Entre o sangue de gladiador e um bombeiro que salva vidas!

O gladiador chegava à cidade vertical cerca de 21h. Somente duas horas de viagem entre Erobring e Grung. Duas horas em que sua mente viajou e refletiu sobre os mais diversos assuntos, dividindo-se principalmente entre recordar das lanternas flutuantes e seu desejo e a tarefa de organizar seus próximos passos.

Ao sair da estação, o ruivo mirava a cidade em seus dois principais sentidos. Para cima, o lugar se abriria para o céu da noite, estrelas e a lua crescente. Para baixo, a cidade se perderia em escuridão e sujeira nos bairros mais pobres. Sua vontade, contudo, era a de encontrar o Orfanato, independente do andar.

Após dois andares de elevador, Marcel se deparava finalmente com o prédio do orfanato e suas portas fechadas. Na porta, a plaquinha dizendo que o horário de funcionamento era das 8h às 20h, sem fechar no almoço. Ao lado da placa, havia um telefone celular, para caso se desejasse deixar um Pokémon no orfanato em situação de emergência. Era claro que, apesar de funcionarem praticamente no horário comercial, eles abriam exceções para não deixar um monstrinho desamparado.

Marcel mirava o horário no visor do celular: 21h. A viagem de trem fora rápida, mas com o encerramento do festival acabou saindo um pouco tarde de Erobring. Era hora de adaptar os planos um pouquinho, adiando a visita ao Orfanato para a manhã seguinte talvez e, quem sabe, pensar em algo para que Squirtle quisesse doar os brinquedos em excesso para os Pokémons do lugar? No entanto, além de ter de refazer o roteiro, havia outra questão a ser pensada: onde dormir e onde jantar?

Se Grung fosse 24h como Twister sua vida seria mais fácil naquele instante...

Infelizmente, nem tudo funcionava 24 horas por dia. Suspirava um pouco emburrado, enquanto via as portas do orfanato fechadas. Olhei de um lado para o outro e percebia que andar por aquelas ruas era complicado, ainda mais com tantos bichinhos fofos que tinha que levar. Procurei pensar rápido... Se o orfanato estava fechado, possivelmente o sindicato também, o que me restava pouca coisa a se fazer a não ser ir procurar abrigo.

O celular marcava 21 horas e eu então erguia a mão pedindo um táxi. Kazumi Hotel era o próximo destino. Iria pedir uma refeição para mim e para meus Pokémons e em seguia iria dormir até amanhã, onde poderia fazer as coisas que havia planejado.

Percebendo que não teria muito sucesso com as lojas naquele horário, Marcel chamava um táxi e pedia para ser levado até o Kazumi Hotel. De dentro do veículo, o gladiador reparava na construção peculiar daquela cidade, já que mais da metade do tempo o carro estava em uma lomba, sempre subindo.

No hotel, o valor de um quarto era pago e o jantar encomendado. O quarto era confortável e bem decorado para um hotel 3 estrelas. A TV não era das maiores, mas por sorte possuíam alguns canais a mais do que a TV aberta somente, o que lhes resultava em opções a mais de filme para assistir. Quando o jantar chegou, o grupo comeu junto, assistindo a um bom filme. Não era nenhum lançamento, mas a trama era envolvente.

Após o filme, um bom banho para livrar o corpo do cansaço da viagem. Era difícil acreditar que há algumas horas somente estava em Erobring, vivenciando um festival e enfrentando a ministra em um amistoso.

Antes de dormir, Marcel reparava que o Egg que carregava começava a emitir um brilho fraco e tímido. Não era constante, porém era o primeiro indício de que não faltava muito para o pequeno ser que estava ali dentro se mostrar ao mundo. Com um sorriso no rosto, o Gladiador adormeceu, preparando-se para o dia seguinte.

Grung era uma cidade curiosa. Apesar de ser a noite, percebia como a sua construção era peculiar, e só com um sentido para ir, ou para cima, ou para baixo. O carro só subia, eu não achei estranho, apenas aconcheguei-me no banco, ao lado das pelúcias. Meus olhos pairavam sobre toda a cidade. Estava pensando no festival, no desafio contra a ministra (principalmente no desafio). Queria que um dia os meus Pokémons fossem tão fortes quanto o Umbreon que eu enfrentei. Apesar de tudo, eu sabia que teria que dá tempo ao tempo e antes de entrar de cabeça em uma vida que eu sei que não tinha volta, era hora de conhecer mais os meus monstrinhos.

Ao chegar ao hotel, paguei pelo jantar e pela diária. Squirtle, Chimchar e Trapinch apareciam todos juntos de uma vez. Enquanto a tartaruga e o macaquinho pulavam alegremente na cama de casal, Trapinch observava tudo sem reação emotiva, aparentemente a formiga escavadora achava tudo muito infantil, o que provava que ela era a mais madura do grupo. Tomei um banho, comemos e assistimos um filme. Squirtle e Chimchar foram os primeiros a dormir. Trapinch assistiu até o final comigo.

