se da ruiva, com a afirmação que voltaria. Nesse meio tempo, Susana apenas deu uma volta em torno de si e logo via a placa no alto que indicava que o restaurante estava para além daquele correndo aonde havia a sala de curativos rápidos. A morena já estaria já em meio a rua a essa altura e assim que saiu, Bulbasaur olhava com uma cara de preocupação para Susana, como quem dizia que a Charmander precisava de ajuda, mas como ajudar alguém como ela se a própria Pokémon perdia a memória ao entrar em estágio de Blaze?

- Moça, posso ajudar? – perguntava a enfermeira atendente ao ver Susana parada ali em meio ao Hospital enquanto os outros estavam sendo atendidos. Pelo incrível que pareça, todos ali estavam sendo muito bem atendidos, sem túmulto ou coisa parecida.

Com Bulbasaur nos meus braços e a pokeball de Purugly guardada já estava pronta para ir comer alguma coisa quando Samantha me surpreendeu com a ideia dela. Depois de tudo era estranho eu ter me esquecido completamente daquele livro, que tinha sido a causa de toda aquela confusão.

Eu não gostava muito da ideia de ela ir sozinha até a biblioteca, mas a ideia de ir junto também ão era nada agradável. Antes que eu pudesse me decidir se iria ou não com Samantha, ela e sua Charmander já estavam saindo do hospital, deixando eu e Bulbasaur "plantados" no meio da recepção. Bulbasaur queria ir junto, mas como elas já estavam longe e como ir na biblioteca não era tão difícil, decidi esperar ela no hospital.

- Não precisa não, eu só me distraí um pouco. - Falei um pouco envergonhada e logo comecei a andar em direção ao refeitório, fazendo com que Bulbasaur ficasse um pouco incomodado. - Daqui a pouco elas voltam Bulbasaur. Vamos lá comer alguma coisa enquanto esperamos. - Comentei tentando fazer ele esquecer a ideia de ir correndo atrás de Samantha e Bulbasaur.

Susana era deixada no meio da recepção do Hospital de Nyender City, enquanto Samantha desaparecia entre as pessoas dali com Charmander em seus braços. Quando a jovem ruiva olhou de novo, só via a morena deixando o Hospital, indo em direção a Biblioteca Central, na onde entregaria o livro que rendeu as duas grandes emoções, das quais Susana dispensava. Naquele momento, Bulbasaur se preocupou, e até se mexeu um pouco nos braços de sua mestra, buscando ir atrás das duas, mas Susana o convenceu a ficar. Agora os dois seguiam corredor adentro, cuja placa no alto indicava que seguindo reto ali seria levada para o refeitório.

Susana e Bulbasaur seguiam em direção do grande corredor. Era largo e espaçoso e assim que avançava pelo corredor, via várias enfermeiras e médicos movendo-se de um lado para o outro. Logo avançava pela grande porta-dupla e chegava ao refeitório. Poucas pessoas estavam ali, mas a maioria eram médicos. Bulbasaur logo saia dos braços da ruiva e saia correndo por ali até chegar ao local em que era possível pegar comida. Susana foi atrás, desviando das várias mesas e cadeiras no local. Ali Bulbasaur mirava a parte que seria a comida Pokémon, uma grande quantidade de ração em que as pessoas poderiam se servir a vontade.

Ao lado tinha a comida para humanos. Havia várias opções, mas a aparência não era das melhores. Havia uma massa alaranjado-escura que não deixava claro saber o que era aquilo. Havia uma sopa que mais parecia água com corante e no meio havia dois ou três legumes que flutuavam ali. Até a salada ao lado tinha tomates murchos e folhas de uma coloração verde tão escura que poderia ter dúvida se era alguma folhagem ou era mofo. O que parecia ser agradável aos olhos eram as várias gelatinas, cada uma com uma cor, posicionada ali. A bandeja ficava ao lado, assim como pratos e talheres...

Seguindo a direção que as placas indicavam, fiquei tentando não esbarrar em ninguém enquanto carregava Bulbasaur. No começo ele não estava nada feliz com a minha decisão e até tentou me fazer mudar de ideia se esticando e olhando para a saída, mas eu ignorei e logo ele parou. Meu estômago estava completamente vazio e o de Bulbasaur também estava roncando e como Samantha não precisava de ajuda para ir devolver um livro, nós poderíamos muito bem ir comer alguma coisa e guardar um lugar para quando elas voltassem.

Andando por um largo corredor que parecia levar até o refeitório eu me senti um pouco desconfortável, pois parecia que só tinha eu e Bulbasaur que não trabalhávamos ali andando até o refeitório. Eram tantas enfermeiras e médicos passando por nós que eu sentia mais que estava indo para a área de atendimentos do que para o refeitório!

Já estava pensando em voltar e ver onde eu poderia ter errado o caminho quando finalmente passei por uma porta e vi que estava no refeitório. Bulbasaur logo pulou do meu colo, ansioso para ver o que teria para comer, ele nem me esperou e já estava na área onde se pegava a comida, pulando e fazendo de tudo para poder enxergar o que tinha ali.

