II - Primeiros passos como cadete

Parado em frente a casa, com Sherlock sentado ao lado se sacudindo e se coçando, um pouco incomodado com o frio e por ter ido no meio do lixo para mostrar a carteira, Henri pegou a carteira do seu bolso, assim como a câmera e depois de achar uma boa foto do rosto do desconhecido, o detetive ficou um bom tempo comparando a foto da câmera com a da identidade. Não era uma tarefa fácil, já que o homem tinha apanhado demais, principalmente no rosto, mas depois de um tempo olhando bem, se concentrando nos mínimos detalhes, Henri tinha quase certeza que aquela carteira era mesmo do homem no necrotério.

Depois de ver isso, aproveitando a cobertura na entrada da casa para sair um pouco do vento, Henri decidiu bater na porta e esperar que alguém aparecesse, talvez com algumas respostas que ajudassem com esse caso. Nenhum dos dois ouviu qualquer som vindo da casa, então Henri decidiu bater de novo e esperar, mas como eles continuaram sem ouvir nada da casa nos quinze minutos que Henri conseguiu ficar esperando, logo os dois abriram a porta e entraram, atentos a qualquer som ou movimento.

A primeira sala parecia ter sido atingida por um ciclone, com todos os móveis quebrados e jogados de qualquer jeito pela casa, com uma pelúcia de Lugia jogada no meio da sala, que foi uma das coisas que Sherlock mais farejou antes de ir investigar os outros cômodos. Parecia que todo o lugar tinha sido parcialmente destruído e vasculhado, com algumas pedras e mais daqueles pelos escuros que Henri havia visto. Na cozinha, Henri se espantou ao encontrar um Ho-oh pintado em uma das paredes da cozinha.

Enquanto eles andavam pela casa, Sherlock não parava de farejar tudo o que via pela frente, até que reencontrou a trilha de sangue subindo a escada, indo direto para o que parecia ser o quarto principal da casa. Sherlock foi o primeiro a entrar, obrigando Henri a ter que subir as escadas correndo para alcançar o seu pokemon, que o estava esperando sentado dentro de um quarto ainda mais destruído que todo o resto da casa, como se tivesse acontecido uma batalha ali, mas o que mais chamou a atenção de Henri foi algo coberto por um lençol sujo de sangue, que estava lembrando demais um corpo para que Henri pudesse simplesmente o ignorar.

Percebendo naquele momento que sua investigação parecia estar além de um simples assassinato, Henri logo começou a tirar fotos de tudo o que encontrava, enquanto fazia pequenas anotações mentais de tudo o que encontrava naquela baderna, incluindo o símbolo das duas gangues, cada um em um cômodo diferente. Andar no meio de toda aquela aquela bagunça sem danificar uma possível evidência era complicado para o cadete, mas seu pequeno companheiro conseguia pular e correr quase sem mover nada do entulho, o que era ótimo, já que cada pista que encontrassem poderia ajudar a desvendar o caso.

Percebendo cada vez mais que Sherlock tinha sido muito bem treinado, chegando a lembrar quando o detetive viu pela primeira vez um outro pokemon especializado em farejar e localizar, Henri logo seguiu seu pokemon até o segundo andar, onde decidiu iniciar uma busca mais detalhadas por pistas. Sherlock ficou sentado exatamente onde estava, enquanto Henri se preparava e começava a notar no lugar a presença de sangue espalhado ou parcialmente encoberto pela destruição do lugar.

Indo primeiro até o lençol, onde parecia haver mais sangue que no resto do cômodo, Henri prendeu a respiração, sem perceber, e logo puxou o lençol, que saiu facilmente, revelando uma mulher de longos cabelos ruivos, com o corpo coberto de vários cortes profundos e hematomas. O rosto dela parecia ter sido atingido com tanta raiva quando o de Scott e ao olhar nos olhos vazios, Henri teve certeza de que ela também estava morta.

Rota desbloqueada.

Lil e Van permaneceram bloqueados até o final da crise.