- Só sobrou nós dois, né?- ela direcionava os olhos para mim e bocejava. – Ata, pode dormir. – ria para ela, enquanto ela se arrumou na cama e apagava. Chimchar, apesar de ter sua chama apagada, dormia profundamente e aquecia a cama. A noite passou razoavelmente feliz.

Os primeiros raios de sol entravam no quarto no dia seguinte bem cedo. Squirtle fazia questão de puxar a cortina e manter seus olhos bem vivos perante o dia bonito que nascia, segundo ela. A Pokémon pulava na cama acordando todos, embora eu já tivesse acordado, mas com preguiça de abrir os olhos.

- Ok... Você venceu...

Levantava bocejando e acordando o grupo. Chimchar espreguiçava e parecia ainda bêbado de sono. Trapinch acordava bem, não reclamando de ter sido acordada cedo. Fui ao banheiro lavar o rosto e Squirtle ia tomar um banho. O banho foi tão demorado que aproveitei para tirar um cochilo antes de ir tomar café. Squirtle me acordava de novo e em seguida descia, sem perguntar como a tartaruga conseguiu abrir o chuveiro.

Descia para tomar um café-da-manhã junto dos Pokémons e em seguida eu recolhia todos e pedia um novo táxi para ir ao Sindicato. Assim, eu deixei o hotel e estava decidido dessa vez em aproveitar o dia para começar um novo rumo em minha vida..

A noite correu de forma tranquila e serena, Chimchar aquecia a cama e Squirtle se agarrava à camisa do Gladiador. Trapinch parecia mais tranquila, ocupando um espaço considerável para seu tamanho. Na manhã seguinte, contudo, o grupo era desperto pela animada tartaruga, que mais uma vez abria as janelas e chamava a todos para ver as luzes do sol nascente se refletindo nas diversas janelas e paredes espalhadas da cidade vertical.

O grupo acordava, mas logo deitava para mais um cochilo, já que Squirtle demorava no seu banho. Quando finalmente ela saiu e acordou a todos de novo, ruivo e pokémons desceram para tomar café da manhã no restaurante do hotel. A mesa era farta com muitas opções variadas, desde cereiais de chocolate a croissants recheados, passando por frutas, pães e frios, bem como leite, café, achocolatado, sucos e yogurte para beber.

Satisfeitos, Marcel saia do hotel, pedindo por outro táxi e dando o endereço do sindicato. Não demoraram mais do que 30 minutos para chegar ao prédio e, naquele momento, o que mais chamou a atenção foi a placa do sindicato no primeiro andar e uma placa de um condomínio particular mais acima, onde uma ponte desembocava. A cidade era realmente estranha... Havia um elevador ao lado do prédio para subir até a ponte que ligava o prédio residencial (que era continuidade do sindicato sem ser ligado a ele pelo lado de dentro) e um outro prédio.

Ao entrar no prédio (após desistir de tentar entender a cidade), Marcel se deparava com uma recepção ampla e bem organizada. Ao lado haviam três portas, duas fechadas e uma aberta. Na sala aberta havia uma pequena sala de espera, com cadeiras e uma pequena televisão. O recepcionista falava ao telefone enquanto digitava alguma coisa no computador. Sobre o balcão do recepcionista, diversos panfletos das mais diversas profissões. Obviamente Squirtle já estava pendurada no balcão, pegando um panfleto de cada profissão para entregá-los para Marcel.

Após pegar o táxi, partia para o sindicato. No caminho tentava entender a cidade, pensando que essa seguia uma lógica que eu pudesse decifrar. Ledo engano! Grung era uma cidade sem igual e seu tamanho na parte horizontal compensava na dimensão vertical. A cidade era enorme (e confusa). O caminho todo era de observação. Squirtle, que havia recusado ir para a Pokébola, pulava no banco, indo de uma janela para a outra, vendo tudo e não querendo perder nada. Eu, por minha vez, mantinha meus olhos no horizonte. Se vim alguma coisa que me agrade, bônus.

Depois de um tempo, cheguei ao sindicato, onde ali mesmo eu entrei e fui direto para a sala. De fato, não entendia a construção daquele prédio. Não sabia até onde aquela construção era um prédio do sindicato ou era um condomínio. Na verdade, não entendia nada daquela cidade. Teria que procurar um lugar para me acomodar direito, quem sabe um guia ajudaria a me locomover melhor... Squirtle já saia procurando tudo, explorando o novo local. Deixei a Pokémon ir, seguindo-a com os olhos. De mãos nos bolsos, eu caminhava lentamente.

Ao olhar para baixo, lá ela estava, esticando o folheto para mim, indicando as opções que eu tinha. Eu sorri para ela, agradecendo. Não precisava de muito, mas não custava nada dá uma olhada nas outras profissões.