Era difícil não rir dele, mas assim que cheguei e vi as opções que tinha para escolher a vontade de rir passou e fiquei pensando se não deveria ter ido com Samantha. A ração para os pokemon parecia melhor que qualquer coisa que tinha para comer, com exceção das gelatinas, já que não tinha como estragar uma gelatina.

Sem ter muitas opções, peguei uma bandeja mas comecei pegando duas tigelas de ração para pokemon, pois não estava muito ansiosa para escolher o que ia comer. Peguei primeiro duas gelatinas, uma roxa e uma vermelha, o que foi fácil de escolher, mas na hora de pagar alguma coisa quente eu quase resolvi pegar mais uma gelatina. Ainda em duvida, peguei uma tigela do que parecia ser sopa e fui me sentar em alguma mesa com lugar para nós e também para Samantha, caso ela também quisesse se arriscar com aquela comida.

Assim que sentei, Bulbasaur já estava sentado do meu lado esperando sua comida, então entreguei a tigela de ração na frente dele e coloquei a outra perto de Bulbasaur. Sem muita vontade, tirei a pokeball de Purugly do bolso e logo a soltei ao meu lado. Ela não parecia nem um pouco feliz e assim que viu a comida, ignorou completamente eu e Bulbasaur e logo começou a comer deitada, sem se importar por estar atrapalhando completamente quem quisesse passar por ali.

- Se vocês quiserem mais é só me pedir que eu pego. - Comentei enquanto mexia aquela sopa com uma colher e logo pegava o que parecia ser um pedaço de cenoura e começava a observá-lo melhor, pois por um segundo achei que parecia ser um pedaço de carne ou algo parecido. - Sem brigas, por favor. - Comentei quando vi como Bulbasaur estava olhando para Purugly, furioso como o modo que a pokemon ocupava mais da metade do espaço que era para os dois.

Susana suspeitava daquela comida do hospital, no entanto, era o que tinha para hoje. Bulbasaur, pelo contrário, estava animado por encontrar comida e ao ver tanta quantidade ali junta, o Pokémon ficou mais animado ainda. Era a gula do pequeno falando mais alto. Depois de avaliar o que tinha ali, a menina logo pegou uma bandeja, encheu com duas tigelas de comida Pokémon e pegou algumas gelatinas e a sopa. A menina via que a gelatina era a que tinha aparência melhor dentre as opções. No entanto, ao retornar para um lugar para poder comer, via a careta que um paciente fazia ao degustar da comida. Parecia que tinha como fazer a gelatina ficar pior...

Sentada, a menina logo liberava Purugly, a gata tigre que outrora lhe dera tanto trabalho. A grande Pokémon ocupava muito espaço, colocando Bulbasaur para o lado. A Pokémon começava a comer sem ligar para Susana, que parecia vê-la com menos medo do que antes. A Pokémon não era tão marrenta assim! Susana logo percebia o desconforto de Bulbasaur e já advertia para não haver brigas ali, pelo menos no Hospital não... No extremo do refeitório, o que seria um gladiador carregava uma bacia repleta de ração Pokémon e assim colocava no chão e liberava um raio escarlate de sua esfera bicolor, formando um gigante de pedra ali, Onix. Se o refeitório não fosse realmente grande, o lugar iria explodir com o tamanho do Pokémon ali.

Enquanto Bulbasaur e Purugly devoravam os seus respectivos pratos, Susana cutucava um pedaço de algo que tinha em sua sopa. Estava curiosa em saber se era uma cenoura ou um pedaço de carne e ao colocar na boca a dúvida persistia, ao perceber que não tinha gosto de nada. A menina provava mais do caldo e percebia que era mais algo de uma coloração avermelhada. O único gosto descente que a menina pôde sentir era do macarrão em forma de concha, mas mesmo assim não era lá grande coisa.

A menina continuava a sua refeição com os seus Pokémon. Pelo menos os pequenos monstrinhos de bolso estavam adorando a comida e assim a menina tinha a sua atenção redirecionada para outro local, não mais o Onix. A menina via uma mesa com dois homens e uma mulher de jaleco. Dentre deles, um era bem conhecido: Dr. Gregory. Com os cotovelos sobre a mesa e um sanduíche na mão, o homem comia bem desanimado, enquanto o seu colega ao lado parecia bem humorado e contava o que parecia ser piadas. Na frente, uma mulher, médica também, parecia rir do que o homem falava, diferente de Gregory que parecia achar aquilo tudo bem chato.

Gregory estava pronto para encontrar a Amanhecer ali e recomeçar com a insistência de que a menina deveria se internar ali para ser usada como cobaia, quando a figura de alguém ficava entre os dois, fazendo com que o desanimado médico não percebesse a presença de Susana. Uma enfermeira, a mesma que havia atendido ela e Samantha na recepção, aparecia na frente e com o mesmo caloroso sorriso falava com Susana.