Off: Tudo bem ;) Quando peguei minha primeira rota fiquei desesperado perdido XD

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Off: Desculpa a demora XP

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Henri fazia ponderações acerca do peso do quadro, tendo alguma dificuldade para manuseá-lo. Após devolver o quadro ao seu lugar, anotou a sequência numérica no bloco e se dirigiu ao quarto, porém antes de poder tomar alguma providência com relação à porta do quarto trancada, achou por bem sair da casa, onde dois cadetes saiam de uma viatura

Henri percebia que já não era mais tão cedo. Havia perdido a noção do tempo dentro da casa, já era por volta de 22 horas quando foi cumprimentar os cadetes. O primeiro era um homem por volta dos 30 anos,baixo, um tanto acima do peso e com uma calvice galopante. O segundo era um jovem, não muito mais velho que Henri, era alto, com um corpo bem trabalhado e um corte de cabelo militar, porém com óculos de grau bem grossos, o que causavam um estranho contraste. O mais velho se pronunciou:

-Sou o Patrulheiro Hans Guns, e este é o meu parceiro Soldado Joseph Roses...

-Hei, velhote, não vai ficar se achando só por quê acabou de ser promovido - o mais jovem interrompia, não parecendo lidar muito bem com a pequena distinção de hierarquia entre ele e o parceiro - E então detetive? O que descobriu até agora?

-Joseph, eu estou no comando - Hans respondeu sem perder a calma, embora enxugasse um pouco de suor da testa com um lenço - Agora faça o favor de ir colocar a faixa de não ultrapasse enquanto eu converso com o detetive, sim?

OFF:

Dia 1. 22:13

Joseph e Hans não pareciam a mais entrosada das duplas, entretanto o Patrulheiro parecia poder contornar muito bem a situação. Com uma expressão gentil, o cadete mais experiente balançava a cabeça positivamente enquanto Henri prestava seu breve relatório, e em seguida dizia:

-Uma briga de gangues em uma área residencial? Esses malucos estão cada dia pior. Agora detetive, se me permite, acho que deveria descansar. Não se preocupe, nós chamaremos o legista. Creio que amanhã pela manhã a autopsia já tenha sido realizada e você poderá ter acesso ao relatório. Não sei se você conseguirá ter acesso ao laboratório a essa hora, mas do jeito que aqueles cientistas são loucos eu não duvidaria que alguém lhe recebesse. Enfim, tenha uma boa noite. E obrigado pelo seu trabalho até aqui.

Off: Ótima ideia! Até eu ia me perder XD

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Conformado com o fatgo de não haver cientista algum para atendê-lo, o que era bem estranho tendo em vista a porta aberta e as luzes acesas no laboratório, Henri saía do prédio em direção ao dormitório Cadete, sem deixar de contemplar a vista noturna da cidade, enfim ele chegava às instalações.

Devido o adiantar da hora, sabia que não conseguiria ter uma boa refeição àquele dia, mas pelo menos sobravam-lhe alguns doces que manteriam o estômago dele e de seus pokémons forrados até o café da manhã, mas antes disso a equipe pedia por um banho - não literalmente, ao julgar pela reação de Han'ei - o que foi feito com algum trabalho. E em seguida o cadete caía no sono, junto com os três companheiros.

O dia seguinte chega, tão rápido quanto poderia ser. Henri não se preocupou em colocar um despertador, mas seu celular tocava ainda assim. Estava tarde demais para um cadete continuar dormindo, não importava o quanto ele estivesse cansado. O número era desconhecido, mas Henri ainda não tivera tempo de salvar muitos telefones na agenda do aparelho. Ele atenderia?

Dia 02. 09:28

Um misto de experiencias sensoriais assolavam Henri logo pela manhã. Entre barulhos quase ensurdecedores e felinos dormindo sobre sua face, tudo parecia na mais perfeita ordem afinal. Atendeu ao dispositivo eletrônico, e uma voz conhecida falou do outro lado da linha:

-Detetive Sollari? Aqui é o soldado Rose, nos conhecemos ontem a noite. Acho que ficará feliz em saber que a autópsia em ambos os corpos encontrados ontem a noite foram concluídas. Se puder vir à delegacia de Nyender o mais rápido possível, agradeceríamos.

E desligou antes que Henri pudesse dar alguma resposta.