- Gostaria de me associar e me tornar um bombeiro. - dizia ao recepcionista.

Após uma rápida olhada nos folhetos, Marcel reparava que nenhuma daquelas profissões lhe chamava mais a atenção que a de bombeiro, então, decidido, rumou para o recepcionista, informando a carreira desejada. O homem, que desligava o telefone, mirou-o de cima a baixo, como se o analisasse.

- Bom dia. A carreira de Bombeiros possuem um pequeno teste de aptidão antes de liberar a associação. - O homem dizia enquanto pegava algumas fichas de dentro de uma gaveta. - Além de uma série de cursos muito básicos para serem feitos, aqui mesmo no sindicato. Caso tenha real interesse, posso agendar os exames de saúde para amanhã de manhã, os testes de aptidão para amanhã de tarde e os cursos para o dia seguinte de manhã, mas nesse caso vou precisar que me traga esses formulários preenchidos. - Ele dizia entregando três folhas para Marcel. - Você quer tentar?

Marcel mirava o estranho, assimilando tudo o que recebera de informação. Por um lado, as outras carreiras pareciam mais simples de se associar, por outro lado, a quantidade de exigências era coerente, afinal ele salvaria vidas como bombeiro. Precisavam ter certeza de que ele era capaz de ser um salvador e não mais uma vítima no incêndio.

Ao olhar o recepcionista, ele logo respondia com algumas informações sobre como virar bombeiro. Eu observava tudo bem calmo e por conta disso eu mal conseguia descrever qual era a reação do recepcionista, mas eu mal me importava. Squirtle já começava a se imaginar combatendo o fogo e salvando vidas e eu apenas ignorei a pequena que permanecia brincando ali entre as minhas pernas.

Ao preencher o formulário, eu entregava para o responsável. Havia marcado alguns cursos para os próximos dois dias. Eu sabia que tinha que estar preparado. Squirtle não tinha tal consciência, mas serviria muito para poder abrir alas com um golpe de água que iria ajudar muito a apagar focos de incêndios. Chimchar, quando chegasse em sua evolução final, poderia salvar muitas pessoas também, afinal era mais resistente ao calor e poderia entrar em uma casa em chamas sem se ferir muito. Por enquanto, ele ajudaria resgatando pequenos Pokémons, seja em casas incendiadas ou em árvores muito altas. Trapinch sabia bons golpes de terra, ajudando muito também. Talvez se soubesse dig poderia ser muito melhor... E por fim, ainda ganharia um Pokémon water para ajudar.

- Até amanhã. – me despedia do rapaz deixando o formulário ali e tudo assinado.

Marcel refletia sobre seus Pokémons, pensando em como todos eles poderiam ajudar em sua nova carreira quando chegasse a hora, cada um a sua maneira. As três folhas eram preenchidas com rapidez e tudo o procedimento era agendado. Ansioso pelo dia seguinte, Marcel deixava o sindicato por algumas horas, sabendo que em breve voltaria. Um papel em suas mãos indicava o horário:

- Exame de sangue: dia 22, 9h.
- Exame de visão: dia 22, 10h.
- Exame físico: dia 22, 11h.
- Teste de aptidão: dia 22, 14h.
- Cursos de formação: dia 23, 9h.

Não demoraria para se considerar um bombeiro e começar a salvar vidas, pelo menos assim esperava. As portas automáticas se fechavam atrás de si e voltavam a abrir, conforme Squirtle pulava perto delas, para se fecharem logo em seguida, chamando a atenção da tartaruga. Marcel, por sua vez, tinha a visão atraída para outro ponto.

Grung era movimentada e a maioria das ruas/pontes pareciam um formigueiro, com pessoas colidindo entre si. Porém, em um ponto específico, numa cafeteria, um homem parecia ter um círculo de proteção ao seu redor, sem que ninguém se aproximasse. O estranho estava de costas e tudo o que Marcel via era a cabeça careca com a tatuagem dos Gladiadores. Até mesmo os cidadãos tão amáveis de Grung pareciam evitar e olhar o homem com desprezo, fazendo Marcel agradecer por sua tatuagem estar oculta pela roupa. Por outro lado, aquele era um homem que não se importava de ser reconhecido e certamente poderia oferecer uma luta interessante para o Vigarista. O caminho dos Gladiadores parecia chamá-lo, enquanto a suas costas a vida de Bombeiro o esperava somente no dia seguinte.

Como tudo marcado, eu erguia o celular e marcava tudo para que não perdesse a hora do dia seguinte. Se tornar um bombeiro não custaria tanto, senão, alguns testes e outras coisas que deveria cumprir. Saindo do sindicato, sendo seguido por Squirtle, deparo-me mais uma vez com as ruas de Grung, uma cidade que dispensava um raciocínio lógico e se esgueirava para ser um formigueiro enorme. Ainda tentava achar uma lógica nas ruas, insistindo que era possível, mas...