- Vejo que os seus Pokémon estão ótimos. Se quiser, no fim do refeitório há um banheiro em que você pode usar e tomar um banho relaxante. Não precisa se preocupar. – dizia a enfermeira, com o que seria uma lancheira na mão e já ia se sentando. – Você não se importa que eu me senta aqui, não é? Tenho 30 minutos de almoço... na verdade, 20 minutos agora. Mas bem, aceita? Tem mais do que eu posso comer... – dizia a mulher abrindo a lancheira e mostrando vários bolinhos de arroz justapostos, com ótima aparência.

Enquanto eu ainda observava aquele pedaço de comida que estava na minha colher, um gladiador chamava a minha atenção, pois estava carregando tanta comida pokemon que já comecei a imaginar o tamanho da equipe dele. Quando ele soltou um Onix eu logo entendi para que tanta comida e além de me impressionar com o tamanho do refeitório para sobrar espaço mesmo com um pokemon daquele tamanho, me impressionei com o pokemon em si.

Todo o gigantesco corpo dele era feito de uma pedra que parecia ser muito dura, quase inquebrável e a sua maneira, ele era muito lindo. Era incrível encontrar um pokemon que comia mais rápido do que meu Bulbasaur, mas ele conseguia fazer isso, mesmo levando em consideração  a diferença gritante de tamanho. Será que era muito difícil conseguir um? Deveria ser muito legal treinar um desses para batalhas ou mesmo para apresentações!

Ainda observando aquele belo pokemon, mas sem deixar de me manter atenta aos movimentos de meus próprios pokemon, decidi me arriscar logo e começar a comer antes que aquela sopa esfriasse. Para o meu azar, o sabor do caldo conseguia ser tão ruim quanto a aparência e a única coisa que me mantinha comendo além da fome eram o macarrões no fundo, que até davam um sabor agradável para aquele caldo.

Enquanto eu fazia um certo esforço para continuar comendo aquela sopa e meus pokemon se deliciavam com a ração, eu logo vi algo que não queria encontrar por um bom tempo. Gregory estava almoçando com outros dois médicos naquele momento. Nem prestei atenção no que ele estava fazendo, só continuei comendo e tentei chamar o minimo de atenção possível.

Quando já tinha terminada aquela sopa e tentava decidir que gelatina comeria primeiro alguém parou na minha frente e temendo ser Gregory, olhei lentamente e me surpreendi com o que vi. Era a enfermeira que tinha nos atendido antes e assim que ela falou nem precisei pensar muito antes de responder.

- Vou lá assim que acabar vai ser ótimo tomar um banho. - Comentei nem querendo imaginar como deveria estar a aparência do meu cabelo ou das minhas roupas. - Claro, pode sentar. Eu só vou pegar mais comida para esses dois e já volto. - Falei assim que senti um pote ser colocado nas minhas mãos e logo vi que era Bulbasaur pedindo mais. Purugly também parecia querer mais ração, mas tudo o que ela fez para expressar isso foi empurrar a tigela para o lado, então logo a peguei também e fui pegar mais ração para os dois. Isso seria a única coisa que eu pegaria, pois não queria nem lembrar do sabor daquela sopa.

De fato Gregory seria a última pessoa que Susana gostaria de encontrar naquele momento. O médico sentava-se e almoçava no extremo da sala. Parecia estar sendo chateado por seu colega de trabalho tagarela, mas não dizia nada. De cotovelos sobre a mesa e coluna curvada o doutor continuava a comer e assim deixava claro a sua insatisfação. Por sorte da ruiva, a enfermeira simpática se colocava na frente da Amanhecer, tampando a visão do doutor em encontrar-se com a sua cobaia em potencial, que estava praticamente fugindo dele. Simpática, Susana sentiu-se salva no último momento.

Sabendo que poderia tomar um banho e agora comer algo mais descente do que aquela comida, Susana logo ficava feliz com a companhia da mulher, mas quem não estava nada satisfeito era a Purugly, que ousadamente pedia mais comida e assim Bulbasaur era o próximo. Bulbasaur colocava as patinhas na mesa e assim sorria para a enfermeira, sabendo que conhecia a mulher. Ela sorriu de volto e quando o Pokémon bulbo avistou o grande Onix, ficou maravilhado. Purugly virava a cara para o lado, fazendo um estranho barulho com a boca, parecendo insinuar que poderia facilmente acabar com o gigante de pedra e dá um fim em tudo.

Bulbasaur pareceu contrariar a Normal, no entanto Susana estava longe, já fora pegar mais comida aos seus Pokémon. A Stylist voltava para perto da comida que estava disposta e assim reenchia os potes que havia pego para os seus Pokémon. Enquanto terminava de encher, uma presença detrás da garota era sentida e assim a mulher se virava. Gregory, de jaleco branco e olhar sério, estava diante da Stylist e parecia encarar Susana, assustando-a.

- Você não deveria ter assinado os papeis e já não estar em uma mesa de radiografia? Não me faça perder o meu tempo, preciso de todos esses relatórios aqui hoje. – dizia o homem.