No meio de tanta gente, uma pessoa me chamava atenção, e não só a minha, como de várias pessoas de Grung. Um homem, careca, com a tatuagem de gladiador a mostra. Eu sabia que ele era um gladiador, como todos ali, e mais do que isso sabia que ele era bem desprezado pelas pessoas. Esconder minha tatuagem na blusa, no final não era tão ruim assim... Eu observava o homem na minha frente e uma vontade de ir batalhar aparecia. Olhei mais uma vez para o sindicato atrás e sorri pela ironia.

Comecei a andar na direção do rapaz, enquanto Squirtle me seguia. Certamente ela não sabia o que iria acontecer. Uma batalha de gladiador apenas me despertava naquele momento, enquanto lembrava-me do meu amistoso com a ministra de Erobring. Para ser sincero, não sabia como os gladiadores se apresentavam, mas no fim só torcia para ser tão simples quanto conhecer uma stylist bêbada.

- Oi. Vejo que não fica constrangido de mostrar sua tatuagem... – começava. Squirtle aparecia do lado e segurava a barra da minha calça. Não era a cena mais poderosa que eu poderia passar, mas não estava muito preocupado com a imagem...

Respirando fundo e sentindo a vontade de batalhar tomar conta de si, Marcel se aproximava, torcendo para que conhecer um novo Gladiador fosse tão simples quanto conhecer uma Stylist ainda sob os efeitos da bebida. Atravessar a multidão não foi fácil, porém ao entrar no círculo que se armava ao redor do homem, ninguém cruzou seu caminho.

Após as palavras simples, o estranho o mirou e logo depois mirou Squirtle, que acenava para ele em cumprimento, e mais uma vez para Marcel, sondando as palavras e tentando adivinhar a carreira do ruivo. Sem tatuagem a mostra e de posse da tartaruga, só haviam duas opções mais lógicas: Gladiador ou Stylist.

- Olha, cara, vamos economizar nosso tempo. Já tive minha cota de Stylists dizendo que eu devia ter vergonha por fazer Pokémons batalharem, então, sejá lá qual for seu discurso, fingi que falou ele todo, eu finjo que escutei e seguimos cada um feliz para o seu lado.

Obviamente a atitude fofa de Squirtle e a tatuagem oculta faziam o estranho deduzir pela carreira errada. Ele praticamente ignorava Marcel, bebendo seu café preto quase que todo de uma vez e chamando a garçonete com a conta. Ele não parecia querer seguir ali por muito tempo.

Bem, como esperado, conhecer pessoas não é a minha área. Aquele rapaz parecia muito mais experiente, ou eu ainda não tinha a confiança que um gladiador tinha. Uma coisa ou outra, o careca em minha frente poderia ser uma boa oportunidade para me mostrar como um gladiador vive, mas acontecia que parecia que acabava descobrindo que stylist são contra gladiadores, estereótipo que não se aplicava à Sakura.

Squirtle parecia super fofa e eu não discordava que ela nasceu para pertencer a um stylist (ou até seguidor de Arceus). Mas acontecia que ela tinha caído em minhas mãos e não deixaria ela mais, até porque, depois da batalha contra Persian, eu não via mais Squirtle nas mãos de ninguém a não ser a minha.

- Ata... – dizia depois de um tempo confuso, até perceber que tinha me confundido com um stylist - Na verdade, na verdade eu sou novo na área e desconheço esse universo de gladiador. Sou um gladiador e não stylist... Queria saber se vocês têm uma associação ou algum clube de luta... – explicava para o homem.

- Associação?

O careca ria da pergunta de Marcel sem nem ao menos se desculpar pelo equivoco. Pelo comportamento do homem, não surpreendia ao ruivo o preconceito existente perante sua profissão. Squirtle não sorria, mirando o Vigarista e puxando sua calça. A tartaruga parecia não se sentir a vontade ali e pedia para ir embora. Por outro lado aquela era uma oportunidade única para seu dono.

- Às vezes me esqueço como os novatos são ingênuos. - Ele dizia após parar de rir e pegando um cigarro do bolso. - Ok novato - ele murmurava acendendo o cigarro com um fósforo que se perdia dentro de um copo de água - mostre sua tatuagem e sua licença pra provar que é um de nós e talvez eu te mostre onde os adultos se divertem.

Marcel ficava intrigado com o comportamento do estranho que ainda não se apresentara e agora exigia uma prova de sua carreira. Ao longe, sentia pessoas que antes lhe sorriam agora o fitarem em total desaprovação. Era como se estivessem descobrindo que ele também era um gladiador e, portanto, indigno de qualquer tipo de simpatia ou gentileza.

Bem, não julgava quem dizia que gladiadores não eram tão simpáticos, afinal, aquele ali era um exemplo nato. Squirtle não gosta nada de como o gladiador agia e o mesmo ria alto da minha pergunta. Não achava aquilo estranho, mas ele sim. A tartaruga ficava cada vez mais incomodada e começava a puxar a barra da minha calça, pedindo para sair dali. Eu ignorava, afinal, apesar de não querer chamar a atenção, eu poderia aprender os ossos do ofício naquela oportunidade.

Sem falar muito e suspirando pela forma um tanto ignorante do careca, eu puxava a blusa mostrando a tatuagem e mostrava a licença também. As pessoas iam e viam e deduziam que eu era um gladiador (se não viram a tatuagem também). Não me importava com a opinião deles, mas não poderia negar que um ou dois sorrisos enquanto estivesse caminhando na rua me faria falta.

O estranho sorriu ao ver a tatuagem, erguendo-se e dando um tapinha no ombro de Marcel, embora aquele tapinha do tipo "meu chapa" quase o tenha derrubado no chão. O Vigarista não era fraco, porém o outro Gladiador parecia poder fazer quebra de braço com um Ursaring aparentemente...

Com um simples "vamos nessa", ele largou algumas notas sobre a mesa e se pôs a caminhar. Squirtle não parecia feliz em segui-lo, porém Marcel não lhe dava muita alternativa. Logo a dupla começava a longa decida por elevadores, escadas rolantes. Entravam em um prédio, subiam até o quinto andar, para pegar uma ponte, ir até outro prédio, descer por dentro dele até o andar de baixo da cidade, sair desse, pegar outro elevador. O caminho parecia dar voltas, subindo para descer diversas vezes. Marcel chegou a perguntar se o outro sabia realmente para onde estava indo e se o melhor não seria pedir um táxi.

- Digamos que o povo de Grung, fora o de Nyender, é o que mais odeia as batalhas Pokémon e os cadetes adorariam pegar um ou dois no lugar para onde estamos indo...

Marcel rapidamente parou no lugar, temendo estar seguindo o outro em direção a um ninho gangster, porém o outro riu alto e disse que não era nada daquilo, afirmando que eles já tinham problemas de mais para meter um criminoso na história. Só pessoas com ficha limpa entravam, nada de procurados, e mesmo assim os cadetes se mantinham atentos. Após umas quatro horas de caminhada, o grupo estava no primeiro andar da cidade.

- Prepare-se para o parquinho de todo gladiador. - O estranho dizia, batendo em uma porta de um mercado e mostrando a licença de Gladiador. - Sabia que eu vi um Rattata gigante no quinto andar? - Ele dizia para o atendente enquanto entregava 300Pk$, deixando Marcel confuso.

O outro escutou a frase e respondeu que se quisessem ver ratos gigantes, deviam ter ido lá mais cedo, em seguida abriu a porta para eles, bem como uma outra oculta dentro do frigorífero. Squirtle pareceu não gostar de ver os pedaços de Tauros pendurados, prontos para serem cortados e vendidos.

O último lance de escadas era longo e escuro e o barulho que alcançava o grupo era alto. Abaixo de toda a cidade vertical, parecia se abrir um ringue de luta. Logo na entrada Marcel viu um sujeito negro com uma faca na mão. O Growlithe do homem parecia ter perdido metade da orelha recentemente e ainda tinha a face suja de sangue. Com suas chamas, o Pokémon aquecia a faca e, quando estava brilhava em vermelho, era encostada em sua orelha, para estancar o sangramento.

- Bom garoto. - O negro dizia para o cão, antes de largar a faca de lado e começar a verificar os dentes do cão.

- Hey, ainda com esse Growlithe? - O guia de Marcel perguntava para o outro, aparentemente o reconhecendo.

- Claro. Esse aqui vale cada centavo que gastei nele. Já estou pensando até em comprar uma Fire Stone pra ele.

- Uma boa grana para um só Pokémon, não acha?

- Um que venceu mais de cem. Ele tá merecendo.

O cão lambia os dentes após ter o rosto solto. Seu corpo apresentava diversas feridas recentes ao lado das antigas. Nada disso parecia importar para o dono. Ele somente dava-lhe dois tapinhas na costas, espirrava um Super Potion nele e pegava uma grande quantidade de dinheiro do bolso.

- Falamos mais depois. Ele ainda aguenta mais uma luta e eu preciso de dinheiro. To a fim de comprar uma moto. - O negro dizia, sem perceber a presença de Marcel e já se afastando para o movimento maior.

- Regra um novato: só brinca quem paga. Você irá dar a quantia que acha que seu Pokémon pode ganhar e alguém irá aceitar o desafio. Depois da luta, quem vencer fica com tudo. As regras são somente: nada de Earthquake, nada de Surf, nada de Explosion e nada de golpe nenhum que possa chamar a atenção do lado de fora do prédio. Pode mandar morder, pode mandar arrancar pedaço e não pode se irritar caso seu pokémon morra. É luta pra valer e ninguém joga pra perder. E você me deve 150Pk$ por ter pago sua entrada. Ah! E antes que eu me esqueça! Nunca fale sobre isso com ninguém. Apostar em luta Pokémon é crime.

Squirtle, a essa altura, já estava agarrada na perna de Marcel. Ao fundo, aquele Growlithe já estava com os dentes envolta da cabeça de um Liepard, agarrado com todas as suas forças e arranhando as costas do felino. Porém sua barriga já sangrava por um arranhão do gato. A lua era sangrenta, com poucos ataques oficialmente falando e a grana rolava solta.

Após indicar que eu era um gladiador, provando com tatuagem e licença, eu logo seguia o mais experiente pelas ruas da cidade. Percebia que Squirtle não gostava de nada do que estava acontecendo, mas naquela hora estava na oportunidade perfeita para conhecer um novo do mundo dos gladiadores. Eu olhava para os lados, temendo andar para o nada, uma vez que o gladiador, cujo nome nem conhecia ainda, estava entrando e saindo de diversos prédios, pegando elevadores e passando por pontes que ligavam prédios. Minha preocupação aumentava quando soube que poderia estar me metendo em encrenca, mas o que vale a vida senão um pouco de emoção?

Squirtle ficava cada vez mais recuada. A pequena olhava com negação a minha ação. Quando ouvia a senha para entrar no que seria o lar de diversão dos gladiadores, ali mesmo eu comecei a pensar como seria ali dentro. As escadas e o local escuro davam a impressão de que ali não era o local mais amistoso. Conhecer aquele Growlithe todo ferido indicava isso, mas assustava Squirtle. Ali as coisas aconteciam com grande facilidade e os arranhões nos Pokémons e as marcas eram renegadas por todos.

Olhava para os lados ainda surpreso pelo local, mas confesso que fiquei receoso ao receber a informação que nem tudo ali era legal, afinal, apostar em lutas de Pokémons era crime. Tentei não pensar muito nisso e continuei andando pelo local e tentando encontrar alguém que também era novato. Squirtle se agarrava em minha perna.

- Acho que você gostaria de ficar escondida aqui dentro, não? – perguntava para a pequena, que não gostava do local. Assim, ela erguia os bracinhos e recolhia a Squirtle para dentro da sua esfera.

Aproveitando que estava ali, liberava Chimchar, que aparecia já analisando o local onde estávamos. Explicando nossa condição para que ocorresse uma batalha, pegava algumas TMs e ensinava o pequeno. Pensava que talvez com o Pokémon a mostra, alguém se interessaria por uma luta.

Squirtle parecia assustada com tudo o que via e, preocupado com a pequena, Marcel a recolhia para a Pokébola, soltando pouco depois o Chimchar que ganhara de Sakura. O macaquinho ficava quieto, olhando para os lados com muita curiosidade, quase não percebendo as TMs que lhe eram aplicadas naquele momento.

Com seus itens guardados novamente, Marcel voltava a caminhar pelo ambiente em busca de um desafio. Diversos focos diferentes de combates aconteciam. Pouquíssimos ataques, muitos ferimentos. Quando dois gladiadores começaram a lutar entre si, um acusando o outro de trapacear, um grupo já os rodeou, gritando apostas e lançando o dinheiro de um lado para o outro.

Do outro lado, o Growlithe de antes aparecia vitorioso sobre o Liepard nocauteado. Seu treinador parecia satisfeito, voltando a avaliar as novas feridas e considerando o cão apto para mais um desafio. Para Marcel, o Pokémon claramente precisava de descanso e cuidados... A boca estava coberta de sangue e uma parte era dele. Uma das patas parecia doer só em tocar o chão e, mesmo assim, o Cavaleiro o mandava para outro combate.

Um Primeape errava um golpe, acertando alguém da plateia. As pessoas ao redor pareciam ignorar o fato, gritando extasiadas para o Combusken que surgia por trás do macaco, atingindo com o Fire Punch e um Thunderpunch em seguida. O homem caído era ignorado.

O ambiente inteiro fedia a suor, sangue, álcool e cigarro. Um outro gladiador (não havia razões para acreditar que alguém naquele ambiente não fosse gladiador) estava parado com seu Blastoise e Axew ao lado. Ele certamente era mais experiente, apesar da falta de marcas do dragão. Diferentemente, o aquático mantinha um olho fechado, com uma cicatriz por cima. Possivelmente cego daquele olho.

Do outro lado, um outro jovem com um Herdier parecia enrolar a pata do cão em uma bandagem. O normal já apresentava algumas cicatrizes. Em uma roda de torcedores, um rapaz com um Aipom no ombro gritava por morte em uma batalha, onde um Scyther erguia sua foice, eliminando seu oponente: um pequeno Riolu. O dono do Pokémon aura parecia frustrado, passando a mão pelos cabelos, porém não tentara impedir. Ao redor dele, diversas outras pessoas pareciam frustradas, enquanto os torcedores do Scyther retiravam seu dinheiro.

Colocando o Lucky egg no pescoço do Pokémon, como gargantilha, eu seguia andando pelo ambiente amarrotado de pessoas. Aquilo era um pouco surreal, seja pelo cheiro de cigarro e álcool misturado no ar, ou pelas sangrentas batalhas que se seguiam e sem muita importância para os outros. Os vários Pokémons que eu assistia eram poderosos, cheios de cicatrizes e com alguma coisa quebrada. O Growlithe estava exausto aparentemente, mas olhando para ele, parecia que ele iria batalhar de novo. Era estranho, mas só poderia observar...

Chimchar logo subia no meu ombro e analisava as coisas de cima, sem muita agitação. O Pokémon fire não se sentia mal como Squirtle, mas não poderia dizer que ele estaria à vontade, uma vez que 1º) era a primeira vez que ele estava perto de um campo de batalha, pelo menos comigo; 2º) o cheiro que estava ali nos fazia duvidar que era um lugar que eu gostaria de viver (no máximo aparecer ali algumas noites) 3º) as mortes ali eram tão frequentes quanto em um campo de batalha.

Falando por mim, não gostava de muita gente amontoada em um só lugar, mas mesmo assim tolerava, afinal, ali poderia ter o que eu gostaria de aprender: como batalhar efetivamente! Mas, diferente do que eu estaria procurando, ali era lugar para pessoas mais experientes e eu não tinha toda experiência que elas, mas também não era um novato que não sabia nada de como prosseguir. Apenas deveria me habituar com aquele lugar (estiver pronto para fugir, caso um gangster apareça ali).

Marcel seguia analisando as diversas pessoas ao seu redor. Haviam tantos Pokémons que a visão de Chimchar (ainda mais pela falta de cicatrizes, que para um gladiador é sinal de experiência) não parecia despertar o interesse ou a curiosidade dos demais. Sendo assim, se Marcel quisesse lutar, ele quem teria de escolher seu oponente e propor a batalha.

Marcel já havia visto o sujeito com o Growlithe que vencera três batalhas desde que o ruivo chegara e só Arceus sabe quantas antes. Apesar de exausto, aquele parecia um oponente forte demais. Havia também o sujeito com o Blastoise cego de um olho e seu Axew aparentemente recém pego. Possivelmente o sujeito havia se tornado Cavaleiro há pouco tempo e ainda não tivera tempo de treinar o dragão. A experiência do homem era um problema, mas o Pokémon ainda era novato...

Também havia o homem com o Aipom nas costas, uma garota que tinha uma Staryu que tinha diversas marcas, um outro homem com um Buizel, um com um Gloom. Todos com sua quota de ferimentos. Marcel via diversos oponentes por todos os lados: Mankey, Beedrill, Zorua, Aron, Sandslash e Sandshrew, Patrat, Grimer... Ele só precisaria escolher qual daqueles pokémons tentaria enfrentar e desafiar seu mestre.

- Hey, 500Pk$ que meu Wartortle vence seu Pikachu. - Marcel ouvia ao lado dele e rapidamente saía para o lado enquanto mais uma luta se iniciava. Assim como ele, diversas pessoas se afastaram, abrindo espaço para o novo duelo.

- Eu aposto 100Pk$ no Pikachu. - A garota ao lado de Marcel dizia, sendo seguida por outros gritos, com outros valores, alguns para o rato elétrico e outros para a tartaruga. Um outro homem aparecia recolhendo o dinheiro das apostas e anotando nomes e valores. O dinheiro rolava solto naquele ambiente.

Estava aprendendo ainda como funcionava aquele ambiente, mas no fundo, no fundo, parecia que estava gostando, apesar dos pesares. Cada pessoa ali se sentia livre e embora o que estivesse fazendo fosse crime, eles não se importavam com isso, o que era o mais legal. Gostaria de saber se toda cidade tinha uma daquelas... Sorrindo, eu observava as diversas batalhas e no final aprendia como se desafiava.

Era a coisa mais simples, e quando o desafio de Wartortle e Pikachu começava, eu entendia que era só questão de dinheiro e um pouco de adrenalina no embate. Eu via cada oponente e a diferença de cada um para o meu Chimchar era clara: cicatrizes! Por Chimchar não ter nenhuma cicatriz, as pessoas pareciam não querer batalhar, por menosprezar. Estava na hora de prova que eu não sou fraco...

- Pk$300 que o meu Chimchar vence o seu Mankey. – dizia para o dono do Pokémon.

A batalha entre macacos poderia ser uma boa. Mankey era um Pokémon naturalmente poderoso, então estaria equilibrado com Chimchar. Tentaria apenas ser o mais rápido e incisivo possível...

Marcel aprendia rapidamente o sistema do ambiente. Um sorriso se desenhava em seu rosto ao reparar na simplicidade e ao entender o motivo de não ser desafiado: seu Chimchar não impunha o respeito como os outros.

Apesar da ilegalidade, do mau cheiro no ambiente, dos sons de batalha, Marcel sorria, se entregando ao sangue e à adrenalina de ser um Gladiador. O dono do Mankey o olhou por cima do ombro, respondendo ao sorriso.

- Mankey, agora!

Ele não recuara. Era fácil imaginar que alguém que recusasse um desafio seria tachado de fraco naquele ambiente e perderia o respeito. Perder lutando era perder com honra. Fugir não era aceitável.

Ao fundo, os gritos de dinheiro, alguns apostandos em Chimchar, outros em Mankey. Uma pessoa recolhia o dinheiro, administrando as apostas. Marcel entregava 300Pk$, assim como o homem que desafiou. Se vencesse, receberia seu dinheiro de volta e mais o dinheiro do outro. Com o tempo, poderia se ganhar muito dinheiro com aquelas apostas ilegais...

Mankey saltava no mesmo lugar, trocando de pé. Sua cauda oscilava, mantendo seu equilíbrio. Chimchar ficava em frente de Marcel, mirando seu oponente, ainda sem saber exatamente como se portar em um combate, já que era sua primeira luta.

O gladiador rapidamente aceitava. Seu mankey entrava em posição de batalha. Percebia naquele momento que poucos seriam os gladiadores que recusariam um embate, até porque, aquele lugar era lugar de batalhas. O mankey gingava em campo, tentando ameaça. Chimchar, por ser sua primeira vez, ficava olhando apenas.

- Olha amigão, não é nada difícil. Acaba com ele, custe o que custar, e pronto! – afirmava para o Pokémon.

O Pokémon na nossa frente parecia um pouco mais experiente, mas isso não era nada absurdo. Poderíamos contornar e vencer. Como nas outras lutas, não demorou para um círculo formados por pessoas nos rodeasse e as apostas começarem a acontecer. Pensava como aquilo era empolgante, mas esquecia completamente que dentro da minha Pokébola Squirtle estaria tremendo de medo.

- Chimchar, comece movimentando-se ao redor do campo com seus clones (Double Team) e assim que achar uma brecha, use Will-o-Wisp. – dizia para o macaquinho. – Não deixe que ele te toque, evada de qualquer ataque dele. – continuava, orientando o Pokémon.

Os clones serviriam para uma estratégia evasiva. Enquanto o golpe que queimaria o oponente, diminuiria o ataque do macaco lutador pela metade. Não era uma estratégia ruim, ainda mais sabendo que o oponente viria com tudo...

- Mankey, use o Foresight para se livrar dos clones, evada e Taunt!

Os comandos eram dados e a plateia acumulada ao redor mexia nas apostas. A cada palavra dos oponentes, os valores se modificavam. Ambos os macacos saltavam, ao mesmo tempo. Chimchar se multiplicava e seus clones sumiam com o Foresight.

Próximos demais um do outro, Mankey se queimava e Chimchar ficava impossibilitado de usar outros ataques de status. A queimadura reduzia um pouco a energia do macaco lutador puro, porém a diferença ainda era insignificante e Marcel via seu Pokémon em uma situação mais complicada.

- Vejamos o que você tem agora. Mankey, use o Double Team, salte e mergulhe com o Low Kick. Depois use os clones para confundi-lo e se agarrar às costas dele! - As apostas voltavam a mudar de valor e alvo ao som das palavras do treinador de Mankey e das palavras que Marcel proferiu logo em seguida.

O oponente sabia o que estava fazendo e Foresight não era esperado por mim. Nem sabia que Mankeys aprendiam esse golpe. Mas isso não deixaria que eu me afugentasse, muito pelo contrário. Era diferente lutar contra um gladiador mais ou menos do meu nível e lutar contra a ministra de Erobring (que na ocasião, deixou-me bem apreensivo pelo Hyper Beam de seu Umbreon).

Enquanto as ordens eram dadas, as apostas eram mexidas. Aprendia aos poucos como funcionava os esquemas e decidia que talvez depois iria arriscar alguma aposta. Mas para agora, o foco era a batalha. Prosseguir o combate sem suporte poderia ser difícil, mas com Mankey já queimado, o ataque do macaco diminuiria pela metade.

- Chimchar, conto com você. Não se espante com os clones, aproveite do Heat Wave e atinja todos ao mesmo tempo, inclusive o original. Aproveite que o golpe é bem amplo. Em seguida, rebata o Gunk Shot. Não deixe que ele te confunda, evite que ele se apõe em você. Caso ele se aproxime e fique em cima de você, use as suas chamas traseiras para queimá-lo mais ainda e tente se livrar dele, jogando-se de costas no chão.

As apostas rolavam solta. Esperava que os clones todos sumissem na presença do golpe de fogo e também esperava que Gunk Shot fosse o suficiente para deter o Low Kick do Pokémon adversário. Taunt era um peso para mim, mas teria que viver com o golpe, afinal, não só ele, mas todo ministro tinha um método para evitar certas estratégias dos oponentes.